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CNPq tem novo presidente


Substituição ocorre em momento de crise da agência de fomento

Mario Neto Borges é o novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele substitui o chileno Hernan Chaimovich Guralnik, que estava em licença médica desde setembro. A mudança foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 20. A assessoria de imprensa da agência informou que não há uma data definida para a posse. Neto ainda não assumiu as funções na presidência.

Desde o início do mês, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, anunciava a troca em eventos públicos. O presidente interino, Marcelo Morales, volta para a Diretoria de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq.

A substituição da presidência acontece em um momento delicado para o CNPq. Nesta semana, 53 integrantes dos Comitês Assessores publicaram nota de protesto contrária a um eventual corte de recursos nas bolsas de produtividade ativas da agência.   

“Ressaltamos que a bolsa de Produtividade em Pesquisa é de importância estratégica para a manutenção de condições mínimas de sobrevivência da pesquisa científica nacional”, diz a carta. O documento destaca que os pesquisadores contemplados “são sistematicamente avaliados, possuindo altos níveis de produtividade acadêmica e científica”. E que o eventual corte “certamente virá a reduzir o já combalido quadro de financiamento do avanço científico e tecnológico de que nosso país tanto necessita”.

Perfil

O mineiro Mario Neto Borges é graduado em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutor em Inteligência Artificial Aplicada à Educação, pela Universidade de Huddersfield (Inglaterra).

Foi reitor da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), cargo que ocupou até 2004, quando assumiu a Diretoria Científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. Também foi presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), de 2009 a 2013.


Recursos do CNPq ameaçados

Possível redução das bolsas de produtividade em pesquisa da agência causa preocupação na comunidade científica

Silvana Sá
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Uma informação de cortes nas bolsas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, destinadas aos pesquisadores doutores, provocou alvoroço na comunidade científica. Segundo as primeiras notícias, há possibilidade de redução de 20% a 30% das bolsas vigentes.

O alerta foi dado pelo presidente da Associação Brasileira de Antropologia e professor do Museu Nacional, Antônio Carlos de Souza Lima. “O orçamento previsto para o CNPq ano passado era de R$ 1,8 bilhão. Foi executado R$ 1,5 bilhão. Para o ano que vem, está previsto apenas R$ 1,3 bilhão. Não são só as bolsas que estão ameaçadas. Os recursos totais do CNPq estão em jogo”, afirma o docente.

O CNPq respondeu, por meio de nota, que “não há qualquer definição sobre cortes dessas bolsas”. E que o orçamento da agência para 2017 ainda não está aprovado. A assessoria de imprensa afirmou, ainda, que os integrantes dos Comitês de Assessoramento do CNPq estão “realizando normalmente o julgamento das bolsas”.

Porém, em relato obtido pela reportagem, os coordenadores de área deixaram claro que vão resistir a qualquer medida de corte nas bolsas. Houve mobilização junto às entidades científicas e a pressão externa realizada sobre a agência de fomento e sobre o ministério provocou uma reunião com o presidente interino do CNPq, Marcelo Morales. Na ocasião, os pesquisadores expuseram a insatisfação com as eventuais perdas no financiamento da ciência no país.

Perguntado se a articulação inicial dos pesquisadores pode ter ajudado a reverter os cortes, o professor Antônio Carlos foi categórico: “Não há nada revertido. São necessárias intensa pressão e mobilização da comunidade científica. É preciso resistir aos cortes, é preciso resistir à PEC 241”, disse Souza Lima.

O Fórum de Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas também encaminhou carta ao presidente interino do CNPq, Marcelo Morales, na qual expressou preocupação com o cenário da pesquisa no Brasil se os cortes forem confirmados.



Diretoria da Adufrj agradece participação docente nas atividades contra PEC 241


“Agradecemos a participação das professoras e professores nas últimas atividades promovidas pela ADUFRJ. Tanto na utilização e divulgação do site Brasil 2036, dos materiais da campanha, quanto nas redes e na mobilização de rua realizada na segunda-feira, 17. O ato que fez vibrar a Cinelândia foi convocado em conjunto com outros movimentos sociais durante o tuitaço promovido no último dia 10.
 

Foi uma manifestação pacífica, múltipla e alegre que contou com 7.000 pessoas pelas nossas contas e que, infelizmente teve seu desfecho maculado pela repressão da Polícia Militar. A Adufrj lamenta profundamente o ocorrido e lembra que a violência policial atingiu estudantes, técnicos e docentes, alguns deles agredidos dentro do Restaurante Amarelinho, após encerrada a manifestação.


Haverá um próximo ato convocado pelo Andes e por outras entidades nacionais no dia 24 de outubro, ao qual a ADUFRJ irá somar esforços. Levaremos o material da campanha Brasil 2036, faixas e adesivos. Contamos com a participação nesta data emblemática em que acontecerá a votação em segundo turno da PEC 241.


Divulguem nossa cartilha com perguntas e respostas que pode ser obtida na ADUFRJ. Assim que o projeto for para o Senado, após o dia 24, vamos disponibilizar a ferramenta de pressão online nos senadores. Continuem visitando o site da campanha brasil2036.org.br  que vai atualizar as informações sobre os próximos passos.”


Tatiana Roque

Presidente da Adufrj


Leia também:  Sete mil vozes contra PEC 241

 

 


“PEC na contramão do futuro”

UFF divulga estudo que aponta perda de recursos com teto de gastos

Elisa monteiro
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Aproximadamente R$ 780 milhões de perdas. Este seria o prejuízo da Universidade Federal Fluminense, se a Proposta de Emenda Constitucional nº 241 estivesse em vigor desde 2006. Foi o que demonstrou um recente estudo da reitoria daquela instituição, intitulado “A PEC 241 na contramão do futuro”.

Com o teto das despesas do governo Temer, o orçamento teria uma progressão de aproximadamente R$ 69,5 milhões, em 2006, para quase R$ 117 milhões, em 2015. Já o investimento efetivamente realizado na instituição chegou a pouco mais de R$ 237 milhões, no ano passado.

Em carta divulgada no último 14, o reitor e vice-reitor da instituição, Sidney Luiz Mello e Antonio Claudio Nóbrega, respectivamente, criticam o ajuste fiscal da PEC 241 que “direciona a arrecadação do Estado Brasileiro para o pagamento dos juros da dívida com o sistema financeiro, em detrimento dos investimentos urgentes, necessários e estratégicos nas estruturas do país”.

A UFF condena a ruptura com o projeto de estruturação da expansão universitária federal da última década, “incluindo milhares de jovens que antes não tinham acesso à universidade pú- blica”. E o declínio da política de investimento para inovação e inclusão social.

“A PEC 241 não apenas ameaça a continuidade desses avanços como, de fato, parece destinada a fazer girar para trás a roda da história”, acusa o documento.

Resultado semelhante na UFMG

No dia 12, a Universidade Federal de Minas Gerais divulgou levantamento semelhante, com o impacto retroativo da PEC sobre o orçamento de 2006 até 2015. Para a instituição, a aplicação do teto dos gastos estipulado pela PEC 241 representaria uma perda de mais de R$ 90 milhões apenas no ano passado. Na última década, o prejuízo total seria de quase R$ 775 milhões.

A assessoria da UFRJ informou que a reitoria também prepara um estudo que aplica a PEC no orçamento.

estudo UFF




Sete mil vozes contra PEC 241


No Rio, ocorreu a maior manifestação contra a proposta do governo que congela os gastos públicos pelos próximos 20 anos

Fotos: Fernando Souza

O dia 17 de outubro de 2016 já representa um marco de sucesso na luta contra a Proposta de Emenda Constitucional nº 241, que congela os gastos públicos por 20 anos. Vários atos contra a PEC foram realizados em todo o país, convocados pela campanha Brasil 2036 durante o tuitaço 
que reuniu diversos movimentos no último dia 10. A maior manifestação ocorreu no Rio de Janeiro e contou com expressiva participação de estudantes, professores e técnicos da Educação.

“O orçamento da UFRJ foi de R$ 3 bilhões, contando com pagamento de pessoal. Para mordomia de apenas 513 deputados, gasta-se três vezes mais que isso. Gasta-se mais com isso do que com a maior e melhor universidade do país, que tem 50 mil estudantes de graduação e 30 mil de pós-graduação; que realiza pesquisa de ponta e desenvolveu a tecnologia do pré-sal, única no mundo”, expôs Fernando Santoro, diretor da Adufrj, ainda na concentração. “Vinte anos de desinvestimento é o fim da saúde de nossos pais e da educação de nossos filhos”, completou.

Cerca de sete mil pessoas concentraram-se na Cinelândia, no centro da cidade, e seguiram em  passeata até a Avenida Chile. Cheio e alegre, o ato teve um clima múltiplo. No lugar de carro de som, jograis e palavras de ordem do público. Parte do grupo chegou mais cedo (16h) à Câmara de Vereadores para produzir faixas e cartazes.FSOU6161“Não sou gasto, Temer. Eu trabalho e produzo”, disse Aline Torres, professora do Colégio Pedro II, logo no início da atividade. “Definir quem vai ter que apertar o cinto é uma escolha política”, completou a colega de escola Ana Maria Gomes. “Vamos ter de sofrer com os cortes para manter o padrão de uma minoria?”, questionou.

Além da rejeição à “PEC do Fim do mundo”, como a Emenda do teto de gastos foi apelidada nas redes sociais, muitos materiais falavam de Saúde e Educação como políticas prioritárias. Estudantes criticavam ainda o Programa Escola sem Partido: “Escola sem partido é ditadura militar”, cantavam alguns.

A manifestação foi concluída com uma performance artística que produzia uma nuvem branca e pretendia fechar o ato. A performance, no entanto, foi antecipada depois de serem ouvidas duas bombas lançadas pela Polícia Militar. Apressou-se o encerramento e a dispersão do ato para evitar confusão.

A dispersão da Polícia Militar utilizou gás de pimenta e bombas de efeito moral, com corre-corre da Avenida Chile até a Cinelândia. Quatro jovens foram detidos e conduzidos à Delegacia da Lapa. Depois, um grupo de policiais agrediu manifestantes que estavam sentados tranquilamente no bar Amarelinho, entre eles alguns professores da UFRJ.

Professores da UFRJ engajados

Fernanda Bruno, professora do Instituto de Psicologia, acompanha a mobilização contra a PEC na plataforma digital Brasil 2036 (www.brasil2036.org.br) e participou das ações virtuais pelo facebook e twitter, na última semana. “Atividade de rua é fundamental e deve se repetir. Mas achei excelente a estratégia da Adufrj de esquentar primeiro na rede antes do ato presencial. Deu para ter um termômetro e ampliar”.

FSOU5995Já o professor Hélio dos Santos Dutra, do Instituto de Ciências Biomédicas, compareceu ao seu primeiro ato contra a PEC em função da gravidade das ameaças à Educação: “Como está sendo falado, vinte anos significam uma geração inteira congelada, na prática. Isso é uma coisa descabida, inflexível, que ignora uma série de variáveis possíveis de acontecerem no país nesse tempo todo ”. Ele lamentou: “A gente investe tudo na educação porque acredita que é a coisa mais importante”.


Campanha Brasil 2036 e #PECdoFimDoMundo
A Adufrj aproveitou a manifestação para divulgar o folder da campanha Brasil 2036 com perguntas e respostas sobre a proposta que desvincula os mínimos de investimento nas áreas sociais.

A nutricionista Gabriela Feijó curtiu o material. Atraída ao ato pelo movimento em defesa da saúde pública, Gabriela avaliou a arte “crítica, bem humorada e muito fácil de entender”. “Ele descreve exatamente o que vamos sofrer”.

A publicitária Daniela Pinheiro também fez uma avaliação positiva das campanhas relacionadas à PEC 241, “sobretudo, esse apelido de  PEC do fim do mundo. Vinte anos de perda de investimento são o apocalipse mesmo. O  que mais para acabar com o país?”, criticou.

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