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‘Bacanas’ contrariados

O impulso segregacionista é excrescência atávica do país de origem escravocrata. Ele é latente em camadas racistas da sociedade brasileira. E prolifera, pornograficamente, em segmentos da classe média de grandes centros que sonham um dia ser convidados para o grande banquete da classe dominante. Na quinta-feira 20, o barraqueiro da praia do Leblon, Leonardo Paixão, foi direto ao ponto. “Os bacanas não gostam disso”. Era um dia lindo, de sol e céu azul. Mas, com a chegada do pessoal de São Gonçalo, muitos banhistas daquela área definida como nobre se retiraram. A presença de cerca de 500 pessoas organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o MTST, na orla da zona sul do Rio, foi o ponto alto da semana na qual se comemorou o Dia da Consciência Negra. A manifestação criativa reuniu o povo da ex-Ocupação Zumbi dos Palmares, que desenvolve uma luta por moradia em São Gonçalo, o município mais populoso do estado, depois da capital. Trabalhadores e suas famílias mostraram, com vigor político, que segregação e opressão social se confundem e a luta, nas ruas e nas ocupações, é o caminho.

 

Indígenas sob ataque

Durante a Assembleia Geral da Adufrj-SSind, dia 17, Gerson Luiz Marinho (EEAN) fez um relato sobre sua participação no Seminário Nacional Sobre Povos Indígenas do Andes-SN realizado dia 14, na sede do Sindicato Nacional, em Brasília. No encontro, docentes de origem indígena expressaram grande preocupação com a indicação do nome da senadora ruralista Kátia Abreu (PMDB-TO) para a pasta da Agricultura (o que se confirmou no último dia 21), no segundo mandato da presidenta Dilma Roussef. Gerson falou ainda sobre os ataques à saúde indígena e a expansão da privatização sobre seus territórios.

 

CPPD homologada

O Consuni do dia 13 referendou o resultado das eleições para representantes das classes da Carreira do Magistério Federal na Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD). 

 

Carreira: mais prazo

A pedido do polo Xerém, a UFRJ resolveu estender por mais 30 dias o prazo (era até 18 de novembro) para que as congregações de unidades, os conselhos de coordenação de centro ou colegiados equivalentes enviem suas regulamentações internas da resolução do Consuni (nº 08/2014) sobre progressão na carreira. O Conselho resolveu que o benefício deveria ser para toda a comunidade.

 

Ebserh ameaça

O Conselho Universitário da UFF ameaça votar, nesta quarta-feira, dia 25, a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

 

14112472Foto: Samantha Su - 13/11/2014Canteiro permanente

O BRT Transcarioca foi inaugurado, no início de outubro, mas permanece ali, entre o alojamento e a Educação Física, um enorme canteiro de obras (foto) do corredor expresso. 

O prefeito da UFRJ, Ivan Carmo, explica que a área agora vai auxiliar a construção do BRT Transbrasil (ligação entre o bairro de Deodoro e o Centro do Rio). 

Informação cultural: este BRT só deve ficar pronto em 2017.

 

Perfil do graduando 

Desde 18 de novembro, a UFRJ promove uma pesquisa destinada a conhecer o perfil socioeconômico e cultural de seus alunos de graduação. O objetivo é aprimorar as políticas de assistência estudantil.

Um questionário estará disponível até 18 de dezembro no site www.perfil.ufu.br e permitirá que a reitoria conheça melhor, além do perfil econômico do aluno, dados sobre vida acadêmica, moradia, trabalho e renda, família, saúde e qualidade de vida, e dificuldades enfrentadas por eles em suas rotinas acadêmicas.

Para responder à pesquisa, cujo preenchimento demanda cerca de 30 minutos, o graduando deverá acessar a página e identificar-se com seu número de CPF. O perfil do alunado será divulgado posteriormente, para toda a universidade.

 Diego Novaes
24/11/2014

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Primeira reunião do Fórum de Habitação da universidade reivindica qualidade de vida no Fundão

Mobilidade, segurança e saúde são outros itens da pauta

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Diretores da Adufrj-SSind, Sintufrj, moradores da Vila Residencial e do Alojamento estudantil compareceram ao Centro de Tecnologia, dia 17, para a primeira reunião do Fórum de Habitação na UFRJ. A iniciativa busca unir os diferentes segmentos e movimentos da universidade em torno de uma pauta comum, composta, além da moradia, pela necessidade de saúde, mobilidade, segurança, atendimento educacional, alimentação e lazer. 

O item prioritário é a moradia. Ele engloba a imediata regularização fundiária da Vila Residencial, garantindo o uso do solo para esse fim; e a ampliação de oferta de residência estudantil, gratuita e de qualidade, destinada tanto aos estudantes da graduação, quanto aos de pós-graduação.

Cláudio Ribeiro, presidente da Seção Sindical, explicou que, embora o Fórum possua uma pauta extensa e de fundamental importância para os trabalhadores e estudantes da universidade, “é preciso organizar as ações”: “Todos os pontos são urgentes e necessários”. Luciano Coutinho, também da direção da Adufrj-SSind, destacou o caráter político do Fórum recém-constituído: “A nossa luta não é institucional, mas no dia a dia. Vamos nos organizar para pressionar a institucionalidade a levar adiante as nossas reivindicações”.

Papel da universidade

Para Ilca Dias, estudante da UFRJ e moradora do alojamento, é preciso discutir o papel da universidade. “É uma vergonha termos uma universidade desse tamanho com seu entorno sofrendo tantas violações de direitos. Não só nas favelas que circundam o campus (Fundão), mas também na Vila Residencial e no Alojamento. O conceito de universidade tem sido desconstruído. Não dá para pensar em habitação sem as outras pautas que defendemos”, disse.

Além de moradia, o movimento exige, na área de saúde, a reabertura da emergência do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e a implementação de um sistema de saúde preventivo em todos os campi. Em transporte, o movimento busca pressionar a reitoria para que o sistema de transporte interno e entre os campi da UFRJ seja mais eficiente, público e gratuito.

Há o pedido de abertura de concurso público para o cargo de vigilante, para garantir “uma política autônoma de segurança universitária”. E, ainda, a reivindicação pela implantação de unidades escolares “de atendimento exclusivo à educação infantil e ensino fundamental”. O item “Alimentação” prevê o aumento de Restaurantes Universitários e a ampliação dos horários de funcionamento dos já existentes. O movimento também reivindica a utilização do espaço universitário para lazer de seus moradores, com a implantação de cinema e teatro.

Na Faculdade de Educação, o contingente de terceirizados foi reduzido à metade desde setembro

E a perspectiva é de um corte de 100%

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Desde que as funções de manutenção, como limpeza, segurança e portaria, foram eliminadas do quadro efetivo da administração pública federal, as universidades são impelidas a contratar empresas e terceirizar o setor. Na UFRJ, problemas com o pagamento desses serviços e, em consequência, dos salários desses profissionais, frequentemente emergem em forma de crise.

A bola da vez foi na Faculdade de Educação (FE). Segundo Marcelo de Moraes, “gerente” da unidade, o contingente de trabalhadores foi reduzido à metade desde setembro. “No início do ano, nos avisaram (administração central) que havia uma preocupação em relação aos pagamentos às empresas terceirizadas. Mas depois não se tocou mais no assunto. Quando chegou setembro, apenas fomos comunicados dos corte”, relata. “Não teve negociação alguma”, resume o administrador.

“Mandamos desde sempre memorandos pedindo, ao menos, a manutenção da equipe com a qual trabalhamos, que já é bem enxuta”. Marcelo relata que a limpeza de mais ou menos mil metros quadrados da Unidade era feita por oito profissionais, quatro por turno. Atualmente, são quatro, divididos em equipes de duas pessoas. 

A portaria, antes mantida por um empresa que pediu falência (JCL-Empresa de Trabalho Temporário Ltda), foi suspensa de vez. A solução encontrada foi o desvio de função de servidores concursados. “Estamos trabalhando com remanejamento”, conta Marcelo. “Para não ficarmos sem ninguém na portaria, colocamos um funcionário da UFRJ, o Eduardo Cezar”. Mas o horário acaba restrito e causando confusão no uso das salas de aula, estudo e afins. 

A unidade está repleta de avisos improvisados, por toda parte, que visam suprir a carência de mão de obra. “Tínhamos duas recepcionistas para dar informações, cobrindo dois pavimentos mais um anexo. Agora estamos com uma”. “Se qualquer autoridade chega à Faculdade de Educação, vai ficar procurando nesses labirintos (do Palácio Universitário)”.

Marcelo afirma que a situação é precária. E a reitoria diz que haverá mais cortes. “Parece que a ideia é eliminar 100%. Se isso acontecer, a Faculdade ficará simplesmente sem higienização”, completou. O próprio “gerente”, atualmente, tornou-se responsável pelo almoxarifado. “Antes tínhamos uma pessoa para o controle de material. Agora eu mesmo tenho que cuidar disso”. 

“A impressão é que o projeto é realmente terceirizar tudo, inclusive o curso. Talvez a ideia seja que as pessoas nem mesmo venham à Faculdade. É muito triste ver uma instituição como a UFRJ, respeitada inclusive internacionalmente, nessa situação”, criticou.

 

Funcionários cobram respostas da reitoria

Na quarta-feira, 19, um grupo de aproximadamente 30 terceirizados, demitidos da empresa JCL-Empresa de Trabalho Temporário Ltda, reuniu-se no prédio da reitoria. Segundo uma das porteiras da Casa da Ciência da UFRJ, Waldineia Nascimento, o grupo está sem receber desde o quinto dia útil de novembro. Sem o salário de outubro, portanto.

Ela conta que na semana anterior, do dia 10, parte do grupo foi recebida pela pró-reitora de Gestão e Governança, Aracéli Cristina Ferreira. No encontro, teria sido solicitado pelo reitor um levantamento dos nomes dos funcionários e dias trabalhados desde o último pagamento. Segundo Waldineia, a planilha foi mostrada pelo assessor da pró-reitoria, Harley Frambach Junior, para ela e a outro colega (prestador de serviço do Centro de Ciências da Saúde) na manhã do dia 19. “O que nos foi dito é que já se sabe o valor devido e já há recursos para pagar. Faltava apenas a assinatura do pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (Carlos Rangel)”. 

O dirigente, contudo, não foi encontrado em seu gabinete. “Disseram que estava em Brasília com o reitor exatamente por essa situação. E que segunda-feira (24) trariam uma resposta”, relatou Waldineia. Ela informou que seus colegas resolveram aguardar até o retorno dos dirigentes. E prometem mobilização caso a solução prometida não seja cumprida.

Em função da viagem a Brasília do pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finança, a redação do Jornal da Adufrj não obteve ainda da reitoria informações sobre o corte de equipe de apoio da Faculdade de Educação (e/ou de outras unidades).

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