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Alexander Kellner
Diretor do Museu Nacional da UFRJ

Acaba de ser divulgado o resultado da licitação referente à concepção de arquitetura e restauro da sede do Museu Nacional/UFRJ e de seu anexo. A proposta vencedora foi de um consórcio liderado pela empresa H+F Arquitetos, que possui grande experiência na área e que está à frente da restauração e modernização de outro equipamento cultural muito importante, o Museu do Ipiranga, em São Paulo. Os conceitos ora apresentados são estudos que irão orientar o desenvolvimento do projeto arquitetônico final da parte interior do palácio.

Toda a atividade licitatória foi coordenada pela Unesco, envolvendo diversos arquitetos,museu nacional 1 2 restauradores e profissionais da área de conservação. Estavam representados o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), o International Council of Museums Brasil (ICOM BRASIL), o Instituto Cultura Vale, o Escritório Técnico  (ETU/UFRJ) e a Faculdade de Arquitetura da UFRJ, a reitora e o diretor do Museu Nacional, entre outros. Também esteve presente uma equipe de profissionais que fez análises técnicas do projeto, tais como viabilidade estrutural e econômica, além de lidar com questões envolvendo a qualificação técnica das empresas que se habilitaram. Houve todo o cuidado para que fossem levados em conta os princípios norteadores nacionais e internacionais de preservação, conservação e restauração de um patrimônio histórico e artístico, além dos critérios de intervenção apresentados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). No total, foram 12 participantes, com propostas bem diversas. Não foi fácil chegar a um vencedor.

A divulgação do resultado despertou grande interesse da sociedade — o que nos deixa animados. Sempre é bom frisar que essa participação é muito importante, já que o projeto final será elaborado em 18 meses e com a participação de diversos atores. O maior desafio será encontrar o equilíbrio entre a importante e rica história do palácio e a contemporaneidade necessária para um museu mais aberto e acessível à comunidade e que realize um constante diálogo com a sociedade. A ideia é a de divulgar os avanços do projeto definitivo à medida que esse vá sendo desenvolvido.

Um ponto de atenção é a história do palácio. Como sabemos, ali foi a casa dos dois imperadores brasileiros e de suas esposas e filhos. Posteriormente foi o local da primeira assembleia constituinte republicana. Não é de muito conhecimento, mas após a decretação da República, houve uma desfiguração total do palácio, antes mesmo de o Museu Nacional ter sido transferido para aquela edificação. O grande incêndio de 2 de setembro de 2018 acabou por destruir o que de histórico havia sobrado, com exceção do Jardim das Princesas. Mesmo assim, a instituição vai resgatar e reconstituir os espaços históricos de referência do palácio, como a antiga Sala do Trono de D. Pedro II e a Sala dos Embaixadores. Também está em pauta a recriação do antigo gabinete de D. Pedro II, como também uma sala destinada à Imperatriz Leopoldina, figura tão importante para a independência do Brasil. As intervenções contemporâneas serão concentradas particularmente no bloco IV, que forma a parte posterior do palácio. Vãos livres e salas com amplos espaços estão sendo pensadas.

fc2152a7 502f 4f29 bccd fee8db1212d4Mesmo que ainda estejamos no início do projeto, com praticamente tudo por fazer, já podemos ter duas certezas. A primeira é que as fachadas do palácio serão todas restauradas no estilo neoclássico, da forma mais fidedigna possível ao original. Essa obra, aliás, deverá se iniciar nos próximos meses. E a segunda, que teremos um equipamento museal de ponta. Finalmente queremos um museu de História Natural e Antropologia inovador, sustentável e acessível, que promova a valorização do patrimônio científico e cultural e que, pelo olhar da Ciência, convide à reflexão sobre o mundo que nos cerca, ao mesmo tempo que nos leve a sonhar.

Aproveitamos para agradecer a todos que estão transformando esse sonho em realidade, como os profissionais da UFRJ e do próprio Museu Nacional. Agradecemos ao Instituto Cultural Vale, Unesco, deputados federais do Rio de Janeiro, Alerj, Bradesco, BND
ES, SAMN, governo federal da Alemanha, Instituto Göethe e tantos outros pelo apoio e incentivo.

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