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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

2021 começa difícil e com enormes desafios. Estamos cansados, desanimados, super atarefados? Parece que muitos escolheram uma espécie de anestesia para poder continuar a viver, algo como “nada mais nos surpreende”. Sim, precisamos de alguma acomodação para seguir vivendo, mas não ao ponto de nos iludirmos com a ideia de que logo logo nossas vidas voltarão ao normal. Não há mais esse “normal” que tanto ansiamos, e o que está em jogo hoje é a nossa carreira, a universidade como instituição pública, a sobrevivência do sistema de pesquisa. Todos nós que ingressamos na UFRJ no século XXI, ou seja, nos últimos vinte anos, desfrutamos de uma estrutura que foi construída com muito esforço, dedicação e senso de responsabilidade por tantos que nos antecederam. O esforço monumental de remoção do entulho autoritário na década de 1980 e a resistência ao amplo processo de privatização da década de 1990 só foi possível nas mais diversas frentes, das mais diversas formas, com muita sola de sapato gasta nas ruas, nas passeatas, e muito tempo em assembleias também. Assim como o SUS, hoje tão festejado e finalmente reconhecido por sua grandeza e pelo papel social que desempenha, foi fruto de uma grande e persistente mobilização. Muitos dedicaram suas vidas para que ele fosse construído.
Hoje temos um governo que nos escolheu como seus inimigos. Um governo que também se declara inimigo da imprensa, da diversidade, dos direitos humanos, da proteção ao meio-ambiente. São tempos de perdas, de distanciamento social, com uma pandemia que já matou mais de 230.000 pessoas. Por tudo isso, e por muito mais que não conseguiríamos listar nesse pequeno editorial, o tempo é de escolha. Precisamos escolher viver. Viver e preservar a vida. É tempo de proteção e escuta, de solidariedade. Nossos instrumentos parecem velhos, os discursos também. Mas seremos nós a construir o caminho da mudança, ou simplesmente ele não existirá. Hoje temos alguns instrumentos de pressão direta aos parlamentares, com o envio de mensagens em massa, com campanhas virtuais e com militância nas redes. Temos também um calendário de atos na rua, como a carreata de 21 de fevereiro. Pode não ser a melhor manifestação, ficarmos dentro de carros, buzinando, mas é o possível no momento.
A verdade é que a universidade ainda não entrou em campo com seu time completo. Temos resistido bem, temos sido uma referência fundamental em tempos de pandemia, nosso trabalho tem ampla repercussão social, estamos presentes em todas as ações importantes de combate ao coronavírus, mas nossa força pode nos fazer ir muito mais longe. Desde a mobilização espontânea em ações menores, junto a colegas de departamento, até a participação mais organizada em nosso Conselho de Representantes, com reuniões nas unidades, ainda há muito a fazer.
Convocamos a todos para que se somem a esse imenso cordão. Depois do Carnaval que não teremos, façamos nós a nossa parte. Hoje as chances de um impeachment parecem pouco prováveis, mas a política não é uma ciência exata, e o quadro pode ser modificado a partir de nossa intervenção. Acreditemos na nossa força, na nossa presença na sociedade, no quanto somos importantes para o país, para a vida de tantas pessoas. Porque se não formos nós a acreditar, ninguém fará isso por nós.

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