Accessibility Tools

facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.19 8Centenária, mas sempre se reinventando, a UFRJ prepara mais uma iniciativa de vanguarda na formação de profissionais para o país. Por unanimidade, a congregação do Instituto de Computação aprovou a criação de um bacharelado em Inteligência Artificial (IA), no último dia 11.
O assunto inteligência artificial já era explorado em Ciência de Computação há bastante tempo, mas a direção do instituto não têm dúvidas sobre a importância de um curso específico. “Não é só uma nova onda. Fiz meu concurso para a área de IA em 1997. As tecnologias já estão aí há bastante tempo, mas ganharam uma proporção nos dias de hoje que não dá para não responder imediatamente”, afirma a professora Anamaria Martins Moreira, diretora do Instituto de Computação. “Já existem alguns cursos no Brasil e a UFRJ não quer ficar para trás”, completa.
O tema é dominante em todo o planeta. Anamaria recorda do encontro dos reitores das universidades do bloco BRICs, sediado pela UFRJ no início do mês passado. “Todas as apresentações de todos os participantes, em alguma hora, falavam de inteligência artificial. Não houve nenhum que não tenha falado”.
A reitoria tem apoiado a ideia. Formado pela administração central, um grupo de trabalho com nomes da Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação, da Coppe, do NCE, do Instituto de Matemática, do IPPUR e da Escola de Comunicação vem contribuindo para a formatação final do curso.
“Essas parcerias podem se refletir de duas maneiras: a primeira, na oferta de mais disciplinas eletivas. Neste caso, podemos incluí-las sem necessidade de reforma curricular. Elas podem ser acrescidas a qualquer momento. Ou, no futuro, podemos incluir algumas delas como obrigatórias”, afirma Anamaria.
O diferencial do curso da UFRJ, aposta a diretora, será uma base teórica mais forte e uma formação crítica com as disciplinas da área de humanas. Ou seja, os estudantes serão preparados para atuar não apenas como usuários das ferramentas existentes, mas como produtores, reguladores, administradores e gestores de soluções.
Anamaria dá como exemplo as conversas para oferecer uma aula que trabalhe o antirracismo, prevenindo os alunos contra um eventual viés dos algoritmos atuais. “Os alunos terão mais espaço para fazer mais eletivas desta formação complementar, o que nós queremos estimular”, diz.
Depois de passar na congregação, a proposta vai ao Conselho de Coordenação do Centro de Ciências Matemáticas da Natureza no próximo dia 30. Em seguida, a pró-reitoria de Graduação verifica se o processo está instruído corretamente. Caso esteja tudo bem, será encaminhado ao Conselho de Ensino de Graduação e, finalmente, ao Conselho Universitário. A expectativa é que a primeira turma seja aberta logo no primeiro semestre do ano que vem.

DIFICULDADES
A proposta inicial é cautelosa, por questões de infraestrutura do instituto: 20 alunos entrariam por semestre no curso, que teria duração de quatro anos e meio. “A gente não consegue, em um primeiro momento, abraçar uma turma maior”, afirma a professora Carla Delgado, vice-diretora do instituto.
As vagas serão abertas a partir da redução da oferta atual (50) do curso de Ciência da Computação. “Uma vez que essas vagas apareçam no Sisu, vamos ver como será a procura pelos dois cursos para decidirmos como atender melhor à demanda”, explica Carla. “Vamos vendo o que podemos fazer, mas temos que andar para frente. Até porque, se você espera, não acontece. É uma decisão responsável para o que temos agora”.
O que o instituto — criado em dezembro de 2020 — tem agora são apenas 39 professores efetivos e mais 10 substitutos. O quadro docente, herdado do Departamento de Computação do Instituto de Matemática, sofreu perdas expressivas. Além de aposentadorias, alguns professores decidiram ficar no IM ou ir para a Coppe. A direção espera, ao menos, recuperar os 54 efetivos que o antigo departamento possuía.
Hoje, o Instituto de Computação atende os alunos em quatro laboratórios, sendo um deles dividido com o Bacharelado em Ciências Matemáticas e da Terra. E há um conjunto de notebooks disponíveis que formam um “laboratório itinerante”. Mas é pouco. “Seria ideal termos outros dois laboratórios, pelo menos”, defende Carla. Um deles já está sendo montado voltado para ciência de dados e IA.

EMPOLGAÇÃO
Apesar de todos os problemas, a perspectiva de criação do curso empolga docentes do instituto. “Vejo essa área como uma das mais estratégicas e transformadoras do tempo que estamos vivendo”, afirma a professora Juliana França, integrante da comissão interna formada para discussão do curso. “Vemos um avanço absurdo da IA, já incorporada ao dia a dia das pessoas. A IA está profundamente integrada a diversos setores da nossa sociedade: saúde, educação, indústria, meio ambiente, segurança. E isso só tende a crescer”, completa.
Para a professora, o bacharelado vai permitir à UFRJ formar profissionais com uma base sólida para lidar com desafios técnicos, mas também com desafios éticos e sociais. “Espero que o egresso tenha uma sólida formação técnica, com domínio de fundamentos matemáticos, estatísticos, computacionais — o que é o esperado —, mas também espero que ele tenha compreensão crítica dos impactos éticos e sociais do uso dessas tecnologias. Realmente espero ver profissionais capazes de desenvolver soluções inovadoras, mas também responsáveis”, diz Juliana.

WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.20

WhatsApp Image 2025 07 16 at 17.51.09 3CULTURA O Boi Garantido, que rivaliza com o Caprichoso no Festival de Parintins, recepcionou os 313 docentes de 83 seções sindicais de todo o país na abertura do 68º Conad - Fotos: Eline Luz/AndesAlém do forte componente ambiental e da mobilização contra a privatização da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), o 68º Conselho (Conad) do Andes certamente ficará marcado como um “case” da exaustão da metodologia de debates e decisões nos conselhos e congressos do Andes. O encontro, realizado no campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus, reuniu 313 docentes de 83 seções sindicais, de 11 a 13 de julho. E gerou, de forma inédita, um consenso em torno da necessidade de mudança da metodologia que transforma conselhos e congressos do Andes em longas e cansativas provas de resistência.
As longas e exaustivas jornadas — os trabalhos começam às 9h e podem se estender até 23h59 — são uma prática recorrente do grupo que há décadas controla a direção do sindicato nacional. Mas foram alvo de severas críticas no 68º Conad. O auge se deu no sábado (12), quando a plenária da noite, que deveria ser dedicada à atualização dos planos de luta, teve de se debruçar sobre questões ainda pendentes — os chamados “cabides” — do congresso do Andes realizado em janeiro. A pauta central da plenária sequer foi apreciada.
A professora Elisa Guaraná, presidenta da Adur, chegou a apresentar uma questão de encaminhamento propondo a imediata suspensão da análise dos “cabides”, mas a sugestão não foi acatada pela mesa. A plenária chegou ao fim sem que todas as pendências do congresso fossem resolvidas. Na manhã do domingo (13), diante da insatisfação generalizada com a condução desta questão, grupos de oposição e da situação chegaram a um acordo e a análise dos “cabides” foi suspensa.
“Esse episódio expõe a exaustão desse método de trabalho dos Conads e dos congressos do Andes. Uma metodologia que não melhora a qualidade do debate e acaba virando uma prova insensata de resistência”, criticou a vice-presidenta da AdUFRJ, professora Nedir do Espirito Santo, integrante da delegação do sindicato ao 68º Conad. As críticas à metodologia dos encontros nacionais do Andes são recorrentes nos grupos de oposição à atual direção do sindicato nacional.

QUESTÕES AMBIENTAIS
Afora as críticas ao método, a defesa do meio ambiente teve destaque no 68º Conad. O principal alvo foi o chamado PL da Devastação, em tramitação no Congresso. O projeto (PL 2159/2021) altera as normas de licenciamento ambiental no Brasil e é um retrocesso. Entre as medidas propostas está o “autolicenciamento”, pelo qual empreendimentos podem obter licenças automaticamente, sem análise prévia por órgãos ambientais.
“Isso pode resultar em mais desmatamento, poluição e impactos negativos sobre comunidades tradicionais e áreas protegidas. Trazer o Conad para cá tem muito simbolismo. Devemos lutar por uma Amazônia livre do desmatamento criminoso, do genocídio dos povos indígenas, da mineração desenfreada e da brutal violência contra seus defensores”, defendeu a presidenta da Associação dos Docentes da Ufam (Adua), professora Ana Lúcia Gomes.
O PL também é criticado por não considerar a emergência climática e por ignorar a necessidade de consulta prévia a comunidades indígenas e quilombolas.
O encontro de Manaus marcou a posse da nova diretoria do Andes para o biênio 2025-2027. A gestão é encabeçada pelos professores Cláudio Mendonça (presidente), da UFMA, Fernanda Vieira (secretária-geral), da UFRJ, e Sérgio Barroso (tesoureiro), da UESB. A delegação da AdUFRJ ao 68º Conad foi composta por 15 docentes, tendo à frente à presidenta Mayra Goulart (delegada).
O encontro também aprovou as contas de 2024 do Andes e decidiu que o 69º Conad será realizado em São Luís (MA).

CANTOS, RIMAS E BATUQUES MOSTRAM A FORÇA DA AMAZÔNIA

WhatsApp Image 2025 07 16 at 17.51.09 4Foi difícil resistir ao apelo da menina Yará Sateré-Mawé. Aliás, foi impossível. Jovem cantora da etnia que primeiro desenvolveu o beneficiamento do guaraná, Yará separou a plateia em grupos por região e fez todos cantarem a “Farinhada” (Watynum U’i), de pé e batendo palmas, levando à plateia do 68º Conad um clima de alegria e emoção.
“Vocês gostam de farinha, não é? Então ajudem a gente a fazer a farinha?”, disse a cantora, com voz suave e marcante. Acompanhada pelo pai Natan (ao violão) e pela mãe Iaro e a irmâ Inara (na percussão), Yará proporcionou o momento cultural mais emblemático do encontro do sindicato nacional.
Sob a organização impecável da Adua, o 68º Conad trouxe às delegações de todo o país fortes expressões da cultura amazônica. Além do grupo Porating, formado por Yará e sua família, o encontro foi brindado com apresentações de maracatu, rap e toadas.
O grupo de maracatu Pedra Encantada, fundado em 2016, arrancou aplausos da plateia. Apadrinhado pela centenária Nação do Maracatu Porto Rico, fundada em 7 de setembro de 1916, o grupo trouxe canções do chamado “maracatu de baque virado”, que tem origem nos terreiros de candomblé. A força dos atabaques, gonguês e caixas fez os docentes ficarem de pé e acompanhar com palmas as canções.
O rapper W MC também não deixou ninguém ficar sentado. Com suas rimas de improviso que falam do cotidiano de um jovem de periferia em Manaus, o cantor expôs nos versos cantados o preconceito racial e as dificuldades de sobrevivência de boa parte dos brasileiros.
Já o grupo “Wotchimaücü”, da etnia ticuna, mostrou suas tradições culturais em forma de canto. O grupo foi formado em 2005 por indígenas de Tabatinga (AM) e hoje faz apresentações por todo o país.

WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.19Ainda não foi dessa vez que o Conselho Universitário aprovou a nova norma para as progressões e promoções dos professores. O tema estava na pauta da última reunião do Consuni, realizada na manhã de quinta-feira, 24. A decisão, no entanto, foi adiada porque o Conselho de Extensão, CEU, pediu a inclusão de ajustes na avaliação das atividades da área exercidas por cada docente. O pedido ocorreu na véspera do Consuni e os conselheiros concluíram que o tema deveria retornar para a Comissão de Legislação e Normas, CLN.
É a terceira vez que o assunto entra e sai de pauta. No Consuni do dia 12 de junho, houve solicitação de vistas do processo pelo professor Habib Montoya, representante de Macaé. Já na reunião de 10 de julho, os conselheiros decidiram que o parecer com as sugestões do docente fosse apreciado pela CLN.
A revisão da resolução tem como base uma decisão judicial favorável à AdUFRJ, do fim de 2023, para o retorno das chamadas progressões múltiplas. Ou seja, o texto do colegiado vai formalizar nas regras internas o que a sentença já garante: que o docente possa subir mais de um nível na carreira, se tiver mais de um interstício de trabalho para ser avaliado.
Mas há margem para outros aperfeiçoamentos. A AdUFRJ tem se empenhado para incluir na nova resolução a desburocratização dos processos internos de avaliação. “A AdUFRJ defende que documentos de conhecimento da universidade não precisem ser apresentados no processo de progressão”, argumenta a presidenta do sindicato, professora Mayra Goulart. “E que cada unidade determine quais documentos comprobatórios realmente importantes são necessários”.
Hoje, dependendo da unidade, até a portaria de admissão na universidade é requisitada para professores que já estão em níveis próximos ao topo da carreira. Ou seja, há Associados 4 precisando provar que estão na universidade há 20 anos.

MUDANÇA NO CALENDÁRIO
WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.19 6O fim do segundo período letivo dos cursos de graduação será em 20 de dezembro. O Consuni aprovou o novo calendário acadêmico e estendeu as aulas em uma semana em virtude do feriado do BRICS e recessos. Não haverá mudança apenas para os cursos da Faculdade de Medicina do Rio e da Medicina e da Enfermagem de Macaé, que já possuem uma duração maior. O cronograma do Colégio de Aplicação ainda está sendo discutido. O próximo Conselho de Ensino para Graduados (CEPG) vai avaliar eventuais mudanças nas datas da pós-graduação.
O professor Carlos Riehl, representante dos Associados do CCMN, recomendou que o calendário de 2026 seja discutido e aprovado até novembro, quando os servidores fazem a marcação de férias. “As pessoas têm que programar suas férias. E a gente não pode prever quando tirar férias se não sabemos quando vão começar as aulas”, ponderou.

BIBLIOTECA INTERDITADA
Mais um problema causado pela precária infraestrutura da UFRJ. Decano do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, o professor Flávio Martins informou que a biblioteca Eugênio Gudin está interditada. Após infiltrações causadas por chuvas, verificou-se o risco de desabamento de parte do teto do espaço, localizado no Palácio Universitário, na Praia Vermelha. A previsão é que as intervenções necessárias para a segurança dos usuários sejam realizadas até 3 de agosto.

NOVO PRÓ-REITOR
DE GOVERNANÇA
Fernando Peregrino é o novo pró-reitor de Governança da UFRJ, substituindo a professora Claudia Cruz. O nome foi aprovado no Consuni do dia 24.WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.19 5 Atendendo a um convite do reitor Roberto Medronho, o engenheiro levará para uma das áreas mais sensíveis da gestão a vasta experiência adquirida em diversos cargos administrativos: na Faperj, na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo do estado, na Finep e na Fundação Coppetec.

NOVA REVISTA DO CCS
A decania do Centro de Ciências da Saúde lançou, dia 14, a segunda edição da Revista do CCS. Produzida pela Assessoria de Comunicação e Divulgação Científica (Ascom/CCS), com apoio da Gráfica UFRJ, a revista aborda temas como inclusão e acessibilidade, educação para o futuro, pós-graduação, saúde única e biodiversidade. “Estamos muito contentes. A revista conta um pouco da história e do que está acontecendo no Centro de Ciências da Saúde”, disse o decano, professor Luiz Eurico Nasciutti. A publicação está disponível no site do CCS.

PESAR PELOS ALUNOS DA UFPA
Vários conselheiros manifestaram pesar pelo falecimento dos alunos da Universidade Federal do Pará que se dirigiam para o Congresso da UNE, em Goiânia (GO). O ônibus que levava os estudantes sofreu um acidente na rodovia BR-153, na altura da cidade goiana de Porangatu, na madrugada do dia 16. Uma carreta invadiu a contramão e atingiu o veículo da universidade.

SIAC EM SETEMBRO
A Semana de Integração Acadêmica (SIAC) será realizada entre os dias 22 e 26 de setembro.

TESES EM TRÊS MINUTOS
WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.19 7Estão abertas as inscrições para o concurso 3MT – 3 Minutos de Tese, voltado para pesquisadores de doutorado. Promovido pelo Fórum de Ciência e Cultura e pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2) da UFRJ, o 3MT é uma competição acadêmica em que estudantes de Doutorado da instituição apresentam sua tese em apenas três minutos, usando uma linguagem acessível para o público não especializado.
O objetivo é desenvolver habilidades de comunicação e permitir que os pesquisadores expliquem a importância de suas pesquisas de forma concisa e clara. “Esse 3MT vai permitir que nossos doutorandos sejam mais ouvidos, mais reconhecidos”, afirmou a coordenadora do FCC, professora Christine Ruta.
As inscrições vão até o dia 22 de agosto. Haverá prêmio de R$ 5 mil aos primeiros colocados. O edital e o formulário de inscrição podem ser acessados na página do Fórum de Ciência e Cultura ou da PR-2.

WhatsApp Image 2025 07 16 at 17.51.09 2Foto: Kelvin MeloAs licenciaturas estão em uma corrida contra o tempo. Uma resolução do Conselho Nacional de Educação torna obrigatória uma reforma curricular de todos os cursos da área até 30 de junho de 2026. Além disso, todos os estudantes que ingressaram nas licenciaturas desde 1º de julho de 2024 precisam se graduar pelo currículo novo.
Um seminário realizado nos dias 9 e 10 de julho no Centro de Tecnologia discutiu o assunto na UFRJ, que oferece 32 licenciaturas (três por EaD, 27 presenciais no Rio e duas presenciais em Macaé), envolvendo aproximadamente 14 mil alunos.
Para o professor Joaquim Silva, coordenador de Integração dos Cursos de Licenciaturas junto ao Complexo de Formação de Professores, o maior desafio será mudar a concepção das chamadas disciplinas de conteúdo específico. “Por exemplo, na química orgânica, disciplina que dou aula, não vou poder ensinar só os conteúdos como eu ensinaria para o bacharelado. Eu tenho que trabalhar com este futuro professor como ele poderá levar esses conteúdos para a escola”, afirma.
O docente considera essencial para esta reforma a criação de uma política institucional de co-docência — situação em que dois ou mais professores assumem uma atividade pedagógica, como uma aula ou uma oficina. “Da mesma forma que em um curso de Medicina, no qual os alunos têm interação não só com seus professores, mas com os médicos. Estamos trabalhando essa mesma concepção para a formação de professores”, afirma Joaquim. “Para formar os novos professores, a contribuição dos docentes da educação básica será muito importante. A gente entende que esse conhecimento é um saber produzido pelo professor na sua atividade profissional”.

ADAPTAÇÃO
Em novembro do ano passado, foi instituída na Faculdade de Educação uma comissão responsável pela elaboração de um Projeto Pedagógico que atenda às exigências das novas diretrizes curriculares para as licenciaturas — a faculdade é parceira das unidades na formação dos estudantes.
Nas últimas semanas, a comissão esteve em todos os Centros que oferecem licenciaturas para ampliar a discussão deste projeto. “O objetivo era apresentar o que estamos pensando para a formação de licenciandos”, informa a professora Ana Prado, coordenadora do grupo, que reúne representantes de todos os departamentos da FE, das coordenações de Licenciatura, Estágio e Extensão e um representante dos técnicos administrativos.
“Foram semanas intensas de apresentação. E foi muito positivo o seminário vir logo depois destes encontros”, avalia a docente. “Não é só uma discussão de carga horária. Para além disso, estamos pensando o que queremos enquanto formadores, o que nós queremos para as licenciaturas da nossa universidade, quais são nossas concepções. Estamos começando a trilhar um caminho que é muito potente”, conclui Ana Prado.
A professora Ana Lúcia Cunha, integrante da comissão da Faculdade de Educação, avalia a resolução de forma positiva. “É um texto que apresenta pontos muito interessantes, diferente da resolução do governo anterior que abria espaço para uma formação aligeirada dos profissionais”.
Mas não será mesmo uma adaptação fácil. Uma das principais mudanças da resolução diz respeito ao estágio curricular: antes concentrado nos períodos finais, agora precisará ocorrer desde o primeiro período dos cursos. “Do ponto de vista da formação dos docentes, é bom. Mas implica um rearranjo institucional muito grande”, diz Ana.
A comissão organizadora do seminário sobre as licenciaturas — formada por representantes do Complexo de Formação de Professores, da pró-reitoria de Graduação, da Faculdade de Educação, do CAp e do CEFET — prepara um documento que vai apontar as ações relativas à implementação da reforma e à instituição de política de co-docência. A ideia é divulgar o texto até o final deste mês.
A gravação do seminário pode ser acessada no canal do Complexo de Formação de Professores no Youtube.

Topo