A AdUFRJ participou do momento. Uma banquinha distribuiu materiais com instruções para a sindicalização e informações sobre convênios. O diretor Rodrigo Fonseca fez uma saudação. “Esse é um momento muito importante da vida de vocês. Vocês vão ver aqui na universidade o apreço às instituições públicas, a vontade de fazer com que nossa instituição cresça e seja cada vez mais inclusiva”. O professor aproveitou para apresentar a AdUFRJ. “Nossa associação teve um papel fundamental na luta contra a ditadura, antes de se tornar uma entidade sindical. Se estamos aqui, há muita contribuição da AdUFRJ”, disse.
As condições de trabalho e salariais também foram enfatizadas pelo dirigente. O semestre não começou em algumas unidades por falta de professores e por atrasos no pagamento a terceirizados. Outras aulas foram suspensas por falta d’água (veja na página 5). “Nós temos inúmeras dificuldades. A gente tem uma questão salarial importante e problemas de infraestraestrutura por conta de um orçamento insuficiente. Por outro lado, existe muita gente lutando para superar esses desafios”, afirmou. “Sindicalizem-se. Um sindicato só é forte e tem razão de existir com a participação de vocês”, concluiu.
A expectativa é a melhor possível. Eu sempre quis estar aqui. É uma grande realização, uma alegria! Eu estou encantada com as possibilidades de trabalho, para além da docência. Estar aqui como professora significa trabalhar com ensino, pesquisa e extensão. As possibilidades são enormes. Há ainda uma grande dificuldade de encontrar as informações sobre cada uma dessas coisas que nós podemos fazer. Logo que entrei, me filiei à AdUFRJ e tive boas orientações em relação a planos de saúde e convênios.
Fui muito bem recebida. Fazer parte do time é diferente. Estou muito encantada com a qualidade dos colegas professores e dos técnico-administrativos. Estou realmente muito feliz”.
ALINE ASSIS
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Sou de Santa Catarina. Muitos dos meus professores de lá são egressos da UFRJ. Acabei vindo para cá no pós-doutorado e acabei encontrando um ambiente muito promissor para a construção da minha carreira acadêmica.
Minha expectativa é a melhor possível. Temos grandes desafios. O que mais me preocupa é o índice muito baixo de efetivações de matrículas. É preciso encontrar formas de motivar esses jovens estudantes a ingressarem no ensino superior.
Trabalho com pesquisas na área de polímeros para aplicação biomédica e o Rio de Janeiro abre muitas possibilidades de parcerias com outras instituições de saúde e grupos muito consolidados, referências na área. É muito bom estar nesse ambiente pujante de pesquisa.
CAMILA GUINDANI
Escola de Química
Eu fiz graduação, mestrado e doutorado na UFRJ. Sou filha de Minerva. Esse concurso coroa minha trajetória acadêmica. É a continuidade de toda a minha formação. Meu pai é aposentado da UFRJ; e minha mãe, da UFF. Vi esses exemplos em casa, mas resolvi seguir as Humanidades. Estou muito feliz de estar aqui. Quero chegar logo em sala e encontrar os alunos.
Vivemos um momento muito importante de reconstrução do país. Todo mundo que está entrando agora tem o papel de recuperar a universidade naquilo que foi perdido nos últimos anos. A universidade precisa ser valorizada e esse governo ainda não está valorizando tanto quanto deveria. Devemos apoiar a expansão das universidades, mas também devemos brigar para manter de pé as que já existem.
EUGÊNIA MOTTA
Antropologia Cultural (IFCS)
Sou do Setor de Língua Portuguesa do Departamento de Letras Vernáculas da Faculdade de Letras e tenho expectativas muito positivas aqui na UFRJ. Já conheço a universidade, porque fui substituto aqui por dois anos.
A minha área, de História da Língua, é bastante valorizada na instituição e acho que vou conseguir crescer bastante na carreira, com o ensino, pesquisa e extensão, orientando estudantes tanto na graduação, quanto na pós-graduação.
Sou da USP. Quando cheguei aqui, fui positivamente surpreendido com a diversidade social e étnica do alunado. Isso enriquece muito as aulas e a vivência na universidade. Acredito que o SISU (Sistema de Seleção Unificada), as cotas e as políticas de permanência contribuem muito para essa diversidade.
WELLINGTON DA SILVA
Faculdade de Letras
Passei para uma vaga sorteada para cotas. Tive muito medo de fazer a autodeclaração porque sempre fui muito insegura com minha identidade racial. Falavam que eu não era negra, porque meus lábios não são grossos e minha pele não é retinta. Eu me sentia pressionada a alisar meu cabelo, mas não me sentia aceita entre as pessoas brancas.
Precisei ultrapassar muitas barreiras, pois vim da escola pública. Não existiam cotas ainda e eu não tinha dinheiro para me manter. Recorri a diversos auxílios até começar a Iniciação Científica. Foram muitas as batalhas. Era necessário ser a primeira para garantir as bolsas na pós-graduação. Creio que ocupar este espaço é muito importante para mostrar aos estudantes que eles também podem estar aqui.
CAMILA PALOMBO FERRAZ
Instituto de Química