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WhatsApp Image 2025 06 06 at 19.08.41 5A UFRJ é a melhor universidade federal do país de acordo com o Center for World University Rankings (CWUR), instituição independente que realiza pesquisas sobre a qualidade da educação superior no mundo. A universidade subiu impressionantes 70 posições em comparação com o ano passado. Saiu do 401º lugar para o 331º e ultrapassou a Unicamp, se tornando, assim, a segunda melhor universidade do Brasil. Ficou atrás apenas da Universidade de São Paulo.
A UFRJ chegou a ter melhor avaliação que a USP em relação a dois critérios: qualidade da educação, medida pela estrutura e sucesso acadêmico de ex-alunos, e excelência do corpo docente. A nota global, no entanto, não superou a da estadual paulista. A UFRJ obteve 76,5 pontos, de um total de 100, enquanto a USP, que ocupa a 118ª posição global, recebeu 81,5 pontos.
Em relação à América do Sul, a UFRJ também melhorou: saiu de 3ª para 2ª colocação na região ao desbancar a Pontifícia Universidade Católica do Chile, que no ano passado ocupava o segundo lugar no continente. O CWUR analisou 74 milhões de dados para classificar as universidades.
O desempenho não é por acaso, mas fruto de intensa dedicação e da qualidade da comunidade acadêmica. É o que avalia o reitor Roberto Medronho. “Estou muito feliz e orgulhoso. Esta vitória é resultado da excelência dos nossos docentes, técnico-administrativos e estudantes”, afirma. “Temos um corpo social altamente qualificado e que, com esforço, responde com excelência a despeito da gravíssima crise orçamentária e do subfinanciamento crônico que enfrentamos”, destaca o dirigente. “É estímulo para continuarmos trabalhando mais e melhor pela nossa universidade e pelo país”.
A professora Mayra Goulart, presidenta da AdUFRJ, concorda. “Certamente, a evolução da UFRJ tem direta relação com a excelência dos nossos colegas docentes, dos técnicos e estudantes”, avalia. “A comunidade acadêmica demonstra resiliência ao enfrentar os desafios orçamentários e de infraestrutura. O resultado expressa o quanto é importante mantermos a nossa instituição aberta, funcionando, respondendo aos desafios sociais do Brasil. Nós, professores, estamos fazendo a nossa parte”.WhatsApp Image 2025 06 06 at 19.08.40Fotos: Arquivo AdUFRJ/Fernando Souza
Os critérios avaliados foram: classificação educacional, empregabilidade de egressos, produção científica e qualidade do corpo docente. Este ano, foram avaliadas 21.462 instituições e duas mil foram listadas como as melhores do mundo. Dessas, 53 são brasileiras. A Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ) deixou de integrar a lista neste ano. O topo mundial segue ocupado por Harvard, que obteve nota máxima na avaliação.
Em pesquisa, um dos fatores levados em conta é o número de publicações de grande impacto. Segundo a Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2), nos últimos cinco anos, a UFRJ conseguiu publicar 26 artigos na Nature, 49 na Nature Communications e 26 na Science, que são os mais prestigiados periódicos de pesquisa do mundo. “Publicar nessas revistas é dificílimo. Requer uma colaboração internacional grande, há enormes exigências e termos esse número de artigos publicados é muito bom”, avalia o superintendente de Pesquisa, professor Felipe Rosa. “Mostra também nossa inserção internacional, uma vez que muitas dessas pesquisas e publicações aconteceram em colaborações internacionais”, celebra.

ORGULHO DE SER UFRJ
WhatsApp Image 2025 06 06 at 19.08.41 1O resultado da UFRJ espelha trajetórias como a do professor Rodrigo Nunes da Fonseca, pesquisador do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem), de Macaé. O docente foi reconhecido como um dos principais nomes da biologia evolutiva do desenvolvimento (Evo-Devo) pela revista científica internacional Journal of Experimental Zoology Part B: Molecular and Developmental Evolution. Rodrigo, que é diretor da AdUFRJ, foi destaque na prestigiada seção “In the Spotlight”, que reconhece cientistas produtivos e com trajetória de impacto na área.
A publicação ressalta o pioneirismo e a originalidade da carreira do professor, que é o primeiro cientista da área de Evo-Devo a aplicar essa abordagem ao estudo de artrópodes negligenciados, como mosquitos vetores de doenças tropicais e moscas negras.
O professor tem história pessoal e acadêmica inspiradora: de aluno da rede pública no Rio de Janeiro a referência internacional com passagens pela Universidade de Colônia, na Alemanha, e colaborações com grandes nomes da genética evolutiva.
Para Rodrigo, o resultado reforça a relevância da UFRJ na produção científica nacional e internacional, mesmo diante de sucessivos cortes e dificuldades. “Esse reconhecimento internacional me emociona profundamente, mas não é uma conquista individual — é fruto de um ambiente acadêmico fértil, colaborativo e comprometido com a excelência, como o que encontramos no Nupem e em toda UFRJ”, considera o professor.
“Estar entre os destaques de uma revista científica de prestígio é uma honra, mas fazer parte de uma universidade pública que transforma vidas diariamente é ainda mais significativo”, emociona-se Rodrigo. “A UFRJ prova que é possível fazer ciência de ponta com responsabilidade social, mesmo em um cenário de subfinanciamento crônico”, destaca. “Tenho muito orgulho de contribuir, a partir de Macaé, com a construção de uma universidade plural, democrática, inclusiva e socialmente referenciada”, afirma.
Larissa Pereira, estudante de Nutrição, recebeu com entusiasmo a notícia da melhora da nota da UFRJ. “Sou extremamente feliz por ser aluna da casa e tenho muito orgulho da minha trajetória. Esse resultado apenas reflete, de forma mais extensa, a minha experiência e a de muitos colegas meus”, acredita a estudante. “Tenho os melhores professores, muitos deles autores de livros de referência, coordenadores de estudos e de iniciações científicas famosas no Brasil e no exterior”, elogia.WhatsApp Image 2025 06 06 at 19.08.41 2
Com mais recursos, Larissa acredita que a universidade conseguiria alçar voos mais altos. “Muitas vezes, a falta de infraestrutura freia o potencial que toda a comunidade universitária tem. Vejo isso, também, por estudar no Centro de Ciências da Saúde e comparar as condições e ferramentas com outros centros e outras instituições”, lamenta. “Nem consigo imaginar o reconhecimento, a mais que a universidade receberia com orçamento adequado”.

Ranking reflete crise
O fenômeno alcançado pela UFRJ não é a regra se compararmos as avaliações das demais universidades brasileiras. A crise orçamentária que afeta as instituições de ensino superior parece ter se refletido na avaliação deste ano. Cerca de 90% das instituições do país perderam posições em 2025. A própria USP, que segue sendo a melhor do Brasil, caiu no ranking global. Saiu do 117º lugar para o 118º. A Federal de São Paulo perdeu 37 posições. Caiu do 580º para o 617º lugar.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul foi outra que perdeu posição. Deixou de ser a 464ª melhor para se tornar a 476ª. A UFMG também caiu: de 495º para o 497º lugar. O mesmo aconteceu com a Fundação Oswaldo Cruz, que saiu da posição 654 para a de número 668. Todas permanecem entre as dez melhores instituições de ensino e pesquisa do Brasil, mas em posições globais mais baixas que no ano passado.

Metodologia

Segundo o site do Center for World University Rankings, a instituição é a única que publica avaliações sem depender do envio de dados pelas universidades. A metodologia analisa dados em pesquisas sobre as instituições de ensino com indicadores agrupados em quatro grandes áreas.

Educação: com base no sucesso acadêmico dos ex-alunos de uma universidade, medido em relação ao seu porte (25%);

Empregabilidade: com base no sucesso profissional dos ex-alunos de uma universidade, medido em relação ao seu porte (25%);

Corpo Docente: medido pelo número de docentes que receberam as mais altas distinções acadêmicas (10%);

Pesquisa:
1. Produção de Pesquisa: medida pelo número total de artigos de pesquisa (10%);

2. Publicações de Alta Qualidade: medidas pelo número de artigos de pesquisa publicados em periódicos de primeira linha (10%);

3. Influência: medida pelo número de artigos de pesquisa publicados em periódicos altamente influentes (10%);

4. Citações: medidas pelo número de artigos de pesquisa altamente citados (10%).

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