Um grupo de familiares e estudantes do Colégio de Aplicação realizou, nesta segunda (23), um ato em frente ao muro do colégio, que desabou na madrugada do último domingo. "A gente está num país em que a gente não recebe o mínimo de apoio às escolas. Como a gente vai formar um mundo melhor sem escolas? Como que a gente vai formar um mundo sem que as crianças recebam o apoio necessário?", desabafou a estudante Sophia Mayumi, presidente do grêmio do Colégio de Aplicação.
Mãe de uma estudante do ensino médio, a pesquisadora social da UFRJ, Arlete Nery, criticou o subfinanciamento que torna mais difícil a manutenção da infraestrutura. "O orçamento federal está sequestrado. O muro está caindo, as salas estão com infiltração, o mobiliário precarizado, profissionais precarizados. É hora da população dar apoio".
O DESABAMENTO
A diretora da unidade, professora Cassandra Pontes, informou que toda a rua estava isolada pelo Corpo de Bombeiros. "Desde fevereiro temos monitorado o muro diariamente e ontem (sábado, 21) percebemos uma maior movimentação da estrutura. Acionamos a reitoria e os Bombeiros, que isolaram a rua de ponta a ponta", contou a professora. "Ao longo da madrugada, o muro foi caindo devagar. Felizmente não temos nenhum ferido", afirmou a diretora do colégio.
Na segunda, houve uma reunião com todos os professores e técnicos da escola para discutir a situação. "A reitoria reforçou a segurança, mas precisamos pensar em outras ações, já que a escola está exposta", explicou Cassandra. As aulas foram suspensas na segunda-feira.
A professora Maria Coelho, representante do CAp no Conselho Universitário, destacou a sorte de o acidente ter acontecido num momento em que não havia circulação de pessoas. "Era uma tragédia anunciada. Felizmente caiu de madrugada e durante um feriado prolongado. Até quando contaremos com a sorte?".
A cobertura completa estará no próximo Jornal da AdUFRJ.
Foto: Fernando Souza