Foto: Alessandro CostaA defesa da democracia e da soberania nacional foi a marca do ato de lançamento do Plebiscito Popular por um Brasil Mais Justo na UFRJ, na segunda-feira (18), no Centro de Tecnologia, na Cidade Universitária. Unidos por essa bandeira, representantes da AdUFRJ, APG, DCE Mário Prata e Sintufrj, além de parlamentares, se comprometeram a juntar esforços para encorpar a mobilização pelo fim da escala 6 x 1, pela taxação das grande fortunas e pela isenção de imposto de renda para os que ganham até R$ 5 mil mensais. No caso do Rio de Janeiro, o plebiscito inclui também o acesso público a água e saneamento.
Uma das falas mais aplaudidas foi a do vereador Rick Azevedo (PSOL), criador do movimento Vida Além do Trabalho (VAT): “O fim da escala 6 x 1 é uma necessidade urgente, assim como a taxação dos super-ricos. As pessoas estão aqui lutando e tentando provar que trabalhar seis dias consecutivos para ter apenas um dia de folga é errado! Há dias em que não vamos conseguir falar nem com cinco pessoas, mas há outros em que vamos falar com 50”.
Iniciada em 1º de julho, a votação do Plebiscito Popular é uma iniciativa de movimentos sociais, sindicais, estudantis e religiosos, além de partidos políticos do campo progressista, e os resultados serão entregues à Presidência da República, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal.
UNIÃO DE FORÇAS
Para a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, que representou o sindicato ao lado do professor Antonio Solé, o plebiscito é um instrumento de afirmação da soberania popular. “É um mecanismo direto de democracia previsto em nossa Constituição. O esforço desse plebiscito não pode ser só de consulta, mas de convencimento, de aproximação com a sociedade. Essa é uma iniciativa que é capaz de dialogar com as classes populares e reaproximar o campo progressista desses segmentos. Temos que arregaçar as mangas e conversar com a população”, convocou Mayra.
Na mesma linha, o professor Antonio Solé enalteceu a união de forças dos segmentos da UFRJ: “Essa união é fundamental, pois nossas pautas têm mais em comum do que de diferenças. Todos somos por jornada menos cruel para os trabalhadores, somos pela taxação dos milionários, pela isenção do IR para quem ganha menos. Todos somos contra o genocídio do povo palestino pelos sionistas. Somos pela reestatização de coisas estratégicas como a água. Nossos maiores adversários não são nossos companheiros que empunham bandeiras diferentes, mas sim o capital, na sociedade mais desigual do mundo, a imprensa golpista e os neocons produtores de fake news. Estamos juntos, na luta em todas suas formas”.
OCUPAR AS RUAS
O coordenador-geral do Sintufrj, Francisco de Assis, o Chiquinho, disse que o momento é de deixar de lado as divergências: “Essa ação deve ser única. Podemos ter leituras diferentes de conjuntura, mas temos a certeza de que a única forma de fortalecer as nossas ações é ocupar as ruas, dialogar com a sociedade. Juntos somos mais fortes”.
Representante da APG, Christopher Rocha ressaltou que a mobilização deve levar o corpo social da UFRJ às ruas. “Temos que debater essa ação com a comunidade da UFRJ, com os professores, técnicos e estudantes. Mas esse diálogo tem que ir além da universidade e dos movimentos sociais”, disse ele.
Coordenador-geral do DCE Mário Prata e aluno de Comunicação Visual/Design na EBA, Henderson Ramos lembrou que o fim da escala 6 x 1 é pauta primordial do movimento estudantil: “Aqui na UFRJ, muitos cursos são em horário integral e muitos estudantes trabalham. A escala 6 x 1 impede que a gente tenha a nossa formação completa”.
Em participação remota, o deputado federal Glauber Braga (PSOL) disse que o plebiscito proporciona algo valioso. “É a opção política pela rua. A gente só consegue avançar com essas pautas com muita mobilização popular, fora das articulações no Parlamento. Percorri os 26 estados e o Distrito Federal denunciando as tentativas de cassação do meu mandato. Posso dizer sem errar que o fim da escala 6 x 1 está nacionalizada, é uma agenda que entra com muita força. Assim como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Quando o povo é o protagonista dessa ação, a gente está no caminho correto”, disse ele.
A oportunidade de dialogar com a população foi também destacada pela deputada estadual Marina do MST (PT): “O plebiscito está nos proporcionando abordar o tema da unidade das organizações partidárias, sociais, sindicais, estudantis e populares. Essa unidade em torno do plebiscito facilita nossa organização em defesa de outras pautas e lutas urgentes. Ele está nos propiciando o debate sobre ações conjuntas desses movimentos em todo o país, abrindo um processo de diálogo com a juventude e com a classe trabalhadora”. Também participaram do ato representantes do PCB e da UP.