facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Negritude &…

Que história de racismo cabe no seu turbante? No mês da Consciência Negra, a UFRJ intensificou debates sobre história e representatividade negras. O Conselho Universitário anunciou a instalação da Câmara de Políticas Raciais no Fórum de Políticas de Pessoal para garantir projetos que assegurem a permanência de negros na universidade. Mas um caso de racismo contra uma professora lembrou que o problema persiste.

Participante de um evento acadêmico realizado no hotel Windsor Leme, a doutoranda do Instituto de Bioquímica Médica Tháyna Sisnande, negra, foi obrigada pela equipe do hotel a entrar pela porta de serviço e subiu no elevador junto com o lixo. “Vocês esperam que pessoas como nós estejam numa posição de servir, como os negros que se encontram servindo o café, tirando o lixo! Mesmo que eu fosse a entregadora de pizza! É desumano subir junto com o lixo!”, postou Tháyna, professora substituta da Faculdade de Farmácia, em suas redes sociais. O hotel se desculpou com a professora e prometeu investigar o caso. No IFCS, um debate contou a história do racismo no Brasil, e a presença do negro na TV foi discutida na Comunicação. No Sintufrj, deputadas negras eleitas ouviram sugestões da comunidade acadêmica, e uma oficina de turbantes ensinou mulheres e homens, negros e brancos, a amarrar resistência e cabelos com panos coloridos. “Não seremos mais interrompidas. Falaremos tudo, assim como Marielle Franco queria falar”, afirmou a deputada estadual eleita Mônica Francisco (PSOL-RJ) na roda de conversa do Sintufrj. Diretora de Raça e Gênero do sindicato, Denise Góes cobrou ação unificada dos coletivos negros da UFRJ para garantir direitos. O sindicato oferecerá um curso de história negra.

….Phodonas

Um dia, um renomado professor da UFRJ entrou no laboratório do Instituto de Bioquímica Médica onde a professora Débora Foguel dava expediente. “Professor, o Jerson não está”, Débora respondeu, referindo-se ao marido e colega de laboratório Jerson Lima Silva. O docente disse que queria falar era com ela, pois havia assistido à sua palestra e pretendia lhe propor colaboração. “Fiquei sem ação”, relembrou Débora Foguel, uma das convidadas do debate “PhoDonas”, realizado na Faculdade de Letras. Adriana Vianna, do Museu Nacional, e Esther Dweck, do Instituto de Economia, também compartilharam lembranças e análises sobre a experiência feminina na produção científica. Em comum, destacaram a necessidade de valorizar a produção de mulheres num ambiente dominado por homens. Esther brincou com o nome do evento: “A gente nunca acha que é uma dessas pessoas, mas é bom saber que estamos todas aqui”.

Topo