Tradição e inovação marcaram a semana de comemoração dos 172 anos da Escola de Música, entre 10 e 15 de agosto. O aniversário contou com debates e concertos virtuais em homenagem a grandes nomes da instituição, a mais antiga do gênero no país. Três expoentes da música brasileira foram homenageados: o pianista Henrique Oswald (1852-1931) e os compositores Alberto Nepomuceno (1864-1920) e Ernani Aguiar.
“Foi uma forma de mostrar e resgatar a produção desses mestres que tiveram atuação, inclusive, como gestores da Escola de Música, antes de ela fazer parte da UFRJ”, contou o diretor Ronal Silveira sobre a escolha de Oswald e Nepomuceno. O regente titular da Orquestra e professor da UFRJ, Ernani Aguiar, completou a lista por fazer 70 anos em 2020. “Achamos que era uma boa oportunidade de homenageá-lo, também como compositor e colega da casa”, explicou.
Apesar da longevidade, a Escola não é uma instituição velha ou ultrapassada, afirmou o diretor. “Esse momento de pandemia mostra que a Escola se renova, se adapta e procura apontar novas direções, especialmente travando diálogos com outras universidades e ouvindo também as instâncias da UFRJ”, observou Ronal.
Uma dessas trocas de ideias ocorreu logo na primeira noite da semana, quando diretores de outras escolas de música federais foram convidados a falar sobre a situação dos cursos na pandemia e no período posterior. “Para além de todas as contingências que a pandemia nos trouxe, uma das mais cruciais foi evidenciar de forma muito cristalina os problemas que já temos no dia a dia”, destacou o diretor da Escola de Música da UFBA, João Mauricio Brandão. “É uma realidade de muitas escolas de música nas universidades federais se abrigar em prédios com muitas limitações e dificuldades”, lamentou. “Se as instalações já são problemáticas em condições normais, nessa condição de pandemia e isolamento o problema aumenta exponencialmente”, afirmou.
ADESÃO INTEGRAL AO PLE
Com todas as dificuldades, a Escola de Música da UFRJ já se preparava para o ensino remoto há meses, contou o diretor. “Antes de começar o PLE, já estávamos atuando bastante de forma remota”, disse. “Quando a gente entrou na situação de pandemia, procuramos imediatamente manter o contato com os alunos em atividades extracurriculares”, completou Ronal, que montou uma comissão para oferecer suporte técnico aos professores que quisessem fazer o atendimento online de forma mais organizada.”Isso facilitou muito para o semestre que começa agora, em que a adesão dos professores foi de 100%”, afirmou.