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05WEB menor1143A comunidade acadêmica mantém pulsante o debate sobre o calendário acadêmico. Na última edição, o Jornal da AdUFRJ publicou uma compilação de nove proposições que foram formalmente apresentadas na reunião do Conselho de Ensino de Graduação, do dia 21. Como forma de contribuir ainda mais para a troca de ideias, a AdUFRJ organizou um debate na última quarta-feira (26) entre a PR-1 e quatro professores – um da Comunicação, um da Letras, um do CCMN e uma da Farmácia – todos coordenadores de curso ou diretores de graduação. Os quatro fizeram uma série de questionamentos à pró-reitora Gisele Pires, e citaram bastante o estado de exaustão vivido pelos docentes. Mais de 50 professores participaram do encontro.
As principais preocupações que nortearam a discussão foram a necessidade (ou não) de um calendário pautado no resultado do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), de 2021.1; o fato de o PLE ter sido elaborado como período facultativo; a necessidade de intervalos administrativos maiores entre os períodos; o curto tempo entre a decisão do CEG – marcada para 2 de setembro – e o início de 2020.1, programado ainda para setembro; e, principalmente, a sobreposição do PLE ao primeiro período de 2020.1.
A presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller, abriu a reunião. “O objetivo foi trazer a equipe da PR-1 para esclarecer dúvidas que surgiram a partir da divulgação da proposta e professores que estão envolvidos com a resolução do problema do calendário na universidade, pois podem fazer uma indagação qualificada para nos ajudar neste debate”, explicou. Eleonora aproveitou para solicitar à pró-reitoria os dados sobre adesão e início do PLE para subsidiar as discussões na universidade.
O professor José Ricardo França, do do Instituto de Geociências, lembrou do compromisso político estabelecido entre o CEG e a comunidade acadêmica, de que o PLE seria facultativo. “Tenho muitos alunos que não conseguiram vagas ou não aderiram por qualquer outro motivo, assim como professores que não aderiram. Temos aulas de campo que só poderão voltar com vacina. Falamos aos calouros para pegarem poucas disciplinas. Foi garantido que esse conteúdo seria reposto em 2020.1”.
A professora Mirian Moura, da Faculdade de Farmácia, apresentou alguns questionamentos relacionados à concomitância entre o PLE e 2020.1. O Centro de Ciências da Saúde não é favorável à sobreposição de períodos. “Farmácia e outros cursos do CCS tiveram alunos que não conseguiram vagas no PLE, mas estão inscritos em 2020.1. Teremos disciplinas que precisarão ser ministradas duas vezes. E este é um complicador da sobreposição”.
Já o professor Sandro Tôrres destacou cenário adverso vivido pelos estudantes da ECO. Pesquisa realizada pela direção da unidade indicou que 58% deles não estavam dormindo adequadamente e 30% afirmou que seus responsáveis financeiros perderam o emprego na pandemia. Vinte por cento têm depressão diagnosticada. “Por tudo isso entendemos que o fato de o PLE ser facultativo foi um acerto”. Ele defendeu a proposta da ECO, da qual foi o principal formulador. “Se todos os professores estão oferecendo disciplinas com carga máxima no PLE, como eles vão dar disciplinas para os calouros de 2020.1, num período simultâneo? Os calouros nem eram citados nas regulações do PLE. O foco eram só concluintes”, justificou.
Para o professor Diogo Pinheiro, o calendário proposto pela PR-1 é “inexequível”. A Faculdade de Letras tem 26 cursos.
“Temos 4.304 alunos de graduação. O volume de trabalho é brutal em todas as etapas de preparação de um período letivo. Concomitância e intervalo inferior a 20 dias entre os semestres tornam impossível a execução deste calendário”, criticou. Ele também fez um desabafo sobre o excesso de trabalho para implantação do ensino remoto. “Estamos exaustos! Não aguentamos mais trabalhar de domingo a domingo, 12 horas, 14 horas por dia. Estamos cansados fisicamente, emocionalmente e mentalmente”.

Veja algumas questões feitas pelos debatedores e as respostas da pró-reitora e de seus dois assessores, professores Bruno de Paula e
Marcelo de Pádula

Por que a pressa para o SiSU 2021.1?

Gisele Pires - “Nós temos prazos a cumprir e todo semestre a universidade faz sua manifestação de interesse e depois sua adesão ao SiSU para o semestre posterior. São absolutamente normais, naturais, dentro da rotina administrativa da UFRJ esses prazos, que se repetem duas vezes por ano”.

Por que o PLE não se torna 2020.1?

Gisele Pires - “Porque esta proposta não chegou ao CEG. A PR-1 não está atropelando as decisões do Conselho de Ensino de Graduação. O colegiado acordou que todo o conteúdo ministrado no PLE migraria para 2020.1. Já que todo o conteúdo será transferido para 2020.1, não haverá nenhum problema para o professor que ofertou disciplinas com quantidade de vagas adequadas no PLE, pois essas disciplinas não serão ofertadas em 2020.1”.

Por que definir 2020.2 com antecedência?

Gisele Pires - “2020.2 é muito importante para nós, por uma questão acadêmica, mas também por uma questão social. Diariamente chegam solicitações à PR-1, dúvidas sobre quando iniciará o período acadêmico. Pais querendo saber quando podem fechar um contrato de aluguel para seus filhos que vêm de outras cidades e estados. A universidade tem o compromisso social de dar uma resposta a essas pessoas”.

Teremos novas inscrições para 2020.1?

Marcelo de Pádula - “2020.1 será realizado com inscrições já finalizadas no início do ano, somadas às inscrições não contempladas no PLE”.

Haverá sobreposição de disciplinas?

Marcelo de Pádula - “Caso o estudante traga uma disciplina que está cursando no PLE para 2020.1, vai prevalecer a que ele está cursando no PLE. Não haverá situações em que o aluno irá cursar a mesma disciplina duas vezes”.

Como trabalhar com períodos concomitantes?

Marcelo de Pádula - “Vamos priorizar, para os próximos períodos, aulas assíncronas”.

O Siga não está fazendo o destrancamento voluntário de matrículas e os estudantes permanecem irregulares. O que fazer?

Marcelo de Pádula - “Matrícula trancada será convertida em matrícula normal e a nota poderá ser incorporada ao PLE e, posteriormente, pode ser adicionada em 2020.1”.

Professores que estão oferecendo a integralidade das matérias no PLE seriam prejudicados com semestres sequenciais?

Bruno Souza de Paula - “Estamos numa posição de minimizar as perdas. Opção de concomitância visa buscar um meio termo e não prejudicar tanto as unidades que lidaram com o PLE como um semestre regular, nem as unidades que lidaram com o PLE como um semestre adicional”.


Participaram do encontro os professores:
• Gisele Pires
(pró-reitora de Graduação)
• Marcelo de Pádula
(superintendente da PR-1)
• Bruno Souza de Paula
(assessor da PR-1)
• José Ricardo França
(Instituto de Geociências)
• Mirian Moura
(Farmácia)
• Sandro Tôrres
(Comunicação)
• Diogo Pinheiro
(Letras)


O debate completo está disponível na TV AdUFRJ, no link: https://youtu.be/NJhcW4kkIqk.

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