facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WhatsApp Image 2020 10 29 at 16.32.59

Silvana Sá
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

O Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRJ foi apresentado para as entidades que fazem parte do FORMAS – Fórum de Mobilização e Ação Solidária –, que reúne AdUFRJ, Sintufrj, DCE, APG e Attufrj. O encontro aconteceu com representantes da Pró-reitoria de Planejamento e Finanças. O PDI passa por consulta pública, na qual integrantes da comunidade acadêmica e da sociedade civil podem dar sugestões de acréscimos e mudanças ao texto. O prazo para contribuições vai até 13 de novembro, pelo site pdi.ufrj.br.

Com mais de 400 páginas, o documento detalha todo o planejamento da universidade até 2024. O útimo PDI da UFRJ foi formulado em 2006, vigorou até 2011 e não foi mais atualizado. “O PDI é um requisito obrigatório na avaliação e revalidação de cursos. Essa ausência já vem trazendo prejuízos para a UFRJ”, explicou o pró-reitor de Planejamento e Finanças, professor Eduardo Raupp. “Uma das questões com a qual a gente havia se comprometido era que logo que assumíssemos (a reitoria) produziríamos um novo PDI. Mas veio a pandemia e transformou toda a realidade”.

A consulta virtual acabou sendo uma imposição provocada pela crise sanitária da covid-19. “Pensamos em formas de estimular a participação da comunidade acadêmica. Daí surgiu a ideia da consulta pública”, contou Raupp. “Já há cerca de 70 participantes, com muitos comentários e contribuições ao documento”, disse. A consulta foi aberta no dia 13 de outubro.

A partir da aprovação do documento, a reitoria pretende fazer atualizações constantes. “Planejamos um sistema próprio de monitoramento da execução do PDI, que vai permitir que sejam feitas as atualizações das metas e verificar o que foi alcançado. A ideia é que haja sempre uma ampla participação de toda a universidade”, garantiu o pró-reitor. As unidades acadêmicas também serão incentivadas a desenvolverem seus próprios planos de desenvolvimento.

De acordo com Maria de Fátima Bruno, superintendente de Planejamento, as sugestões recebidas serão estudadas e o que não for incorporado ao documento será formalmente justificado. “Nossa preocupação é que haja a maior participação possível e que a versão, já com as contribuições incorporadas, seja apresentada para deliberação do Conselho Universitário em dezembro”, disse. Pelo cronograma oficial, a discussão deve chegar ao colegiado em 10 de dezembro.

Presidente da AdUFRJ, a professora Eleonora Ziller observou que o maior desafio não é escrever um novo PDI. “A UFRJ precisa parar de fazer PDI só para cumprir tabela. Nosso maior desafio não é aprovar o documento, mas mudar uma cultura institucional sobre o planejamento estratégico, sobretudo para ser medida e avaliada permanentemente”, afirmou. “É importante que todos participem deste processo”.

O professor Pedro Lagerblad, diretor da AdUFRJ, sugeriu que fosse incorporada a melhoria da estrutura, treinamento e equipamentos da Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST). “Docentes novos não conseguem ter seus pedidos de insalubridade examinados porque não há equipamento e capacidade técnica para essa avaliação”, reclamou. “No meu laboratório, entre 30% e 40% não têm insalubridade, mas seria preciso que todos tivessem”.

Joana de Angelis, diretora do Sintufrj, concordou. “Existe uma dificuldade de entendimento sobre o que é um ambiente insalubre, além da falta de pessoal, da falta de capacitação e de materiais”, disse. Ela também sugeriu que o PDI considere plano de carreira dos técnicos-administrativos nas ações voltadas ao segmento.
A estudante Antônia Velloso, do DCE Mário Prata, destacou a preocupação com a inclusão de pessoas com deficiência. E sugeriu que o documento aborde melhor a associação entre a permanência estudantil e o planejamento acadêmico da universidade. “Inclusive a residência estudantil precisa sair da estrutura da PR-1 (Pró-reitoria de Graduação) e ser incluída na PR-7 (Pró-reitoria de Políticas Estudantis), já que é um item de assistência”, opinou.

Para o vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha, a universidade precisa “retomar o horizonte de planejamento de médio e longo prazos”. “Queremos que o PDI seja um instrumento político que reúna a comunidade acadêmica. Não pode ser um instrumento de gestão. Definitivamente, este não é um PDI da Denise e do Fred”, afirmou.
Perguntado sobre como garantir que o planejamento será executado com a perspectiva de cortes cada vez mais acentuados no orçamento da UFRJ, o vice-reitor fez uma comparação. “O que ocorreu em outros momentos da história da universidade foi trabalhar com a hipótese de que não teríamos problemas financeiros. Desta vez, partimos de uma realidade de fortes restrições orçamentárias, o que nos permite planejar e determinar metas muito mais realistas”.

Topo