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WhatsApp Image 2023 03 30 at 20.18.47 2ADUFRJ PRESENTE: Mayra falou aos novos colegas sobre o sindicato - Fotos: Fernando SouzaIgor Vieira

Eles são professores e são calouros. Estudaram, estudaram e estudaram, fizeram graduação, mestrado e doutorado. Pesquisaram, escreveram, vararam dias e noites se preparando para o concurso de docência na maior universidade federal do país. O esforço foi recompensado numa cerimônia simples, mas carregada de simbolismo, nesta última quinta-feira (30), na Cidade Universitária. Ali, na Sala do Conselho Universitário, dez docentes assinaram o contrato de professor permanente da universidade.
“Entrar na UFRJ é um sonho”, resumiu Juliana Trindade, 30 anos, professora da Engenharia Civil, lotada em Macaé. “Vou dar aula de estruturas de concreto e estou muito feliz porque dar aula na universidade sempre foi meu principal objetivo”, completou a jovem docente, ao lado da mãe e do pai. “Eles me surpreenderam, não imaginei que viriam aqui”.
A AdUFRJ também foi à cerimônia dar boas-vindas aos colegas. “Parabéns por ingressarem na universidade. Mesmo para quem já dava aula antes, é um dia emocionante. Eu me transferi da Rural, mas o sentimento foi o mesmo”, resumiu Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ, que aproveitou o encontro para apresentar o sindicato aos jovens professores.
“O sindicato é um espaço de acolhimento e proteção, com a oportunidade de amizades na vida adulta e acadêmica”, disse Mayra. “A AdUFRJ disponibiliza ainda serviço de proteção jurídica e descontos em planos de saúde. Temos um sindicato forte e atuante”, explicou Mayra Goulart, esclarecendo as condições de filiação para os novatos.
Os professores calouros podem se filiar sem pagar a contribuição durante dois anos, e pelos dois anos seguintes a taxa é de 0,4%, em vez dos 0,8% cobrados atualmente.
“Os professores têm que plantar uma semente de inspiração nos alunos. São os alunos que vão construir o Brasil do futuro”, resumiu Roberto Tarazi, 40 anos, novo professor de Biologia e Biotecnologia Vegetal, do campus de Duque de Caxias. “Estou muito feliz, tenho vocação para ensinar”.

DEPOIMENTOS

WhatsApp Image 2023 03 30 at 20.18.47 4foto: acervo pessoalCAMILA AZEVEDO SOUZA
Instituto de Química (Macaé)

Estou muito feliz de ser professora universitária, e mais ainda por ser da UFRJ, é uma honra imensa. Vou lecionar “Educação Brasileira” na licenciatura do Instituto de Química em Macaé. Toda a minha trajetória foi em educação pública. Fiz a graduação em Pedagogia na Universidade Federal de Juiz de Fora, no meu estado de Minas Gerais, e mestrado e doutorado na UFF. A escolha do curso foi motivada pelos professores da minha vida escolar, que foram referências. Logo na graduação me encontrei no grupo de pesquisa, e entendi a questão ético-política da formação de professores. Quero dar o retorno social e estou feliz em agregar forças à universidade pública, que sofreu com todos os desafios do desmonte do governo anterior, mas que segue firme. O sentimento se resume na frase do filósofo italiano Antonio Gramsci: “Temos que ter o pessimismo da razão e o otimismo da vontade”.

 

WhatsApp Image 2023 03 30 at 20.18.47 3Foto: Fernando SouzaVINICIUS BOUCA
MARQUES DA COSTA
Instituto de Matemática

Sou cria do Fundão: fiz graduação, mestrado e doutorado. Agora volto como docente, um sonho de criança. Queria ser professor de escola. Mas, ao ingressar na universidade, me apaixonei pelo mundo da docência universitária e da pesquisa. Farei parte do Instituto de Matemática, e vou ensinar Cálculo IV para as engenharias. Professor novo não tem muita escolha, mas, para mim, não é um problema: ensinei essa matéria no Cefet de Nova Friburgo. Fui professor substituto da UFRJ durante o meu doutorado, onde lecionei Matemática II para a Economia. Agora, três anos depois de terminar meu doutorado, é o momento de celebração da vitória de entrar no corpo docente da maior universidade do Brasil. Admito que sou suspeito para falar porque nutro paixão e carinho pela UFRJ, mas é verdade. Volto para a universidade com energia para devolver tudo o que aprendi lá, tanto da minha área quanto de outras áreas da vida.

 

WhatsApp Image 2023 03 30 at 20.18.47 6Foto: acervo pessoalROBERTO TARAZI
Biologia e Biotecnologia
Vegetal (Caxias)

Sempre fui apaixonado pela Ciência e por ensinar às pessoas coisas novas, é uma vocação. Trabalhei em duas multinacionais, com o desafio de reduzir a quantidade de agrotóxicos utilizados no algodão. O método era usar os próprios genes de resistência das plantas, pois fiz graduação e mestrado em Biologia na UFSC, em minha cidade, sempre pensando no meio ambiente e na sustentabilidade. No mestrado, estudei a Mata Atlântica e, no doutorado, o cerrado, na USP, além do meu pós-doutorado em Ilhéus, na Bahia. Fui professor visitante lá, e depois da iniciativa privada, fui professor substituto da UFRJ, no CCS. Estou muito ansioso para lecionar como professor efetivo. Quero conhecer os alunos e fazer com que eles se empolguem e se desenvolvam como acadêmicos e profissionais, porque acredito que nossas ideias são sementes que podem germinar nos alunos, que são a força motriz do futuro, vão desafiar o status quo e mudar o Brasil. Nós professores temos que ensinar os alunos para a vida.

 

WhatsApp Image 2023 03 30 at 20.18.47 5Foto: Fernando SouzaJORGE FELIPE MARÇAL
Biologia (Colégio de Aplicação)

Eu tive toda a minha trajetória acadêmica na UFRJ, da graduação ao doutorado, na área da Biologia. Agora vou ensinar essa matéria para o ensino médio, no Colégio de Aplicação, que foi onde fiz meu estágio obrigatório. Não é nada novo, tivemos um período difícil, com ensino remoto por conta da pandemia, as coisas estão voltando ao normal. Mas temos muitos desafios pela frente, com a sede do CAp no Fundão fechada e as aulas transferidas para a Lagoa. Também temos outros desafios para a educação, como a recente tragédia em São Paulo, que é fruto da política armamentista alimentada mesmo antes do governo Bolsonaro, e também uma desvalorização do próprio trabalho da educação. Precisamos de um enfrentamento político, tanto na escola quanto na sociedade. A minha vaga existe graças à luta do coletivo que ajudo a construir, o Coletivo de Docentes Negras/os da UFRJ, por conta das vitórias conquistadas na aplicação das cotas raciais da UFRJ. As aulas já estão acontecendo, mas estou muito animado para entrar lá amanhã de manhã como professor efetivo de forma oficial.

 

WhatsApp Image 2023 03 30 at 20.18.47 7Foto: Fernando SouzaJULIANA TRINDADE
Centro Multidisciplinar de Macaé

Eu sou de Campos dos Goytacazes e cursei a Universidade Estadual do Norte Fluminense. Entrei no Serviço Público em 2020, na pandemia, no Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), em que vou pedir vacância. Sou engenheira civil e vou lecionar na área de Estruturas. Serão três matérias: Estruturas de Concreto, Projetos de Sistemas Estruturais, e outra que ainda não está definida. Estou tranquila, pois já dou essas matérias no IFES, tanto para a graduação quanto para o nível técnico. São poucas diferenças de ementa. Mas quanto à UFRJ, estou muito feliz de ter entrado. O Instituto Federal não é ruim de trabalhar, mas a universidade federal sempre foi meu objetivo, e agora o realizei, e ainda posso morar mais perto da minha cidade natal. Eu fiz uma viagem muito longa para estar presente na cerimônia e encontrei os meus pais aqui, me esperando, foi uma ótima surpresa. Tive contato com os professores porque fui substituta da UFRJ em 2017, então conheço alguns deles, mas agora é diferente porque estou como efetiva, e muito feliz.

 

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