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Diferentes trajetórias e um sonho em comum finalmente realizado: ser professor da UFRJ. Cinco docentes empossados nos primeiros dias de 2024 falaram ao Jornal da AdUFRJ sobre suas trajetórias acadêmicas e expectativas para a carreira que acabam de iniciar.
Janaína Ferreira veio do Sul do país para reforçar o quadro da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis e ainda está se acostumando à cidade e aos problemas da universidade. No dia da posse, o sistema da UFRJ caiu. “No entanto, isso não diminuiu em nada a minha emoção e felicidade de iniciar a carreira “, afirma.
Andréa Parente, por sua vez, fez toda sua formação na Escola de Química, desde a graduação. Sua primeira experiência em sala de aula, como professora substituta, também aconteceu na unidade. “Faz muito sentido estar neste lugar e continuar o ciclo”, diz. “Acho que uma vez em sala de aula, a gente não larga mais”, brinca.
A ansiedade para dar as primeiras aulas como efetivo é uma sensação que todos parecem compartilhar. “Estou bastante ansioso e animado para o começo das aulas”, reforça Bóris Maia, da Faculdade de Educação. “A UFRJ sempre foi uma universidade de referência não só para mim, mas para o país inteiro”, completa.
O prestígio da maior federal do país é geral. “A posse significou a concretização de um antigo sonho, que é a possibilidade de atuar profissionalmente em uma universidade pública de reconhecida qualidade”, informa Tadeu Morato, do Instituto de Relações Internacionais e Defesa.
A possibilidade de retribuir para outras pessoas a formação recebida no ensino público é o que motiva Talis Uelisson, do Instituto de Química, que resume em uma frase o depoimento de todos os colegas. “Agora tenho o emprego dos meus sonhos”.

 

WhatsApp Image 2024 01 26 at 13.25.37 3Sou engenharia química formada pela Escola de Química, em 2011, onde também fiz mestrado e doutorado, de 2012 a 2019. É uma situação de volta para casa, no melhor sentido. Faz muito sentido estar neste lugar e continuar o ciclo.
Fui professora substituta na UFRJ, de 2014 a 2016. A primeira experiência em sala de aula marca muito a gente. Eu me lembro da empolgação e do nervosismo. E da sensação de gostar disso. Acho que uma vez em sala de aula, a gente não larga mais. Neste semestre, vou dar matéria sobre controle de processos para alunos do fim do curso e também vou dar metodologia científica, para os calouros. Será muito legal dar matéria para os dois “cenários”: o de pessoas entrando e o de gente já se formando.
Na pesquisa, vou seguir estudando o uso de inteligência artificial na detecção e predição de falhas em processos químicos. Por acaso, a IA está numa onda agora, mas já pesquiso isso há quase dez anos, desde o doutorado. Se a gente consegue fazer isso, a gente evita dano ao meio ambiente, perda econômica e perda de tempo.
A extensão é algo que estou mais curiosa para fazer. Tenho uma inspiração do pós-doutorado que fiz na PUC, onde havia um projeto de ensinar linguagem de programação Python para adolescentes da Rocinha. Será que a gente na UFRJ, perto da Maré, consegue fazer algo semelhante?

ANDRÉA PARENTE
Escola de Química

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Cursei Ciências Sociais na UFF, de 2008 a 2011. Fiz mestrado e doutorado também na UFF, em Antropologia, de 2012 a 2019. E, desde a graduação, comecei a estudar o campo da educação dentro da perspectiva das ciências sociais e, particularmente, da Antropologia.
No pós-doutorado, desenvolvi e participei de projetos que investigam a relação entre escola e violência, especialmente em escolas públicas do Rio de Janeiro, que são meu foco. Quais são os conflitos mais recorrentes? Como são administrados? Do ponto de vista da pesquisa, esse é um campo que considero muito importante para pensar a educação no Brasil. A situação aflige os professores e os estudantes e ganhou expressão mais dramática com os recentes atentados nas escolas. Precisamos ter políticas públicas atentas a esses fenômenos.
Neste semestre, darei três disciplinas: duas de fundamentos sociológicos da educação e educação e trabalho, na Praia Vermelha e no Fundão. Ainda na UFF, fui professor substituto durante a pandemia, mas apenas no remoto. Por isso, estou bastante ansioso e animado para o começo das aulas.
Espero que dê tudo certo. A UFRJ sempre foi uma universidade de referência não só para mim, mas para o país inteiro. Conheço vários professores da casa e já participei de muitos eventos aqui. É um momento de alegria muito grande.

BÓRIS MAIA
Faculdade de Educação

 

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Fiz toda a graduação e pós-graduação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Minha trajetória acadêmica começa quando percebo que minha vida profissional não seria em escritórios ou empresas, mas vinculada à educação. É onde me sinto acolhida e onde consigo transmitir meus conhecimentos e habilidades de modo mais completo e significativo.
Minha primeira experiência profissional na educação foi como professora substituta na UFSC em 2018 e, depois, na Universidade Positivo, em Curitiba, em 2020. No ano seguinte, trabalhei como colaboradora na Universidade Estadual do Paraná, em Campo Mourão. Como atuei em vários lugares, com culturas e pessoas diferentes, tive que aprender a me adaptar. Depois dessa jornada de aprendizado, acho que a UFRJ veio para mim como um presente.
Vou lecionar sobre análise econômica financeira e aspectos contábeis de instituições financeiras no período da noite, no campus Fundão. Na pesquisa, minha área é contabilidade financeira, e como assumi o concurso na parte de instituições financeiras e seguradoras, pretendo me aprofundar neste tema.
Estou no Rio há uma semana. Estou adorando a cultura. As pessoas são muito calorosas. A parte ruim é que é tudo mais caro e estou apavorada com o calor (risos). Me orgulha muito fazer parte de uma instituição de excelência como a UFRJ.

JANAÍNA FERREIRA
FACC

  

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Grande parte da minha formação ocorreu em São Paulo. No final do doutorado, devido a questões familiares e ao desejo de focar na carreira acadêmica, acabei me mudando para o Rio de Janeiro. Assim que cheguei, em 2018, consegui atuar como professor colaborador na graduação de Relações Internacionais da UFF. No ano seguinte, recebi uma bolsa de pós-doutorado da Capes para desenvolver uma pesquisa sobre as Forças Armadas brasileiras em processos contemporâneos de estabilização/pacificação, como forma de identificar e problematizar possíveis sinergias entre a segurança pública, defesa nacional e segurança internacional. Com a minha entrada na UFRJ, pretendo não apenas aprofundar minhas pesquisas nessa mesma temática, como também analisar outros processos de pacificação para além da experiência brasileira. Além das disciplinas que irei lecionar (já me atribuíram duas obrigatórias), gostaria de estruturar um projeto de extensão de educação e divulgação científica a respeito de temas centrais para as graduações vinculadas ao IRID (Relações Internacionais e DGEI — Defesa e Gestão Estratégica Internacional). Estou extremamente animado para iniciar minhas atividades. A posse significou a concretização de um antigo sonho, que é a possibilidade de atuar profissionalmente em uma universidade pública de reconhecida qualidade.

TADEU MORATO MACIEL
Instituto de Relações Internacionais e Defesa

  

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Não esperava ser professor da UFRJ, mas, de alguma forma, a vida sempre me trouxe para cá. Fiz curso técnico no Instituto Federal do Rio de Janeiro, em Nilópolis, minha cidade natal e onde continuo morando, mas estagiei e trabalhei no Ladetec (Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico), no Fundão, de 2008 a 2010. Em 2012, ingressei na Licenciatura em Química do IFRJ, em Nilópolis novamente, mas depois fiz mestrado e doutorado aqui no Instituto de Química, de 2016 a 2022. Já de 2021 a 2023, fui substituto na Rural, o que consolidou minha vontade de ser professor. Agora tenho o emprego dos meus sonhos.
Na pesquisa, vou continuar com o trabalho iniciado na pós-graduação de desenvolver cálculos para tentar explicar certos fenômenos em química inorgânica. Na graduação, no primeiro período, vou pegar duas disciplinas de Química Geral I, no período da noite. A existência dos cursos noturnos é fantástica, pois possibilita aos alunos que trabalham o acesso a uma educação superior de qualidade em uma universidade pública. Também cursei o noturno e talvez ajude nessa interação com os alunos o fato de eu ter passado pelas mesmas dificuldades. A formação que tive foi proporcionada pelo ensino público, tanto pelo IFRJ como pela própria UFRJ. Agora terei a chance de retribuir, ajudando a formar outras pessoas.

TALIS UELISSON DA SILVA
Instituto de Química

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