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WhatsApp Image 2025 07 16 at 17.51.09 7Foto: Eline Luz/AndesSe houve no 68º Conad um tema dominante nos debates para a atualização dos planos de lutas nacional e setoriais do Andes certamente foi movimento de resistência à privatização da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Dois projetos de lei do governo ultraliberal do governador Romeu Zema (Partido Novo) — 3.733/2025 e 3.738/2025 — cogitam colocar à venda os imóveis da universidade, com “descontos” de até 45%. Além disso, as propostas sugerem que a gestão da UEMG seja transferida para o governo federal.
As medidas foram enviadas à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, mas ainda não entraram em pauta. Elas se encaixam na proposta geral de adesão do governo mineiro ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag) à União, uma alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal. Estima-se que a dívida de Minas com a União seja de R$ 165 bilhões. De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da UEMG, professor Túlio Lopes, a suposta “federalização” é apenas um verniz para a tentativa de privatizar a universidade. “Estivemos em Brasília e confirmamos que não há qualquer projeto de federalizar a UEMG. O que o governador quer, no fim de seu mandato, é vender o patrimônio de Minas Gerais”, afirma Túlio Lopes (veja entrevista com o presidente da ADUEMG ao lado).
Além da UEMG, estão na alça de mira de Zema a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimonte) e companhias estaduais, como a Cemig e a Copasa.
Vários discursos no 68º Conad defenderam a necessidade de ampliar a campanha “UEMG: quem conhece, defende!”, incluive com apoio financeiro e jurídico do Andes. O objetivo da mobilização é que os decretos sejam revogados e nem cheguem a iniciar a tramitação na Assembleia Legislativa, onde o governo Zema tem folgada maioria.

ENTREVISTA

“É uma frente única. E com a nacionalização da nossa luta, iremos impor uma derrota a Zema”

TÚLIO LOPES
Presidente da ADUEMG

Jornal da AdUFRJ: Que apoios a campanha em defesa da UEMG já conseguiu?
O Conselho Universitário da UEMG se posicionou pelo arquivamento dos dois projetos. Temos o apoio do bloco Democracia e Luta, formado por PT, PSOL, PV, PCdoB e Rede, além de deputados do campo da direita. Estão conosco a SBPC, várias associações docentes, a UNE, a ANP, o MST, o MAB. Queremos o arquivamento, não vamos aceitar a tramitação.

E se o governo conseguir a tramitação?
Aí nós vamos deflagrar uma greve geral por tempo indeterminado. É a primeira vez na história recente do Brasil que há uma ameaça deste porte de fim da autonomia universitária. Também houve uma mobilização nas câmaras municipais, nas cidades onde temos a UEMG. A UEMG não está só em Belo Horizonte, ela foi criada em 1989 e hoje está presente em 22 unidades. Dos nossos 22 mil alunos, 15 mil são no interior.

Qual a ameaça para os docentes?
Temos 1.700 docentes, sendo 1.100 efetivos. Caso o projeto avance, teremos 600 demissões de contratados. Isso causa uma comoção muito forte. É uma situação grave, e nós não queremos soltar a mão de nenhum trabalhador ou trabalhadora. Nós venceremos essa batalha. Temos o apoio de toda a comunidade no estado. É uma frente única. E com a nacionalização da nossa luta, iremos impor uma derrota a Zema.

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