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WhatsApp Image 2025 08 12 at 18.55.20 2Foto: ARTUR MOÊS (CCS/UFRJ)Na área de Ciências de Alimentos e Nutrição, o livro vencedor do Jabuti Acadêmico foi “Nutrição Inclusiva: Diversidade e Inclusão em Alimentação e Nutrição”, de Aline Alves Ferreira, Thaís Lima Dias Borges e Ursula Viana Bagni. Aline é docente do Instituto de Nutrição Josué de Castro, da UFRJ, desde 2013. A obra trata de nutrição para grupos sociais minoritários ou marginalizados, como pessoas com deficiência, povos originários, população em situação de rua e encarcerada.

Jornal da AdUFRJ – Qual seu sentimento em ter sido premiada?
Aline Alves Ferreira –
O sentimento é muito gratificante. É um reconhecimento para além da questão acadêmica. São três professoras envolvidas na organização, que é fruto de uma inquietação social. A indicação já foi uma surpresa, mas a premiação realmente foi uma surpresa ainda maior.

O que acha que foi o diferencial do trabalho?
A gente tinha noção de que o nosso material era muito novo dentro da área, muito urgente, mas ainda pouco abordado. Trabalhamos com subgrupos que nunca são falados. Estamos falando de pessoas com deficiência, em situação de rua, de comunidades tradicionais, população encarcerada. São muitas provocações e reflexões sobre nutrição sobre esses grupos.

Como surgiu a ideia do livro?
Na pandemia, a gente percebeu que havia muito material fragmentado. Tivemos necessidade de organizar todos esses dados. Recebemos alguns nãos, mas encontramos parceiros que toparam levar a ideia adiante.

A que atribui esses nãos?

Acho que tem muito a ver com o fato de a abordagem ser nova e algumas editoras comerciais acabam tendo medo de apostar na ideia. Felizmente encontramos quem topou divulgar. Essa roda-viva Capes nos permite conversar muito com nossos pares, mas não com o grande público. Queríamos dialogar com estudantes de graduação, de pós e com a sociedade.

Qual a importância do livro num contexto político em que há uma extrema direita ainda muito forte e que rechaça essas ideias?
O Brasil é um país dos mais desiguais do mundo e encabeça esse ranking, infelizmente. Injustiças sociais são historicamente repetidas e invisibilizadas e governos de extrema direita tornam essas pautas ainda mais invisíveis. Precisamos de políticas públicas para esses grupos. A publicação desse livro deveria ter sido realizada em 2023, mas vem em momento oportuno porque levanta o debate da alimentação, da nutrição, mas também da área da saúde como um todo em relação a esses subgrupos. Nosso cenário político hoje é muito mais promissor com a diminuição da fome, por exemplo, e isso só foi possível com política pública. Algo que foi totalmente negligenciado no governo passado.

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