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WhatsApp Image 2025 09 24 at 20.16.55 1Foto: Kelvin MeloRenan Fernandes

Ensino, pesquisa e extensão de braços dados para todo mundo ver, em uma grande festa do conhecimento. Até sexta-feira (26), a Semana de Integração Acadêmica vai mobilizar 15.125 participantes em todos os campi da UFRJ. Serão 3.374 professores, 8.340 alunos de graduação, 2.184 de pós-graduação, 92 de ensino médio e 456 técnicos-administrativos, além de 679 inscritos de fora da universidade (veja na página ao lado os números da edição 2025). Todos envolvidos com mais de 6 mil trabalhos de todas as áreas do conhecimento construídos com rigor científico, muitos deles interdisciplinares.
As apresentações são o alicerce da proposta de integração entre ensino, pesquisa e extensão proposto pela SIAC. A professora Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura, se emocionou ao falar sobre a importância do evento para a UFRJ.
“Para mim, a herança mais bela que a Semana de Integração Acadêmica é que quando unimos nossos esforços, quando nos integramos, conseguimos fazer algo belo, duradouro, que a sociedade aplaude de pé”, disse com a voz embargada desejando vida longa à SIAC. “Esse espírito de integração está presente e se repete em diversos eventos da nossa universidade”.
A pró-reitora de Graduação, professora Maria Fernanda Quintela, não poupou elogios à atividade.“É mostrar o que nós fazemos, é conhecer o que o colega do lado faz”, disse.
A docente lembrou de sua chegada à UFRJ e comparou com o momento atual. “Conheci a universidade com semanas incipientes de pesquisa, ensino e extensão. Hoje, vejo como essa atividade tomou uma abrangência muito maior”, celebrou.
“Queremos que os estudantes de graduação cheguem cada vez mais longe com o apoio da universidade, de todos os professores, técnicos-administrativos e pós-graduandos envolvidos nos laboratórios”, completou Quintela.
A professora Cássia Turci, vice-reitora, apontou a Semana como um dos eventos mais importantes na universidade. “São esses trabalhos da SIAC que vão dar margem depois a especializações, dissertações e teses”.

DIVERSIDADE
As iniciativas podem ter as mais variadas matérias como objeto de estudo. Podem ser ações educativas dentro de um hospital universitário, o olhar sociológico para um quarto de serviço, o mapeamento de um manguezal na Cidade Universitária, a análise de pinturas brasileiras ou uma forma de ensinar árabe de forma mais agradável.
Em toda esta diversidade, apenas um consenso: a SIAC é um evento fundamental para fomentar a formação dos jovens e para dar ampla visibilidade ao que se faz na UFRJ.
O Jornal da AdUFRJ percorreu as sessões da SIAC e conversou com pesquisadores e orientadores de diferentes campos do conhecimento.
Veja a seguir alguns trabalhos apresentados.

EDUCAÇÃO PARA ALIMENTAÇÃO MAIS SAUDÁVEL

WhatsApp Image 2025 09 24 at 20.16.55 2Foto: Kelvin MeloEducar para uma alimentação mais saudável é o objetivo de um projeto de extensão que atua na sala de espera do Programa de Obesidade e Cirurgia Bariátrica (PROCIBA) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. “Nós sempre aconselhamos a reeducação alimentar. Muitas pessoas pensam que fazer cirurgia bariátrica vai resolver todos os seus problemas e não é assim. Tudo é um processo”, diz a estudante Priscilla dos Santos, do 5º período de Nutrição.
Ela e colega Hozana Cristina, também do 5º período, comparecem ao HU às quartas-feiras para conversar com os pacientes. “Eles falam como é a alimentação deles. Perguntam sobre algum alimento. E nós apresentamos nosso caderninho de receitas com baixo valor calórico. É muito enriquecedor para a gente”.
A orientadora Eliane Rosado reforça: “Uma coisa é a teoria; outra coisa é quando o aluno convive com o indivíduo que tem aquela enfermidade. Aqui elas consideram a questão técnica da nutrição, as questões socioeconômicas dos pacientes, as emoções e vontades”, afirma.
A docente elogia a visibilidade aos projetos oferecida na SIAC. “Dá essa oportunidade de os alunos mostrarem para o público o que estamos fazendo e ninguém vê, numa sala de espera de hospital”, completa.

MANGUEZAL MONITORADO POR DRONE

WhatsApp Image 2025 09 24 at 20.16.55 3Foto: Kelvin MeloTecnologia a serviço da preservação da natureza. Estudante do 10º período do curso de Engenharia Eletrônica e Computação da Escola Politécnica, Arthur Beserra é um dos autores do trabalho que utiliza um drone para monitorar o manguezal da Enseada de Bom Jesus, próximo ao Parque Tecnológico. A ideia da pesquisa é aprimorar técnicas para o mapeamento mais preciso do terreno e da vegetação, identificando pontos de degradação. “Os resultados que apresentamos são mais recentes. No futuro, poderemos compreender a situação de degradação ou regeneração do ecossistema”, disse Arthur.
Em sua primeira SIAC, o estudante não escondeu o nervosismo, mas avaliou a experiência de forma positiva. “É bem divertido estar aqui, apresentar e ter o ponto de vista de outras pessoas que não acompanharam o projeto”.
Um dos orientadores, o professor Marcos Gallo, da Coppe, considera a SIAC fundamental para a formação dos estudantes. “É muito importante para o crescimento deles. Tentamos apoiar o máximo para que participarem da SIAC. Temos até alunos sem bolsa participando”, disse. “o que a gente fala é que tentem explicar da forma mais simples possível pois os avaliadores ou colegas podem não entender nada daquele assunto”.

OLHAR SOCIOLÓGICO NO QUARTO DE SERVIÇO

WhatsApp Image 2025 09 24 at 20.16.55 4Foto: Renan FernandesO quarto de serviço para trabalhadoras domésticas, localizado nos fundos das casas e apartamentos da classe média, é o objeto da pesquisa “Quarto reversível, desigualdade e trabalho doméstico”, apresentada por João Victor Evangelista, estudante do oitavo período do curso de Ciências Sociais.
Seja como espaço de descanso de trabalhadores, seja convertido em um escritório ou despensa da residência, João Victor considera impossível um morador não ser afetado pelo ambiente. “O quarto de serviço condensa muitas perspectivas”, disse.
“Pensamos nesse quarto de forma mais ampla, como o lugar que reúne narrativas sobre ele, como a ideia de uma moradia digna para a classe média e para quem vive no quarto”, explicou o estudante.
A pesquisa é um projeto da FAU com o IFCS, realizada no Núcleo de Estudos de Sexualidade e Gênero (Neseg). O professor Jonas Delecave de Amorim, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, é o orientador de João Victor no trabalho e comentou a importância do diálogo entre as áreas do conhecimento.
“Através de uma, pensamos na outra. Podemos pensar o impacto da Arquitetura no mundo e em como a elaboração de espaços e projetos arquitetônicos marcam relações sociais”, afirmou.

A PAISAGEM COMO IDENTIDADE NACIONAL

WhatsApp Image 2025 09 24 at 20.16.56Foto: Renan FernandesDurante uma aula do curso de História da Arte, um grupo de amigos teve a ideia de pesquisar projetos de construção da identidade nacional a partir das pinturas de paisagens e suas repercussões em diferentes movimentos artísticos e contextos políticos. Foi o ponto de partida para a pesquisa “A natureza como expressão da identidade nacional no Brasil: estudos de caso em pintura de paisagem no século XIX”.
“Nessa época, se falava muito sobre a paisagem e o surgimento da nacionalidade brasileira. A Academia Imperial de Belas Artes estava buscando essa aura brasileira”, explicou Darine Ferreira, aluna do oitavo período. “É mais fácil as pessoas prestarem atenção nessa criação de identidade através de imagens”, pontuou.
A estudante apresentou um estudo de caso sobre a gravura “Colheita de café na Tijuca”, de Johann Moritz Rugendas.“Ele registrou a vida dos escravizados, onde moravam, o que comiam, o tipo de trabalho. A paisagem mostra essa complexidade que a pesquisa revela”.
A professora Ana Maria Cavalcanti, da EBA, destacou a atitude dos estudantes em começar espontaneamente o trabalho de pesquisa. “Geralmente, nós professores abrimos chamadas para nossos grupos de pesquisa. No caso deles, foi o contrário, eles vieram me pedir para orientá-los”, elogiou.

UM JEITO LÚDICO E ATUAL DE APRENDER ÁRABE

WhatsApp Image 2025 09 24 at 20.16.56 1Foto: Renan FernandesGisele Silva se deparou com um problema quando começou a trabalhar como monitora de árabe no CLAC, o curso de línguas oferecido pela Faculdade de Letras. “O material que tínhamos disponível partia do inglês para o árabe, o que dificulta para o aluno falante de português”, afirmou. A dificuldade motivou o trabalho de conclusão de curso de Letras Português-Árabe, com o título “Entre Vygotsky e Freire: caminhos para uma prática significativa para o ensino de árabe”.
A estudante procurou a professora Paula Caffaro em busca de orientação. “Para desenvolvermos uma pesquisa que conjugasse sua experiência como monitora do CLAC Árabe e a abordagem sociointeracionista aplicada ao ensino de línguas estrangeiras”, lembrou. “Há uma carência grande destes materiais específicos produzidos e pensados para o público brasileiro”, completou.
Gisele iniciou a pesquisa para tornar o processo de aprendizagem mais agradável. “Em conversas com amigos e falantes nativos de árabe, encontrei músicas e materiais de influenciadores, youtubers e podcasters para trazer assuntos da atualidade para a sala de aula”. A ideia vai ao encontro da visão de Lev Vygotsky, que destaca a interação social como elemento central da aprendizagem e do conceito de educação dialógica de Paulo Freire.

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