facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Uma plateia atenta de 250 estudantes do ensino médio acompanhou a palestra da professora Eleonora Ziller, presidente da Adufrj, sobre o livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. Outras 1.500 pessoas acompanharam de forma on line a apresentação. A obra literária faz parte da lista de livros divulgada pela Uerj para seu Exame de Qualificação. A atividade fez parte de um ciclo de palestras voltado aos candidatos ao vestibular da instituição com objetivo de ajudar nos estudos para a prova de redação e de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.IMG 1210 web

“Estou muito honrada de estar aqui. A Universidade pública brasileira ainda é o melhor lugar onde a nossa juventude deve estar", afirmou Eleonora. Para ela, uma ação desta natureza demonstra uma das mais nobres vocações da universidade: transformar o ensino no país. “Esta atividade não só prepara para o vestibular, como incide no ensino médio e resgata o ensino de Literatura nas escolas”, observou.

O coordenador do projeto é o professor Gustavo Bernardo, especialista em educação. É dele também o comando do Departamento de Seleção Acadêmica da Uerj, responsável pelo vestibular. “Este é o terceiro ano que realizamos o ciclo de palestras. Estamos gerando material para estudo, criando conhecimento que não se encerra na palestra. Ele fica disponível on line para que outras pessoas tenham acesso. É muito gratificante ver a participação e a atenção dos candidatos”, afirmou.

A estudante Mariana Martins, de 17 anos, não perde um encontro. “Todos são muito produtivos! O que eles falam abre o nosso olhar sobre os livros, os autores”, disse. “Também vi as palestras dos anos anteriores e fiz as provas correspondentes. É impressionante como o que é debatido ‘casa’ com os conteúdos”, analisou.

A obra

Em “Vidas Secas”, Fabiano e sua família são expulsos de sua terra na medida em que a seca e a fome se agudizam na região. O livro, escrito em 1938, traz uma reflexão ainda atual, para Eleonora. “O livro traz uma crítica à estrutura social que reifica o ser humano, que o transforma em coisa, em objeto que serve para gerar riqueza para outro”.

Outros paralelos traçados entre o livro e a sociedade contemporânea, levantados pelos estudantes e comentados por Eleonora, dizem respeito aos abusos de autoridade e à invisibilidade social dos mais pobres. “Nosso processo de redemocratização não acabou com os porões da ditadura. E o que temos hoje é que o Estado e uma parte de nossa sociedade admitem que outra parcela da sociedade – muito maior – seja alvo de tiros ‘na cabecinha’”.

Todas as palestras do projeto estão disponíveis no canal da TV Uerj, do Youtube, e no site do projeto: http://ciclodepalestras.dsea.uerj.br/.

Topo