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WhatsApp Image 2023 11 09 at 22.42.44 9Foto: Fernando SouzaA celebração das lutas antirracistas tem atividades especiais promovidas pelo Coletivo Enegrecer em parceria com a AdUFRJ. No próximo dia 11, está prevista a instalação de um estande na tradicional Feira das Yabás, em Madureira, Zona Norte do Rio. A atividade conta com o apoio do Observatório do Conhecimento.
Já no dia 25, uma visita guiada tratará sobre territórios negros e desigualdades raciais no Rio de Janeiro. A visita compreenderá o circuito das Pequenas Áfricas no bairro de Madureira. O ponto de encontro é na Casa Aban, a primeira residência estudantil voltada a jovens negros, localizada na Rua Carolina Machado, 726. A atividade começa às 8h.
De lá, os participantes visitam o Quilombo do Agbara Dudu, a Praça Paulo da Portela, o Parque Madureira, as escolas de samba da região, o Viaduto de Madureira, o Mercadão e favelas do bairro. A ideia é discutir democracia, acesso a direitos e moradia.
Além do circuito, haverá feijoada na Casa Aban e atividades culturais. A programação termina às 18h. Vice-presidenta da AdUFRJ, a professora Nedir do Espirito Santo celebrou a parceria. “É muito importante e simbólico que este circuito aconteça em Madureira, que tem forte presença do movimento negro”, afirmou.
MINISTRA
Na UFRJ, a abertura do Novembro Negro aconteceu no dia 27 de outubro e teve a presença ilustre da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Na ocasião, a universidade lançou a campanha “UFRJ antirracista — nenhum passo atrás: a universidade está mudando”. O projeto pretende demarcar o compromisso da UFRJ com o combate ao racismo e a construção de uma política antirracista. 
“Quando eu era adolescente, eu passava pela UFRJ saindo ou voltando para a Maré e essa era uma realidade muito distante para mim. E sempre que eu sonhava em ser professora, a perspectiva de ser professora universitária era muito mais distante”, disse a ministra, que hoje é doutoranda do Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da UFRJ. 
“Eu cresci numa família que me ensinou que o conhecimento da gente ninguém tira”, ela continuou. “Mas, para conseguir isso, a gente precisa de condições, precisa de bolsa, de ações de permanência”, pontuou a ministra. “Falo para cada estudante que está aqui: a gente precisa reafirmar, com nome e sobrenome, por que estamos aonde estamos. Estar nesta universidade é mérito de vocês. Essa universidade também é vocês e ninguém pode tirar isso de vocês”.
Vice-presidenta da AdUFRJ, a professora Nedir do Espirito Santo fez uma saudação no início do evento e destacou a importância do combate à evasão estudantil e a necessidade de fortalecer ações de permanência. “Queremos que esses jovens negros concluam a graduação, disputem vagas na pós-graduação e se tornem docentes pesquisadores, uma vez que a presença de pretos, pardos e indígenas é tão parca na carreira docente”, afirmou. Nedir também pediu mais investimentos para a universidade pública e a recomposição salarial de professores, para que a carreira volte a ser um sonho dos jovens brasileiros.
A deputada federal Benedita da Silva, de 80 anos e em recuperação de uma cirurgia na coluna, fez questão de comparecer ao evento para prestigiar a ministra. “Não poderia deixar de estar ao seu lado, principalmente hoje, em que é preciso ter uma vigília constante contra a intolerância que toma conta do nosso país”, disse. “É a democracia que garante a pluralidade, a luta antirracista”, afirmou. Arrancando lágrimas da plateia, Benedita bradou: “É um orgulho ver a cara do Brasil dentro das universidades. Sou mulher negra. Tentaram me fazer de homem, tentaram me fazer branca. Mas eu não aceitei. Usei e uso minha voz para reafirmar que sou uma mulher negra”.
Superintendente geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade da UFRJ, Denise Góes, reconhecida militante do movimento negro na universidade, fez um discurso contundente e emocionado para uma plateia majoritariamente formada pela juventude negra da universidade. “Após mais de um século de existência, a universidade avançou para a institucionalização de pautas outrora silenciadas e negligenciadas. Ao movimento negro brasileiro se deve a mudança de perspectiva sobre as pautas raciais”, afirmou.
A atividade foi organizada em parceria com o Fórum de Ciência e Cultura, a Superintendência de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade e a a reitoria. O reitor Roberto Medronho e a coordenadora do FCC, professora Christine Ruta, fizeram parte da mesa.

 

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