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WhatsApp Image 2023 12 19 at 17.00.44Foto: Fernando SouzaRenan Fernandes

A energia inabalável de Elba Pinto da Silva Bon foi destaque na fala de todos os oradores na sessão solene do Conselho Universitário que concedeu o título de emérita da UFRJ à docente. “Deve ter alguma coisa no estudo da Química que faz as pessoas funcionarem em alta rotatividade”, brincou o decano do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), professor Josefino Cabral Melo Lima. A cerimônia realizada na terça-feira (5) lotou o Salão Nobre do CCMN de colegas de magistério, pesquisadores e ex-alunos que atravessaram a trajetória da professora em 48 anos dedicados à universidade.
A docente desempenhou atividades de ensino, pesquisa, extensão e administração dentro da UFRJ. Criou o ENZITEC, o Seminário Brasileiro de Tecnologia Enzimática, em 1993. Com 14 edições realizadas, o evento foi absorvido pela comunidade científica e contribuiu para organizar a área de biotecnologia industrial no Brasil.
Em 2012, ela criou o Laboratório de Bioetanol (LB), estrutura de alta tecnologia para o processamento de biomassa para a produção de biocombustíveis. “O LB tem papel fundamental na formação de recursos humanos, no uso de matérias renováveis em contraposição ao uso do petróleo”, destacou a professora Elba.

ENTUSIASMO
O professor Claudio José de Araujo Mota, diretor do Instituto de Química (IQ), foi coordenador do programa de bolsas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no começo dos anos 2000, quando estreitou relações com a professora Elba.” Pude sentir o entusiasmo que ela sentia para ingressar na área do petróleo, o que culminou na criação do LB. Esse é um exemplo para nós, docentes, que devemos guiar nossas carreiras na direção das demandas que a sociedade coloca”, sublinhou Mota.
O dinamismo da pesquisadora foi o ponto de convergência em todas as homenagens. “É impossível não mencionar sua vitalidade e otimismo. Todos nós que trabalhamos com você somos testemunhas da energia inesgotável, da coragem desbravadora e dessa capacidade de juntar as pessoas”, disse a pesquisadora Viridiana Leitão na saudação à homenageada. “Um ponto fundamental para o crescimento de uma universidade, de um grupo de pesquisa é saber compartilhar. Fazer conexões e gerar frutos é uma qualidade rara”, ressaltou o professor Cabral Lima
A professora integrou ainda o Fórum de Biotecnologia criado pelo governo federal em 2004, com o objetivo de criar subsídios para a geração de políticas de estímulo para a bioindústria nacional. O trabalho resultou em convites para coordenar três missões internacionais para representar o Brasil no exterior.

POLÍTICAS PÚBLICAS
O reitor Roberto Medronho exaltou a participação da docente na criação de políticas públicas e também sua relação com o setor produtivo. “A gente quer quebrar esse paradigma que existe na universidade do preconceito com o setor privado e, no setor privado, o preconceito com o setor público. É a partir dessa união que vamos superar os grandes desafios”, afirmou Medronho.
A interação da academia com o terceiro setor foi importante para o desenvolvimento da pesquisa na área da bioquímica. “O CCMN era o centro conhecido por só fazer ciência básica e Elba já alertava que precisávamos interagir com as empresas e as indústrias. Hoje o programa de biotecnologia alcançou o conceito sete da Capes que nos deixa orgulhosos” disse a vice-reitora Cássia Turci, ex-diretora do IQ.
Em sua fala, a professora Elba celebrou o momento de reencontro com antigos colegas e destacou o papel do docente. “Professores deixam legados. O principal legado são seus alunos de graduação, pós-graduação, iniciação científica, extensão, projetos de final de curso, as inúmeras formas com que os alunos chegam até a gente”, afirmou emocionada. “Ensinar é usar a verdade no discurso e na prática, instrumento valioso contra o negacionismo”, completou.

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