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A professora Sylvia Vargas morreu no sábado dia 2, e deixou enorme legado na UFRJ. Ela ocupou o cargo de vice-reitora entre julho de 2003 e julho de 2011, nas duas gestões do professor Aloisio Teixeira. Sylvia também dirigiu a Faculdade de Medicina e presidiu a Fundação Universitária José Bonifácio. No dia 11, haverá ato ecumênico em memória da docente, às 10h30, no auditório do Quinhentão, no Centro de Ciências da Saúde.

A UFRJ terá R$ 387,1 milhões para o custeio de suas atividades em 2024, de acordo com a proposta orçamentária (PLOA) do governo encaminhada ao Congresso ontem (31). É um número melhor que o da lei orçamentária deste ano, de R$ 313,6 milhões — herança do último ano da gestão Bolsonaro. Mas as receitas são insuficientes para dar conta das despesas da maior federal do país, que já terá dificuldades para enfrentar o fim de 2023. A reitoria estima um déficit de R$ 110 milhões, mesmo com a recomposição emergencial de R$ 64,1 milhões realizada em abril. "Essas despesas — parte delas ou todas — serão transferidas para 2024. Será um grande problema. O orçamento é insuficiente, por mais contenção de despesas que façamos, por mais austeridade que tenhamos", afirmou o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, professor Helios Malebranche. A PLOA, que agora precisa passar pelo crivo de deputados e senadores, deve ser votada até dezembro.

WhatsApp Image 2023 08 28 at 20.38.36 3Foto: Fernando SouzaEm 2023, o Brasil comemora 200 anos de instituição do poder Legislativo. Também neste ano, o palácio Pedro Ernesto, onde funciona a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, completa cem anos. Foi lá o ponto de partida do mais recente passeio cultural promovido pela AdUFRJ aos professores sindicalizados.
O prédio foi inaugurado em 21 de julho de 1923 como sede do Conselho Municipal da cidade. Depois, se tornou a ALEG – Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara. Passou algumas décadas fechado e só em 1977 passou a sediar a Câmara Municipal da cidade.
No ano que vem, o prédio deixará de ser a sede do Legislativo carioca e deverá ser convertido em museu. A Câmara dos Vereadores será transferida para o Edifício Serrador, na Rua Álvaro Alvim, também na Cinelândia.
Entre corredores, salas, galerias e plenário, muitas obras de arte que retratam episódios que marcaram a constituição do país. O resultado: uma belíssima aula de história política do Brasil. “Eu estou adorando a visita. O palácio revela que temos uma importante e robusta história”, assinalou o professor Oswaldo Melo, aposentado da Faculdade Nacional de Direito.
Outro edifício quase centenário (em 2026), o Palácio Tiradentes – sede histórica da Alerj – foi o segundo ponto de parada da visita guiada. O historiador Douglas Libório acompanhou as duas visitas e fez importantes intervenções. A mediação dos passeios foi feita pelas equipes dos dois palácios.
“Uma honra muito grande poder apresentar esses espaços a professores da UFRJ, casa onde me formei”, revelou o historiador. “Trazer os docentes e a população para esses espaços fortalece a educação para a cidadania. São 200 anos de Poder Legislativo no Brasil. É preciso aproximar as pessoas do poder público”, defendeu Douglas, que é autor de “Palácio Tiradentes – Arte e Política no Brasil Republicano”. O livro é uma adaptação de sua dissertação de mestrado.
Os professores que participaram da imersão na vida política do Brasil ficaram encantados. “Foi uma experiência maravilhosa”, agradeceu o professor Enzo Baiocchi, também da FND. “Tivemos acesso a muita informação e com muita profundidade”, disse o docente, que também elogiou Douglas. “É preciso destacar o brilhantismo desta visita”, sublinhou.
O professor Ricardo Medronho, 2º vice-presidente da AdUFRJ, destacou que a história do Império e da República no Brasil está profundamente ligada ao Rio de Janeiro, fato que transformou a visita em uma intensa aula sobre a história nacional. “Sou muito favorável que a próxima gestão da AdUFRJ continue promovendo atividades como essa. Somos seção sindical do Andes, mas também temos que promover aos nossos filiados atividades que dialoguem com a vida, que tragam interação com colegas, formação, informação de qualidade. Enfim, ações que sejam importantes para as nossas vidas”.

WhatsApp Image 2023 09 01 at 14.36.19No dia 28 de agosto, uma parte do teto do Bloco N do Centro de Ciências da Saúde desabou sobre as rampas do prédio. Felizmente, não havia ninguém no local no horário do desabamento. A retirada dos escombros foi realizada na manhã desta sexta-feira, 1º de setembro. O caso é especialmente preocupante porque o Bloco N foi inaugurado em dezembro de 2013. Portanto, há menos de dez anos.

Segundo o decano do Centro de Ciências da Saúde, professor Luiz Eurico Nasciutti, o problema se iniciou com as chuvas das últimas semanas. "Além de desabamentos, outras situações também aconteceram, como goteiras, umidades e mofo nas paredes por exemplo", informou o decano.

O dirigente declarou estar tentando "fazer o possível" para retomar as atividades na segunda-feira. Ainda não há estimativa de custos para os reparos emergenciais. Nasciutti declarou que está em conversas junto à reitoria para a liberação de orçamento.

Liz Vasconcellos, estudante de Medicina, tem aulas no prédio e costuma frequentar a área onde aconteceu o desabamento. "É um espaço de convivência muito frequentado, principalmente no horário do almoço", ela conta. "É fresco e um ótimo local para descansar e conversar".

Mariana Cibreiros, também de Medicina, concorda com a colega. "Aqui fica sempre muito cheio. Quando a gente passou, já tinha caído".

Nas redes sociais, o DCE Mário Prata denunciou a situação e cobrou orçamento para este e vários outros problemas de infraestrutura. "Precisamos de uma estrutura segura para estudar. Professores, técnicos e terceirizados precisam de segurança para trabalhar. É para ontem que a UFRJ tenha sua verba recomposta inteiramente em relação às gigantes perdas dos últimos anos".

WhatsApp Image 2023 08 28 at 20.38.37 1Foto: Fernando SouzaPor Igor Vieira

‘O que importa na vida não é quanto dinheiro temos, quantos aviões, apartamentos, mas sim as histórias que criamos”, contou o navegador e escritor Amyr Klink, sobre o que aprendeu ao viver pelo lema de “navegar é preciso”. “Espero que vocês construam uma grande história com o ‘Estaleiro Escola’”, completou, diante de uma plateia lotada e emocionada, durante aula inaugural do curso de extensão Estaleiro Escola, da universidade.
No auditório Horta Barbosa, do Centro de Tecnologia (CT), desembarcaram dois tipos de mestres, do mar e da academia: os professores da UFRJ, que vão atuar na extensão, e os pescadores, mestres nas tradições, que as transmitirão aos alunos, também presentes.
A aula inaugural aconteceu no dia 21 de agosto. Atenta, a plateia ouvia os ensinamentos de Amyr Klink, primeiro navegador a fazer a travessia do Atlântico Sul a remo, em 1984. As aventuras pelos mares o levaram a navegar também pelas letras. Hoje, aos 67 anos, Klink é autor de cinco livros e um dos palestrantes mais bem-sucedidos do país.
Amyr Klink deu uma aula com suas histórias de marinheiro. “Velejando na Antarctica, eu descobri a importância do tempo, para não morrer congelado. O tempo também é necessário para não deixar o conhecimento morrer, e essa é a missão do Estaleiro Escola”.
A fina arte de construir embarcações tradicionais o fizeram lembrar de outra boa história: “Me criticaram por não ter feito um barco moderno, e sim um tradicional, com duas proas, que mais parecia um ‘bote do litoral do Maranhão’”, relembrou Klink sobre sua travessia do Atlântico Sul. “Os projetistas da Noruega e Suécia não entendem algo óbvio para os pescadores do Ceará: além de navegar, o barco também tem que ficar parado, possibilitando a pesca. É preciso saber receber o mar”, afirmou.
A importância do saber tradicional foi, então, outra lição aprendida em alto-mar pelo navegador, que defendeu a união desses saberes com o conhecimento científico da universidade. “Embarcações aparentemente simples escondem uma sabedoria e conhecimento que às vezes não há na universidade”, disse Klink, que dividiu o palco com uma canoa de casco trincado, construída pelo Mestre Gilson, pescador da equipe de extensão.
Ao fim da palestra, Amyr Klink comentou a polêmica que atravessou os sete mares: ele não emprestou o seu barco para a própria filha fazer sua primeira travessia. “Eu teria perdido minha filha e meu barco, e eu gosto dos dois”, contou, aos risos. “Hoje, ela fez três navegações em solitário, após entender a importância de aprender com quem sabe fazer”, concluiu.
Para ele, o interesse da filha também é uma lição. “Quando fazemos algo bem feito, com entusiasmo e amor, contagiamos as pessoas ao nosso redor. Minha família não queria mais me observar da costa, e agora me acompanha nas viagens”, afirmou.
A vice-reitora Cassia Turci elogiou a trajetória do palestrante. “Não basta só o conhecimento técnico, devemos agregar outras qualidades, como empatia e entusiasmo”. Outros importantes nomes da universidade fizeram parte da mesa de abertura do curso. Entre eles, o decano do CT, Walter Suemitsu, e a pró-reitora de Extensão, Ivana Bentes.

TRADIÇÃO E ACADEMIA NAVEGAM JUNTAS

Para manter o conhecimento tradicional vivo, o projeto Baía Viva se uniu ao Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES), órgão do CT, e com a Associação de Pescadores Livres de Tubiacanga (APELT), para utilizar o Hangar Naútico da universidade. No curso de extensão “Estaleiro Escola”, os pescadores, unidos aos professores da UFRJ, vão ensinar os estudantes a construir embarcações como as feitas por pescadores e ribeirinhos no Brasil.
O palestrante Amyr Klink disse que se sentiu entusiasmado ao visitar o Hangar Náutico da UFRJ, juntamente com o responsável do local, Ocione José Machado, e os professores Mauricio Oliveira, do campus de Macaé, e Felipe Addor, do NIDES, ambos coordenadores pedagógicos do projeto.
O curso de extensão recebeu uma enorme quantidade de pedidos de matrículas e esgotou rapidamente as 30 vagas oferecidas. Devido ao sucesso e à importância do curso, o NIDES já se organiza para oferecer novas turmas.

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