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WhatsApp Image 2025 10 07 at 15.34.53Quem circula pelos prédios do Centro de Tecnologia e pela Faculdade de Letras percebeu que o Banco do Brasil retirou os caixas eletrônicos das antigas agências que funcionavam nos dois espaços. Nos locais, apenas lacres, cadeados e um aviso de que o "ponto de atendimento" está desativado. O recado informa o local mais próximo: Centro de Ciências da Saúde, onde funcionam uma agência e serviços de autoatendimento.

O fechamento dos dois locais provocou indignação. "É um absurdo o que fazem conosco, os servidores da UFRJ, sem nenhum aviso prévio", protestou o professor Ildeu Moreira, do Instituto de Física. "Como o Banco do Brasil faz isso com a gente? É um escárnio", criticou. "Os prédios são distantes. Quer dizer que agora eu vou ter que pegar um táxi para ir sacar dinheiro no CCS? Não faz o menor sentido".

Questionada, a decania do CT informou que os locais faziam parte de um antigo contrato entre o Banco do Brasil e a UFRJ, que foi encerrado no ano passado. "A decania não tem ingerência sobre isso. Quando fomos informados que os locais seriam descontinuados, pedimos que fossem instalados pelo menos dois caixas eletrônicos em outro espaço", explicou Agnaldo Fernandes, superintendente do CT. "Ocorre que eles retiraram os caixas antigos sem fazer a instalação dos novos. Esperamos que essa situação seja resolvida em breve".

Quem responde pelo contrato com o banco é a administração central. O pró-reitor de Gestão e Governança, Fernando Peregrino, informou que o contrato foi encerrado em outubro de 2024. Na ocasião, se iniciaram as negociações para um novo contrato de cessão e uso oneroso de espaços, assinado em agosto deste ano. "Durante as negociações, as unidades com algum posto do Banco do Brasil foram consultadas, e algumas manifestaram não ter mais o interesse em continuar com os postos de atendimento bancário", revelou Peregrino.

"Assim, no novo contrato foram mantidos apenas os caixas eletrônicos e postos de atendimento bancário nos locais em que as unidades manifestaram interesse", concluiu o pró-reitor.

A reportagem teve acesso ao documento. Estão previstas cinco áreas: duas no CCS - a agência e os caixas eletrônicos que já existem nos blocos L e A; uma no bloco A do CT, com dois pontos de autoatendimento atrás dos elevadores; uma já existente no subsolo do HU; e um caixa eletrônico já existente no Polo de Biotecnologia (antiga BioRio). Faculdade de Letras e Coppead ficaram de fora do novo acordo.

As áreas serão concedidas por um período de dez anos, ao custo total de R$ 53.158,05. Além do aluguel, o banco participará do rateio das despesas para manutenção das áreas comuns no valor de R$ 5.863,05. O acordo prevê reajuste anual dos valores.

WhatsApp Image 2025 10 07 at 15.34.55Diretora da Letras, a professora Sonia Reis explicou que a unidade foi apenas informada que o banco encerraria a agência no prédio da Faculdade. "O Banco do Brasil quem pediu pra sair. Nós fomos consultados, eu informei onde poderia ser instalado um caixa eletrônico, mas eles queriam que fossem instalados no corredor de saída. A Letras só tem uma saída. Não poderia ser ali, pelos riscos provocados por obstrução da passagem", explicou. "Indicamos um local mais próximo à Biblioteca, mas o banco, pelo visto, não gostou da nossa solicitação".

O espaço desocupado pelo banco na Letras será utilizado para acomodar o Instituto Confúcio, uma organização sem fins lucrativos, financiada pelo governo chinês, que trabalha com a promoção da cultura e da língua chinesas. "A decisão já foi aprovada pela Congregação da Faculdade de Letras", informou a diretora.

A reportagem procurou o Banco do Brasil, mas não recebeu retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.

WhatsApp Image 2025 10 01 at 18.14.56A UFRJ e toda a comunidade científica brasileira estão de luto. Um dos mais respeitados virologistas do país, o professor Amilcar Tanuri nos deixou no dia 26 de setembro, aos 67 anos. Titular do Departamento de Genética do Instituto de Biologia, Tanuri era reconhecido mundialmente por suas pesquisas sobre HIV e arboviroses. O docente teve importante contribuição para a associação entre o zika vírus e a microcefalia em bebês, além de ser uma das principais vozes pró-vacinação do país, durante a pandemia de covid-19. Era chefe do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, que se tornou referência na testagem de covid padrão ouro no Brasil. O Jornal da AdUFRJ e colegas relembram a trajetória do pesquisador e destacam seu legado para a ciência.

‘Amilcar tem tantas e lindas facetas. Foi um pai incrível, que sempre apoiou os filhos em todas as escolhas. Era um filho amoroso, que nunca deixou de cuidar de sua mãe. Foi um pai zeloso também para os meus filhos. Era apaixonado pelo nosso neto”. Foi assim, com ternura e tristeza, que Andréa Tavares, viúva do professor Amilcar Tanuri, o descreveu poucos dias após perder o companheiro. “Ele sempre estava disposto a ajudar, independentemente de quem fosse. Ajudava inclusive a quem não conhecia. Na pandemia, nossa casa parecia um ambulatório. Ele não deixava ninguém sem resposta, ninguém sem atendimento, ninguém sem ajuda”, recorda. “Era muito ativo. Uma mente brilhante e generosa”.
O relato é corroborado por colegas e amigos que conviveram com o pesquisador. “Amilcar era um exemplo de dedicação e inteligência, inspirou várias gerações de pesquisadores. Era também pessoa com ótimo senso de humor, coisa tão importante em nossos ambientes muitas vezes tão estressantes”, resumiu o 2º vice-presidente da AdUFRJ, professor Antonio Solé, colega de Tanuri no Instituto de Biologia.
Os legados para a ciência e para a UFRJ são diversos. Na segunda metade da década de 1980, o professor ganhou notoriedade pelos estudos e empenho no entendimento do vírus HIV. “Amilcar se envolveu muito com a questão do HIV a partir de 1985. O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho era referência para pacientes de HIV”, contou a professora Denise Pires de Carvalho, presidente da Capes e ex-reitora da UFRJ. “Nessa época, ele migrou sua atuação para a área de virologia e se tornou referência no mundo. Foi quando começaram suas cooperações com a África”, lembrou.
“Ele esteve à frente de um grande projeto de massificação dos testes de HIV em Moçambique”, contou o professor Hélio de Mattos, da Faculdade de Farmácia. “Quando chegou ao país, em 2001, apenas 300 testes eram feitos anualmente. No primeiro ano de atuação, foram atendidas 110 mil pessoas. Em 2013, já eram feitos dois milhões de testes no país”, revelou o docente.
Na epidemia de zika, o pesquisador ajudou a construir a correlação entre o vírus e o nascimento de crianças com microcefalia. “Conheci Amilcar em 2015, no auge da epidemia de zika”, conta a pesquisadora Adriana Melo, médica paraibana que descreveu a zika congênita. “Ele me ligou certa noite para perguntar se eu queria ajuda nas pesquisas. É claro que eu precisava – tínhamos coletado sangue e urina de cerca de mil mulheres, mas não tínhamos como analisar. Faltavam equipamentos, kits e recursos. A partir daquele contato, nunca mais nos faltou apoio”, lembrou. “Mais do que conhecimento, ele tinha ética e humanidade. Amilcar não precisava de mais artigos nem de notoriedade, mas estava sempre presente quando uma nova epidemia surgia, estendendo as mãos, compartilhando saberes e transformando ciência em prática”.

Prezadas e prezados,

Convidamos para a Assembleia Geral da Adufrj-SSind, quando será realizada a cerimônia de posse da diretoria e do conselho de representantes da entidade para o biênio 2025-2027. O evento acontecerá no dia 15 de outubro de 2025, quarta-feira, às 18h, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, Av. Rui Barbosa, 762.

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WhatsApp Image 2025 10 01 at 18.14.57Durante a pandemia de covid-19, Amilcar Tanuri se tornou um dos principais nomes do país a desvendar os segredos do novo vírus. Seu laboratório passou a realizar testagens moleculares padrão ouro para hospitais de todo o Rio de Janeiro. Por pelo menos três meses, de março a junho, só a UFRJ era capaz de realizar esse tipo de teste no estado do Rio, graças à expertise do pesquisador.
“As universidades vêm mostrando a sua importância dentro desse tópico de doenças emergentes e reemergentes. Não foi só a covid-19. Teve a zika, em 2015, e a monkeypox, recentemente. Cada vez mais o mundo vai estar exposto a esse tipo de doenças, e ter uma universidade e cientistas que possam dar uma resposta rápida é fundamental”, declarou o pesquisador, em 2022, em uma das muitas entrevistas que gentilmente concedeu ao Jornal da AdUFRJ.
Além do laboratório que coordenava, Tanuri fundou o Departamento de Genética, na Biologia e, mais recentemente, com a professora Terezinha Castiñeiras, criou o Núcleo de Enfrentamento e Estudos de Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier). Também foi importante articulador do processo de interiorização da UFRJ, ao criar o Laboratório de Doenças Emergentes e Negligenciadas (LIDEN) no NUPEM-Macaé. “Ele foi muito importante para muita gente. Mesmo assim, era tão simples. Estou devastado”, revelou o professor Rodrigo Nunes da Fonseca, da diretoria da AdUFRJ e grande colaborador de Tanuri.
Seus estudos permitiram mais segurança a doadores e receptores de sangue. “Sua contribuição foi essencial para a implementação do teste molecular para assegurar a proteção nas transfusões de sangue quanto à transmissão de vírus como HIV e hepatites B e C”, afirmou a ex-ministra da Saúde e pesquisadora da Fiocruz, Nísia Trindade. “Esse é um legado essencial para a segurança da hemorede”.
Amilcar Tanuri foi o primeiro servidor da UFRJ a receber a vacina da covid-19. “Mesmo correndo risco, sendo imunodeprimido e paciente oncológico, ele seguia na linha de frente durante a pandemia. Não deixava o laboratório. Por isso, foi escolhido como primeiro servidor a receber a vacina na UFRJ”, relembra a professora Denise Pires, reitora à época. “Ele era referência para todos nós, um exemplo”.
Em março deste ano, o docente lançou o livro “Pandemia de covid-19 no Brasil: A visão de um cientista”. O evento aconteceu no Fórum de Ciência e Cultura. Durante sua conferência, o docente afirmou que o vírus SARS-Cov2 sempre esteve um passo à frente da ciência. E fez uma provocação: “Será que na próxima pandemia isso vai se repetir?”. A pergunta infelizmente não será mais respondida por ele, mas pelos cientistas que seguirem seu legado.
O professor faleceu por complicações no coração. Deixou a esposa Andréa, os filhos Luiza e João e o neto Francisco. “Está sendo muito difícil lidar com a perda. Sinto um vazio absoluto. Meu doce companheiro e amigo... Tenho certeza que fará muita falta para todos que puderam conhecê-lo”, conclui Andréa.

Com profunda dor e pesar, a AdUFRJ comunica o falecimento do professor Amilcar Tanuri na sexta-feira, 26 de setembro, aos 67 anos. O virologista era chefe do Laboratório de Virologia Molecular e professor Titular do Instituto de Biologia da UFRJ. Ele deixa orfã uma legião de alunos, amigos e colegas.
"Amilcar era um exemplo de dedicação e inteligência, inspirando várias gerações de pesquisadores e criando um grande laboratório de genética viral no Departamento de Genética da UFRJ. Era também pessoa com ótimo senso de humor, coisa tão importante em nossos ambientes muitas vezes tão estressantes", resume com tristeza o 2º vice-presidente da AdUFRJ, professor Antonio Solé, colega de Tanuri no IB. "Fará muita falta, mas permanece o seu enorme legado para a UFRJ e para o mundo", conclui.
Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, Amilcar Tanuri era pesquisador associado da Universidade Columbia (EUA) e coordenador das Ciências Biológicas da Faperj. Ele foi o primeiro servidor da UFRJ a receber a vacina da covid-19 e buscava, em seu laboratório, entender o funcionamento do vírus causador da doença. Também era mundialmente reconhecido por suas pesquisas na área de HIV e zika.
O docente também foi importante articulador do processo de interiorização da UFRJ ao criar o Laboratório de Doenças Emergentes e Negligenciadas (LIDEN) no NUPEM-Macaé. "Ele foi muito importante para muita gente. Mesmo assim, era tão simples. Estou devastado", revela o professor Rodrigo Nunes da Fonseca, também da diretoria da AdUFRJ e grande colaborador de Tanuri.
A AdUFRJ lamenta a perda. A UFRJ, o Brasil e a Ciência ficam mais pobres hoje. Desejamos forças aos amigos e familiares.
 
Na foto: Amilcar Tanuri recebe o imunizante da covid-19 na UFRJ, em janeiro de 2021. Crédito: Alessandro Costa/AdUFRJ
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