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IMG 3264Foto: Alessandro CostaAs aulas da UFRJ recomeçaram essa semana em clima paradoxal. De um lado, a alegria com mais um semestre, corredores cheios com calouros e formandos entusiasmados. De outro, o desalento com o orçamento minguado e seus efeitos na infraestrutra dos campi. O caso do Praia Vermelha é exemplar. O início do segundo semestre foi adiado em uma semana para finalização de obras no aulário.
Aqui e ali, é possível vislumbrar alguma esperança de dias melhores. A Escola de Belas Artes já consegue utilizar parte do oitavo andar do Edifício Jorge Machado Moreiras. Metade do pavimento está reformado desde o semestre passado. No IFCS-IH, o projeto de substituição da rede elétrica foi aprovado pelos órgãos de preservação do patrimônio. Na Educação Física, a liberação dos oito ginásios permitiu o ingresso de 240 calouros na Escola neste semestre — a entrada havia sido suspensa no primeiro, por falta de condições mínimas do prédio.
Um deles, Bruno Gomes Feitosa, comemora a entrada no bacharelado em Educação Física: “Acredito que vai dar tudo certo nessa nova fase. E que, no tempo certo, voltaremos à normalidade, mantendo a Escola como uma das grandes referências no ensino da área”.

DIGNIDADE
O Escritório Técnico da Universidade (ETU) fez um mapeamento de 76% dos imóveis da UFRJ em todos os campi. Seria necessário R$ 1 bilhão para recuperar esses prédios. “Não é para modernizar; não é para ampliar. É para termos o mínimo de dignidade nas nossas instalações”, informou o reitor. Para comparar: o insuficiente orçamento 2025 para funcionamento das atividades acadêmicas e administrativas é de apenas R$ 406 milhões. “Estamos fazendo todos os esforços possíveis para resolver as situações, mesmo com todas as dificuldades”, afirma Medronho. “É o resultado do passivo acumulado nos últimos anos’”.
Nos links abaixo, o Jornal da AdUFRJ mostra problemas em várias unidades da UFRJ. São problemas antigos que, a cada início de semestre letivo, desafiam professores, técnicos e estudantes. Mas também há iniciativas inovadoras com obras, projetos e reformas que renovam a expectativas de dias melhores na maior universidade do Brasil.

240 calouros na Educação Física: o retrato da esperança

Reforma da fachada do IFCS está perto do fim

Falta sala de aula na EBA

ETU planeja cozinha e refeitório no CAp

Praia Vermelha adiou aulas em uma semana

Os professores Luiz Eurico Nasciutti, do Instituto de Ciências Biomédicas, Flávia Landim, do Instituto de Matemática, e Jorge Ricardo Gonçalves, da Faculdade de Educação, vão formar a Comissão que vai conduzir as eleições da AdUFRJ marcadas para 10 e 11 de setembro. Os nomes foram aprovados pela assembleia realizada na segunda-feira (28), no Centro de Tecnologia. Decano do CCS, Nasciutti presidirá o grupo.
A assembleia também aprovou 15 novas ações coletivas em defesa dos direitos dos professores da UFRJ. Entre os temas, estão o enquadramento na carreira para os docentes aposentados com paridade, a incidência do abono de permanência sobre o pagamento de férias e 13º salário, e a aplicação do piso nacional do magistério na carreira EBTT.
Mais informações sobre a assembleia e o detalhamento das 15 ações coletivas você encontra na próxima edição do Jornal da AdUFRJ.

WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.20

WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.19 8Centenária, mas sempre se reinventando, a UFRJ prepara mais uma iniciativa de vanguarda na formação de profissionais para o país. Por unanimidade, a congregação do Instituto de Computação aprovou a criação de um bacharelado em Inteligência Artificial (IA), no último dia 11.
O assunto inteligência artificial já era explorado em Ciência de Computação há bastante tempo, mas a direção do instituto não têm dúvidas sobre a importância de um curso específico. “Não é só uma nova onda. Fiz meu concurso para a área de IA em 1997. As tecnologias já estão aí há bastante tempo, mas ganharam uma proporção nos dias de hoje que não dá para não responder imediatamente”, afirma a professora Anamaria Martins Moreira, diretora do Instituto de Computação. “Já existem alguns cursos no Brasil e a UFRJ não quer ficar para trás”, completa.
O tema é dominante em todo o planeta. Anamaria recorda do encontro dos reitores das universidades do bloco BRICs, sediado pela UFRJ no início do mês passado. “Todas as apresentações de todos os participantes, em alguma hora, falavam de inteligência artificial. Não houve nenhum que não tenha falado”.
A reitoria tem apoiado a ideia. Formado pela administração central, um grupo de trabalho com nomes da Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação, da Coppe, do NCE, do Instituto de Matemática, do IPPUR e da Escola de Comunicação vem contribuindo para a formatação final do curso.
“Essas parcerias podem se refletir de duas maneiras: a primeira, na oferta de mais disciplinas eletivas. Neste caso, podemos incluí-las sem necessidade de reforma curricular. Elas podem ser acrescidas a qualquer momento. Ou, no futuro, podemos incluir algumas delas como obrigatórias”, afirma Anamaria.
O diferencial do curso da UFRJ, aposta a diretora, será uma base teórica mais forte e uma formação crítica com as disciplinas da área de humanas. Ou seja, os estudantes serão preparados para atuar não apenas como usuários das ferramentas existentes, mas como produtores, reguladores, administradores e gestores de soluções.
Anamaria dá como exemplo as conversas para oferecer uma aula que trabalhe o antirracismo, prevenindo os alunos contra um eventual viés dos algoritmos atuais. “Os alunos terão mais espaço para fazer mais eletivas desta formação complementar, o que nós queremos estimular”, diz.
Depois de passar na congregação, a proposta vai ao Conselho de Coordenação do Centro de Ciências Matemáticas da Natureza no próximo dia 30. Em seguida, a pró-reitoria de Graduação verifica se o processo está instruído corretamente. Caso esteja tudo bem, será encaminhado ao Conselho de Ensino de Graduação e, finalmente, ao Conselho Universitário. A expectativa é que a primeira turma seja aberta logo no primeiro semestre do ano que vem.

DIFICULDADES
A proposta inicial é cautelosa, por questões de infraestrutura do instituto: 20 alunos entrariam por semestre no curso, que teria duração de quatro anos e meio. “A gente não consegue, em um primeiro momento, abraçar uma turma maior”, afirma a professora Carla Delgado, vice-diretora do instituto.
As vagas serão abertas a partir da redução da oferta atual (50) do curso de Ciência da Computação. “Uma vez que essas vagas apareçam no Sisu, vamos ver como será a procura pelos dois cursos para decidirmos como atender melhor à demanda”, explica Carla. “Vamos vendo o que podemos fazer, mas temos que andar para frente. Até porque, se você espera, não acontece. É uma decisão responsável para o que temos agora”.
O que o instituto — criado em dezembro de 2020 — tem agora são apenas 39 professores efetivos e mais 10 substitutos. O quadro docente, herdado do Departamento de Computação do Instituto de Matemática, sofreu perdas expressivas. Além de aposentadorias, alguns professores decidiram ficar no IM ou ir para a Coppe. A direção espera, ao menos, recuperar os 54 efetivos que o antigo departamento possuía.
Hoje, o Instituto de Computação atende os alunos em quatro laboratórios, sendo um deles dividido com o Bacharelado em Ciências Matemáticas e da Terra. E há um conjunto de notebooks disponíveis que formam um “laboratório itinerante”. Mas é pouco. “Seria ideal termos outros dois laboratórios, pelo menos”, defende Carla. Um deles já está sendo montado voltado para ciência de dados e IA.

EMPOLGAÇÃO
Apesar de todos os problemas, a perspectiva de criação do curso empolga docentes do instituto. “Vejo essa área como uma das mais estratégicas e transformadoras do tempo que estamos vivendo”, afirma a professora Juliana França, integrante da comissão interna formada para discussão do curso. “Vemos um avanço absurdo da IA, já incorporada ao dia a dia das pessoas. A IA está profundamente integrada a diversos setores da nossa sociedade: saúde, educação, indústria, meio ambiente, segurança. E isso só tende a crescer”, completa.
Para a professora, o bacharelado vai permitir à UFRJ formar profissionais com uma base sólida para lidar com desafios técnicos, mas também com desafios éticos e sociais. “Espero que o egresso tenha uma sólida formação técnica, com domínio de fundamentos matemáticos, estatísticos, computacionais — o que é o esperado —, mas também espero que ele tenha compreensão crítica dos impactos éticos e sociais do uso dessas tecnologias. Realmente espero ver profissionais capazes de desenvolver soluções inovadoras, mas também responsáveis”, diz Juliana.

WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.19Ainda não foi dessa vez que o Conselho Universitário aprovou a nova norma para as progressões e promoções dos professores. O tema estava na pauta da última reunião do Consuni, realizada na manhã de quinta-feira, 24. A decisão, no entanto, foi adiada porque o Conselho de Extensão, CEU, pediu a inclusão de ajustes na avaliação das atividades da área exercidas por cada docente. O pedido ocorreu na véspera do Consuni e os conselheiros concluíram que o tema deveria retornar para a Comissão de Legislação e Normas, CLN.
É a terceira vez que o assunto entra e sai de pauta. No Consuni do dia 12 de junho, houve solicitação de vistas do processo pelo professor Habib Montoya, representante de Macaé. Já na reunião de 10 de julho, os conselheiros decidiram que o parecer com as sugestões do docente fosse apreciado pela CLN.
A revisão da resolução tem como base uma decisão judicial favorável à AdUFRJ, do fim de 2023, para o retorno das chamadas progressões múltiplas. Ou seja, o texto do colegiado vai formalizar nas regras internas o que a sentença já garante: que o docente possa subir mais de um nível na carreira, se tiver mais de um interstício de trabalho para ser avaliado.
Mas há margem para outros aperfeiçoamentos. A AdUFRJ tem se empenhado para incluir na nova resolução a desburocratização dos processos internos de avaliação. “A AdUFRJ defende que documentos de conhecimento da universidade não precisem ser apresentados no processo de progressão”, argumenta a presidenta do sindicato, professora Mayra Goulart. “E que cada unidade determine quais documentos comprobatórios realmente importantes são necessários”.
Hoje, dependendo da unidade, até a portaria de admissão na universidade é requisitada para professores que já estão em níveis próximos ao topo da carreira. Ou seja, há Associados 4 precisando provar que estão na universidade há 20 anos.

MUDANÇA NO CALENDÁRIO
WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.19 6O fim do segundo período letivo dos cursos de graduação será em 20 de dezembro. O Consuni aprovou o novo calendário acadêmico e estendeu as aulas em uma semana em virtude do feriado do BRICS e recessos. Não haverá mudança apenas para os cursos da Faculdade de Medicina do Rio e da Medicina e da Enfermagem de Macaé, que já possuem uma duração maior. O cronograma do Colégio de Aplicação ainda está sendo discutido. O próximo Conselho de Ensino para Graduados (CEPG) vai avaliar eventuais mudanças nas datas da pós-graduação.
O professor Carlos Riehl, representante dos Associados do CCMN, recomendou que o calendário de 2026 seja discutido e aprovado até novembro, quando os servidores fazem a marcação de férias. “As pessoas têm que programar suas férias. E a gente não pode prever quando tirar férias se não sabemos quando vão começar as aulas”, ponderou.

BIBLIOTECA INTERDITADA
Mais um problema causado pela precária infraestrutura da UFRJ. Decano do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, o professor Flávio Martins informou que a biblioteca Eugênio Gudin está interditada. Após infiltrações causadas por chuvas, verificou-se o risco de desabamento de parte do teto do espaço, localizado no Palácio Universitário, na Praia Vermelha. A previsão é que as intervenções necessárias para a segurança dos usuários sejam realizadas até 3 de agosto.

NOVO PRÓ-REITOR
DE GOVERNANÇA
Fernando Peregrino é o novo pró-reitor de Governança da UFRJ, substituindo a professora Claudia Cruz. O nome foi aprovado no Consuni do dia 24.WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.19 5 Atendendo a um convite do reitor Roberto Medronho, o engenheiro levará para uma das áreas mais sensíveis da gestão a vasta experiência adquirida em diversos cargos administrativos: na Faperj, na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo do estado, na Finep e na Fundação Coppetec.

NOVA REVISTA DO CCS
A decania do Centro de Ciências da Saúde lançou, dia 14, a segunda edição da Revista do CCS. Produzida pela Assessoria de Comunicação e Divulgação Científica (Ascom/CCS), com apoio da Gráfica UFRJ, a revista aborda temas como inclusão e acessibilidade, educação para o futuro, pós-graduação, saúde única e biodiversidade. “Estamos muito contentes. A revista conta um pouco da história e do que está acontecendo no Centro de Ciências da Saúde”, disse o decano, professor Luiz Eurico Nasciutti. A publicação está disponível no site do CCS.

PESAR PELOS ALUNOS DA UFPA
Vários conselheiros manifestaram pesar pelo falecimento dos alunos da Universidade Federal do Pará que se dirigiam para o Congresso da UNE, em Goiânia (GO). O ônibus que levava os estudantes sofreu um acidente na rodovia BR-153, na altura da cidade goiana de Porangatu, na madrugada do dia 16. Uma carreta invadiu a contramão e atingiu o veículo da universidade.

SIAC EM SETEMBRO
A Semana de Integração Acadêmica (SIAC) será realizada entre os dias 22 e 26 de setembro.

TESES EM TRÊS MINUTOS
WhatsApp Image 2025 07 25 at 16.01.19 7Estão abertas as inscrições para o concurso 3MT – 3 Minutos de Tese, voltado para pesquisadores de doutorado. Promovido pelo Fórum de Ciência e Cultura e pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2) da UFRJ, o 3MT é uma competição acadêmica em que estudantes de Doutorado da instituição apresentam sua tese em apenas três minutos, usando uma linguagem acessível para o público não especializado.
O objetivo é desenvolver habilidades de comunicação e permitir que os pesquisadores expliquem a importância de suas pesquisas de forma concisa e clara. “Esse 3MT vai permitir que nossos doutorandos sejam mais ouvidos, mais reconhecidos”, afirmou a coordenadora do FCC, professora Christine Ruta.
As inscrições vão até o dia 22 de agosto. Haverá prêmio de R$ 5 mil aos primeiros colocados. O edital e o formulário de inscrição podem ser acessados na página do Fórum de Ciência e Cultura ou da PR-2.

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