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11 09 25 Eleições AdUFRJ JoaoLaet 10Os professores sindicalizados à AdUFRJ elegeram 92 conselheiros representantes de 33 unidades acadêmicas do Rio, Caxias e Macaé. Dos 95 candidatos, apenas três não lograram a vaga no CR.
A instância é um órgão consultivo da AdUFRJ. O grupo de docentes terá mandato até outubro de 2027.

O resultado será homologado em reunião do Conselho de Representantes do mandato 2023-2025 na próxima sexta-feira, dia 19. O cálculo entre representantes titulares e suplentes leva em
consideração a proporção de votos recebidos em cada lista e o número de sindicalizados
de cada unidade. Veja abaixo os eleitos. 

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Renan Fernandes

Imposta pelo Andes, a votação em cédula de papel restringiu a participação dos professores nas eleições da AdUFRJ. Todos que estavam afastados dos campi nos dias 10 e 11 por questões de saúde ou em missões acadêmicas ficaram automaticamente sem direito ao voto. Aposentados também foram prejudicados.
Destaque no noticiário brasileiro nas últimas semanas, a professora Tatiana Sampaio (do Instituto de Ciências Biomédicas e ex-diretora da AdUFRJ) fez o possível, mas não conseguiu votar. A docente estava em São Paulo para participar de reuniões e coletivas de imprensa sobre o desenvolvimento de um medicamento experimental: a polilaminina, que promete recuperar a mobilidade de pacientes que perderam movimentos por lesões na coluna.
Sampaio adiantou seu retorno ao Rio, mas perdeu a última urna aberta do Centro de Ciências da Saúde por apenas quinze minutos. “Foi uma decepção quando percebi que não daria tempo”, lamentou. Tatiana classificou como retrocesso o retorno ao voto em papel. “Acho lamentável que não se possa votar online. Isso me parece um enorme retrocesso e totalmente injustificável”, completou.
Já a professora Juliana Camacho, do Instituto de Bioquímica Médica, afastada para uma missão científica nos Estados Unidos, não pôde votar em si mesma para o Conselho de Representantes. “Uma votação online seria suficiente para aumentar a adesão de quem não pode estar presencialmente”.
Aposentado do IFCS e morador de Cabo Frio, o professor Paulo Baía chegou a preparar a ida a Macaé para depositar seu voto, mas teve que cancelar a viagem. “Eu queria ter votado. O sistema de votação pela internet era ótimo para mim e para vários colegas que são idosos e moram distante das urnas”, destacou o docente que chamou de involução o retorno ao voto presencial.
Confira a seguir os depoimentos de vários professores que não puderam exercer o direito de participar da escolha dos rumos do sindicato pelos próximos dois anos.

 

WhatsApp Image 2025 09 17 at 18.59.49 4Fui a São Paulo para uma coletiva de imprensa e reuniões com o Laboratório Cristália, no âmbito da cooperação existente entre a UFRJ e a empresa. Depois, fui para Campinas planejar experimentos no acelerador de partículas do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais). Como tinha diferentes destinos em São Paulo, optei por ir de carro.
Até adiantei a volta para chegar a tempo de votar. Teria sido melhor passar a noite em Campinas para poder estender as discussões no CNPEM e estar mais descansada na estrada, mas, quando eram 14h, interrompi a reunião para poder chegar a tempo. Ainda tive que parar na estrada para resolver por telefone um problema no laboratório e atrasei meia hora. Foi o que bastou! Cheguei ao CCS às 20h45 e já não pude votar.
Foi uma decepção quando percebi que não daria tempo. Ainda fui até o hall do Bloco A para ver se a banca de votação ainda estaria lá, mas ela já tinha sido desmontada. Foi triste. Acho lamentável que não se possa votar online. Não há necessidade de retornarmos a um sistema antigo de votação. Isso me parece um enorme retrocesso e totalmente injustificável.
Tatiana Sampaio
Instituto de Ciências Biomédicas

WhatsApp Image 2025 09 17 at 19.13.19Não pude votar nas eleições da AdUFRJ em 2025 devido à decisão pouco democrática pelo voto impresso, em plena era digital. Não pude tampouco votar por procuração. Tive meu direito cerceado e me sinto excluída deste processo importante e que deveria ser cada vez mais democrático. Considero um retrocesso, pois diversos professores se afastam da sede para participar de congressos, bancas, dentre outras atividades acadêmicas rotineiras. Espero que, em 2027, possamos voltar a ter nosso direito ao voto garantido novamente. Afinal, a AdUFRJ deveria ser cada vez mais representativa da categoria e atender melhor as demandas dos seus filiados.
Denise Pires de Carvalho
Presidente da Capes, ex-reitora da UFRJ e professora do IBCCF

WhatsApp Image 2025 09 17 at 18.59.49 5Chega a ser inacreditável que cheguemos em 2025, em pleno século XXI, com uma exigência do Andes de que o voto seja dado em papel. Isso lembra muito a exigência do Bolsonaro de que o voto deveria ser em papel, por ser assim “auditável”. Aliás, não é só neste assunto que tanto a extrema direita quanto a extrema esquerda coincidem em suas posições. Por exemplo, foi assim também com o REUNI e com as cotas; ambos os extremistas eram contra, mudando apenas os motivos que justificavam suas posições!
Mas por que eu sou a favor do voto eletrônico para decisões importantes como, por exemplo, eleições para a Diretoria da AdUFRJ? Em primeiro lugar, para permitir que os aposentados, que são cerca de metade dos filiados à AdUFRJ, votem. Muitos destes aposentados têm problemas de mobilidade e, assim, obrigar que eles se desloquem até uma urna para exercer o seu direito ao voto é uma exigência descabida. Em segundo lugar, porque, como todos sabem, os meses de setembro e outubro concentram muitos congressos fora do Rio de Janeiro. Logo, o voto em papel impede que professores que participam destes congressos votem. Eu, por exemplo, por estar no momento na Europa, fui impedido de votar.
Por tudo isso, apoio a ADUFRJ em sua defesa por votações eletrônicas, única forma de efetivamente democratizar as decisões por se ouvir a maioria dos filiados.
Ricardo Medronho
Emérito da Escola de Química

WhatsApp Image 2025 09 17 at 18.59.49 6Fiquei superchateada. Queria muito votar na chapa 1, porque gostei das propostas e conheço as pessoas. Sei que são idôneas, éticas. Tinha evento marcado em Cruzeiro do Sul, no Acre, entre os dias 8 e 12 de setembro. O XVI Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica. Mas poderia ter votado online. Estava praticamente certa de que haveria essa possibilidade, porque já votamos outras vezes assim. Da mesma fora, em relação à eleição para o Conselho de Representantes, me senti desrespeitada e excluída, já que a votação remota é comum e esperada.
Valéria Vinha
Instituto de Economia
(aposentada)

WhatsApp Image 2025 09 17 at 18.59.49 8Eu gostaria de ter participado, obviamente, e ter exercido meu direito de voto nos colegas com quem tenho trabalhado junto e apoiado nas iniciativas da AdUFRJ e do Conselho de Representantes.
Em função de uma viagem para participar de um congresso internacional da minha área de atuação na Engenharia Química, em Trondheim, Noruega, não estava presente à UFRJ durante os dias de votação e foi frustrante não comparecer às urnas para, inclusive, apoiar a chapa da qual eu participava.
Por essa razão e por entender que muitos colegas também podem estar ausentes em períodos de votação, eu defendo o voto online, pela sua praticidade, segurança e viabilidade de estimular maior participação da comunidade. Particularmente, apoio a ideia de se implementar um sistema de votação remota e assim garantir maior participação dos docentes nas eleições futuras.
Fábio Toniolo
Coppe

WhatsApp Image 2025 09 17 at 19.04.33Eu fui a um Congresso em Foz do Iguaçu na semana passada, que estava marcado anteriormente, e fiquei impossibilitada de votar.
Mas, particularmente, achei muito complicado essa impossibilidade de votar online. Poderia ser presencial e online simultaneamente. Isso atrapalha muito a votação, a democracia. Limita nossas possibilidades de ampliar os votos e de ter uma ampla participação, como a AdUFRJ vem fazendo nos últimos anos!
Sem contar o fato de pessoas que se encontram acamadas ou que tiveram outros imprevistos e que, infelizmente, não puderam comparecer à votação. Vivemos no mundo em que fazemos tudo ou quase tudo online e exigir votos presenciais parece um contrassenso. Só o Andes mesmo para exigir que façamos isso!
Veronica Damasceno
Professora da Escola de Belas Artes

Sou representante e não pude votar em mim mesma. Bem antes da divulgação da data da eleição, solicitei afastamento por 20 dias para missão científica na Mayo Clinic, na Flórida. O afastamento de curto prazo para missão científica é um trabalho referente ao nosso ofício, como palestras, congressos e bancas de defesa. Uma votação online seria suficiente para aumentar a adesão de quem não pode estar presencialmente.
Sinceramente, não vejo o porquê de ainda haver discussão sobre votação híbrida, se isso contempla todos esses ofícios fora do local de trabalho que possuem permissão aprovada.
Juliana Camacho
Instituto de Bioquímica Médica

WhatsApp Image 2025 09 17 at 18.59.49 10Estou em missão científica como professor visitante do departamento de Biologia de Sistemas da Harvard Medical School. É difícil acreditar que com a tecnologia atual e dentro de uma universidade do porte da UFRJ que tem dois núcleos de computação, TIC e NCE, não se possa realizar votação online. Há várias votações online de quadros importantes que ocorrem na UFRJ, não entendo por que a AdUFRJ não pode usar este mecanismo de grande inclusão. A ausência de 20% dos eleitores, que não puderam votar presencialmente, é bastante significativa e frustrante. Espero que na próxima eleição seja possível colher votos auditáveis online.
José Garcia Abreu
Instituto de Ciências Biomédicas

Estou gestante e precisei tomar ferro venoso no hospital na quinta-feira, dia 12. O procedimento demorou mais que o esperado e por isso não consegui votar. Também saí um pouco cansada e necessitando ir diretamente para casa lanchar porque tenho diabetes gestacional e preciso controlar bem os horários das refeições. O voto online teria me ajudado muito nesse caso.
Cintia Pinheiro
Nupem

Tenho 74 anos e participo ativamente das assembleias da AdUFRJ e sempre votei na AdUFRJ. Atualmente, moro em Cabo Frio e, infelizmente, não pude votar. Eu queria ter votado. O sistema de votação pela internet era ótimo para mim e para vários colegas que são idosos e moram distante das urnas. Cheguei a me preparar para ir a Macaé, mas não consegui, dadas as dificuldades do dia a dia.
Portanto, critico muito essa involução. Essa reversão do voto digital via internet para o voto presencial, que impede e dificulta a mobilidade de quem é idoso, aposentado, mesmo quem mora nas cidades do Rio de Janeiro, Macaé ou Duque de Caxias.
Paulo Baía
IFCS (aposentado)

545837194 1207730628067357 1885090742180339861 nFoto: Fernando SouzaO canto vigoroso do Grupo Brasil Ensemble UFRJ, executando trechos da ópera moçambicana “O Grito de Mueda”, um hino contra o colonialismo e pela liberdade, abriu e deu o tom de uma noite de resistência e de celebração nesta segunda-feira, no Fórum de Ciência e Cultura, no Flamengo, Zona Sul do Rio. Resistência, aliás, foi a palavra de ordem mais repetida na cerimônia em homenagem aos 105 anos da UFRJ, que teve como lema “História que inspira, futuro que transforma”.
Aplaudido de pé pela plateia lotada, o solo de Marcos Paulo Cassiano emocionou a todos. O reitor Roberto Medronho, que tinha preparado um texto para ler, abandonou o script: “Depois dessa abertura, eu resolvi falar com o coração”, disse o reitor. “A universidade, e sobretudo a UFRJ, precisa ser o motor de transformação dessa sociedade. Não podemos retroceder em nossa democracia. Temos que ter o compromisso, como servidores públicos, de acolher cada aluno que chega, até ele concluir o curso. Nós temos um papel de ponta nessa caminhada”, completou Medronho.
A vice-reitora Cássia Turci, também emocionada, disse que é dever da universidade ajudar a transformar o Brasil em um país mais justo. “Somos um país muito desigual”, pontuou.
Coordenadora do FCC, a professora Christine Ruta destacou que a marca dos 105 anos da UFRJ é a resistência. “Celebramos hoje não apenas a história dessa resistência, mas as conquistas que dela vieram. Celebramos cada estudante, cada descoberta científica, cada gesto de cultura e de arte da UFRJ”, disse Christine. Ela anunciou o início do ciclo de celebrações pelos 60 anos do FCC.
Depois de um descontraído bate-papo entre o reitor Roberto Medronho e o ex-reitor Nelson Maculan (que comandou a UFRJ entre 1990 e 1994), a cerimônia foi encerrada com uma bela apresentação de canto e dança da Companhia Folclórica do Rio - UFRJ em homenagem aos 105 anos. O Salão Nobre Rui Barbosa virou uma festa de roda. Uma noite para não esquecer.
541643832 1204376881736065 1540362436143224530 nFoto: Fernando Souza“Nós e a natureza somos um”, cantou em mantra o professor de Psicologia Social da UFRJ João Irineu de França Neto na abertura do Festival do Conhecimento 2025 na quinta-feira (4). O evento, que acontece no Salão Nobre do Fórum de Ciência e Cultura entre esta quinta e sexta-feira, traz o tema “Re-amazonizar o Brasil”, com o objetivo de refletir sobre sustentabilidade, saberes ancestrais, inovações tecnológicas e o papel das universidades no desenvolvimento de um futuro socioambiental justo.
Originário do povo Potiguara, da Paraíba, o docente desenvolveu e implementou a disciplina de Psicologia Indígena na UFRJ. “Re-amazonizar o Brasil é lembrarmos do nosso compromisso ético-político como universidade. É o comprometimento dos nossos projetos de extensão e de pesquisa com o reflorestamento, no combate a biopirataria e a promoção da saúde mental dos povos da terra”, alertou Neto.
A professora Ivana Bentes, pró-reitora de Extensão, exaltou o diálogo dos debates propostos no Festival com os temas que serão discutidos por líderes de todo o mundo na COP 30 em novembro. “O prefixo ‘re’ tem a ver com o futuro. É a Amazônia que vai salvar o Brasil, recolocar a questão ambiental no projeto desenvolvimentista, recolocar o meio ambiente no centro de uma discussão de sociedade”, disse a docente. “A proposta é pensar a floresta como laboratório de bioinvenção do planeta”, completou.
Segundo o reitor Roberto Medronho, cuidar da Amazônia é cuidar do Brasil e do planeta. “Re-amazonizar é resgatar o valor da vida em todas as suas formas, reconstruir uma relação de respeito com a natureza e assumir que o desenvolvimento só é verdadeiro quando é justo, inclusivo e regenerativo”, explicou. “Falar em re-amazonizar o Brasil é falar da nossa identidade mais profunda”, realçou Medronho.
A defesa da Amazônia como uma questão de soberania nacional foi apontada pela professora Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura. “Esse é um tema central. Mais que uma questão ambiental, a defesa da floresta é um tema político, cultural e social”, afirmou Ruta.
As mesas do Festival do Conhecimento são transmitidas pelo canal do Youtube ExtensãoUFRJ.

WhatsApp Image 2025 08 26 at 18.48.30 1Ao longo das últimas semanas, o Jornal da AdUFRJ questionou as chapas sobre temas sensíveis para os professores da UFRJ. Carreira, condições de trabalho, propostas para aposentados, democracia, orçamento e financiamento das universidades estiveram entre os assuntos aprofundados pelos grupos a cada semana. Nesta última edição especial, queremos saber mais sobre como as chapas compreendem a política sindical e suas propostas para fortalecer a participação de professores na AdUFRJ. Veja abaixo as respostas encaminhadas pela Chapa 2 – ADUFRJ de luta: dignidade nas condições de trabalho e defesa da universidade pública.

As eleições para a diretoria e Conselho de Representantes serão presenciais e estão marcadas para os dias 10 e 11 de setembro em todos os campi. Haverá 22 urnas no Rio, Caxias e Macaé. Participe!

1. Há uma crise no movimento sindical? Por quê?
A organização de trabalhadoras/es é um desafio permanente. Poderíamos considerar numerosos aspectos que compõem a crise do mundo do trabalho e que atingem diretamente a organização sindical. Mas o aspecto que mais nos interessa, já que alcança parte importante dos sindicatos e centrais no Brasil, é sua perda de autonomia e conversão em transmissoras de demandas institucionais. Determinações fortes do afastamento das bases e da perda da capacidade de ouvi-las. A Adufrj é um caso agudo e, não à toa, tem sido apelidada de PR-8.
Por sua vez, o Andes-SN tem mantido sua autonomia a partidos e governos e estados e convoca a luta de acordo com o que a categoria decide. A pedagogia do respeito ao regimento não é uma formalidade, e respeitar formulações democraticamente construídas em fóruns coletivos garantem a independência decisória, inclusive, em relação à própria diretoria. A militância no ANDES tem atraído docentes que encontram seus direitos corroídos e percebem que só a luta histórica do sindicato conquistou vitórias. Entre 2023 e 2025, por exemplo, houve o aumento de uma Adufrj inteira em suas bases – foram quase 4 (quatro) mil docentes. As greves, além de alcançarem conquistas trabalhistas, reforçam os espaços decisórios coletivos.
As diretorias da Adufrj, pelo contrário, tem afastado a base, deixando a categoria entregue aos assédios e a doenças do trabalho. Segundo dados oficiais da seção, obtidos de relatórios dos Congressos do Andes, há uma tendência à redução de filiações, sobretudo se considerarmos que a base potencial de docentes tem aumentado com a realização de concursos – ainda que insuficientes. Ademais, a base da Adufrj tem diminuído seu impacto proporcional na base nacional, caindo aproximadamente 10% nos últimos 10 anos.
Este apequenamento da Adufrj significa que a maior Instituição Federal de Ensino Superior do país não tem atuado junto às lutas nacionais e sequer estimula docentes a participarem das formulações dos rumos do sindicato em seus Grupos de Trabalho. A política atual da Adufrj está diminuindo o potencial de formulação e solidariedade que a UFRJ possui!

2. O que a AdUFRJ pode fazer para fortalecer o movimento sindical docente no país e ampliar a articulação com entidades nacionais sindicais e científicas?
A Adufrj pode fazer muita coisa, mas precisa de outra direção. O potencial de ação, formulação e capilaridade do movimento docente na UFRJ é proporcional ao tamanho de nossa universidade. Porém, ao construir uma atuação isolada, na forma de lobby junto a instituições, mandatos, reitorias e governos, as diretorias da Adufrj esvaziam este potencial. O resultado – inevitável – desta política tem sido perdas, derrotas e aumento da precarização das nossas condições de trabalho:
Internamente, é necessário estimular a realização dos Grupos de Trabalho do ANDES, capazes de ecoar a pluralidade de saberes e lutas da UFRJ: ciência e tecnologia, comunicação, artes, educação, seguridade social, políticas de memória (e a comissão da verdade do sindicato), etc. Os GT são abertos para receber as contribuições de nossas/os colegas docentes a partir de seus estudos e pesquisas para que o sindicato formule sua intervenção política. O Conselho de Representantes deve servir como termômetro sobre as demandas, avaliações e insatisfações docentes. A participação docente em Congressos e Conselhos do Andes deve ser ampliada. Isso demanda muito trabalho organizado: assembleias, proposição de textos e resoluções, debate dos temas que são preocupações dos/das docentes em todo o Brasil. Isto significa, acolher docentes que desejam conhecer, participar e incidir, de forma organizada pela seção sindical, nas principais instâncias do ANDES para a superação das dificuldades nas Universidades públicas.

3. Que ações a AdUFRJ pode realizar, continuar ou retomar para aumentar a sindicalização e a participação sindical dos professores da UFRJ?
Conforme indicamos nas respostas anteriores, a prática atual de recuo e isolamento e a opção por campanhas performáticas de lobby no Congresso Federal, repetem um estilo condenado pela prof Maria Lúcia T. Werneck Vianna em seu importante livro “A Americanização (perversa) da seguridade social no Brasil”. Este modelo estadunidense de lobby junto ao parlamento tem por resultados orçamentos secretos e afastamento dos interesses das maiorias das pautas do congresso, configurando um caráter substitucionista e antidemocrático, capaz de enterrar conquistas da classe trabalhadora.
Nas visitas que a Chapa 2 tem realizado a unidades de ensino é comum encontrar docentes que se desfiliaram da Adufrj por considerá-la um espaço despolitizado e sem perspectiva de atuação coletiva.
Para romper com este ciclo, as diretorias não devem temer trabalhar com os diferentes perfis docentes. A luta em defesa da categoria é a melhor receita para ampliar a sindicalização e participação de professoras e professores.

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