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Sem água e sem serviço de limpeza. O Centro de Ciências da Saúde amanheceu sem os serviços básicos, no dia 10. O decano do CCS, professor Luiz Eurico Nasciutti, explicou ao Consuni desta quinta-feira que a empresa responsável pela limpeza do prédio deixou o contrato e demitiu todos os funcionários na véspera. Para piorar a situação, o rompimento de uma tubulação da concessionária Águas do Rio causou o desabastecimento da Cidade Universitária. A pró-reitoria de Governança já iniciou os procedimentos para contratação emergencial de uma empresa substituta no CCS. Já a prefeitura universitária afirmou que a concessionária de água iria começar o reparo da tubulação ainda nesta quinta.
A ruptura de um cano por funcionários que faziam uma obra no telhado do Palácio Universitário provocou a inundação da sala da direção da Faculdade de Educação na manhã de quinta-feira, 10. Vários equipamentos foram danificados. Ao Consuni, o decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), professor Vantuil Pereira, informou que uma equipe do contrato de manutenção do Centro foi acionada para avaliar a situação. “Até que tenhamos um contrato de manutenção de toda a universidade, é importante manter esses contratos vigentes nas decanias. Sem isso, a situação de agora poderia ser agravada”, disse.
Fotos: Fernando SouzaRenan Fernandes
Os gritos de “sem anistia” foram as palavras de ordem mais repetidas durante o ato que marcou os 61 anos do golpe militar de 1964. Na terça-feira, dia 1º de abril, manifestantes e militantes de diversas organizações sociais se reuniram em frente à antiga sede do DOPS, no Centro do Rio, contra a anistia aos golpistas de ontem e de hoje.
O historiador Lucas Pedretti, do coletivo RJ Memória, Verdade, Justiça e Reparação, exaltou a simbologia do lugar escolhido para a concentração do ato. “Esse é um prédio que foi durante todo século XX um centro de tortura do Estado”, disse Pedretti sobre o prédio da Rua da Relação, 40.
“Reunimos as forças do campo progressista para lembrar as vítimas da violência militar do passado e do presente. Por isso, é importante responsabilizar Bolsonaro e os militares”, afirmou o historiador.
A manifestação reuniu bandeiras de diversos coletivos e movimentos. O músico Leo Alves, neto do desaparecido político Mário Alves, representou o coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça.
“A luta deve ser contínua para mostrar que não foram só os militantes as vítimas da ditadura. Ela ainda não acabou nas favelas do Brasil, no campo e nas terras indígenas”, apontou.
O ato seguiu em direção à Associação Brasileira de Imprensa, a ABI, onde o Grupo Tortura Nunca Mais promoveu a entrega da 37ª Medalha Chico Mendes. A honraria homenageia pessoas e movimentos sociais que lutam contra a violência de Estado, em defesa dos direitos humanos. Neste ano, foram dez os escolhidos, entre ativistas, instituições e desaparecidos políticos.“Há 37 anos, a medalha é um contraponto à Medalha do Pacificador, entregue pelo Exército brasileiro e que já homenageou muitos agentes da ditadura”, explicou o presidente do grupo, Rafael Maul.
Um grupo de bolsonaristas hostilizou manifestantes no início do ato. Depois, ao final da atividade, o grupo voltou acompanhado por policiais militares. Houve princípio de tumulto e a polícia chegou a utilizar gás de pimenta contra os manifestantes. Os organizadores, no entanto, contornaram a situação e a atividade foi encerrada sem mais violência.
Professor Ricardo Medronho lê a carta dos eméritos no Consuni - Foto: Antonio SoléUm grupo de 33 professores eméritos da UFRJ subscreveu um documento, aprovado como moção do Conselho Universitário, dia 27. O texto denuncia as ações autoritárias de Donald Trump contra a ciência e expõe a preocupação dos eméritos com os professores, pesquisadores, estudantes e instituições vítimas dos atos do governo norte-americano. A moção foi aprovada por unanimidade no Consuni. Veja a íntegra:
“É com enorme preocupação que a comunidade acadêmica internacional tem assistido a professores, pesquisadores e estudantes de universidades estadunidenses sofrerem ataques de um governo autoritário, que coloca em grave risco os princípios e valores fundamentais que devem reger a vida acadêmica: a liberdade de expressão, a liberdade de cátedra e a liberdade de ensino.
A ciência, assim como os conhecimentos produzidos ao longo dos séculos pelas várias disciplinas e formas de saber resultantes do gênio humano, constitui um bem comum da humanidade, e se nutre, reproduz e enriquece apenas ali onde a circulação e confronto de ideias, hipóteses, sensibilidades e percepções podem circular em liberdade, em ambiente que estimule a convivência e o diálogo. E como se aprendeu e conquistou duramente nas últimas décadas, este ambiente deve acolher e promover a diversidade de gêneros, culturas, etnias, cores, opções religiosas, em condições de igualdade e inclusão.
Ali onde estes princípios e valores são desprezados e violados é o conjunto da comunidade universitária-científica mundial que está sendo atacada. A solidariedade com os colegas vítimas da intolerância e do obscurantismo é não apenas um ato em defesa dos cientistas e da ciência, mas também a afirmação de compromisso com a liberdade e a democracia, hoje ameaçadas em várias partes do mundo, e também no Brasil. A cultura e a ciência têm nas universidades sua pátria natural, universal, e constituem uma trincheira contra o racismo, a xenofobia, o patriarcalismo, a homofobia e todas as formas de opressão e discriminação.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro, através de seu Conselho Universitário, manifesta publicamente seu protesto contra as violências que estão sendo cometidas pelo Governo dos Estados Unidos da América e manifesta sua solidariedade às universidades e universitários estadunidenses.”
Fotos: Fernando SouzaO presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou, na quarta-feira (2), o aporte de recursos não reembolsáveis de R$ 50 milhões para a reconstrução do Museu Nacional, destruído por um incêndio em 2 de setembro de 2018. A verba garante a continuidade das obras de restauração e a previsão de reabertura de parte do imóvel ao público em junho do ano que vem. Com os novos recursos, o valor total destinado pelo banco à recuperação do museu chega a R$ 100 milhões.
O anúncio foi feito na Sala das Vigas, uma das já parcialmente recuperadas do Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista. De acordo com o arquiteto responsável pelas obras, Wallace Caldas, as imensas vigas retorcidas pelo fogo serão mantidas como “esculturas para lembrar a resistência diante da tragédia”. Segundo ele, o bloco principal do Paço, onde está o meteorito Bendegó, já está com as fachadas restauradas, assim como o teto. Para abril, a previsão é restaurar os acessos aos andares superiores e a criação de um túnel de serviços entre o Paço e seu anexo. Quase 400 pessoas atuam nas obras atualmente.
FUNDO MANTENEDOR
Ao lado do reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho, e do diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, Mercadante anunciou ainda a criação de um fundo mantenedor para as atividades do museu pós-reabertura. “O BNDES vai estruturar esse fundo e vamos captar recursos para a sustentação financeira do Museu Nacional a longo prazo. Um fundo para que se façam as reformas, as manutenções, as exposições”, adiantou ele. “É um fundo para que, depois da reabertura, o museu não tenha que ficar correndo atrás de recursos para uma exposição, por exemplo. E para preservar o acervo e não repetir os erros do passado”.
O presidente do BNDES disse que empresas e bancos privados “estão se comprometendo a cobrir” o que ainda está faltando de recursos para a conclusão das obras. O total previsto para a reforma é de R$ 516 milhões, e até agora já foram captados cerca de R$ 350 milhões. “Dos R$ 170 milhões restantes, algo em torno de R$ 100 milhões já estão em fase final de captação. Esses R$ 70 milhões que faltam já estamos em conversas avançadas para conseguir”, garantiu Mercadante. Uma dessas conversas é com a Febraban, a federação dos bancos, com o intuito de garantir mais R$ 18 milhões para as obras.
O reitor Roberto Medronho destacou o simbolismo do aporte do BNDES. “Se o dinheiro não entra agora, o cronograma iria atrasar. Com isso, nós garantimos a reabertura parcial em 2026, e mantemos a previsão de reabertura total em 2028”.
Para o diretor do Museu Nacional, professor Alexander Kellner, a verba do BNDES chega em um momento crucial. “Esse aporte é estratégico para que o museu cumpra com o compromisso de reabrir parte do Paço de São Cristóvão e seus arredores à população. Nossa ideia é fazer essa reabertura em junho de 2026, com a ossada de uma baleia, pendurada a mais de dez metros de altura, a recepcionar o público na entrada do museu”. A partir de junho próximo, o museu terá visitas agendadas nas salas já em restauração de sua entrada principal.