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Assembleia representativa: 113 docentes assinaram o livro da reunião - Foto: Fernando Souza[/caption] A abertura de espaços de discussão sobre temas nacionais foi outra marca. Tatiana lembrou a luta contra o teto de gastos públicos, a participação nas Marchas pela Ciência e a solidariedade às instituições estaduais de ensino superior do Rio de Janeiro. “Defender a universidade pública é uma das razões de existir da Adufrj”. Sobre a transparência dos gastos e o custo de funcionamento da Adufrj, a ex-presidente mostrou que houve crescimento na arrecadação: “Fizemos tudo isso deixando o orçamento da Adufrj maior do que quando entramos”, enfatizou. A gestão que herdou R$ 727 mil deixou para o novo biênio mais de R$ 1,2 milhão. Carlos Frederico Leão Rocha, 1º vice-presidente da diretoria anterior, completou o balanço 2015-2017 com duras críticas à reitoria: “Nos últimos anos, perdemos capacidade de gestão, perdemos coesão em nossas decisões”, disse. “É inconcebível que as contas não estejam online para que todos pudessem saber a origem e a direção dos gastos. A recorrente prática de aprovação de orçamentos deficitários é danosa”, completou. O professor destacou, ainda, a publicação das três revistas da associação, no período: a primeira, voltada para as cotas; a segunda, para o orçamento da universidade; a última, para os problemas do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. O que vem por aí Nova presidente, Maria Lúcia Teixeira ressaltou a responsabilidade de representar um corpo social tão heterogêneo e plural. Para Maria Lúcia, a tarefa de dirigente da Adufrj só pode ser desempenhada com respeito à divergência de ideias: “Não se trata de impor ao conjunto de docentes decisões tomadas por poucos. Exige reflexão, discussão e participação crescente”, enfatizou. “Não somos ferroviários. Sem nenhum demérito aos ferroviários. Todos têm uma função importante na sociedade. Temos uma inserção no mundo, que é uma especificidade. Somos diferentes, porque transmitimos saberes diferentes”, completou. [caption id="attachment_9079" align="alignleft" width="300"]
Sede própria: Fazer a mudança da Adufrj está nos planos da nova diretoria - Foto: Fernando Souza[/caption] Em seguida, a nova presidente anunciou as primeiras medidas, como a convocação do Conselho de Representantes. A professora citou, ainda: uma reunião aberta para discutir os critérios de avaliação da Capes; o início de novas campanhas; um debate sobre a política de extensão da UFRJ; e o acompanhamento das instâncias superiores da universidade. A construção de uma sede própria é outra meta. “É muito grande a responsabilidade de dar sequência ao trabalho realizado pela diretoria que hoje nos passa o bastão”, afirmou. Compareceram à assembleia de posse mais de cem professores, além de amigos, familiares, técnicos-administrativos e estudantes. A administração central da UFRJ foi representada pela vice-reitora Denise Nascimento; pela pró-reitora de Extensão, Maria Malta; e pelo pró-reitor de Graduação, Eduardo Serra.
Encontro institucional: vice-reitora cumprimenta nova presidente do sindicato - Foto: Fernando Souza[/caption]
"Estamos aqui solidários e contra esse desmonte", disse o professor Felipe Rosa[/caption] Plural Dirigentes de universidade marcaram presença no ato. Luis Passoni, reitor da Uenf, se contrapôs à austeridade aplicada às universidades “Estamos diante da volta do discurso de que o Estado gasta muito e deve ser mínimo para o país voltar a crescer. Em lugar nenhum do mundo isso funcionou", destacou. O reitor da UFRJ, Roberto Leher, representou a Andifes: "Somos todos Uerj, somos todos Uenf e somos todos Uezo. Não há dúvidas de que o que acontece hoje nas universidades não se descola do projeto de mudanças em curso no país. A Emenda Constitucional 95 (do teto de gastos) é a maior contrarreforma desde as modestas conquistas da Constituição de 88", avaliou. Movimentos sociais se incorporaram à campanha em defesa da rede pública. “Educação é um direito fundamental, assim como a moradia. E também aproveitamos para levantar a reflexão sobre qual educação é destinada para a maioria da população pobre. A educação pública que dialoga com a realidade tem tudo a ver com o que a gente acredita”, disse Aline Abreu, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto. A atividade contou ainda com a presença de parlamentares. Jandira Feghali (PCdoB) reforçou o papel da mobilização social para um patamar mínimo de financiamento das universidades: “É só olhar o orçamento que preparam para 2018 para perceber que não cabe nenhum projeto de educação e de pesquisa científica”. Nem mesmo o intenso calor pré-verão carioca dispersou as quase mil pessoas que, depois da reunião na Uerj, seguiram em passeata até o campus Maracanã do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). O ato foi encerrado, durante o percurso, após repressão da Polícia Militar.
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