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WhatsApp Image 2020 10 02 at 20.04.46O ministro da Educação, Milton Ribeiro, admitiu que não entende a importância da democracia interna para o funcionamento das universidades. Em entrevista ao portal bolsonarista Brasil sem Medo, divulgada no dia 29, disse: “No caso das listas tríplices das universidades, vamos seguir exatamente o que diz a lei: a palavra final é do presidente da República. Se ele escolhe sempre o nome mais alinhado com o governo, é isso que nós vamos defender”. A política de confronto com a comunidade acadêmica já resultou em 14 intervenções no comando de universidades e institutos federais. E em tensos processos eleitorais. Confira, nesta página, a situação em três universidades e o atual mapa das nomeações.

UFPR define lista tríplice
O Colégio Eleitoral da Universidade Federal do Paraná (UFPR) definiu, no dia 30, a lista tríplice para a reitoria. O nome do professor Ricardo Marcelo Fonseca, atual reitor, foi indicado em primeiro lugar, com 32 votos. A decisão do colegiado respeitou o resultado da consulta à comunidade, no início do mês, quando a chapa de Ricardo Fonseca obteve 85% dos votos válidos. O candidato da chapa derrotada na consulta, professor Horácio Tertuliano, com apenas seis votos, ficou em quarto lugar e não vai integrar a lista.  
Houve muito cuidado com todo o processo de escolha do novo reitor. Como apenas duas chapas se inscreveram para a consulta, a universidade seguiu a recomendação da consultoria jurídica do MEC e da procuradoria interna para permitir a inscrição de novas chapas no Colégio Eleitoral e completar a lista tríplice.
 
UFPA cobra nomeação do reitor
O Conselho Universitário (Consun) da Universidade Federal do Pará (UFPA), em reunião extraordinária no dia 29, reagiu ao ofício do MEC que questionou o processo local de escolha do novo reitor. De acordo com o documento, a Casa Civil da Presidência encontrou inconformidade na consulta informal à comunidade, ao ser adotado o peso paritário entre as categorias discente, docente e técnico-administrativa.
A Procuradoria Federal junto à UFPA emitiu parecer favorável à legalidade da consulta e da composição da lista tríplice, com base na legislação vigente. O Consun cobrou “resposta célere para a nomeação da nova gestão da UFPA”.
Os três candidatos aprovados para compor a lista tríplice para o cargo de reitor da instituição também ajuizaram mandado de segurança no STF com o objetivo de obrigar o presidente Jair Bolsonaro a fazer a nomeação de um deles ao cargo.

Interventor recua de mudanças na UFRGS
Nomeado reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul contra a vontade da comunidade, Carlos Bulhões já viu que não terá uma gestão tranquila. Em seus primeiros dias no cargo, o interventor tentou implantar uma reforma administrativa interna sem passar pelo Conselho Universitário. Diante da pressão das entidades representativas e de uma autoconvocação do próprio colegiado para discutir as mudanças, Bulhões recuou. Retornaram ao status anterior a pró-reitoria de Pesquisa e a pró-reitoria de Extensão, antes unificadas. Foi ainda recriada a Secretaria de Educação a Distância, assim como a Coordenadoria de Ações Afirmativas não está mais subordinada à Pró-reitoria de Assuntos Estudantis.
A reestruturação estava em flagrante conflito com o regimento da UFRGS e com decisões do Consun, órgão máximo da Universidade. As informações são do Sindicato dos Técnicos-administrativos da UFRGS (Assufurgs).

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