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WhatsApp Image 2024 05 03 at 20.01.01Divulgação EEFDMais uma vez a sorte evitou uma tragédia. Até quando? Essa é a pergunta que se faz a comunidade da UFRJ após o novo desabamento de marquises e paredes que aconteceu na noite de 1º de maio no prédio da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), no campus do Fundão. É a segunda queda em apenas oito meses — a primeira ocorreu em setembro do ano passado. As aulas no edifício estão suspensas por tempo indeterminado.
“O vigilante ouviu barulhos e resolveu fazer uma ronda no prédio. Quando chegou no corredor, ouviu um novo estalo, mais forte. Ele parou e a parede desabou à frente dele. Felizmente ele não se feriu”, contou ao Jornal da AdUFRJ o vice-diretor da EEFD, professor Alexandre Palma. A unidade está interditada até segunda ordem. “Não posso colocar pessoas dentro deste edifício. A UFRJ vem dando sorte de ninguém se machucar. Até quando teremos sorte?”.
Técnico da UFRJ há 36 anos e atual prefeito da Cidade Universitária, Marcos Maldonado se emocionou ao ver os escombros. “Estamos por um triz. Precisamos urgentemente de orçamento”, desabafou, antes de iniciar uma peregrinação em busca de material para isolar a área do acidente. “Nunca vi a universidade numa situação tão dramática”, lamenta.
“Nós temos várias edificações sob risco e a UFRJ precisa urgentemente dos recursos para manter as suas edificações seguras”, afirmou o reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho. “O Escritório Técnico ainda está calculando os custos dessa nova obra”, informou o reitor logo após visitar a área do acidente, na manhã de 2 de maio.
As imagens são impactantes e explicitam o tamanho da tragédia caso o acidente tivesse ocorrido em horário de aula. O corredor ficou tomado por grandes blocos de concreto. A diretora da unidade, professora Kátya Gualter, informou que a ala atingida é muito demandada por toda a comunidade acadêmica. “É o corredor do gabinete da Direção, Coordenação de Extensão, RH, Coordenação de Esportes, Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação Física e Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Dança”, elencou. Além disso, era o único acesso considerado seguro pelo Escritório Técnico da Universidade (responsável pelas vistorias de segurança dos prédios e pelos projetos de manutenção e reformas prediais). O outro acesso, em frente ao bandejão central, fecha às 18h. Um terceiro está interditado por conta do primeiro desabamento de marquise, ocorrido em setembro do ano passado.WhatsApp Image 2024 05 03 at 20.01.02 2
A diretora contou, ainda, que está em diálogo com a reitoria e outras unidades para redistribuir as aulas para outras áreas. “Ainda não sabemos como se dará essa reorganização. Faremos uma reunião do Conselho Departamental para definir isso”. Por enquanto, não está cogitada a suspensão do período para os cursos atingidos.
A decania do Centro de Ciências da Saúde – ao qual a Educação Física é vinculada – também acompanha o caso. “Estamos muito mobilizados. Teremos uma reunião com a reitoria e a direção da Escola para discutir a situação e buscar soluções”, informou a vice-decana do CCS, professora Lina Zingalli. “Prestaremos todo apoio necessário à unidade, como fizemos na ocasião do primeiro desabamento”, adiantou a professora.
Por meio de nota, a reitoria informou que já foi definida uma empresa para realizar a manutenção corretiva para escorar o trecho danificado imediatamente. Além disso, solicitou ao Ministério da Educação recursos extras para a execução do serviço e para a prevenção de futuros desabamentos.
A reitoria ressaltou, ainda, que as aulas que acontecem fora do prédio e são de outras unidades estão mantidas. Seguem canceladas por tempo indeterminado apenas as aulas realizadas no prédio da Educação Física.

DRAMA SE REPETE
Este é o segundo desabamento ocorrido no prédio da Educação Física em oito meses. O primeiro aconteceu no início da tarde de 6 de setembro do ano passado. Havia aulas regulares. Por sorte, ninguém se feriu. “A dinâmica foi a mesma. Estalou primeiro e estourou para dentro do corredor depois”, explicou o vice-diretor Alexandre Palma.
As aulas do primeiro semestre para o curso de Dança — principal atingido pelo primeiro desabamento — foram iniciadas apenas no dia 24 de abril. “Não queríamos retomar antes que o segundo escoramento fosse realizado, para dar mais segurança à comunidade acadêmica”, relatou a diretora Kátya Gualter. “Mas esse desabamento nos mostra que realmente não estamos seguros”.

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