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WhatsApp Image 2023 05 17 at 19.53.43 2Foto: Karine VerdoornConstruir uma nova forma de sindicalismo, mais sintonizada com o cotidiano das universidades, demanda também disputar velhas arenas. É o caso do Andes, um dos maiores sindicatos do país, hegemonizado pelo mesmo grupo político há duas décadas e engessado por práticas e discursos sectários. Pois bem, na semana passada, a diretoria da AdUFRJ pediu o voto dos colegas para mudar as coisas no Andes. A recepção foi fantástica e queremos agradecer a cada professor e professora.
Batemos um recorde importante. Setecentos e setenta e um professores da UFRJ votaram. Em 2018, último pleito presencial, somente 542 docentes compareceram às urnas. Além da participação inédita, o resultado demonstra um claro recado dos eleitores: a ampla maioria dos docentes da UFRJ quer mudanças no Sindicato Nacional.
Eis os números: a chapa da situação obteve apenas 275 votos, 162 a menos do que os 437 somados pelo Renova Andes, principal grupo de oposição e reunido na Chapa 3. Aliás, aqui na UFRJ, a Chapa 3 contabilizou mais votos do que a soma das chapas 1 e da 2, formadas por grupos políticos que até pouco tempo caminhavam juntos na direção do Sindicato Nacional.
Nacionalmente, o resultado foi diferente. A oposição perdeu. Por pouco, mas perdeu. Apenas 295 votos separaram a Chapa 3 da 1, em um universo de 16.351 votantes. O 1,6% de diferença e a expectativa de vitória da oposição (que na contagem paralela esteve na maior parte do tempo à frente) deve nos ajudar a pensar o movimento docente nacional.
O resultado poderia ser diferente se não houvesse as manobras perpetradas pela Comissão Eleitoral Central, controlada pela atual direção, que impediram que professores de universidades como UFSCAR e UFMG votassem. Por ironia, o candidato a presidente da chapa vencedora, professor da Federal de Minas Gerais, entra para a história como o presidente que não recebeu nenhum voto da sua base. Porém, é sabido que esse é o método que as burocracias sindicais utilizam para continuar encasteladas na direção.
Diante desse cenário, que se repete há mais de duas décadas, é preciso ir além para vencer. A oposição à atual direção do Andes precisa cada vez mais — e esse é o nosso desejo e nosso horizonte de atuação — se conectar ao movimento docente que não é feito exclusivamente por militantes preocupados com a radicalidade da luta política mundial. Mas também por professores e pesquisadores ansiosos com temas caros às condições concretas de seu trabalho, como a recomposição salarial, os valores das bolsas de pós-graduação, a democratização do acesso ao ensino superior, a redução da evasão e o aumento orçamentário das universidades.
Essa reconexão com a identidade do trabalho docente é central para nossa diretoria. Acreditamos que assim ampliaremos o engajamento no dia a dia da AdUFRJ e, consequentemente, multiplicaremos o comparecimento às urnas. No caso do Andes, a média nacional de participação foi de apenas 25% da categoria. Um percentual muito baixo e que reflete métodos arcaicos, como votação presencial em urnas de papel, processo que, no mínimo, aliena parte dos professores aposentados. Obedecemos às regras, mas queremos mudá-las antes que a burocracia engula a nossa voz.
Mais uma vez, obrigada pela participação.
Boa leitura!

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