facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

IMG 1367Foto: Silvana SáO curso de Medicina do campus Macaé perdeu 28 vagas docentes, que foram redistribuídas para outras unidades da UFRJ, na administração do reitor Roberto Leher, reclama a comunidade acadêmica local. E os contratos dos professores substitutos estão expirando. A situação é agravada pela dificuldade de fixar profissionais no campus. Atraídos pelos melhores salários da iniciativa privada, é comum que professores médicos peçam exoneração.
A crise dominou o primeiro Conselho Universitário realizado em Macaé, no dia 24 de outubro. A coordenadora substituta do curso, professora Laila Ertler, precisa de dez docentes para disciplinas já no primeiro semestre de 2020. “Nosso curso está com problema de oferta real de disciplinas em dois períodos para o ano que vem”, declara. “Outras cinco especialidades estão com número crítico de professores, sobretudo clínica médica e saúde da criança”.
O curso também enfrenta problemas em relação às vagas de servidores técnico-administrativos. “Temos pouquíssimos técnicos que se desdobram, porque o campus expande, mas as vagas não acompanham”.
Durante a sessão do Consuni, a reitora Denise Pires de Carvalho se comprometeu com a comunidade acadêmica do campus a devolver ao longo de sua gestão as 42 vagas retiradas dos diversos cursos. “Houve desvio – esta é a palavra – de professores e de servidores técnico-administrativos daqui de Macaé”, disse. “Eu me comprometo a usar a reserva técnica da reitoria (parte dos concursos) para destinar vagas aos cursos de Macaé”, afirmou.
Ainda de acordo com a reitora, a administração central deve estudar um projeto de resolução que garanta a permanência das vagas em Macaé e em Caxias.
O vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha afirmou que a administração central também está empenhada em solucionar o problema de fixação de quadros na cidade. A alternativa seria aprovar a excepcionalidade de 40 horas sem dedicação exclusiva, a exemplo do que já ocorre na Medicina do Fundão. O processo, reclamam os docentes de Macaé, está parado há 500 dias no Consuni, sem que seja votado. “Poderíamos fazer por extensão administrativa, mas como o processo já está no colegiado, encaminharemos ao plenário”, afirmou.
Outra demanda do campus é a criação de um centro com duas unidades acadêmicas. A proposta é que a UFRJ aprove dois institutos: um que comporte cursos da área da Saúde; e outro que incorpore a Química e as engenharias. Cada um dos cursos passaria a se organizar como departamento dentro de cada um dos institutos.
A proposta foi elaborada no Conselho Deliberativo do campus. Mas nem todo mundo ficou satisfeito. “A criação destes institutos não resolve nossos problemas”, pontua a professora Laila. A Medicina foi o único curso a se posicionar contrariamente à medida.
A Medicina de Macaé desejava tornar-se um instituto, mas ficou isolada na decisão. “Se cada um quisesse se tornar um instituto, teríamos uma proposta de nove unidades”, rebate a diretora do campus, professora Roberta Coutinho. “De toda forma, mesmo sendo departamento, eles terão sua autonomia preservada”, defendeu a diretora.
A criação dos institutos ainda precisa passar pelo Consuni.

Topo