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Por Estela Magalhães

WhatsApp Image 2022 10 20 at 19.41.55Ela é o retrato do orgulho de ser UFRJ. Priscilla Borges, estudante de Odontologia, é a dona da camiseta que encantou a multidão no comício do ex-presidente Lula, no Complexo do Alemão, na quarta-feira (12).

Naquela manhã, a família Borges saudou Lula pendurando a camisa da futura dentista na janela. “Foi uma forma de mostrar que as políticas públicas de educação funcionam”, diz Priscilla.

Pioneira, ela foi a primeira de sua família a ingressar no Ensino Superior. “Quando passei para a UFRJ foi muito emocionante, realizei um sonho!”, lembra. “Minha mãe é empregada doméstica e estar na universidade é uma realidade que a gente achava que não tinha condições de pertencer. A nossa visão de futuro e nossas possibilidades, hoje, são muito mais amplas”.

Aos 28 anos, Priscilla está no final da faculdade e inspira a irmã mais nova, Gabriella, que faz Engenharia de Produção também na UFRJ, e a prima Rayca Borges, de 16 anos, que sonha em estudar Psicologia na maior do Brasil. “Fico feliz em ser uma inspiração para Rayca. Ela vê a gente e acredita que também consegue”, conta.

Na fotografia que roda as redes sociais desde 12 de outubro, era a prima Rayca quem empunha a camiseta da UFRJ. “A entrada das minhas primas naWhatsApp Image 2022 10 20 at 19.41.55 1 universidade é muito importante para a nossa família, principalmente para mim, que estou quase completando o Ensino Médio”, diz. “Minhas primas quebraram barreiras e preconceitos. Mesmo com inúmeras dificuldades do cotidiano, elas permanecem, e isso é um exemplo”, completa.

A história recente do Ensino Superior no Brasil ajuda a compreender o fascínio das moças do Complexo do Alemão pela universidade. O Censo da Educação Superior mostra que a população universitária quase triplicou nos governos do PT, passando de 3 milhões em 2003 para mais de 8 milhões em 2016.

Em 2007, no segundo mandato do presidente Lula, o Ministério da Educação criou o Reuni. Foi um enorme programa de expansão das instituições federais de ensino superior. Entre 2007 e 2016, ano do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, foram criadas 18 universidades federais e 184 campi pelo Brasil. Os dados são da Comissão de Educação do PT na Câmara dos Deputados.

Mas as portas da universidade não se abriram para os sonhos de Priscilla e Rayca apenas pelo Reuni. As cotas também têm importante papel nessa história. Sancionada na gestão Dilma, a Lei de Cotas garante a reserva de no mínimo 50% das vagas das instituições federais de ensino superior e técnico para candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas, estudantes da rede pública, candidatos de baixa renda e pessoas com deficiência. Desde a adoção da política pública, a UFRJ viu um aumento de 71% de pretos e pardos em seu corpo estudantil.

“A lei de cotas produziu uma revolução na educação brasileira”, diz Denise Góes, coordenadora das Comissões de Heteroidentificação da pró-reitoria de Graduação. “As canetadas do STF foram fruto de reivindicações do movimento negro a partir da noção de que o Brasil, ao se reconhecer racista, tinha que implementar políticas que produzissem igualdade de oportunidades”, completa.

Para Priscilla, dona do manto de Minerva que ganhou os corações no Alemão, apoiar Lula é uma escolha clara. “De um lado, a gente tem um candidato que apoia e investe na Educação. Do outro, um que vive sucateando a educação pública”, pondera.

Bandidos investem em novo golpe contra sindicalizados. Eles se passam por advogados da AdUFRJ e enviam mensagem de whatsapp sobre suposta vitória judicial. Após o primeiro contato, um número de telefone fixo supostamente do escritório de advocacia é enviado. A cereja do bolo é a exigência de depósitos em grande quantia, com a falsa justificativa de pagamento de custas processuais. É golpe! A AdUFRJ reitera que qualquer ganho judicial será sempre comunicado nos canais oficiais do sindicato. Os advogados orientam a denunciar as mensagens pelo próprio Whatsapp. Qualquer dúvida, ligue para o celular oficial da AdUFRJ (21) 99644-5471. O número não possui aplicativos de mensagens.

Não realize qualquer transferência antes de checar as informações nos canais oficiais da AdUFRJ. Caso você tenha caído nesse golpe, a assessoria jurídica orienta o contato imediato com seu banco a fim de suspender a transferência de valores. Registre também um Boletim de Ocorrência preferencialmente na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (Av. Dom Hélder Câmara, 2066 - Maria da Graça - Cidade da Polícia).

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Por Alexandre Medeiros e Júlia Fernandes

 

Apoiado em uma mureta do VLT na esquina das avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, seu Otávio tinha os olhos marejados. Calado, sozinho, vestido com calça de tergal e camisa social branca, ele destoava da multidão de jovens de camisetas, bermudas, sandálias, bandeiras, faixas, cartazes e estandartes que ia em direção à Candelária, gritando “Lula presidente!” e “Fora, Bol sonaro!”, no ato nacional unificado contra os cortes na Educação, na terça-feira (18). “No meio dessa garotada, eu consigo ter um pouco de esperança”, disse ele, apontando timidamente um adesivo de Lula 13 no bolso da camisa.

Esperança. Talvez seja essa a palavra que melhor resuma o ato do dia 18, que levou às ruas do Centro milhares de estudantes, professores e trabalhadores de universidades e escolas públicas, além de políticos e representantes de entidades da sociedade civil. A manifestação, majoritariamente formada por estudantes, denunciou à sociedade o projeto de destruição do governo Bolsonaro na área da Educação e renovou o espírito de mobilização em favor da candidatura de Lula, a menos de duas semanas do segundo turno. A AdUFRJ esteve presente ao ato e participou ativamente de sua construção, ao lado do Sintufrj, do DCE Mário Prata, da APG e da ATTUFRJ.

MOBILIZAÇÃO
No Fundão, os preparativos para o ato começaram cedo, com uma panfletagem no Centro de Tecnologia organizada pela AdUFRJ na hora do almoço. “Vocês querem conversar? Eu sou professora daqui, estou usando meu horário de almoço”, convidava a professora Leda Castilho, da Coppe, aos que passavam pelo corredor externo do CT, entre os blocos A e B. Mesmo com a agenda lotada, Leda tem usado todo o tempo fora das obrigações acadêmicas para fazer campanha em favor de Lula. “É o nosso trabalho de formiguinha que vai combater as fake news”, disse ela, para quem as pequenas atitudes farão diferença no resultado do segundo turno.

Agatha Passos, aluna do curso de Química Industrial, comentou sobre a importância de os professores estarem unidos nessa ação. “São as pessoas que mais têm influência sobre nós, alunos”, disse. Mas não são apenas os docentes que estão se mobilizando nessa luta. “Todos os segmentos da universidade precisam estar juntos. Não é hora de se dividir. Estamos todos no mesmo barco”, afirmou Marli Rodrigues, coordenadora da Comunicação Sindical do Sintufrj. Para ela, a situação é tão crítica que o futuro da UFRJ está em perigo. “Ou a gente elege o Lula, ou estamos condenados a não ter mais universidade”, acrescentou.

Para o professor Ricardo Medronho, emérito da Escola de Química e diretor da AdUFRJ, a panfletagem teve um impacto direto porque partiu de um diálogo com quem está sob o mesmo manto de destruição do governo Bolsonaro nas universidades. “É diferente de uma ação na Quinta da Boa Vista, onde as pessoas são desconhecidas e não pertencem ao mesmo ambiente. Aqui a gente está falando com alunos, funcionários e professores da universidade, que conhecem a situação pela qual passamos”, observou.

UNIDADE PARA ELEGER LULA
Delegações da UFRJ partiram do Fundão — a AdUFRJ forneceu transporte — e da Praia Vermelha para a concentração em frente ao IFCS, no Largo de São Francisco, onde houve um “esquenta” para o ato. A tradicional praça do Centro ficou lotada, em mobilização conjunta das entidades representativas da UFRJ e de centros acadêmicos como o Centro Acadêmico Manoel Mauricio de Albuquerque (História) e o Cafil (Filosofia).

Marinalva Oliveira, professora da Faculdade de Educação e ex-presidente do Andes, foi a primeira oradora do “esquenta”. “Bolsonaro é inimigo da Educação e quer acabar com as universidades porque elas são um espaço de conhecimento, produzem ciência, e isso é tudo o que um governo negacionista não quer”, disse ela. O professor Markos Klemz, diretor regional do Andes no Rio, falou da importância da vitória de Lula para desfazer intervenções do governo Bolsonaro na área de Educação: “Temos que revogar a reforma do Ensino Médio, que retirou Filosofia e Sociologia do currículo”, lembrou.

Um dos depoimentos mais emocionantes foi o de Natália Trindade, secretária-geral da APG. “Se estou neste momento no doutorado da UFRJ é porque tive a possibilidade de sonhar. Isso é fruto de uma luta coletiva em defesa da universidade pública que Bolsonaro quer destruir. É pelo futuro que estamos aqui hoje. Não quero ser a única da minha família a chegar à pós-graduação. Estamos aqui pelo direito de sonhar”, discursou Natália.

Presidente da AdUFRJ, o professor João Torres levantou a plateia ao fazer um apelo à unidade para eleger Lula, superando eventuais divergências ideológicas. “Estamos aqui em um ato unificado, ninguém vai nos dividir. Nossa questão central hoje é assegurar a democracia mínima no Estado brasileiro com a vitória de Lula. A história vai mostrar que nós escolhemos a opção correta. Vamos eleger Lula!”, convocou João. Logo em seguida, os estudantes entoaram na praça o coro: “A nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador!”.

Do Largo de São Francisco, a delegação da UFRJ seguiu em direção à Avenida Presidente Vargas e dali até a Candelária, onde encontrou comitivas de outras universidades e entidades. Muitos políticos do campo progressista se uniram ao ato, como os deputados federais reeleitos Benedita da Silva (PT-RJ) e Glauber Braga (PSOL-RJ), e os estaduais Flavio Serafini (PSOL-RJ) e Renata Souza (PT-RJ), estes reeleitos, e Marina do MST (PT-RJ). Nem a chuva, que começou a cair no início da noite, dispersou os manifestantes, que caminharam até a Cinelândia.

Àquela altura, seu Otávio já devia estar de volta ao conjunto habitacional em que mora, no Centro, tendo o cuidado de tirar o adesivo de Lula da camisa. Ele contou que no conjunto vivem muitos aposentados do INSS, como ele, que votam no candidato do PT, mas que não se sentem à vontade para declarar o voto. “Bolsonaro não nos deu nenhum real de aumento em quatro anos. Os aposentados lá são Lula, mas não falam abertamente, por medo de ignorância. Não me sinto bem lá. Mas essa moçada é corajosa, me fez sentir bem aqui. Vamos ganhar, né?”. Vamos sim, seu Otávio, vamos sim.

ATO EM MACAÉ MOBILIZOU FRENTE DEMOCRÁTICA

Em Macaé, no Norte Fluminense, o ato contra os ataques do governo Bolsonaro à área de Educação se transformou em um grito unificado pela eleição de Lula no segundo turno. A concentração foi na Praça Veríssimo de Melo, no Centro, onde a AdUFRJ marcou presença com uma banca para distribuição de panfletos e adesivos. O movimento foi organizado pela Frente de Lutas Macaé, que reúne entidades como Sindipetro-NF, Sindiservi, SEEB, Sindicato dos Jornalistas, Sinpro, ADIFF, ADUFF e DCE, além da AdUFRJ.

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Veja algumas imagens do ato no Rio, de Alessandro Costa
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WhatsApp Image 2022 10 14 at 22.07.401Alexandre Medeiros e Júlia Fernandes

‘Eu trabalho de dez a doze horas por dia, só paro à noite quando a minha pálpebra está baixando. Não tenho tempo para fazer a tarefa de militância, mas preciso arrumar. E acho que isso vale para todos nós”. O relato do professor Pedro Lagerblad, do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ e ex-diretor da AdUFRJ, mostra que o 15 de outubro, Dia do Professor, adquire este ano um novo sentido. Diante de um momento crítico, em que a Educação respira por aparelhos, a sala de aula se ressignifica e a rua se torna o cenário da mobilização. “A gente tem que aproveitar todo momento para fazer campanha e quebrar essa ideia de que política é coisa dos políticos. Ela faz muita diferença na vida de todo cidadão”.
Para o docente, a mobilização, seja como for, é necessária. “Muitos professores estão me procurando para saber como eles podem ajudar e contribuir. Botar adesivo, distribuir panfleto, qualquer coisa ajuda. Criar um clima é fundamental para que a população veja que eles (os bolsonaristas) não são a maioria, e que tem muita gente do outro lado também”, acrescenta Lagerblad.
Em sua obra “A Educação na Cidade”, de 1991, Paulo Freire já alertava: “O trabalhador do ensino, enquanto tal é um político, independentemente de se é, ou não, consciente disto. Daí que me pareça fundamental que todo trabalhador de ensino, todo educador ou educadora, tão rápido quanto possível, assuma a natureza política de sua prática”.

ENGAJAMENTO
Para o presidente da AdUFRJ, professor João Torres, os docentes devem neste momento priorizar a campanha para eleger Lula presidente. “Eu acho que esse 15 de outubro é muito emblemático para os professores que se posicionam claramente contra o governo Bolsonaro”, diz ele. Para João, além dos cortes orçamentários que atingiram drasticamente as universidades, a própria sobrevivência das instituições públicas de ensino está em risco: “Nós temos uma avaliação que o governo Bolsonaro não é apenas um adversário político. Ele é uma possibilidade real da destruição da universidade”.
Nesse contexto, o 15 de outubro se reveste de um papel decisivo em defesa da educação como instrumento de construção da democracia. É o que avalia o decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ, professor Vantuil Pereira: “A escola é o espaço por excelência de formação da perspectiva democrática e da cidadania. Nesse cenário tão turbulento, onde graves ameaças estão colocadas para a universidade, nós professores cumprimos um papel fundamental na luta contra o fascismo. Não existe educação em sociedades autoritárias. Não existe liberdade de cátedra sem sociedade democrática. Temos um compromisso histórico de reafirmar neste 15 de outubro os valores democráticos que a educação traz”.
A necessidade de mobilização surge em um momento que pode se tornar irreversível para a educação pública. “O tempo foi passando e vemos o quadro atual com falta de políticas públicas para a valorização da profissão”, afirma Nedir do Espirito Santo, professora do Instituto de Matemática e diretora da AdUFRJ. Para ela, apesar da crescente onda depreciativa, o profissional da Educação ainda tem o seu lugar de respeito. “Ainda vemos brotar da boca do povo a expressão ‘professor’ para indicar que uma pessoa tem expertise em determinado assunto. Isto significa que, por mais que haja movimento contrário à valorização docente, cada indivíduo reconhece a importância desse profissional na sua trajetória de vida”, diz.
A professora Mayra Goulart, do IFCS e vice-presidente da AdUFRJ, concorda. “Todas as outras profissões precisam de um professor”, lembra Mayra. “A escola é a porta de entrada de todo mundo para o universo do espaço público. Até chegar a uma sala de aula, a criança só conhece o espaço privado”, afirma a professora, para quem a educação é alicerce de todo indivíduo.
REFLEXÃO
Ao lado da mobilização nas ruas, o professor Felipe Rosa, do Instituto de Física e ex-vice-presidente da AdUFRJ, acredita que o 15 de outubro deva também ser um momento de reflexão. “A educação tem um papel mais de longo prazo. O que significa, em pleno século XXI, muita gente achar que a Terra pode ser plana? E são pessoas que estudaram, passaram por escolas. Qual o papel da educação formal para que a gente consiga sair dessa espécie de medievalismo em que estamos inseridos? Chegar às crianças, aos adolescentes e incutir uma cultura científica, de busca do conhecimento, contra a desinformação e o obscurantismo. Temos que pensar sobre isso”, avalia Felipe.
Para a professora Eleonora Ziller, da Faculdade de Letras e ex-presidente da AdUFRJ, a reflexão é pertinente e deve estar inserida em um momento de reconstrução da educação básica, pós-vitória de Lula em 30 de outubro. “Espero que esse mês do professor seja o mês da esperança, e de a gente reiniciar um longo processo de reconstrução. Vivi o fim da ditadura e o que chamamos de remoção do entulho autoritário, foi um processo bastante difícil. Mas eu acho que não se compara ao que enfrentamos hoje, que é muito mais complexo e se instaura dentro das contradições do processo democrático, justamente para questioná-lo e colocá-lo em crise”, crê Eleonora.
Mesmo diante das dificuldades, os professores seguem sendo sinônimo de esperança e de resistência.

ATAQUES EM SÉRIE

1º/1/2019
Em seu discurso de posse no Congresso Nacional, Bolsonaro diz que foi eleito por aqueles que desejam “preparar seus filhos para o mercado de trabalho, e não para a militância política” e destaca que, entre os objetivos de seu governo na área de Educação, vai “combater a ideologia de gênero e as amarras ideológicas”.

13/3/2019
Governo publica decreto extinguindo 21 mil cargos, funções comissionadas e gratificações no Serviço Público Federal. O decreto teve como alvo prioritário as universidades federais, que perderam 13.710 das 21 mil vagas eliminadas (65% do total), entre cargos de direção, coordenação de cursos e gratificações de professores.

30/4/2019
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, corta verbas de três universidades federais — UnB, UFF e UFBA — com a seguinte alegação: “Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas”.

11/6/2019
Em sua primeira intervenção na escolha de dirigentes de instituições federais de ensino superior, o governo Bolsonaro nomeia uma reitora pró-tempore para a Universidade Federal da Grande Dourados, em Mato Grosso do Sul, em desrespeito ao reitor escolhido em consulta prévia à comunidade acadêmica. Segundo o Andes/SN, até junho deste ano, 23 instituições haviam sofrido intervenção na escolha de reitores.

22/11/2019
Em entrevista ao Jornal da Cidade, o ministro Abraham Weintraub diz que as universidades são “madraças de doutrinação” e têm “plantações extensivas de maconha”. Diz ainda que os laboratórios de química se dedicam à produção “de droga sintética, de metanfetamina”.

17/9/2020
Em live nas redes sociais, em plena pandemia, Bolsonaro desqualifica os profissionais de ensino, afirmando que eles “ficam em casa e não trabalham” e que pretendem “que a garotada não aprenda mais coisas, não volte a se instruir”. Ataca, ainda, os sindicatos da categoria, por exigirem condições sanitárias adequadas para o retorno às aulas presenciais.

24/9/2020
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro, afirma que “hoje ser professor é ter quase uma declaração de que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa”.

29/1/2021
A pedido do presidente da República, a Polícia Federal abre inquérito para apurar supostos crimes contra a honra de Bolsonaro por causa de outdoors com críticas ao governo durante a pandemia. O principal alvo da investigação é a professora Erika Suruagy, então presidente da Aduferpe, uma das entidades que promoveram a campanha de outdoors “Inimigo da educação e do povo”.

2/3/2021
O ex-reitor da UFPel, Pedro Hallal, e o pró-reitor de Extensão e Cultura da universidade, Eraldo Pinheiro, assinam termo de ajustamento de conduta (TAC) após críticas a Bolsonaro em uma live e pressionados por um processo disciplinar aberto contra ambos pela CGU. Hallal, que é epidemiologista, é um dos principais críticos às posturas negacionistas de Bolsonaro durante a pandemia.

9/8/2021
Em entrevista à TV Brasil, o ministro Milton Ribeiro diz que “universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade” e que acredita que as “verdadeiras vedetes do futuro sejam os institutos federais, capazes de formar técnicos”.

22/11/2021
Ao criticar pressão da oposição contra a PEC dos Precatórios, Bolsonaro ataca os professores, falando a apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada: “Olha só o que a esquerda faz. ‘Ah, ele não quer pagar a dívida da professorinha de 20 anos atrás’. É verdade que é o dinheiro da professorinha de 20 anos atrás. Por que o Lula não pagou?”.

16/5/2022
O Observatório do Conhecimento divulga o Balanço Anual do Orçamento do Conhecimento 2021, mostrando que as perdas acumuladas com cortes de verbas de universidades e das áreas de Pesquisa, Ciência e Tecnologia chegaram a R$ 83 bilhões no período 2015-2021. Segundo o estudo, com os recursos previstos na Lei de Orçamento Anual (LOA) para 2022, o total de perdas pode chegar a R$ 100 bilhões.

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