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02aWEB menor1143As polêmicas opções de calendário acadêmico foram o tema da roda de conversa do Tamo Junto, encontro organizado pelo sindicato docente todas as sextas-feiras. No dia 21, os professores discutiram as propostas apresentadas pela reitoria, Centros e faculdades e divulgadas na edição anterior do Jornal da AdUFRJ.
    "O problema é que estamos nadando em opções, cada um a partir do seu próprio universo”, disse a presidente da associação, Eleonora Ziller. Para a docente, a situação é difícil, porque a pró-reitoria de Graduação não apresenteu propostas satisfatórias. "A primeira foi recusada por todas as unidades, e hoje (no dia 21) apareceu outra proposta sem objetividade e dados necessários para se fazer essa escolha”, explicou. "Foi apresentado para a sociedade que o PLE seria um período excepcional e sem obrigatoriedade. Mexer nesse pacto é uma desarrumação interna muito complicada”, avaliou.
    "Meu grande dilema é por que se deve continuar 2020.1”, questionou a professora Christine Ruta, diretora da AdUFRJ. "Se já iniciarmos do 2020.2, seria excelente. Não posso acreditar que um sistema (o SIGA) possa nos obrigar a seguir com 2020.1”, disse. No Instituto de Biologia, onde Christine leciona, mais de 90% dos docentes aderiram ao período, e cerca de 80% das disciplinas obrigatórias e eletivas do quadro normal foram oferecidas. "Independentemente do que for escolhido, deve haver uma forma de compensar os professores que aderiram ao PLE”, afirmou.    Para o professor Nelson Braga, do Instituto de Física, a primeira proposta da reitoria, com três semestres praticamente emendados, era muito ruim. "Por um motivo simples: os alunos estão parados até agora. Depois de cinco meses sem aula, teriam de fazer três períodos de 12 semanas exaustivos”, sustentou. “É preciso assumir que houve uma tragédia, mas não prejudicar os alunos”, defendeu o professor.

02WEB menor1143“Hoje, eu faço os meus filmes independentes. Faço edição, fotografia e produção sozinho. Eu não dependo mais dos brancos”, disse o cineasta indígena Takumã Kuikuro, na última sessão do CineAdUFRJ. O cineclube virtual, parceria do sindicato com o Grupo de Educação Multimídia da Faculdade de Letras, debateu no dia 26 a execução cinematográfica do ponto de vista indígena. “O tempo todo, acordado ou dormindo, eu fico pensando e construindo ideias. Sonhando com câmera, editando no sonho. Acordo e penso: o que eu posso fazer hoje?”, contou Takumã, diretor de “Pele de Branco” e “O dia em que a lua menstruou”. Bernardo Oliveira, professor da Faculdade de Educação da UFRJ, destacou a autonomia e originalidade das produções indígenas. “Temos aí algo realmente novo. Algo que não temos a mínima ideia de onde vai dar, e que bom. Isso é a coisa mais importante no cinema brasileiro atual”, afirmou.

O Formas-UFRJ, fórum que congrega as entidades sindicais e estudantis da UFRJ, reuniu-se com a reitoria no dia 27. As implicações da Instrução Normativa nº 65 (que regulamenta o teletrabalho) do Ministério da Economia, os cortes orçamentários anunciados para 2021 e os problemas do PLE foram alguns dos temas discutidos. Os representantes dos diferentes segmentos e da administração central começaram a esboçar uma campanha conjunta em defesa da universidade diante dos ataques do governo.

O Conselho Universitário do dia 27 aprovou, por unanimidade, uma carta para celebrar os 100 anos da instituição, fundada em 7 de setembro de 1920. O documento reafirma os compromissos da UFRJ com a defesa do conhecimento, da vida e com os princípios republicanos e democráticos. Mas também cobra investimento e valorização dos governos para a universidade desempenhar seu papel social.

O colegiado também concedeu o título de Professora Honoris Causa a Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, primeira mulher a presidir a instituição fundada há 120 anos. O colegiado também concedeu o título de Doutor Honoris Causa a Noca da Portela, baluarte do samba e compositor de mais de 400 músicas. As homenagens foram aprovadas por unanimidade e aclamação.

A AdUFRJ preparou dois documentos para fortalecer a segurança das aulas gravadas, diante do ineditismo do ensino remoto para a maioria dos professores.
Um deles é um termo de confidencialidade: os professores poderão pedir que seus alunos assinem. “É um acordo entre cada professor e aluno, onde o professor se compromete a produzir esses vídeos, e o aluno se compromete a não divulgar o material recebido”, disse o professor Josué Medeiros, diretor da AdUFRJ.
O outro é um tutorial sobre como preparar os vídeos no Youtube de modo privado, permitindo acesso apenas a quem receber o link. “Como o Youtube é uma plataforma massificada, sobretudo entre os estudantes, é o melhor espaço para atendermos a essa demanda”, acrescentou Josué. “Se algum desses vídeos vazar e acabar sendo usado contra o professor, esses mecanismos vão poder defendê-lo tanto nas instâncias universitárias quanto fora delas”.
O Diretório Central dos Estudantes tem solicitado aos docentes que todo o conteúdo do Período Letivo Excepcional seja assíncrono, ou seja, disponibilizado para acesso a qualquer momento, mas muitos professores manifestaram receio quanto ao uso desse material gravado fora do contexto das aulas.
“Acabamos de ver o governo Bolsonaro sofrendo uma derrota no STF por conta de um dossiê feito ilegalmente contra professores antifascistas, fora o movimento do Escola sem Partido”, lembrou Josué. “Nessa situação nova e inédita, esse receio dos professores é tão legítimo quanto a demanda dos estudantes”, completou.
O termo de confidencialidade e o tutorial foram divulgados no site e nas redes sociais da AdUFRJ. Também foram distribuídos por e-mail para os sindicalizados que possuem cadastro atualizado junto à secretaria do sindicato.

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