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A UFRJ pretende fazer muito barulho contra a agenda antipopular do governo. Isso ficou claro após reunião entre representantes da reitoria e das entidades dos professores, técnicos e pós-graduandos, no último dia 5 — o DCE não pôde comparecer. A ideia é aproveitar o início do próximo ano letivo para a realização de grandes debates acadêmicos, envolvendo toda a comunidade. “A paralisação da universidade é o pior cenário”, afirmou o reitor Roberto Leher. A presidente da Adufrj, Maria Lúcia Werneck, considerou muito importante a aproximação entre os segmentos e a administração central. Ela recomendou que, para além dos diagnósticos e avaliações, a universidade apresentasse propostas, já pensando nas eleições de 2018: “Temos de mostrar para a população a importância da defesa da universidade pública”, acrescentou. O próximo encontro entre as entidades e a reitoria ficou marcado para 18 de dezembro.

Reitoria ajusta despesas às reduzidas receitas previstas pelo governo para o ano que vem. Proposta será votada no próximo Conselho Universitário A universidade deve encerrar 2017 com um déficit de R$ 160 milhões. E, para 2018, o cenário continua desanimador. Na proposta de lei orçamentária do próximo ano, estão previstos R$ 388,2 milhões para as despesas da universidade: para efeito de comparação, neste ano, a LOA havia indicado R$ 417 milhões. O Conselho Universitário decide sobre os gastos da instituição no próximo dia 14. Os números foram divulgados pela reitoria ao Consuni do dia 30, em sessão extraordinária. A administração responsabiliza o governo pelas contas no vermelho: orçamentos insuficientes nos últimos anos e, ainda assim, contingenciados. A novidade da discussão deste ano é que a reitoria propõe uma série de medidas para ajustar as despesas aos limites orçamentários impostos pelo governo. Dentre elas, destaque para a revisão dos contratos terceirizados, buscando baixar as despesas em R$ 39 milhões e a ampliação da campanha “Essa conta é de todos”, com o objetivo de economizar aproximadamente R$ 16 milhões na tarifa de luz. Também são propostos: diminuição do fluxo dos ônibus internos (mais R$ 3,2 milhões) e o aumento do controle de acesso ao serviço de alimentação estudantil (R$ 1,2 milhão de economia). O reitor Roberto Leher justificou o “aperto do cinto”: “Nós não podemos manter a tendência de aumento das dívidas. Isso torna a UFRJ vulnerável diante do governo e diante de fornecedores”. Ele completou: “A reitoria tem total clareza que esses cortes trarão problemas para dentro da universidade, mas nós precisamos diminuir os gastos”. * colaborou Marianne Menezes

Resistir às reformas e participar do ato do dia 5, sem paralisar as atividades acadêmicas. Por 58 votos a 27, a proposta encaminhada pela diretoria da Adufrj foi a vencedora na assembleia de professores, realizada em 4 de dezembro. “Achamos o encontro positivo. Tivemos a oportunidade de criticar as reformas e a Medida Provisória 805. Manter a universidade funcionando é uma decisão madura”, analisou a presidente da Adufrj, professora Maria Lúcia Werneck. A convocação da assembleia foi às pressas. As Centrais Sindicais resolveram fazer uma greve geral no dia 5, mas só comunicaram a paralisação na sexta-feira, 24 de novembro. Na terça-feira, 28,o Andes encaminhou às seções sindicais a solicitação de realização de assembleias. Menos de cinco dias depois, as maiores Centrais desistiram da greve, mas a Adufrj resolveu manter a reunião.“Tivemos pouco tempo, mas nos desdobramos para realizar o encontro”, analisou o professor Fernando Duda, diretor da Adufrj. “Infelizmente, os ataques à universidade não têm provocado mobilização. Temos que pensar por que não estamos conseguindo trazer as pessoas”, completou a professora Tatiana Sampaio, também diretora do sindicato. “Tem que ter debate, mas fazer só reflexão acadêmica não será suficiente”, criticou o professor Luciano Coutinho. “Acho importante manter a paralisação”. Já a professora Maria Paula Nascimento Araújo, diretora da Adufrj, discordou do colega. “É absolutamente importante manter a mobilização com a universidade funcionando”, analisou. “O momento é gravíssimo e não está claro ainda por que aparentemente as pessoas não estão mobilizadas”, disse. A assembleia foi realizada em três locais, simultaneamente: no Fundão, foram 7 votos favoráveis à paralisação e 34 contrários; em Macaé, foram 6 favoráveis e 14 contrários; na Praia Vermelha, 14 favoráveis e 10 contrários. Além do debate, o encontro resultou em boas novas. “Em Macaé, os professores estão animados. Conseguimos cinco novas filiações e ainda distribuímos mais fichas”, comemorou o diretor da Adufrj, professor Felipe Rosa. Diretoria da Adufrj participa de ato contra a reforma Diferentes categorias, estudantes e movimentos sociais encontraram-se no Centro do Rio, na tarde de terça-feira, 5, para uma manifestação unificada contra a Reforma da Previdência apresentada pelo governo Temer. O ato nacional foi marcado por desencontros na convocação entre as centrais sindicais. A maioria anunciou a suspensãodo movimento, após o governo dizer que não colocaria a reforma na pauta do Congresso. O setor da educação teve participação expressiva no protesto do Rio e a Adufrj também compareceu à mobilização. A tradicional passeata da Candelária até a Cinelândia preencheu as pistas da Avenida Rio Branco (Elisa Monteiro).

Defesa da universidade pública, democracia e soberania nacional. Estes são os eixos que vão guiar um movimento docente apartidário e não sindical, ainda em formação. A informação foi divulgada durante a Assembleia Geral da Adufrj do dia 4 pela presidente Maria Lúcia Werneck. “Nosso foco de atuação será o Congresso Nacional”, explicou a professora. A primeira reunião, que contou com representantes de seis associações docentes, ocorreu na sede da Adunb, em Brasília, no dia 1º. Com o objetivo de lançar um documento do grupo até março, início do período letivo para a maioria das universidades, outros encontros devem ser realizados nas próximas semanas. Maria Lúcia explica que o movimento surgiu em resposta à conjuntura de contrarreformas e outras medidas do governo que prejudicam o ensino superior público. As atividades do grupo serão mantidas pelo menos até as eleições de 2018, produzindo materiais para serem levados às candidaturas.

Agentes mascarados e armados com rifles cumpriram mandado de condução coercitiva contra o reitor Jaime Ramírez e sua vice, Sandra Regina Goulart. Outros professores também foram levados para a PF Nascida como um verso de resistência à ditadura, a canção O Bêbado e o Equilibrista, de Aldir Blanc e João Bosco, inspirou o nome da mais nova ação arbitrária contra a universidade pública. Nas primeiras horas da manhã da última quarta-feira, a Polícia Federal detonou a operação Esperança Equilibrista para investigar supostos desvios de recursos na construção do Memorial da Anistia Política na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Agentes mascarados e armados com rifles cumpriram mandado de condução coercitiva contra o reitor Jaime Ramírez e sua vice, Sandra Regina Goulart de Almeida. Dirigentes universitários, entre eles o ex-reitor Clélio Campolina, também foram levados para a Polícia Federal. “Fomos conduzidos de forma abusiva. Se tivéssemos sido intimados, nós evidentemente iríamos de livre e espontânea vontade”, criticou o reitor, que não pode falar sobre a investigação, ainda sob sigilo. “A UFMG nunca se curvou e jamais se curvará ao arbítrio”. A operação ocorreu menos de três meses após a investida da PF na Universidade Federal de Santa Catarina para apurar irregularidades em um programa de ensino à distância. No Sul, a humilhação pública de ser preso e banido da instituição levou o reitor Luiz Carlos Cancellier ao suicídio. Nos últimos dias, a Corregedoria da PF abriu sindicância para verificar se a delegada Érika Marena, responsável pelas medidas contra o professor Cancellier,cometeu abuso. "São operações distintas na UFMG e na UFSC, mas coincidem nos métodos truculentos, de uma violência injustificável contra professores", resume a historiadora Maria Paula Nascimento Araújo, diretora da Adufrj. "Essas ações estão inseridas num contexto de desqualificação da universidade pública e da construção de um projeto de privatização. A estratégia é nos jogar no enorme saco da corrupção", completa a docente, convencida de que, no caso da UFMG, há também o ingrediente de criminalizar "professores de esquerda empenhados em recuperar a memória da resistência à ditadura". Integrantes da comunidade acadêmica, sindicatos, reitores e conselhos universitários, entre eles o da UFRJ, condenaram a medida por meio de notas. O músico João Bosco também:“Não autorizo politicamente o uso dessa canção por quem trai seu desejo fundamental de luta pela liberdade”, disse o compositor. Diretora da Adufrj, a professora Ligia Bahia reforçou a crítica: “O nome da operação explicita uma avaliação negativa e debochada sobre as atividades universitárias. Seria mais autêntico buscar inspiração no repertório autoritário e denominá-la ‘cheiro de cavalo é melhor do que o do ensino, pesquisa e extensão”.

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