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O presidente da Academia Brasileira de Ciências conversou com a reportagem da Adufrj sobre os efeitos dos cortes do governo federal na educação, ciência e tecnologia O presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, conversou com a reportagem da Adufrj sobre os efeitos dos cortes do governo federal na educação, ciência e tecnologia. Ele considera um equívoco a Emenda Constitucional 95, que limita os gastos sociais por 20 anos. Para o dirigente, que também é professor do Instituto de Física da UFRJ, o futuro do país está comprometido. Qual deveria ser a postura do governo federal para lidar com a crise? Luiz Davidovich A postura do governo brasileiro deveria ser a mesma adotada por outros países que pretendem ter protagonismo internacional. Suécia e China já investem 3% do Produto Interno Bruto em pesquisa e desenvolvimento. Estados Unidos, Japão e outras potências também decidiram investir em ciência. Esta é a postura dos países em épocas de crise. Por que é importante aumentar os investimentos nessa área? É a forma de superar e enfrentar a crise de maneira inteligente. Para se ter uma ideia, vamos economizar este ano R$ 15 bilhões porque não vamos precisar importar fertilizantes nitrogenados. Isto é resultado de pesquisa. Uma pesquisa da Embrapa permitiu adaptar o clima da serra brasileira para uma série de culturas diferentes. Isso é fundamental para a nossa segurança alimentar. Mas não podemos viver de glórias do passado. O investimento precisa ser constante para haver desenvolvimento. Como o senhor vê essa limitação dos gastos públicos por 20 anos? Eu sou da Física, trabalho com sistemas dinâmicos não lineares e sei que a possibilidade de prever o que vai acontecer no futuro é limitada, mas isto não foi considerado quando fizeram uma PEC por 20 anos. Essa Emenda está corrigindo o orçamento pela inflação, sem considerar aumento do PIB. Num cenário de inflação zero e aumento real do PIB, para onde vai esse superávit? O Brasil não vai poder investir? Educação, pesquisa e desenvolvimento não são gastos. São investimentos. Os cortes no orçamento do MCTIC impactam a pesquisa como um todo. Na UFRJ, esses impactos já aparecem? No laboratório do nosso grupo de Ótica Quântica, temos um laser pulsado quebrado há três anos porque não temos recursos para manutenção e conserto. Nosso doutorando precisou mudar seu tema de pesquisa por conta disso. Temos que usar equipamentos obsoletos e muita massa cinzenta para contornar os problemas. Isso nos tira da primeira linha de pesquisa e desenvolvimento mundiais. O senhor tem notícia de laboratórios que estão reduzindo as pesquisas? Muitos laboratórios estão sofrendo até com falta de material de limpeza. Além do meu laboratório, sei de laboratórios do Centro de Ciências da Saúde, que têm pesquisas relacionadas ao Zika e ao Alzheimer com muitos problemas. Dependem de insumos importados. São pesquisas na área de saúde com impacto direto na vida da população. E a perda de talentos? Conheço jovens que estão procurando sair do Brasil e isso é consequência direta desse clima no país. O governo desestimula a atuação de jovens pesquisadores. Até na Embrapa isso está acontecendo. Pós-doutores estão indo trabalhar fora porque aqui não há incentivo ao desenvolvimento e ao pensamento. Como a ABC está atuando nesse quadro de crise? Estamos atuando de várias formas. Primeiro, através da imprensa. Grandes veículos estão nos contatando por conta dessa política de cortes e das graves ameaças à pesquisa brasileira. Este é um dos meios de sensibilizar a nossa sociedade. Além disso, temos atuado no Congresso Nacional, conversando e pressionando parlamentares, porque o orçamento será votado em outubro. Esta é uma importante frente. Também temos conversado com o Executivo, mas o diálogo é muito difícil, sobretudo fora do Ministério de Ciência e Tecnologia.

A universidade consolidou sua excelência na avaliação quadrienal da Capes sobre os cursos de pós-graduação. Em 116 programas da instituição, 55% alcançaram as notas mais altas do sistema A universidade consolidou sua excelência na avaliação quadrienal da Capes sobre os programas de pós-graduação. Em 116 cursos da instituição, 55% alcançaram as notas mais altas do sistema, entre 5 e 7. Dezessete cravaram o conceito máximo, um a mais que no resultado anterior. Sem os 22 mestrados profissionais, o índice sobe para mais de 65%: 62 em 94. Os números finais serão divulgados em 20 de dezembro. Também entre os programas acadêmicos, 23 melhoraram o desempenho, 52 mantiveram o conceito anterior e 19 caíram. A pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa, professora Leila Rodrigues, ressaltou que o desempenho da UFRJ foi positivo, principalmente se considerados os cortes de orçamento sofridos nos últimos anos. “A mensagem fundamental é que a pós da universidade se mantém como excelente”, afirmou. Ela informou que o Conselho de Ensino para Graduados (CEPG) desta sexta-feira (22) vai discutir os resultados. A professora destacou o salto de dois níveis, de 4 para 6, do programa de Administração do Instituto Coppead, algo muito raro de acontecer. Professora do Instituto de Bioquímica Médica e pró-reitora da Pós-graduação de 2011 até 2015, Débora Foguel também fez um exame preliminar dos resultados da UFRJ. Segundo ela, houve mudanças sutis no quadro geral da universidade. Mas também considerou que este “congelamento” é bom, no contexto dos recentes cortes orçamentários. “Que ficaram mais intensos a partir de 2016. Esta avaliação talvez ainda não espelhe a situação”. Foguel viu, com orgulho, um crescimento muito importante dos programas do Centro de Ciências da Saúde. “Aqui está a excelência da área de saúde do país”, observou. Melhor do Brasil Outra boa notícia para a UFRJ foi a divulgação do ranking da Folha de S. Paulo. Pelo segundo ano consecutivo, a universidade foi eleita a melhor do país. A instituição obteve uma pontuação final de 97,42. Em segundo e terceiro lugares, ficaram a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade de São Paulo (USP) com notas 97,31 e 97,24, respectivamente.

Conselho do Centro de Ciências da Saúde definiu a formação de uma comissão especial para pensar uma política de pessoal dos hospitais da UFRJ O conselho do Centro de Ciências da Saúde definiu hoje (18) a formação de uma comissão especial para pensar uma política de pessoal dos hospitais da UFRJ. A reunião foi realizada sob o impacto das recentes declarações do diretor do Clementino Fraga Filho, Eduardo Côrtes. À imprensa e ao último Consuni, o professor disse que a unidade poderia fechar as portas a partir de outubro, por falta de dinheiro. Além disso, segundo ele, a reitoria estaria retirando recursos do Sistema Único de Saúde destinados à compra de insumos para o pagamento dos extraquadros, profissionais sem vínculo empregatício com a instituição. “É preciso trabalhar no sentido de uma solução definitiva”, alertou o conselheiro Adalberto Vieyra, diretor do Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio). “Ou estaremos aqui daqui a alguns meses discutindo novamente esse problema”. A comissão contará com os três segmentos. Já o debate sobre a situação emergencial dos extraquadros vai continuar em uma reunião da Câmara dos Hospitais, na quarta-feira (20). A reunião no CCS durou mais de quatro horas. Todos os diretores foram convidados, mas Côrtes não compareceu. Em seu lugar, a vice-diretora Miriam Maia afirmou que o colega estava em viagem acadêmica ao exterior. “Do que precisamos é a liberação imediata dos recursos para compra de medicação”, cobrou a dirigente. Reitoria responde em nota Em nota divulgada no site da UFRJ, a administração central afirma que “não há justificativa para o alarmismo feito pelo diretor do HUCFF de que a unidade será fechada. Também não procede a afirmação de que a reitoria tomou decisão de retirar recursos do hospital”. Em outro trecho, fala que “o diretor se confunde ao falar dos recursos para pessoal. O pagamento dos serviços efetivados pelos extraquadros é realizado com receitas próprias da UFRJ. Outras despesas necessárias para o funcionamento dos hospitais são custeadas pela Reitoria, como limpeza, vigilância, água, esgoto, energia, telefonia, serviços de copa e cozinha”. Informa, ainda, que uma decisão judicial de novembro do ano passado obriga a contratação de pessoal para substituição dos extraquadros, mas o governo federal ainda não efetivou os concursos.

Comunidade do Clementino Fraga Filho realizou uma manifestação, na manhã do dia 20. O ato ocorreu no dia seguinte ao assalto a dois médicos da unidade, em um dos estacionamentos próximos Professores, médicos, estudantes e técnicos do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho realizaram uma manifestação, na manhã do dia 20, reivindicando mais segurança para o local. O protesto ocorreu no dia seguinte a mais um episódio de violência no Fundão: o assalto a dois médicos da unidade, em um dos estacionamentos próximos. Eles foram feitos reféns por vários bandidos armados de fuzis, que roubaram os carros e pertences pessoais. Um vigilante foi rendido durante a ação. As vítimas só foram liberadas fora do campus: uma em comunidade da Maré; outra na avenida Brasil, perto da Linha Amarela. “Não podemos mais negociar nossa segurança”, afirmou Carlos Almeida, presidente da Associação de Médicos Residentes da UFRJ, que liderou o ato. “Queremos pressionar a direção do hospital e a reitoria para conseguirmos medidas concretas de proteção. Ficamos bastante transtornados com a situação do assalto”, completou. Os residentes cobram: aumento da segurança no entorno do hospital, instalação de sistema de câmeras e melhoria do sistema de identificação de funcionários e pacientes. “O que temos hoje é muito falho. Muitas pessoas sem crachá acabam transitando no hospital”, disse.  Carlos explicou que nenhuma das pautas é novidade. “Já vínhamos dialogando com a direção do HU e com a reitoria, mas sempre temos a mesma resposta, de dificuldades orçamentárias”, reclamou. Ainda na campanha por mais segurança, a associação colheu nomes para um abaixo-assinado da comunidade do hospital. O documento será entregue à direção. Os residentes também indicaram uma paralisação para a próxima terça-feira (26). Pedido de reforço Em nota, a assessoria do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) disse que enviaria um novo ofício para o Secretário de Estado de Segurança, Antonio Roberto Cesário de Sá, solicitando reforço do policiamento no local, “reiterando pedido de apoio feito em fevereiro deste ano pelos mesmos motivos”. O HUCFF também fará um convite formal à reitoria, aos representantes da Prefeitura do campus e da Divisão de Segurança da Universidade Federal do Rio de Janeiro para esclarecer à comunidade as providências que estão sendo tomadas para garantir a segurança no entorno da unidade.    

Pelo segundo ano consecutivo, a universidade foi eleita a melhor do país. Em segundo e terceiro lugares, ficaram a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade de São Paulo (USP)

*colaborou Kelvin Melo

Professores, alunos e técnicos da UFRJ estão de parabéns. Pelo segundo ano consecutivo, a universidade foi eleita a melhor do país no ranking da Folha de S. Paulo, divulgado hoje (18). Ela obteve uma pontuação final de 97,42. Em segundo e terceiro lugares, ficaram a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade de São Paulo (USP) com notas 97,31 e 97,24, respectivamente. O “bicampeonato” foi conseguido com boas pontuações em todos os indicadores da Folha. Porém, a UFRJ não liderou nenhum quesito principal. Foi segundo lugar em Ensino; quarto lugar em pesquisa; terceiro lugar em Mercado e Internacionalização; e sexto lugar em Inovação. Vice-presidente da Adufrj, o professor Carlos Frederico Leão Rocha considerou “muito bom” a universidade figurar no primeiro lugar em um ranking como o da Folha. Mas alertou que vários indicadores baseiam-se em anos anteriores à crise econômica. Com os recentes impactos na Educação e na Ciência do país, os próximos levantamentos devem captar uma queda nas pontuações das universidades: “Os rankings internacionais já detectaram isso”. “No caso do Rio, o problema se torna mais grave devido à situação de penúria da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado (Faperj)”, observa. O diretor da Adufrj destacou, ainda, que o peso da pontuação da UFRJ se deve muito ao ensino: “O que levanta algumas preocupações quanto às questões relacionadas à pesquisa na universidade”, disse. Dos 36 cursos de graduação avaliados, a UFRJ alcançou a primeira posição nos cursos de Ciências Contábeis, Computação, Design e Artes Visuais, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia de controle e automação, Engenharia de produção, Geografia, Letras, Matemática , Pedagogia, Psicologia e Serviço Social. A universidade conseguiu a segunda melhor avaliação do país em Comunicação, Direito, Economia, Filosofia, Física, Nutrição, Química e Relações Internacionais. Medicina Dois pontos fora da curva da UFRJ foram a Biomedicina, na oitava colocação, e a Medicina, na sétima. “Durante anos, dividimos o primeiro lugar com a USP. Ultimamente, não temos conseguido e, sem dúvida, é motivo de preocupação”, disse o diretor da Faculdade de Medicina, professor Roberto Medronho. “Uma das hipóteses dentre as variáveis tem a ver com a crise das unidades de saúde da UFRJ, em especial o Clementino Fraga Filho”, analisa. O docente argumenta que, em termos teóricos, a instituição mantém nível de excelência, mas “sem a oportunidade adequada de desenvolvimento das habilidades práticas, não há a formação completa de um médico”. Medronho acrescenta que a atual reforma do currículo da Medicina, que antecipa o contato dos estudantes com as unidades hospitalares, “praticamente coloca todos os estudantes, desde o início da graduação no dia a dia do hospital”. E completa: “Isso é inviável com o atual número de leitos disponível”. Reitoria comenta resultado “O ranking é um termômetro que, neste momento, afere uma tendência importante”, disse o reitor Roberto Leher, em nota divulgada no site da UFRJ. Ele comemorou o fato de as melhores universidades do país continuarem sendo as públicas, destacando que produzem pesquisas e conhecimentos socialmente relevantes. Ainda em relação à UFRJ, Leher disse que a instituição, mesmo com o cenário de crise, mantém “vivacidade acadêmica”. “É um mérito da instituição e de seu corpo social”, afirmou.  

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