Accessibility Tools

facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Duas semanas após serem retirados de suas casas, os antigos ocupantes precisam da ajuda de amigos para sobreviver. Está sendo programado um protesto para o Consuni do dia 16

Kathlen Barbosa*

Duas semanas após serem retirados de suas casas, os  antigos moradores do Mangue precisam da ajuda de amigos para sobreviver. Muitos dizem dormir nos carros, enquanto procuram uma moradia. No dia 25 de julho, agentes da Polícia Federal foram ao local, no campus da Cidade Universitária, próximo ao Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), para cumprir uma sentença judicial de reintegração de posse pela UFRJ. Foi o resultado final de um processo iniciado nos anos 90. Durante a ação policial, a energia dos imóveis foi cortada; as portas foram retiradas. João Batista da Silva, de 77 anos, mora no Mangue desde que nasceu. “Meu pai veio morar aqui em 1928. Eu sou fundador da Prefeitura Universitária”, contou. João e seu filho, Pedro Paulo Nery, estão morando num bar desativado. “É o único lugar que tem porta. Ali na minha casa, quebraram tudo: as portas, janelas, portão, até o vidro do meu box... foi tudo arrancado”, disse Pedro. “Eu não tenho onde morar e não tenho emprego. Antes, a gente estava dormindo no carro; agora eu fui lá no depósito buscar minha cama e coloquei meu pai pra dormir nela porque faz muito frio à noite e ele já é um senhor”, completou. Pai e filho compartilharam a situação em um ato de solidariedade promovido pelo DCE Mário Prata na tarde desta quarta-feira, 8, no próprio Mangue. Juntos, alunos e ex-moradores preparam uma manifestação para a próxima reunião do Conselho Universitário, marcada para o dia 16. Maria Clara Delmonte, integrante da diretoria de Comunicação do DCE, afirmou que “o Mangue é um patrimônio histórico de socialização da universidade há mais de 50 anos”. A representante discente também destacou  que o Mangue é o local de sustento e moradia de oito famílias. “O DCE trava lutas além da UFRJ, e nós estamos aqui lutando pela moradia, que é um direito fundamental”, disse. Em nota divulgada no dia da desocupação, a assessoria de imprensa da reitoria disse que, em conjunto com os ocupantes, a Universidade propôs dar apoio à criação de um projeto de crowdfunding para angariar recursos destinados à construção de casas na Vila Residencial. "Apesar de pronto, o projeto de crowdfunding ainda não foi executado pela Associação (de Moradores da Vila). Assim que derem início à campanha, a Universidade auxiliará a captação de recursos para a construção das casas, com participação de entidades da sociedade civil, em articulação com os movimentos de luta pela moradia, e da Associação de Moradores da Vila Residencial". *estagiária sob supervisão de Kelvin Melo

Professoras e professores aprovados no último concurso da UFRJ participaram da cerimônia no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. Ao todo, são 116 novos docentes. A Adufrj acompanhou o evento. Professoras e professores aprovados no último concurso da UFRJ participaram nesta segunda-feira (6) da cerimônia de boas-vindas realizada no CCMN (Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza). Ao todo, são 116 novos docentes. Um novo grupo deve ser chamado nos próximos meses. O concurso, realizado no primeiro semestre, ofereceu 286 vagas, mas nem todas foram preenchidas. A Adufrj acompanhou a cerimônia. A presidente da seção sindical,  Maria Lúcia Werneck, destacou o papel da universidade como um lugar de valorização da diversidade e da pluralidade de opiniões. Lembrou ainda que, no magistério superior, ensino, pesquisa e extensão devem caminhar juntos. "A extensão é uma forma de devolvermos algo à sociedade, pois é a sociedade que nos paga", afirmou a professora, muito aplaudida. Maria Lúcia também alertou para batalhas a serem travadas no atual momento, em meio a cortes na pesquisa e no orçamento das universidades. Por fim,  convidou os novos mestres a se filiar à Adufrj e pôs à disposição deles os serviços oferecidos, como o plantão jurídico. O pró-reitor de Pessoal, Agnaldo Fernandes, abriu o evento falando do compromisso do professor em formar cidadãos com visão crítica e destacou a dedicação de quem trabalha  para formar novos profissionais.      

  Dez salas de cursos da Escola de Belas Artes (EBA) e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) foram arrombadas e tiveram equipamentos roubados na madrugada do domingo (22) para segunda-feira (23). Foram levados três laptops, uma câmera, um termômetro a laser e ferramentas. A ação causou perplexidade pelo grau de vandalismo. Portas e armários foram destruídos com violência. A queixa foi registrada na Polícia Federal pela direção da FAU na terça-feira 24. “Foi muito estranho. Não levaram quase nada, mas fizeram um estrago”, relatou a diretora da FAU, Andrea Rego. “Uma das coisas que mais me chocou foi uma marca de pé descalço na parede”, completou o vice, Guilherme Lassance. A Polícia Federal colheu quatro impressões digitais. O principal alvo do ataque foi o Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética (LCAEE), com cinco salas depredadas. O LCAEE perdeu a máquina fotográfica e um computador portátil. Para a coordenadora, Maria Maia, ficou claro que ação foi cometida por um grupo. Na Escola de Belas Artes, o mais prejudicado foi o Laboratório de Estudos em Ciência da Conservação (LECIC). Daniel Marques de Aguiar, um dos coordenadores, identificou o roubo de dois laptops e um termômetro. “Foi vandalismo. Só levaram computadores velhos. E o termômetro, acho que por causa do formato, lembra uma pistola”, disse. “É uma sensação muito ruim. Fiquei pensando se os relatórios estariam aqui”, desabafou o docente, que pretende transferir os bens de valor para a sala de uma colega, ex-orientadora, no Instituto de Química. A empresa de segurança Front informou à administração do prédio que um vigia ouviu ruídos, mas ao retornar com reforço já encontrou as salas abandonadas. “Alguns equipamentos chegaram a ser preparados para transporte, tiraram uma televisão e dois projetores da parede, mas deixaram para trás”, relatou o administrador do prédio, Zenom Gapanowicz. Foi a segunda invasão na FAU em um mês. No dia 25 de junho, 19 computadores foram depenados e outra máquina levada de um laboratório. “O pavimento está sem luz e desativado desde o incêndio”, informou a diretora. BALEADOS PERTO DO IPPMG A presença de três jovens baleados perto do estacionamento do IPPMG, na segunda-feira 30, assustou a comunidade. O 17º Batalhão da Polícia Militar informou que eles vinham de um baile na Maré e chegaram feridos ao campus, sendo encaminhados ao Hospital Municipal Evandro Freire. (Elisa Monteiro)

A comunidade acadêmica pressiona o governo contra os cortes previstos no orçamento da Capes para o próximo ano. Se confirmada, a redução de 16%, desmontará por completo a estrutura da pós-graduação no Brasil A comunidade acadêmica pressiona o governo federal contra os cortes previstos no orçamento da Capes para o próximo ano. Se confirmada, a redução de 16%, correspondente a mais de R$ 600 milhões, desmontará por completo a estrutura da pós-graduação no Brasil. Ainda hoje, uma Carta Aberta será encaminhada ao presidente Michel Temer para que sancione a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Na prática, o texto proíbe cortes nos orçamentos das pastas de Saúde e Educação e prevê a correção da inflação do período. “O presidente Temer tem até terça para sancionar a lei que tornará ilegal qualquer redução nos orçamentos de saúde e educação. A pressão é para que esta lei seja aprovada e, assim, o corte não seja consumado”, esclarece Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências e professor do Instituto de Física da UFRJ. “O orçamento do MEC também foi diminuído e então o Ministério repassou à Capes todo o percentual que pode ser cortado: tudo incide sobre as bolsas, que é a única coisa que o ministério tem condições de cortar”. Além de reivindicar a aprovação da LDO, os cientistas cobram também a instituição do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. “É uma demanda antiga que mais do que nunca precisa ser pautada”. Ao Globo, Davidovich contou que houve uma reunião com o presidente da República para tratar o assunto. “Ele mesmo disse que é muito importante que a vontade da população brasileira, expressa pelos parlamentares na lei, seja respeitada”, declarou. Orçamento só encolhe A Capes amarga, ano após ano, reduções significativas no seu orçamento. Para se ter uma ideia do drama, o orçamento executado pela Capes caiu de R$ 7 bilhões, em 2015, para R$ 5,9 bilhões, em 2016. No ano passado, passou para R$ 4,68 bilhões. Para este ano, o montante previsto é ainda menor: R$ 3,97 bilhões, dos quais foram executados, até agora, aproximadamente R$ 1,8 bi.

Moradores da residência estudantil sofrem com falta de manutenção de módulos e superlotação. Alunos também se queixam de infiltrações, vazamentos e insetos. Um ano depois do incêndio, bloco B ainda está fechado Larissa Caetano e Kathlen Barbosa Alunos dormindo em barracas, vazamentos, infiltrações, janelas quebradas, rachaduras nas paredes, infestação de ratos, baratas e cupins. Essas são as condições da residência estudantil da UFRJ. Exatamente um ano após o incêndio que destruiu parte da ala B do alojamento, o prédio atingido pelas chamas continua fechado. Mesmo no bloco A, reformado em 2016, muitos problemas dificultam a vida de 230 estudantes que não têm outro lugar para morar. Moradores relataram ao Boletim da Adufrj que, em muitos apartamentos do bloco A, parte do teto de gesso caiu. Segundo eles, uma semana depois da reforma já havia tetos sem revestimento e ralos entupidos. O temporal de fevereiro deste ano piorou os problemas, principalmente no quarto andar. “A água caía pela escada como cachoeira. Muitos quartos foram danificados, mofaram. Meu vizinho perdeu tudo. Tem banheiro sem porta. No meu quarto, o teto e a parede estão rachados. Tem risco de desabamento”, lamenta a aluna Joseane Rodrigues. Segundo ela, houve uma obra de fachada. “O que fazer se a universidade fecha os olhos? Preciso terminar minha graduação.”    Os moradores do alojamento pediram, pela terceira vez, uma assembleia em agosto com a Pró-Reitoria de Políticas Estudantis (PR7) para cobrar soluções para problemas estruturais e de limpeza. Uirá Clemente, aluno de Indumentária, residente há 5 anos do alojamento, cobra: “Precisamos de manutenção e dedetização. Assistência estudantil não é favor, é direito”.                     Os 222 moradores do bloco B, atingido pelo incêndio de 2017, recebem da Reitoria bolsas de R$ 1.050 para aluguel. Júlia Brandes, do DCE Mário Prata, disse que a situação do alojamento causa indignação: “A luta por melhor moradia continua”. O Boletim da Adufrj tentou ouvir um representante do conjunto dos moradores, mas eles informaram que só se pronunciariam após assembleia. PROMESSA DE NOVAS VAGAS A UFRJ informou que estão previstas 162 novas vagas no alojamento em construção na avenida Milton Santos, numa obra que foi iniciada em 2016 e tem custo total de R$ 7,6 milhões. Segundo o Escritório Técnico da Universidade (ETU), a obra deve ser concluída em novembro. Sobre o ritmo de trabalho, informou que, mesmo sem muita movimentação, é intenso: “Nesta metodologia em módulos, a confecção e o preparo das peças são feitos no galpão da empresa. Posteriormente, elas são montadas de forma ágil no local”. O ETU informou que está atualizando orçamentos para contratar a reforma do bloco B. Há outro projeto de alojamento, com mais 512 vagas em dois blocos, ao lado da Bio-Rio. O pró-reitor de Assistência Estudantil, Luiz Felipe Cavalcanti, disse que este projeto é destinado prioritariamente aos estudantes desalojados pelo incêndio e que a UFRJ está discutindo com o MEC recursos para a obra, já licitada, ao custo de R$ 6 milhões. Enquanto isso, está completamente abandonada a obra de alojamentos ao lado do CCMN - datada de 2011, segundo o site do ETU. A UFRJ informou que negocia com o MEC a liberação de recursos para concluir obras interrompidas. Outro caminho para viabilizar obras é pela parceria firmada com o BNDES para uso de imóveis da universidade, na qual o pagamento será na forma de contrapartidas. "Moradia estudantil é uma contrapartida que a UFRJ elege como fundamental nas negociações", afirmou a universidade.

Topo