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Saiu o calendário da UFRJ para 2017
Texto e foto: Elisa Monteiro
Com poucos ajustes, o Conselho Universitário do último dia 24 aprovou o calendário acadêmico para 2017. A programação contemplou a situação dos cursos prejudicados pelo incêndio no prédio da reitoria.
Os alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e Escola de Belas Artes (EBA) só fecharão o ano letivo de 2016 em 17 de fevereiro de 2017. E realizarão o primeiro semestre de 2017 entre 13 de março e 15 de junho.
Para a graduação em geral, o primeiro período letivo de 2017 tem início uma semana antes, em 6 de março, e termina em 8 de julho. O segundo período vai de 31 de julho de 2017 a 9 de dezembro.
Períodos diferentes
Os alunos dos Cursos de Medicina (Rio de Janeiro), Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Medicina (Macaé), como de costume, começam mais cedo que todos, em 13 de fevereiro, fechando o semestre em 8 de julho.
Para atender às exigências da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a primeira parte das aulas do Colégio de Aplicação vai de 6 de fevereiro a 14 de julho. Os alunos retornam das férias em 1º de agosto, encerrando o ano em 19 de dezembro. Já a Escola de Educação Infantil inicia um mês depois, em 6 de março, fechando também em 14 de julho. O retorno também acontece em 1º de agosto, mas as aulas se estendem até 19 de janeiro de 2018.
Pós-graduação
A pós-graduação stricto sensu (Mestrado e Doutorado) dos cursos organizados em dois períodos letivos (semestral) terá aulas de 6 de março a 8 de julho e de 31 de julho a 9 de dezembro.
Os cursos organizados em quatro períodos letivos (bimestral) terão aulas entre 6 de março e 6 de maio, de 15 de maio a 15 de julho, depois entre 31 de julho a 30 de setembro e, finalmente, de 9 de outubro a 9 de dezembro de 2017.
Por fim, os cursos de quatro períodos letivos (trimestral) funcionarão entre 6 de março e 2 de junho, entre 12 de junho e 8 de setembro, de 18 de setembro a 15 de dezembro e 2 de janeiro a 2 de março de 2018.
Trancamento especial
Em função da ocupação estudantil em vários prédios da universidade, o Consuni estendeu a possibilidade de trancamento de disciplinas até o dia 16 de dezembro — antes, era até 8 de outubro. Alunos da EBA e da FAU ainda podem trancar a matrícula, para não cursar 2016/2, no mesmo prazo.
Confira algumas imagens da "Praça do Conhecimento", realizada na última sexta (25), na Cinelândia. Professores e estudantes apresentaram suas pesquisas, prestaram serviços de utilidade pública e fizeram performances. Foi mais um protesto da universidade pública contra a Proposta de Emenda à Constituição 55, que busca congelar os gastos em políticas sociais. O evento, organizado pela Adufrj com apoio do Andes-SN, também contou com a participação de outras entidades e associações docentes. A manifestação integrou o calendário de paralisação definido na assembleia de 8 de novembro. A atividade terminou com a performance do "Baile da Quadrilha Fiscal" e passeata. Mais imagens e matéria sobre a "Praça do Conhecimento" serão divulgadas, nos próximos dias.
Fotos: Fernando Souza




Leia mais: Praça do Conhecimento agitou a Cinelândia contra a PEC 55
Professores sofrem com improviso na EBA
Insalubridade e trancamentos assombram curso no retorno às aulas
Elisa Monteiro
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Professores e alunos da Escola de Belas Artes têm sofrido bastante no retorno às aulas, desde o dia 16. “A EBA foi a mais prejudicada em termos de espaço perdido”, explica Patrícia March, coordenadora do Departamento de Desenho Industrial. A unidade ocupava o sexto e o sétimo andares do edifício da reitoria — interditados após o incêndio ocorrido no local em 3 de outubro — e compartilhava com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo o segundo pavimento.
De acordo com um mapa publicado no site da EBA, das cerca de 370 matérias ofertadas, 220 foram mantidas no prédio, muitas em salas improvisadas nos corredores, com problemas de iluminação e acústica. Outras 110 foram transferidas para o Centro de Tecnologia, 25 para a Faculdade de Letras e cinco para o Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza.
A administração também foi pulverizada. “As chefias de departamento estão enlouquecidas. Toda a direção da EBA está em duas salinhas (da decania) do Centro de Letras e Artes (CLA)”. Segundo a docente, atualmente, o único lugar com internet.
Mais um detalhe: March explica que dois terços da grade curricular do curso correspondem a disciplinas práticas “que demandam espaço e mobiliário muito particulares”.
Muitos estudantes não querem continuar os estudos nas atuais condições. “Já estamos com trancamentos acima do normal”, afirma a professora. O professor Dalton Raphael mostra, no celular, a última mensagem que recebeu de aluna justificando trancamento: “Não concordo com aulas em corredores”, escreveu a jovem. “Só hoje recebi duas”, relata Dalton.
 Professor Dalton tem recebido mensagens dos alunos, via celular, de trancamento do curso
Professor Dalton tem recebido mensagens dos alunos, via celular, de trancamento do curso
Dalton está dando aula de Geometria e perspectiva em uma das seis baias divididas por divisórias no acesso ao Salão Azul. “Voltamos há apenas uma semana e já estou rouco. Não há qualquer acústica”. Ele afirma que não sabe como serão as 10 semanas que faltam para completar o semestre. “Sempre tivemos problemas com a manutenção (da estrutura) e condições (de trabalho), mas nunca foi tão ruim. Para dar esta aula, eu precisaria de um quadro ao menos quatro vezes maior”, desabafa.
Na avaliação do docente, a escassez de recursos não explica a precariedade. “Não é possível que esta seja a única alternativa. Ao menos por estes três meses (para fechar o semestre), poderíamos estar sob cobertura de tendas, com algum isolamento sonoro e alguma cara de (sala de) aula”.
Isabela Baur, aluna do 5º período do curso de Composição de Interior, assiste a uma disciplina eletiva em uma sala adaptada. “Não é bem uma sala de aula, é um cantinho numa sala administrativa”. Para ela, “não fazer tudo no mesmo prédio é ruim, mas dá para levar até o fim o semestre”.
CARTA
Ao ler a matéria publicada no Boletim da Adufrj, relatando as condições da EBA após o incêndio, identifiquei alguns ruídos de comunicação. Nesse sentido, gostaria de um espaço nos veículos de vocês para esclarecer dois pontos importantes.
1. Em primeiro lugar, sobre a dificuldade de reorganização administrativa dos diferentes setores da EBA há uma declaração dada no calor da situação, mas que não condiz com a minha avaliação sobre as dificuldades que as Chefias e Coordenações de Curso estão enfrentando para minimizar as dificuldades de trabalho. “As chefias de departamento estão enlouquecidas” não tinha sentido literal e perdeu o contexto na edição do texto.
2. Em relação ao trancamento de disciplinas pelos alunos “acima do normal”, acredito que não ficou suficientemente claro que não se trata de um fato administrativamente configurado. Pois ainda não temos dados oficiais sobre a questão. A minha fala baseou-se em consultas a colegas e alunos. Cabe salientar, contudo, que o prognóstico vem ao encontro da demanda apresentada pelos estudantes da EBA e acatada na sessão do CEG do dia 24 de extensão do prazos oficiais para trancamento de matrícula e disciplinas.
Tendo em vista minha responsabilidade e o meu compromisso, como Docente e Coordenadora de curso da EBA, solicito que sejam esclarecidos estes pontos.
Cordialmente, Patricia March
“A PEC 55 é um desastre para a economia”
 
 Saída para a crise é fazer o oposto do que determina a Proposta de Emenda à Constituição do governo, diz economista 
Silvana Sá                                                      
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“Existe um diagnóstico falso, do governo Temer, de que houve uma gastança exagerada no país. De que, para a economia crescer, seria preciso reduzir gastos públicos. Mas a saída para a crise é justamente o oposto”, disse o economista Antonio José Alves Junior, em debate promovido neste dia 21, pelos professores do Instituto de Química, em parceria com o centro acadêmico da unidade. A atividade contou com o apoio da Adufrj.
Alves Junior, do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, argumentou que a dívida cresce em relação ao Produto Interno Bruto sempre que há recessão em um país. Para freá-la, seria necessário estimular a economia, aumentando os gastos públicos. Mas a Proposta de Emenda à Constituição 55 (ex-PEC 241), em tramitação no Senado, reduz os investimentos do governo pelos próximos 20 anos: “Não consigo entender como alguém consegue ficar feliz com essa PEC. Ela é um desastre para a nossa economia”.
Face da barbárie
Roberto Marques, do Departamento de Didática da Faculdade de Educação da UFRJ, considera a PEC 55 como uma reação conservadora aos avanços sociais da última década: “Quando a gente foca em números e não debate civilização, a gente abre espaço para que qualquer tipo de barbárie se instale”.
O docente fez um paralelo entre a PEC 55 e a Medida Provisória 746, de reforma do Ensino Médio, também proposta pelo atual governo. Ambas, pra Roberto Marques, trabalham com a lógica de que educação é uma despesa e não investimento. “O que se pretende é entregar, de portas abertas, todo o setor da educação para a iniciativa privada, das diversas maneiras possíveis”.
Previdência na berlinda
 Sara Granemann, da Escola de Serviço Social da UFRJ e especialista em fundos de pensão, alertou que a reforma da Previdência será a próxima a entrar na pauta do governo Temer. A PEC 55 seria uma “justificativa”: “Antes de mexer na Previdência, era necessário dizer que os gastos previdenciários estão acima do teto. Assim, só haverá, pela lei, uma saída. Fazer a contrarreforma”.
Em acordo com os demais debatedores, a docente afirmou que a PEC 55 produzirá mais miséria no país e vai gerar redução de investimentos nas áreas fundamentais para o desenvolvimento econômico e social. “A partir do teto estipulado, a distribuição dos recursos dentro de cada poder será proporcional à força de cada área. Chegaremos ao ponto de ‘escolher’ o que é prioritário: mais saúde ou mais educação”, criticou.
Mediaram o encontro o professor Rodrigo Volcan, do Instituto de Química, e a representante do centro acadêmico, Diana Roza de Oliveira.
MPF contra ocupações da UFRJ
Procurador do Ministério Público Federal requisita o auxílio de força policial
Kelvin Melo
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O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro ajuizou ação civil pública, dia 18, com pedido de liminar, para que a Justiça Federal determine a desocupação dos campi da UFRJ. O procurador do MPF requisita o auxílio de força policial. O processo encontra-se na 8ª Vara Federal e, até o fechamento desta matéria, ainda não havia sido julgado pela juíza Karina de Oliveira e Silva.
O MPF solicita que a desocupação ocorra de maneira pacífica, no prazo de uma hora a ser anunciado pelos oficiais de Justiça. Terminado este tempo, a autoridade policial deverá empregar o uso moderado e progressivo da força para a retirada dos ocupantes, realizando a prisão em flagrante dos maiores que praticarem algum crime.
De acordo com a ação, grupos de alunos, em manifestação contrária à PEC 55, teriam impedido o andamento normal de aulas ao empilharem cadeiras em escadas que levam às salas, impossibilitando o acesso dos colegas e dos professores. Para o MPF, os que desejam estudar estariam sendo lesados em seus direitos pelo comportamento de “uma minoria violenta arbitrária”.
Diretora do DCE Mário Prata, Júlia Portes disse que os estudantes discutiam a ação do MPF na noite do fechamento desta edição, em reunião na Faculdade Nacional de Direito — um dos prédios ocupados na universidade. Mas deixou claro que não tem fundamento o principal ponto do processo, uma vez que o movimento não atrapalha as aulas. Isso só ocorreu no Dia de Paralisação, em 11 de novembro. Júlia informou que a reitoria, junto a advogados da Faculdade Nacional de Direitos, já está respondendo à iniciativa do Ministério Público, em defesa dos alunos. (Com informações do MPF)
