Accessibility Tools
Praça do conhecimento
Cinelândia se transformará em palco de protestos educativos contra PEC
A Cinelândia vai ganhar clima de campus nesta sexta-feira, 25. Professores e estudantes apresentarão os resultados de suas pesquisas, prestarão serviços de utilidade pública, farão performances e mostrarão a importância de seus saberes. A ideia é protestar contra a PEC 55 e conseguir apoio popular para barrar a medida. As atividades vão acontecer das 11h às 17h em tendas instaladas num dos cenários mais tradicionais da política carioca. O evento é organizado pela Adufrj com apoio do Andes-SN e contará com a participação de outras entidades e associações docentes. A manifestação integra o calendário de paralisação definido na última assembleia e terminará com "Baile da Quadrilha Fiscal" e passeata até a Alerj.
Confira, a seguir, a programação, com o tipo de atividade, nome da atividade e responsável(is).
PROGRAMAÇÃO
OFICINA
 Criança na Praça: Apresentação da Escola de Educação Infantil da UFRJ (a partir das 11h)
Carla Vidal
OFICINA
 O mundo no microscópio
 Kildare Miranda
SERVIÇO
 Inscrição para sorteio de vagas na Escola de Educação Infantil (de 11h às 17h)
Carla Vidal 
RODA DE CONVERSA
 Medida Provisória do Ensino Médio
 Docentes do Colégio de Aplicação
 
OFICINA de cartazes
 Martha Werneck
 
MESA-REDONDA
Insetos vampiros e as doenças dos homens: dengue e doença de Chagas
 Pedro Lagerblad de Oliveira
 
 EXPOSIÇÃO
 Movimentos sociais contra-hegemônicos desde a fotografia (de 11h às 17h)
 Elena Valdivia (mestranda) e Cecília Figueiredo (doutoranda)
 
 OFICINA 
 Por trás da publicidade (11h)
 Patricia Burrowes
 
 ATIVIDADE ETTERN/IPPUR/UFRJ e as experiências do Núcleo Experimental de Planejamento Conflitual (NEPLAC) (14h30-15h)
AULA PÚBLICA E OFICINA
 História Oral
 Maria Paula Araújo
 
 EXPOSIÇÃO
 Laboratório de Matemática com materiais concretos (a partir das 11h)
Maria Fernanda Elbert, Nedir do Espírito Santo e Victor Giraldo
 
ESPAÇO DE LEITURA
 Pé de Livro
 Docentes do Colégio de Aplicação
 
 Experimentos
 Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
OFICINA
 Design em emergência
 Norma Menezes
 
 AULA PÚBLICA
 Os transtornos mentais
 Maria Tavares
RODA DE CONVERSA
Mulheres e sistema de Justiça (14h)
Docentes do Direito e da FAU
RODA DE CONVERSA
Sobre direito à moradia e assessoria universitária popular (15h)
Docentes do Direito e da FAU
ATIVIDADES
 Faculdade de Educação contra a PEC (de 11h às 17h)
 Faculdade de Educação
LABORATÓRIO DIDÁTICO DE FÍSICA (a partir das 11h)
 Miriam Gandelman e Maurício Pamplona
LABORATÓRIO DE ÓTICA (a partir das 11h)
 Malena Hor-Meyll
ATIVIDADE
 Tem criança no Circuito (circuitos elétricos em papel e massinha)
 Tatiana Rappoport
OFICINA
 Câmera escura (a partir das 11h)
 Docentes do Colégio de Aplicação
 
 MESA-REDONDA
 Novos desafios na luta por direitos humanos (das 14h às 16h)
 Cristal Moniz de Aragão
AULA PÚBLICA
 A questão agrária e as populações tradicionais (13h)
 Alunos e docentes do Programa de Pós-graduação em Antropologia do Museu Nacional
OFICINA
Se essa manchete fosse minha (a partir do meio-dia)
Angela Santi e Aline Monteiro
OFICINA (a partir do meio-dia)
Poesia Animada
Angela Santi e Aline Monteiro
OFICINA
O mundo do Aedes (a partir das 11h)
Mário Alberto Silva Neto
SERVIÇO (de 11h às 17h)
Como vai sua saúde?, com medição de pressão, peso, frequência cardíaca e circunferência abdominal
Estudantes de Medicina da UFRJ
PERFORMANCE DE DANÇA
Larissa Elias
VIDEO-RETRATO NA CINELÂNDIA: COMO VOCÊ IMAGINA A SUA VIDA DAQUI A 20 ANOS? (14h às 17h)
Consuelo Lins e equipe
 OFICINA
 Leitura e Criação Literária
 Docentes do Colégio de Aplicação
 
16h MESA-REDONDA
 Os efeitos da PEC na Educação e na Saúde
 Professores da Economia e diretoria da Adufrj
 
 16h PERFORMANCE
 O Baile da Quadrilha Fiscal
 Angela Santi, Fernanda Omelczuk e Paulo Rafael e Cia. de tropa de palhaços de 5a, com Parlamento Popular.
 17h SAÍDA PARA MARCHA ATÉ A ALERJ
 Cortejo de pernaltas e integrantes da orquestra sinfônica ambulante com cartazes feitos nas ofi cinas
 
 
Marcha a Brasília contra a PEC 55
 
 Caravanas de várias partes do país irão ocupar Brasília no dia 29 de novembro, data prevista para a votação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 no Senado.
 O objetivo da manifestação é intensificar a ofensiva para barrar a mudança constitucional que congela os gastos públicos por 20 anos.
 
A marcha à capital federal #OCUPABRASILIA é organizada pelo Andes e por diversas entidades dos movimentos sindical e estudantil.
 
Na UFRJ, a Adufrj participa da organização da caravana da comunidade universitária, em conjunto com as representações dos demais segmentos. 
 
A Seção Sindical disponibilizará ônibus e diárias aos docentes interessados em ir a Brasília. 
 
Professores devem entrar em contato até quarta-feira, dia 23, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. para planejamento da contratação do transporte.
Prejuízo milionário
UFRGS teria perdido R$ 580 milhões se PEC do teto de gastos estivesse em vigor desde 2006
A reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul divulgou, na última sexta-feira (4), um estudo de impacto financeiro da Proposta de Emenda Constitucional que limita os gastos públicos. O documento aponta que a PEC 241, aprovada na Câmara e em tramitação no Senado (como PEC 55), “tende a criar problemas substanciais de financiamento para custeio e capital”. De 2006 a 2015, se a PEC já estivesse em vigor, a UFRGS teria perdido R$ 580,3 milhões em relação ao orçamento executado, no período.
  
A reitoria argumenta que “fazer ajuste com uma medida rígida como a embutida na PEC 241” pode comprometer a “preservação das condições de excelência acadêmica já alcançadas pela universidade”.
O levantamento feito pela administração da UFRGS segue o exemplo de outras instituições. A Universidade Federal de Minas Gerais também realizou a simulação de impacto retroativo da PEC para o mesmo período, de 2006 a 2015. A instituição mineira teria perdido R$ 774,8 milhões.
Já na Universidade Federal Fluminense, o prejuízo seria de R$ 810 milhões.
Dança para todos
Projeto de extensão congrega alunos e pacientes
Elisa Monteiro
 Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Fotos: Claudia Ferreira 
“Leonídia: ela é doida?” não é um espetáculo qualquer. A atividade faz parte do Projeto ParaTodos, de extensão, que integra dança e saúde. “O ator principal tem 10% de visão. Mas quem assiste dificilmente percebe”, conta Marta Bonimond, diretora da peça e professora da Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ.
“Terapia não é foco”, explica ela. Mas é uma consequência natural do trabalho, que mesclando teoria e prática, promove aumento da sociabilidade e condicionamento físico. O projeto conta com a participação de bolsistas de diferentes áreas da universidade, como Dança, Música, Psicologia, Pedagogia e Comunicação. E, totalmente aberto, atrai um público especial. Os princípios da luta antimanicomial permeiam a iniciativa.
“A localização da Praia Vermelha é estratégica”, avalia Marta. “É ponto de convergência de hospitais como o Pinel (Instituto Philippe), o Rocha Maia (Hospital Municipal), o IPUB (Instituto de Psiquiatria da UFRJ), o (Instituto de Neurologia) Deolindo Couto e o Instituto Benjamin Constant”. Pela concepção do projeto, contudo, não há distinção entre pacientes ou não. “Para nós, são todos alunos”, reforça.
De cara, a peça estreou 100% adaptada ao púbico cego. O Benjamin Constant foi palco da primeira encenação, em 2014. “Foi uma coisa incrível realmente. A atriz tocava nas pessoas”, conta Bonimond.  “Um dos pontos altos foi a cena que discutia a questão dos remédios. Usamos aquelas balas Tic Tac (caixinha de balas barulhentas) para ajudar na sensibilização das pessoas”. Professora Marta Bonimond
Professora Marta Bonimond
Sem alarde, o projeto encorpou, ainda em 2014, quando abandonou a sonorização via CDs para ganhar uma trilha sonora própria composta e executada ao vivo pelo bolsista Hector da Costa Coutinho, da Música. “Foi um salto grande”, avalia a diretora. Um segundo passo importante foi a participação no Festival Interuniversitário de Cultura, em 2015.
A conquista de um edital para converter o espetáculo em longa-metragem “de baixíssimo orçamento”, ressalta Marta, marca o momento atual. “Não queríamos simplesmente reproduzir a encenação. Apostamos em fazer mesmo um filme”. Parte da gravação foi filmada na própria EEFD; outra, no Parque das Ruínas, em Santa Teresa. A expectativa é finalizar edição e montagem no início de 2017 a tempo de inscrever o trabalho em outros editais de cultura.
As parcerias internacionais atravessam essa história. Stina Stjern, do grupo norueguês Sund Folk College, assina a direção do novo roteiro adaptado para película, junto a Marta Bonimond. A nova obra é composta de improvisação dos alunos da Dança com os 18 músicos estrangeiros. “Eles têm uma visão muito próxima à nossa de que a dança não é só para movimentos e corpos perfeitos. Essa visão do corpo virtuoso do balé romântico é uma coisa muito antiga”, afirma Marta.
Como tudo começou
O projeto ganhou densidade a partir de 2014 quando um dos alunos, Marcelino José, paciente do IPUB, acrescentou à discussão do clássico “História da Loucura”, de Michel Foucault, a sugestão de leitura da biografia sobre Leonídia Fraga (1844-1927), de Myriam Fraga (o sobrenome é coincidência). “Leonídia, a Musa Infeliz do Poeta Castro Alves” fala sobre o drama da namorada de infância de Castro Alves, que tem um surto e é internada como louca depois da morte do poeta: ela se considerava noiva dele. Quando ela morre, a relação é comprovada pela descoberta de cartas e poemas trocados entre os dois.
 Músicos noruegueses participam do projeto“Ela guardava tudo em uma trouxinha e baú, que levou para o hospital quando foi internada. O Hospício São João de Deus, em Salvador, ironicamente, funcionava em uma antiga casa de Castro Alves. Foi o segundo hospício do Brasil, o primeiro foi esse que hoje é da UFRJ (o Palácio Universitário)”, sublinha Marcelino José. Na peça, ele é o responsável pela narração da biografia adaptada.
Músicos noruegueses participam do projeto“Ela guardava tudo em uma trouxinha e baú, que levou para o hospital quando foi internada. O Hospício São João de Deus, em Salvador, ironicamente, funcionava em uma antiga casa de Castro Alves. Foi o segundo hospício do Brasil, o primeiro foi esse que hoje é da UFRJ (o Palácio Universitário)”, sublinha Marcelino José. Na peça, ele é o responsável pela narração da biografia adaptada.
Em busca de reconhecimento
O projeto ParaTodos ainda enfrenta as dificuldades para manter a logística mínima necessária. Desalojado das salas que ocupava na Praia Vermelha por causa da reforma do Palácio, o grupo passou a atuar no gramado do campo de futebol. Mas, desde a Olimpíada, até o espaço improvisado em torno de uma árvore ficou comprometido por interdições.
A assessoria de imprensa da reitoria informou que algumas áreas do campinho da Praia Vermelha continuam interditadas, mesmo após os Jogos, por conta da “transferência de módulos no interior do campus”. O objetivo é preparar as salas que serão utilizadas em 2017/1.

A esquerda no divã
 
Texto e foto: Jan Niklas Jenker
Estudante da ECO-UFRJ e estagiário da Adufrj 
"É urgente repensar os paradigmas da esquerda", analisou a presidente da Adufrj, Tatiana Roque, sobre a atual conjuntura política do país, em debate realizado no Teatro Oi Casagrande, dia 16. Última etapa do ciclo "Novembro de 2016: impressões ao calor da hora", o evento contou ainda com a participação do rapper Flávio Renegado, do economista e professor da UFRJ João Sicsú e do ativista Pablo Capilé (Mídia Ninja). Diante da ascensão do conservadorismo, os palestrantes apresentaram leituras sobre o papel dos setores progressistas. 
Presidente do Instituto Casa Grande, Saturnino Braga destacou a importância de espaços de diálogo como aquele: “Discussão política é essencial para qualquer democracia. Há poucos fóruns, lugares de debate político, no Brasil”.
Marcelo Barbosa, diretor-executivo do ICG e mediador do debate, reforçou: “Neste momento deprimente que estamos vivendo, devemos buscar caminhos no debate político”.
O conteúdo de todo o ciclo será organizado em livro, com previsão de lançamento para 2017.
Confira algumas frases dos debatedores:
- Flávio Renegado: “A esquerda virou uma militância de ar-condicionado e perdeu as ruas. A direita não dormiu, está mais racista, mais homofóbica e mais violenta. O primeiro passo para reconfigurar a esquerda é aprender com o que a molecada das ocupações está fazendo”.
- Tatiana Roque: “Mudaram relações de trabalho, da família, o que gerou uma reação do conservadorismo. É urgente repensar os paradigmas da esquerda. É um momento de renovação radical e criação de um projeto para se contrapor ao neoliberalismo”.
- João Sicsú: “A ideia disseminada de que o Estado está quebrado e agora precisamos nos sacrificar para corrigir erros anteriores é um equívoco. Para melhorar as contas, precisamos voltar a crescer, não cortar”.
- Pablo Capilé: “A esquerda brasileira é formada por duas leituras: a antiga ‘disputa de classe’ e a contemporânea ‘disputa de imaginário’. Ambas não se entendem. Cultura e comunicação devem estar no centro desse debate”.
