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BENJAMIN GILBERT
1929-2024

foto perfil benjamin gilbert foto acervo farmanguinhosA AdUFRJ lamenta o falecimento, aos 94 anos, do professor Benjamin Gilbert, no dia 9 de fevereiro. Nascido em Felixtowe, Inglaterra, em 1929, Gilbert formou-se em Química pela Universidade de Bristol em 1950, onde também concluiu doutorado em 1954. Foi um dos fundadores do Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais (IPPN) da UFRJ, onde atuou como professor visitante até 1972. Químico de formação, ele sempre se destacou pela pujança de sua produção acadêmica. O docente é autor de 120 publicações científicas, entre elas capítulos de livros sobre alcaloides indólicos e produtos naturais industrializáveis na Amazônia. Gilbert trabalhava na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desde 1986, na área de Química de produtos naturais e colaborava na implantação da fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). Era pioneiro no campo de estudo de plantas medicinais.

Com extenso currículo, Gilbert foi pesquisador de diversas instituições no Reino Unido e nos Estados Unidos. No Brasil, atuou na formação de profissionais na Marinha, na Fiocruz, na Companhia de Desenvolvimento Tecnológico (Codetec), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e foi membro de comitês de doenças endêmicas e de Química do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foi, ainda, sócio da Royal Society of Chemistry, American Chemical Society, Associação Brasileira de Química e Sociedade Brasileira de Química.
Instituições de ensino e pesquisa de todo o país lamentaram a perda do professor, que era pesquisador emérito da Fiocruz. A AdUFRJ lastima mais esta perda para a academia e presta sentimentos aos amigos e familiares neste triste momento.

 

MAURO BOIANOVSKY
1959-2024

20150526081341692936uProfessor de Economia da Universidade de Brasília, Mauro Boianovsky faleceu no último dia 21, aos 64 anos, em decorrência de câncer. Referência no campo da História do Pensamento Econômico, foi considerado um dos pesquisadores mais influentes do mundo, segundo a Universidade de Stanford.

Formado em Economia pela Universidade de Brasília, em 1979, Mauro fez mestrado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e doutorado em Cambridge, na Inglaterra. Era professor titular na Universidade de Brasília, onde lecionava Teoria do Desenvolvimento Econômico, na graduação, e História do Pensamento Econômico, na pós-graduação. A AdUFRJ lamenta a perda.

 

 

 

AFONSO CELSO PASTORE
1939-2024

PastoriNa quarta-feira (21), morreu o economista e ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, aos 84 anos. Doutor em Economia pela USP, Pastore foi professor titular do Departamento de Economia, diretor da instituição e um dos economistas mais respeitados do país.

Em nota, o Centro de Debate de Políticas Públicas, criado por Pastore, afirma que ele teve enorme impacto na formação de várias gerações de economistas. “Se tornou um intelectual público na melhor acepção do termo: engajado em debates nos mais variados fóruns, capaz de traduzir a teoria econômica para o grande público, aberto a novas ideias, mas sem jamais abrir mão da coerência e do rigor acadêmico.” Condolências aos amigos e familiares.

Para discutir o necessário avanço feminino na Ciência, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) recebeu o evento “Meninas e Mulheres na Ciência:WhatsApp Image 2024 02 23 at 20.49.04 Avanços e Perspectivas”, no dia 19. O encontro foi organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Na ocasião, foram entregues as outorgas do edital inédito lançado pela agência em 2023, o Programa de Apoio à Jovem Cientista Mulher com vínculo em instituições de Ciência e Tecnologia do estado. Para este edital, a Faperj destinou um total de R$ 13 milhões distribuídos para 70 pesquisadoras. Uma das vencedoras foi a professora Mayra Goulart, cientista política do IFCS e presidenta da AdUFRJ.

O termo de outorga foi assinado publicamente por Michele Gonçalves Monthé, que representou todas as contempladas. Michele é professora da Escola de Química da UFRJ e atua no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos. “É fundamental que atuem diretamente na inclusão de mulheres nas áreas de ensino, ciência e tecnologia, engenharia e matemática, uma vez que representamos um terço de todos os pesquisadores”.

Ela também falou sobre a necessidade de ampliar o acesso de jovens mulheres negras à carreira docente. “Somos apenas 0,9% de todos os professores”. A docente aproveitou o momento para fazer uma homenagem à sua mãe, a professora Cheila Gonçalves Monthé. “Mulher negra, de origem humilde, superou todas os obstáculos e se tornou a primeira docente titular negra da UFRJ”.

Mayra Goulart considera que a ação da Faperj ajuda a mudar a realidade da pesquisa brasileira. “Há uma disposição hegemônica dos recursos da pesquisa no Brasil, que são concentrados em pessoas do sexo masculino e que já têm carreiras amplamente consolidadas”, aponta a docente. “Com isso, essa iniciativa contorna um viés que desfavorece professores jovens e mulheres, sempre marginalizados por critérios supostamente meritocráticos estabelecidos pelos grupos hegemônicos que são por eles favorecidos”.

A mesa de abertura teve a participação de importantes nomes do meio científico. Um deles, a professora Tatiana Roque, secretária municipal de Ciência e Tecnologia. “Precisamos de fomentos específicos, sim, para mulheres, para mães, para a gente combater o assédio, o teto de vidro, a desigualdade nas carreiras, as injustiças do ponto de vista dos direitos”, afirmou. “A ciência que a gente pratica, sem a participação igualitária das mulheres, se torna enviesada”, disse.

Apesar dos desafios, a presidente da ABC, professora Helena Nader, trouxe dados que mostram avanços. “A gente já tem paridade na pós-graduação. Isso é um marco. Também temos paridade em publicações. Não temos paridade nas diferentes áreas. Esse incentivo precisa começar na pré-escola”, afirmou. Ela também alertou para o refluxo feminino nas chamadas ciências duras. “Nós vivíamos um aumento de meninas nas áreas exatas e agora temos visto uma diminuição. É preciso saber o motivo”.

O machismo estrutural, para o professor Jerson Lima, presidente da Faperj, está na origem da questão. Docente da UFRJ, o professor deu exemplo de dois editais da Faperj: um lançado para pesquisadores com vínculo institucional e outro para pesquisadores sem vínculo. O edital com vínculo teve maior participação de homens e só 35% de mulheres, enquanto o que não necessitava de vínculo institucional teve 62% de participação feminina. “Isso nos mostra um quadro preocupante. Mulheres estão tendo menos espaço nas universidades”, lamentou.

Para atuar na linha de apoio às mães, a Faperj lançará em maio deste ano um edital específico para esse público. A iniciativa terá a parceria do Instituto Serrapilheira e do movimento Parent in Science. Os apoios devem totalizar R$ 120 mil para cada projeto selecionado.

OUTROS EDITAIS
Há outras boas, mas ainda recentes e parcas, iniciativas espalhadas pelo país com o objetivo de ampliar o acesso de mulheres na Ciência. A Faperj é uma das pioneiras em editais voltados à equidade de gênero. Hoje, a fundação tem dois específicos: o de Meninas e Mulheres nas Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Computação, em segunda edição, e o edital de apoio à Jovem Cientista Mulher. Além disso, a Faperj busca garantir a equidade de gênero entre vencedores dos editais, amplia prazos para contagem de produtividade para pesquisadoras mães e aplica, desde 2018, a licença-maternidade para pesquisadoras e bolsistas.

A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo tem iniciativa semelhante: o edital Mulheres na Ciência, que seleciona projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação coordenados por pesquisadoras.

Este ano, a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia do Rio lançará o segundo edital do Prêmio Elisa Frota Pessoa, destinado aos melhores artigos escritos por mulheres sobre Ciência e Tecnologia na igualdade de gênero. A cerimônia acontece no dia 8 de Março. As universidades federais de Santa Catarina e de Alagoas também têm prêmios destinados a mulheres na Ciência. As premiações são voltadas ao público interno das duas instituições.

O CNPq e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação lançaram no ano passado a terceira chamada pública Meninas e Mulheres nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação, destinada a estudantes do ensino médio e de graduação. O edital distribui R$ 100 milhões às vencedoras. Outras duas chamadas aconteceram em 2013 e em 2018. O projeto prevê que pelo menos 30% das bolsas sejam destinadas a negras e indígenas.

A Universidade Federal do Mato Grosso do Sul tem um programa institucional de Mulheres na Ciência. O edital busca apoiar com auxílio financeiro docentes e técnicas da universidade que coordenem projetos de pesquisa e inovação. O exemplo é seguido pelo Instituto Federal de Sergipe.

A Universidade de Brasília tem o edital Mulheres e Meninas na Ciência: o Futuro é Agora, destinado a projetos de extensão que atuem incentivando a participação de meninas das escolas públicas do Distrito Federal nas áreas de Ciência e Tecnologia.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) tem dois editais para estimular a igualdade de gênero na ciência. Um deles é o Programa Amazônidas – Meninas e Mulheres na Ciência. O outro é o Programa Fapeam: Mulheres na Ciência, específico para o interior do estado.

Já o Instituto Federal do Rio Grande do Norte lançou a segunda edição do edital “Projetos de Pesquisa e Inovação com Mulheres Jovens Cientistas”, voltado a projetos de pesquisa e inovação que envolvam alunas do ensino médio ou da graduação.

WhatsApp Image 2024 02 07 at 18.35.48 2A crise de financiamento da UFRJ chegou a patamares inimagináveis. Levantamento realizado pela pró-reitoria de Finanças (PR-3) indica que a maior federal do país pode encerrar 2024 com um déficit acumulado de R$ 380 milhões. A situação é inédita, já que o valor supera em R$ 97 milhões o orçamento de custeio da instituição, que é de R$ 283 milhões.
O problema é resultado das dívidas não pagas desde 2016 e se acentua a cada ano de receitas insuficientes repassadas pelo governo. “Nosso orçamento para despesas de custeio voltadas para o funcionamento da universidade totalizava R$ 293 milhões no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual), mas na LOA sancionada pela Presidência esse valor foi reduzido a R$ 283 milhões, quando temos uma previsão de despesas apenas neste ano de R$ 477 milhões”, explica o professor Helios Malebranche, pró-reitor de Finanças.
Dos R$ 283 milhões, R$ 33,8 milhões já foram gastos. Segurança (R$ 5,4 milhões), limpeza e conservação (R$ 4,6 milhões) e energia elétrica (R$ 4,3 milhões) compõem as maiores despesas pagas do início do ano. A diferença entre o que resta a pagar e o orçamento disponível resulta numa conta de R$ 194,7 milhões no vermelho. Somando o déficit de R$ 185,9 milhões relativos a anos anteriores, a fatura da UFRJ chega a R$ 380 milhões. “Se nada for alterado, chegaremos ao final do ano com um déficit superior a nosso orçamento”, afirma Helios.

Servidores públicos federais que recebem auxílio para custeio de saúde suplementar devem estar atentos ao prazo para comprovação de despesas com planos de saúde. A data limite é a próxima quinta-feira, dia 29. Servidores ativos e aposentados devem renovar as informações sobre o pagamento das mensalidades. A declaração de pagamentos, dos anos de 2022 e 2023, deve ser retirada pelo site da sua operadora de saúde e encaminhada via aplicativo SouGov.br. Veja abaixo o passo a passo para a prestação de contas:

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ENTREVISTA/FELIPE ROSA, pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa

A elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2024-2028 entrou em fase final. Depois de uma consulta pública encerrada em 25 de janeiro, as 1.980 contribuições recebidas agora serão avaliadas pelo Conselho Superior da Capes. Mas ainda não há uma data definida para a aprovação e divulgação do documento definitivo. Pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa em exercício, o professor Felipe Rosa falou ao Jornal da AdUFRJ sobre o PNPG — que será o sétimo da história, desde 1975.

Jornal da AdUFRJ - É possível realizar um plano nacional de pós-graduação com o atual orçamento das universidades?
Felipe Rosa
- É difícil. Não só com o atual orçamento das universidades, mas com o atual orçamento da Capes. A pós-graduação brasileira é um sistema grande, com mais de 80 mil professores e mais de 400 mil alunos. A agência mantém um número enorme de bolsas, que foram aumentadas no valor, o que deve ser honrado. E isso é só um exemplo. Ainda tem que bancar o Print, o programa de internacionalização. Não tem como fazer internacionalização sem recursos. Tem que trazer pessoas, levar pessoas. Pagar passagem, estadia. Para dar conta dessa demanda toda, precisa ter orçamento. Temos hoje um governo simpático à ideia de que a pós-graduação é boa para o Brasil. Mas sabemos que governar neste momento não está fácil. E isso se reflete no tamanho da política que se quer implementar.

A UFRJ participou, institucionalmente, da construção da proposta preliminar do Plano Nacional de Pós-Graduação 2024-2028?
Fomos convidados para a oficina regional realizada na sede da Faperj, em 19 de setembro do ano passado, para apresentar as sugestões e temas prioritários da pesquisa do estado. Houve oficinas nos 27 estados e a do Rio foi a segunda mais participativa, com 35 pessoas. Ficou atrás apenas da realizada no Acre, com 64.
Nesta atividade, que durou um dia inteiro, os representantes das universidades, empresas, terceiro setor e do governo sugeriram e discutiram temas de interesse e vocação regional para a pós-graduação no Rio de Janeiro.

O que chamou sua atenção no documento preliminar do PNPG?WhatsApp Image 2024 02 07 at 18.48.34
O destaque do documento é o diagnóstico da pós-graduação. Está muito boa a apresentação dos dados: número de ingressantes, de concluintes; evolução do número de programas por modalidade (mestrado e doutorado, acadêmico ou profissional); distribuição da oferta pelo país; corpos docente e discente; e muito mais (confira alguns números ao lado).
O PNPG está estruturado em sete eixos: do acesso à conclusão; qualidade; educação básica e pós; pesquisa, extensão e inovação; assimetrias e desenvolvimento; internacionalização; e governança estratégica. Cobrem o necessário. Mas concordo com as críticas de que ficou um pouco genérico demais.

Como assim?
Em cada eixo, pelo menos por enquanto, existem diretrizes muito bem intencionadas, mas um pouco soltas, sem metas claras, sem estratégias mais específicas. Por exemplo, o diagnóstico aponta que 53% dos programas estão nas capitais. Não há um índice “X” a ser alcançado em “Y” tempo para atacar esse desequilíbrio na oferta.

O PNPG fala em ampliar a diversidade na pós-graduação.
Isso nós estamos fazendo na UFRJ. Temos políticas de cotas, e com o belo trabalho da SGAADA (Superintendência Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acesso), a UFRJ agora também faz a heteroidentificação na pós-graduação. Com os anos de da política de cotas na graduação, veremos cada vez mais pretos e pardos em condições de ingressar na pós. Esse desafio estará cada vez mais presente.

A proposta do PNPG também aponta que a extensão universitária deve ser promovida na pós-graduação. Qual sua avaliação?
Acho muito oportuno e aqui dá para falar de UFRJ também. Em colaboração com pró-reitoria de Extensão (PR-5), recentemente nós efetivamos o Proext-PG. É um edital da Capes que destinou R$ 1,5 milhão para a UFRJ premiar projetos que unissem pós-graduação e extensão. Nós premiamos 76 projetos.

Cada PNPG teve uma marca em seu tempo histórico: o primeiro focou na estruturação da pós (1975-1979); o segundo enfatizou a qualidade (1982-1985); o terceiro (1986-1989), já na redemocratização, buscou a autonomia nacional e assim por diante. Qual deverá ser a marca do atual PNPG?
Acho que são duas: a primeira, mais geral, será identificar o que a pós-graduação pode fazer pelo país; e a segunda será buscar a mitigação das desigualdades, como a da relação entre capitais e interior. Mas essa não virá sem uma política ambiciosa de interiorização da população, o que inclui levar mais universidades públicas para estes municípios.

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