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Como planejam atuar na defesa do princípio da autonomia universitária?
Como manter a autonomia da Adufrj em relação à reitoria, aos partidos e ao Andes?

POR UMA ADUFRJ AUTÔNOMA E DEMOCRÁTICA

WhatsApp Image 2021 08 27 at 21.49.48 2O contexto político deflagrado pela interrupção do governo da presidenta Dilma Rousseff é marcado por uma rápida deterioração da condição de vida dos trabalhadores. O esforço de construção de uma hegemonia contrária ao PT e à esquerda foi realizado com o interesse de substituir um projeto comprometido com a proteção da renda do trabalho, por outro, que prioriza o lucro do empregador e a rentabilidade dos investimentos financeiros. De 2003 a 2014, os salários foram o principal motor do crescimento da renda domiciliar. O salário mínimo passou de cerca de US$ 80 para US$ 300, mantendo um ritmo de crescimento sempre superior à inflação. Em 2015, ano em que parte da elite política, do empresariado nacional e o mercado financeiro desembarcam definitivamente da correlação de forças que sustentava o governo petista, é operada uma inflexão. Desde então o salário mínimo caiu mais de 40% e com ele o montante de renda nacional auferido através do trabalho. O resultado foi a expansão da desigualdade, na medida em que, a partir de 2016 já iniciou-se um processo de recomposição da renda das parcelas mais ricas da população.
O governo Bolsonaro é sustentado por essas parcelas. O mercado e as elites que com ele se identificam são os fiadores de sua estabilidade, mesmo em face de sucessivas investidas contra o sistema político. O funcionalismo público é visto como um fardo, um parasita por essas mesmas elites que defendem a austeridade fiscal e o corte de gastos com os servidores como o único remédio para o crescimento econômico.
Neste contexto, a única força capaz de defender o servidor público desses ataques é a sua mobilização sindical. A AdUFRJ tem cumprido esse papel e nós nos comprometemos a continuar essa luta contra as investidas desses segmentos que utilizam (i) a mídia para travar uma batalha contra nós na opinião pública, (ii) o lobby para pressionar as elites políticas a avançar no projeto da reforma administrativa.
Desta forma, temos que nos articular nacionalmente e em todos os níveis para lutar contra os vários ataques contra a universidade. Desde 2015, a AdUFRJ tem assumido um posicionamento responsável em relação ao Andes-Sindicato Nacional. Somos uma seção sindical do Andes mas levamos a sério a nossa autonomia (que aliás é garantida no estatuto do sindicato nacional) e consultamos a nossa base da forma mais abrangente sempre que possível. Desta forma, temos participado de atos conjuntos e manifestações diversas com o Andes sempre no sentido de atuar conjuntamente com as forças democráticas da nação.
A luta política conjunta se conquista também quando priorizamos as causas que são convergentes ante as diferenças e não aquelas que dividem e separam o movimento. Uma luta justa tem que ser capaz de mobilizar a maioria do corpo docente. Sempre será mais eficaz e mobilizadora uma pauta de lutas focada nos itens de consenso ou que busquem construir o consenso. Um sindicato forte não é uma vanguarda de iluminados, mas o instrumento institucional que ganha a forma e a direção do movimento de seu corpo social. Para isso, é preciso aprimorar os instrumentos de consulta e os fóruns de discussão onde possamos construir e organizar nossas reivindicações.
Acreditamos que a AdUFRJ deva atuar no Legislativo em conjunto com entidades como a Frente Parlamentar Mista da Educação para assegurar uma política de Estado para a Educação. Trabalhando sempre em iniciativas pluripartidárias e focalizadas numa concepção republicana e abrangente de universidade pública.
Os professores da UFRJ são livres e capazes de pensar e agir criativamente ante os desafios da hora; não precisam ser tutelados ou conduzidos por partidos ou por grupos políticos externos à universidade. Independentes, contribuímos muito mais e melhor para os movimentos sociais e para as causas que nos tocam diretamente ou para aquelas às quais queremos nos associar.
Desta forma, nossa chapa defende que os professores da UFRJ devem se mobilizar, em conjunto com as demais entidades da sociedade civil, para fortalecer a democracia no Brasil, participando das frentes políticas que tenham esse objetivo.
Nossa chapa também se alia e pretende atuar em conjunto com os movimentos que defendem direitos relacionados a gênero, orientação sexual, raça e etnia e aos esforços de resistência de povos indígenas e quilombolas.
Com relação à reitoria, pretendemos ter uma relação construtiva como devem ser as relações entre as diversas instâncias do corpo da universidade, mas tendo claro quais papéis desempenhamos. A AdUFRJ não pode estabelecer uma relação automática de apoio ou oposição à reitoria, mas deve atuar de forma crítica no sentido de reivindicar e assegurar os interesses e direitos do corpo docente.
Acreditamos que a independência do sindicato se constrói também quando se age com transparência total nas suas ações, com publicação online do balancete financeiro e das regras definidas para as convocações e encaminhamentos das assembleias e demais reuniões.
Por fim, queremos afirmar que defendemos veementemente a autonomia universitária. Esta autonomia é definida no artigo 207 da Constituição de 1988 e assegura a autonomia didático-científica, administrativa, e financeira e patrimonial. Assim defendemos a liberdade de cátedra e a liberdade de pesquisar na universidade, a liberdade de escolher nossos diretores e reitores e finalmente a liberdade de gastar o dinheiro que recebemos do governo e a gerência de nosso patrimônio. Repudiamos veementemente qualquer ingerência cerceadora da liberdade de expressão dentro da universidade, lugar de diálogo e de embate de ideias.

AMPLIAR A PARTICIPAÇÃO DOCENTE E FORTALECER A SEÇÃO SINDICAL!

WhatsApp Image 2021 09 03 at 22.40.41É a participação consciente da
base que define democraticamente
as políticas sindicais

O Andes-SN (Sindicato Nacional), anteriormente denominado ‘a’ Andes (Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), teve papel decisivo na redação do artigo 207 da Constituição. É um texto preciso e objetivo que possui eficácia completa: “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. Desde então, o texto constitucional vem sendo afrontado. No contexto de “Guerra Cultural” de teor neofascista, duas prerrogativas que consubstanciam a autonomia precisam ser conquistadas: 1. o autogoverno: as instituições precisam escolher seus dirigentes nos termos de seus estatutos, o que requer a revogação da lei 9.192/95 que estabeleceu a lista tríplice e a indevida prerrogativa presidencial de escolha final dos reitores; e 2. os meios econômicos e jurídicos para efetivar a autonomia administrativa e de gestão financeira e patrimonial: o que requer lei orçamentária própria para as Federais e mudanças nas formas de licitação, concursos, entre outras. Isso significa que a autonomia universitária, condição necessária para a liberdade de cátedra, está no topo da agenda política brasileira de ataques perpetrados pelo governo Bolsonaro e seus aliados.
A AdUFRJ é Andes-SN. A filiação do docente é ao Andes-SN. Quando foi criado, há 40 anos, o Andes-SN rompeu com o sindicalismo de Estado, declinando do imposto sindical. Ou seja, ele foi pensado como uma entidade de novo tipo, que não depende do Estado para sua sobrevivência: é a contribuição dos sindicalizados que garante essa autonomia. O que o torna singular é o fato de que a entidade possui base e instâncias deliberativas nacionais (Congressos e Conselhos) e escolhe por eleição direta de âmbito nacional os seus dirigentes. Ao mesmo tempo, e isso é original, cada uma de suas seções sindicais possui autonomia que se expressa pela existência de instâncias deliberativas próprias (assembleias) e dirigentes escolhidos diretamente por suas bases. Com isso, os posicionamentos nacionais do Andes-SN são construídos desde a base, por meio de consensos progressivos, elaboração de teses e proposições, debatidas e deliberadas nos Congressos e Conselhos Nacionais por delegados eleitos diretamente pelas assembleias de base, mantendo sempre proporcionalidade com o número de docentes filiados a cada seção sindical e incorporando o pluralismo que nos caracteriza como categoria docente.
Outra especificidade é sua concepção de autonomia radical frente às reitorias, aos governos, aos partidos e ao Estado. O Andes-SN foi criado por uma inventiva geração de docentes que entendeu que o sindicalismo oficialista, organizado como um braço político de apoio a reitorias, governos e partidos, presta um desserviço à universidade brasileira. Nada mais nefasto do que uma seção sindical que organiza sua agenda política em função de conveniências particulares. Quando o sindicato vira uma peça na engrenagem política institucional ou governamental, as vozes docentes são silenciadas, os problemas reais da categoria deixam de ter centralidade (progressão, insalubridade, perdas salariais etc.) e somente são tratados se não melindrarem governos aliados, partidos aos quais a diretoria do sindicato pode estar vinculada e reitorias que, desde seu gabinete, comandam a entidade. Assim, por exemplo, a Adufrj-SSind não pode, em função da agenda da reitoria, ser conivente com a cessão de patrimônio e de pessoal para a Ebserh, hoje uma Empresa privada que é um braço do esquema militar do bolsonarismo. Não pode apoiar ou se omitir diante de uma cessão que fortalecerá a ingerência do governo na UFRJ e prejudicará a formação e o atendimento da população mais empobrecida, afetando as vastas periferias, sobretudo negra, que necessita do SUS efetivamente público. A ausência de autonomia compromete o respeito aos direitos trabalhistas, como os da insalubridade.
A ampliação da participação docente nas instâncias sindicais, por meio de debates, de formulação de propostas e tomada de decisões conscientes, é o fundamento da autonomia sindical. O funcionamento de grupos de trabalho sobre as diversas temáticas articuladas em lutas nacionais (carreira, salário, previdência etc.), a realização de reuniões regulares presenciais e virtuais em cada Centro e/ou Unidade para construção de pautas locais e o encaminhamento de votações em assembleias, a partir dos debates realizados nessas instâncias, fortalecem o sindicato e afastam a possibilidade das votações se tornarem apenas referendos de políticas já implementadas. Assim, construímos uma seção sindical e um sindicato nacional autônomos e comprometidos com as lutas e com a defesa dos direitos conquistados pela categoria docente e pelos demais trabalhadores do país.
A autonomia frente aos governos e às reitorias, não restrita aos marcos institucionais, permite uma atuação sindical mais ampla e consequente. O que fortalece a autonomia sindical é a participação docente no cotidiano da entidade. Autonomia, participação e democracia andam juntas. Com o reconhecimento da legitimidade da AdUFRJ-SSind, é a própria autonomia universitária que ganha maior densidade! A Chapa 2 ESPERANÇAR está profundamente comprometida com esses valores que forjaram o Andes-SN e a AdUFRJ-SSind. Esperançamos uma seção sindical autônoma para defender os/as docentes, o patrimônio científico e cultural do país e a universidade pública e gratuita como uma dimensão preciosa da educação pública brasileira!

ifcsSEDE do IFCS no Largo de São Francisco, Centro do Rio: Departamento de Ciência Política no centro da polêmicaNa reunião do Consuni desta quinta-feira (2), o reitor em exercício, Carlos Frederico Leão Rocha, anunciou uma série de medidas antirracistas que a UFRJ adotará a partir de um compromisso firmado com o Coletivo de Docentes Negras e Negros da universidade, em reunião realizada semana passada. Nesse encontro, o Coletivo e a reitoria discutiram a denúncia de discriminação sofrida pelo professor Wallace de Moraes, durante reunião virtual do Departamento de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (DCP-IFCS) para escolha de uma banca, em 11 de agosto. O caso foi relatado no Consuni pelo conselheiro Jorge Felipe Marçal, representante do Coletivo. Ele leu o texto de um abaixo-assinado elaborado pelo Coletivo com o caso — e que contava com 2.220 assinaturas até o fechamento desta edição.
Antes de anunciar as medidas, o reitor de exercício listou algumas pautas relacionadas ao movimento negro já implementadas pela reitoria. “A primeira é a implantação da heteroidentificação, inclusive com o cancelamento de matrícula de alunos não aprovados. Também elaboramos uma resolução para tornar efetiva a definição de cotas nos concursos docentes. Essa pauta tem avançado. Entendemos haver racismo estrutural e institucional na história da UFRJ. É fundamental a implantação de políticas antirracistas, esse é um compromisso”, afirmou.
Segundo Leão Rocha, as medidas foram fruto de um diálogo que a reitoria quer fotalecer, no longo prazo, com os movimentos negros da UFRJ. “Assumimos compromissos com o Coletivo de Docentes Negras e Negros que vou externar aqui em nome da reitoria. O primeiro é a criação de uma comissão ampla para a construção de políticas de enfrentamento ao racismo, que ficará ligada ao gabinete da reitoria. Para isso, vamos chamar os movimentos negros da UFRJ para elaborar uma resolução que deverá passar pelo Consuni, pautada pela reitoria. O segundo é a discussão de cotas obrigatórias nos cursos de pós-graduação, fortalecendo um GT que já existe no CEPG. Vamos também fortalecer a necessidade de diversidade na composição das bancas. Elas devem ter diversidade de cor, raça e gênero, é importante nós construírmos uma universidade diversa. Finalmente, assumimos o compromisso de construção da memória negra na UFRJ. A reitoria não se pretende protagonista nessas questões, ela está assumindo compromissos políticos cujos protagonistas serão o alvo dessas políticas, os movimentos negros da UFRJ”, destacou.
O reitor em exercício também se pronunciou sobre a denúncia de discriminação contra o professor Wallace de Moraes, único docente negro do DCP-IFCS. “Já foi aberta uma sindicância para averiguação dos fatos. Isso significa que estamos dando tratamento a essa questão com as devidas formalidades jurídicas, respeitando o amplo direito de defesa e a presunção de inocência”. A sindicância foi instalada em 27 de agosto, após a formalização da denúncia pelo professor Wallace de Moraes, no dia anterior, tendo como investigados os professores Thais Aguiar, chefe do DCP-IFCS, Pedro Lima, seu substituto eventual, e Josué Medeiros. Os investigados negam as acusações e, em nota, declararam apoio integral à sindicância.

BANCA ANULADA
Reunida na quarta-feira (1º), a Congregação do IFCS decidiu, por unanimidade, anular a aprovação que concedera à formação da banca de avaliação para contratação de um professor adjunto para o instituto. A banca tinha sido aprovada na reunião virtual do DCP-IFCS do dia 11 de agosto, a mesma que foi objeto da denúncia relatada ao Consuni. Na reunião, o nome do professor Wallace de Moraes foi indicado por um grupo de docentes para integrar a banca, mas não teve seu nome aprovado por maioria. Com a decisão da Congregação, fica sem efeito a formação da banca, que era integrada somente por docentes externos, a maioria da Uerj.
Com mais de quatro horas de duração e numerosa participação de docentes, alunos e funcionários, além de público externo, a reunião da Congregação aprovou também uma moção de desagravo ao professor Wallace de Moraes. A iniciativa foi do professor Fernando Santoro, diretor eleito e ainda não empossado do IFCS. “Aqui já falo como futuro diretor. Houve um agravo a um membro dessa Congregação nas suas prerrogativas de professor associado da UFRJ, e proponho esse desagravo”, destacou Santoro.
A íntegra da moção de desagravo aprovada é a seguinte: “A Congregação do Instituto de Filosofia e Ciências Socais da UFRJ, em vista do agravo sofrido pelo professor Wallace de Moraes, membro desta Congregação, ao ter o seu nome restringido no tocante ao pleno exercício de suas funções acadêmicas de docente, e para as quais estava plenamente qualificado como professor associado da UFRJ e pesquisador do seu Departamento de Ciência Política, manifesta o desagravo por este colegiado, em consonância com os princípios básicos que regem a colegialidade da Congregação, entre os quais o respeito às diferenças de cada membro e colega e ao tratamento equânime de todos em suas funções”.

WhatsApp Image 2021 09 03 at 22.44.35FONTE DO JARDIM DAS PRINCESAS será aberto à visitação pública daqui a um ano - Foto: FOTOS: ANA MARIA COUTINHO/COORDCOM“O Museu Nacional Vive”. A frase, que se tornou um lema de resistência da comunidade da UFRJ, foi novamente repetida pelo diretor da unidade, professor Alexander Kellner, no último dia 2. E não à toa. Exatamente três anos após o incêndio que destruiu 80% do acervo da instituição científica mais antiga do país, o dirigente apresentou, ao lado da reitora Denise Pires de Carvalho, os ambiciosos planos de gradual reconstrução e reabertura do prédio.
Dentro de um ano, já será possível ao público acessar o Jardim das Princesas, na lateral do museu, e que não era aberto para visitação mesmo antes do incêndio. O local, onde as princesas Isabel e Leopoldina passavam o tempo livre, será finalizado em breve. Além deste presente para a população, existe a expectativa de conclusão da recuperação da fachada principal, no mesmo período. E, até 2026, todo o prédio estará apto para a reabertura.
Os custos do sonho não são baixos. A previsão orçamentária, que depende dos processos executivos e de licitações, gira em torno de R$ 385 milhões. A ideia é reconstruir as áreas internas com base no antigo palácio. Mas, para além da infraestrutura, é preciso atingir a meta de 10 mil peças para o acervo expositivo do museu. Hoje, a UFRJ conta com apenas 500 peças classificadas para exposição.
Está em curso uma campanha para ampliar o acervo. “Recebemos muitos itens nos últimos dias, algo em torno de 100 novos exemplares para o museu”, contou o diretor. Até agora, a instituição já recebeu doações valiosas, como 27 peças dos períodos clássicos grego e romano que pertenciam a um colecionador gaúcho. Da Áustria, virão peças feitas por indígenas brasileiros, recolhidas na Amazônia há mais de 100 anos por naturalistas europeus.
“Temos suporte de cerca de 30 países. Os Estados Unidos, até o momento, não nos doaram exemplares, mas ajudaram num momento crucial de levar estudantes nossos, que não tinham mais o material para pesquisar, para os seus centros de pesquisa. Quero destacar o governo da Alemanha, parceiro de primeira ordem, que doou 1 milhão de euros. Temos muito a trabalhar e agradecemos o apoio”, ressaltou Kellner.
Para a reitora Denise Pires de Carvalho, o 2 de setembro de 2021 é um dia de comemoração. “Porque o Museu Nacional vive e renasce neste momento. Não tenho dúvida de que, nestes três anos, toda a comunidade do Museu Nacional tem trabalhado com muita resiliência e capacidade de adaptação para reconstruir e também aceitar esse novo modelo de governança, que trará uma instituição ainda mais forte, com sustentabilidade”, declarou Denise. “Vamos caminhar no sentido de uma instituição mais moderna, interagindo mais com a sociedade e com o apoio internacional”, concluiu.

WhatsApp Image 2021 09 03 at 22.43.55A Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), uma das instâncias da universidade mais importantes para a vida dos professores, realiza eleições virtuais para representantes de classe (um titular e um suplente) de 18 a 22 de outubro. As inscrições de candidatos estão abertas até 15 de setembro. O formulário pode ser acessado na página da CPPD. Poderão concorrer docentes que não exercem cargo de decano, direção, chefia de departamento, e os respectivos substitutos eventuais de cada cargo. Presidente da CPPD, o professor Fábio de Araujo (foto) explica nesta entrevista como será a primeira eleição remota da história da comissão.

Jornal da AdUFRJ: Por que a CPPD é tão importante no dia a dia dos professores?
Fábio de Araujo: A CPPD é uma comissão estabelecida pela legislação federal que rege a carreira docente. É a instância administrativa que trata de vagas, de homologação de concursos, avalia os estágios probatórios realizado nas unidades para elaboração da portaria de estabilidade, os processos de alteração de regime de trabalho. Por exemplo, se o docente 20 horas quer passar para 40 horas DE (Dedicação Exclusiva), é a CPPD que faz o parecer para aprovação final do reitor. E seu maior “gargalo” é a homologação final dos processos de promoção e progressão.

Muita gente critica o trabalho da comissão...
É interessante pontuar que a CPPD segue as resoluções da universidade, segue a legislação. Ela não cria normas. Mas ajuda a discutir resoluções. Um exemplo importante foi a de 2018, atualizando os procedimentos do estágio probatório. A CPPD também discutiu e encaminhou recentemente à Comissão de Legislação e Normas do Consuni uma proposta de resolução da alteração do regime de trabalho, que cuida dos procedimentos de forma mais detalhada. O texto ainda será debatido pelo conselho.

Como será a votação este ano?
Em função do panorama pandêmico, será a primeira eleição remota da CPPD. A votação utilizará o Sistema E-Voting e a TIC/UFRJ (Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação) vai disponibilizar o acesso à plataforma digital por meio do e-mail institucional cadastrado na Intranet da instituição. Docentes que possuem processos de promoção em tramitação devem se atentar que votarão no representante da classe em que se encontrarem no dia 1º de outubro, no Sistema de Recursos Humanos da universidade. Em julho, havia 4.209 docentes aptos a votar: 4.105 do magistério superior, cinco Titulares Livres e 99 da educação básica, técnica e tecnológica (EBTT).

Por que é importante o professor participar deste processo?
O docente que vira candidato e, eventualmente, consegue fazer parte da CPPD poderá servir à universidade com seu trabalho e, por outro lado, vai aprender muito sobre a carreira docente: o que a legislação orienta, o que orientam as resoluções. Estar na CPPD é uma oportunidade de se abrir para este aprendizado.

A CPPD tem representantes das classes e dos centros. Por que a eleição deste ano só renova uma parte das representações?
A razão de a votação ser separada é para que o grupo que fica possa passar a experiência do trabalho para os novos: entender a carreira, aprender como se aplicam as resoluções, aprender a despachar os processos. Seria muito ruim para a comissão se as trocas de representação ocorressem ao mesmo tempo. Ano que vem, devem ocorrer as eleições para representantes de centros.

COMO ATUALIZAR O E-MAIL
Cada eleitor receberá pelo e-mail cadastrado na intranet da UFRJ as instruções, senha e o login para votar. Caso seja necessário alterar este e-mail, o procedimento deverá ser feito na própria intranet, seguindo os seguintes passos:
1 - Acesse a Intranet (https://intranet.ufrj.br/);
2 - No menu Navegação, clique em "Minha Conta";
3 - Em "Opções do usuário", clique em "Alterar e-mail";
4 - Informe a senha de acesso à Intranet, o novo e-mail e confirme o novo e-mail;
5 - Clique no botão "Atualizar";
6 - Uma mensagem de confirmação será enviada para o e-mail informado;
7 - Acesse a mensagem, no e-mail informado, e clique em "confirmar" para validar a atualização;
8 - Clique em "ok" para concluir.

As mudanças climáticas são um problema grave a ser enfrentado pela humanidade. Quem diz isso é um grupo de centenas de cientistas espalhados por todo o mundo, fireque atua em conjunto no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (da sigla em inglês IPCC) das Nações Unidas. O painel conta com a participação de professores da UFRJ, referências nas suas áreas de pesquisa, mostrando a excelência da universidade. O painel apresentou um novo relatório, no dia 9 de agosto, fruto de um enorme trabalho coletivo. O Jornal da AdUFRJ conversou com duas pesquisadoras da UFRJ que integram o IPCC para saber como é construído um trabalho dessa dimensão.

Claudine Dereczynski é professora do Departamento de Meteorologia do Instituto de Geociências da UFRJ. Foi a sua primeira colaboração para o IPCC, e para integrar o time de pesquisadores do painel a professora concorreu com 900 cientistas por 250 vagas. Em outubro de 2017, ela se candidatou a uma das vagas para produzir o sexto Relatório de Avaliação (AR6) do IPCC. “Me candidatei como lead author do capítulo sobre extremos climáticos, e em fevereiro de 2018 recebi a notícia que fui selecionada”, contou a professora.

O IPCC é dividido em três grupos de trabalho. O Grupo 1 é responsável pelas análises das bases físicas e científicas das mudanças do clima. O Grupo 2 estuda o impacto da mudança do clima na sociedade e ecossistemas, e o Grupo 3 analisa as estratégias de mitigação das mudanças climáticas. Claudine faz parte do primeiro grupo. “O que nós fazemos é uma avaliação de tudo o que foi publicado desde o último relatório, em 2013, até o presente”, explicou a professora. O primeiro relatório do IPCC foi publicado em 1990, e a cada ciclo de aproximadamente cinco anos, um novo documento é elaborado.

No papel de lead author, Claudine foi responsável pelo capítulo 11, sobre eventos extremos, como picos de temperatura, de chuvas e fenômenos climáticos como furacões, e qual é a projeção para o futuro. “Eu coordenei a seção 11.9 no meu capítulo e o time de pesquisadores da América do Sul”, contou a professora, que já pesquisava o tema desde o começo dos anos 2000.

“Eu já fazia trabalhos com mudança climática, sobre detecção das mudanças climáticas no Brasil e América do Sul. Para nós que trabalhamos com mudanças climáticas, esse relatório do IPCC é a palavra final, o que há de mais importante sobre o tema, uma referência muito forte”, avaliou Claudine. Ela concorda que a dinâmica de trabalho e pesquisa cria um ciclo virtuoso de progresso da Ciência, porque as lacunas de um relatório anterior tendem a ser preenchidas no seguinte. “A cada ano vai melhorando. Outros pesquisadores ficam interessados e vão pesquisar sobre os assuntos para os quais faltaram dados no ciclo atual de elaboração do relatório”, contou.

Embora enriquecedora do ponto de vista científico, a experiência de trabalhar em conjunto com pesquisadores de todo o mundo não é fácil, e tudo ficou mais difícil com a pandemia. O grupo chegou a fazer três encontros presenciais, mas um quarto encontro foi descartado. “As reuniões online eram muito prejudicadas pela diferença de fuso horário dos autores. O encontro que era presencial e duraria uma semana, teve que durar um mês online, para diminuir o cansaço”, relatou.

PRESENÇA BRASILEIRA

A vice-diretora da Coppe, Suzana Khan Ribeiro, também reconheceu os impedimentos impostos pela pandemia ao trabalho do IPCC. “A pandemia dificultou muito o trabalho, principalmente para os países em desenvolvimento porque é preciso um bom acesso à internet”, disse a pesquisadora, que participa do IPCC desde o terceiro relatório, publicado em 2001. “Há ainda a questão da língua. Usamos o inglês, e uma coisa é falar uma língua estrangeira pessoalmente, outra por videoconferência, onde se perde um pouco da linguagem corporal”, explicou.

Suzana está no Grupo 3 e é responsável pelo capítulo que apresenta opções de tecnologias para o setor de transportes, como a eletrificação, uso do hidrogênio como combustível, cidades inteligentes e utilização mais eficiente do solo, mas não pôde dar mais detalhes em respeito ao compromisso de confidencialidade assumido com o IPCC.

Trabalhando junto ao IPCC há mais de 20 anos, Suzana é testemunha da mudança de papel que o Brasil teve na discussão sobre o clima. “Quando participei da primeira vez, o Brasil era muito ativo nas negociações climáticas, e não tinha tanta gente trabalhando com mudanças climáticas naquela época, o país participava muito desses debates”, contou a professora. “Como eu participava muito dessas discussões, fui chamada para contribuir na questão da transferência de tecnologia, principalmente na questão do etanol e do BRT de Curitiba, casos em que o Brasil era exemplo”, complementou. Na opinião da pesquisadora, é um desastre que o Brasil tenha perdido seu protagonismo nas discussões climáticas, mas ainda é possível reverter o quadro. “É uma situação ruim. Acho que ainda é possível retomar, mas estamos perdendo muito espaço no fórum internacional”, avaliou.

A presença de pesquisadores brasileiros no painel há tanto tempo ajuda a criar uma cultura de pesquisa sobre o tema no país, mas é pouco. “Sem recursos, sem condições de as pessoas se dedicarem às suas pesquisas, é muito difícil”, disse Suzana, reconhecendo a crise pela qual passa a pesquisa brasileira, e o não reconhecimento da emergência climática por parte da esfera pública. “Ainda temos muitos pesquisadores trabalhando, quase como teimosia, mas é uma perda irreparável para a nossa pesquisa e para a nossa política”, explicou. Na sua visão, as discussões sobre mudanças climáticas não tratam apenas do planeta, mas de economia, de processo de desenvolvimento e de pensar o futuro da sociedade, mas a tarefa é inglória. “É muito frustrante ser cientista do clima, porque não tem eco na sociedade, ainda mais na atual conjuntura”, resumiu.


URGÊNCIA CLIMÁTICA

O aquecimento da temperatura do planeta é um fato, os efeitos serão catastróficos para a humanidade e o curso da sociedade deve mudar imediatamente para que haja uma redução desses impactos. Assim pode ser resumido o Relatório de Avaliação 6 do Grupo 1 do IPCC, que analisa as mudanças climáticas pelas quais passa o planeta. O físico Paulo Artaxo, professor da USP e um dos cientistas colaboradores do painel, apresentou os resultados em um colóquio virtual organizado pelo Instituto de Física da UFRJ, no último dia 19.
O pesquisador começou a sua fala apresentando a abordagem direta da comunicação que o IPCC adotou na apresentação do texto mais recente, efeito da urgência imposta pela velocidade das mudanças. O relatório apresenta algumas frases importantes, que passam o senso de urgência e que foram apresentadas pelo físico. Entre elas:
“Mudanças recentes no clima são generalizadas, rápidas e intensificadas e sem precedentes em pelo menos 6,5 mil anos”.
“É indiscutível que as atividades humanas estão causando mudanças climáticas, tornando eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor, chuvas fortes e secas, mais frequentes e severas”.
“Todas as regiões do globo já são afetadas por eventos extremos como ondas de calor, chuvas fortes, secas e ciclones tropicais provocadas pelo aquecimento global”.
“Cada uma das últimas quatro décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer outra década que a precedeu desde 1850”.
“A menos que haja reduções imediatas rápidas e em larga escala nas emissões de gases de efeito estufa, limitar o aquecimento a 1,5ºC pode ser impossível”.
Artaxo também apresentou uma correlação entre o crescimento de tendências socioeconômicas, como a população urbana, uso da água e de fertilizantes, com fenômenos que aumentam o aquecimento do planeta, como a emissão de gases do efeito estufa e a diminuição de área de floresta tropical. “Em um planeta onde você tem recursos naturais finitos, não existe crescimento exponencial ad infinitum”, explicou o professor. “Estamos no antropoceno, a era em que os humanos se tornaram uma força geofísica planetária”, concluiu.

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