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urna2Diretoria da AdUFRJ

Começaram na manhã desta segunda-feira, 13, as primeiras eleições virtuais da AdUFRJ e a cada dia se confirma o quanto o sindicato ainda é um importante instrumento de proteção e de garantias para o desenvolvimento de nossa vida profissional. Enfrentamos com a pandemia um período muito difícil, principalmente a partir de março de 2020, quando foi necessário reinventar o sindicato e recriar a vida comunitária em ambiente remoto. Vivemos um período de grandes e pesadas perdas, perdas históricas, que se abateram nacionalmente sobre nossa categoria, e pessoais, sobre cada um de nós, de modo diferente, mas que em todos vão deixando suas cicatrizes.
Apesar de tudo isso, estivemos presentes em todas as discussões no âmbito da universidade, encaminhamos com firmeza todas as nossas demandas, ampliamos o atendimento jurídico, criamos um setor de convênios, mantivemos em caráter emergencial uma assessoria para o ensino remoto, além de cumprir com toda a agenda nacional do ANDES-SN. Entregamos um sindicato maior, com mais filiados, um programa de rádio semanal e um cineclube mensal. Enfim, o nosso jornal, que circulou semanalmente, narra essa história, de forma comprometida, reafirmando os valores éticos de um jornalismo que não derrapa para o panfletarismo mais primitivo, mas que expressa de forma diversa e democrática as diversas vozes de nossa universidade.
É natural que numa eleição polarizada, onde concorrem duas chapas, que os ânimos se acirrem, que os debates sejam acalorados. Infelizmente, esse embate ganha dimensões mais curtas e de pouca amplitude quando limitado exclusivamente aos meios eletrônicos. As chapas têm se esforçado para alcançar o maior número possível de professores e professoras, a comissão eleitoral organizou dois debates e várias matérias foram publicadas no jornal, ouvindo a opinião das duas chapas. O nosso esforço, para a organização dessa eleição, se concentrou em atualizar o cadastro da AdUFRJ, garantindo listas de votação o mais próximas do real possível. Apesar de todo o esforço, que redundou na atualização de mais de três mil nomes, quando foram excluídos cerca de 350 que já não faziam parte de nosso quadro há muito tempo (a grande maioria deles por falecimento, mas também houve casos por exoneração, desligamentos, duplicidade de registro). Mesmo assim, ainda poderá ocorrer algum problema, mas estaremos de plantão para garantir que todos que tenham se filiado até o dia 13 de julho possam votar. Para quem ainda não se decidiu, vale conferir a participação das chapas nos debates (disponíveis na TV AdUFRJ, no programa de rádio, além dos textos publicados em nosso jornal). Bom voto e vida longa para o nosso sindicato!

WhatsApp Image 2021 09 13 at 13.03.59A presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller (foto), solicitou ao Conselho Universitário do dia 9 o reconhecimento das progressões/promoções aos colegas que abriram seus processos antes da mudança da legislação interna. A resolução nº 08/2014 do colegiado previa a possibilidade de o docente realizar o pedido com base em períodos acumulados de trabalho, as chamadas “progressões múltiplas”. Mas resoluções do ano passado eliminaram este dispositivo. “Um conjunto de docentes ficou no meio do caminho”, disse. “Que este conselho possa fazer uma escuta generosa deste pleito. Há uma argumentação legal muito consistente da nossa assessoria jurídica”, completou, em referência a recursos docentes previstos na pauta da sessão  
A assessoria jurídica da AdUFRJ defende que o direito ao desenvolvimento na carreira deve ser preservado quando o professor comprova os requisitos de tempo (24 meses) e de avaliação (relatório de atividades), mesmo que esse reconhecimento seja feito posteriormente.
A reunião foi encerrada antes da discussão de um dos recursos. E dois pedidos de vista interromperam o debate sobre outro processo semelhante. O tema deve retornar na próxima sessão, ainda neste mês.

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Qual deve ser a posição da Adufrj para as eleições de 2022?
Como ajudar a reconstruir a democracia?

 

AMPLA ARTICULAÇÃO COM AS FORÇAS PROGRESSISTAS NAS RUAS E NAS REDES

WhatsApp Image 2021 09 13 at 12.53.53Estamos vivendo um momento histórico. Os atos realizados em sete de setembro consolidam um processo de esgarçamento das instituições políticas brasileiras, que se inicia com a forma pela qual as manifestações de junho de 2013 foram reverberadas e interpretadas. Nesse processo, as ideias de liberdade, igualdade e democracia passaram por uma ressignificação perigosa para a manutenção do Estado Democrático de Direito, na medida em que permite sua mobilização em prol de uma práxis política lesiva em termos institucionais e sociais.
A liberdade passa a ser um escudo para o egoísmo e para escolhas que ameaçam a saúde dos demais, no caso do negacionismo científico daqueles que rejeitaram as medidas sanitárias implementadas para evitar a disseminação da covid-19. A igualdade passa a ser vista como uma bandeira política nociva à família, outro conceito deformado para excluir aqueles que não se encaixam nos modelos patriarcais e heteronormativos. Com isso, a democracia passa a ser entendida como uma tirania de grupos radicalizados disruptivos em virtude de sua capacidade de mobilização nas redes e fora delas. Tais grupos, embora ainda minoritários, contam com o apoio de importantes segmentos das elites econômicas nacionais e internacionais, uma vez que representam um governo inequivocamente comprometido com a prioridade dos investimentos e lucros em detrimento de salários e políticas sociais. Não podemos nos enganar com as reprimendas da grande imprensa, dos Ministros do STF, de líderes partidários e dos presidentes da Câmara e do Senado. Todos eles são responsáveis por assistirem inertes à escalada dessa dinâmica de esgarçamento institucional. Por esse motivo, não podemos esperar deles a imposição de limites efetivos ao autoritarismo.
Diante da gravidade da situação, tendo em vista a penetração de valores autoritários no tecido social e entre os atores institucionais, a interrupção deste processo dependerá da combinação de uma dinâmica incessante de manifestações por parte dos segmentos progressistas da sociedade e de uma ampla vitória eleitoral de um candidato presidencial que os represente. Não há espaço para divisões na frente ampla a ser formada em defesa dos marcos civilizatórios contestados pela extrema direita reacionária. Essa frente precisa ser unida mas, também, heterogênea, abarcando diferentes ideologias e visões de mundo, diferentes partidos e movimentos sociais. A ideia de uma terceira via enfraquece essa unidade, assim como a falácia de que haveria algum tipo de simetria entre a direita reacionária bolsonarista e qualquer força política à esquerda, conforme reverberado por aqueles que alertam sobre os riscos da polarização entre dois extremos. Não há extremismo entre as lideranças progressistas com viabilidade eleitoral nos dias de hoje. Todas elas são comprometidas com a defesa da Constituição e com o fortalecimento da democracia. O Partido dos Trabalhadores e sua principal liderança, Luís Inácio Lula da Silva, possuem uma série de defeitos e seus governos deixaram a desejar por vários motivos, mas não por serem extremistas.
A derrota de Jair Bolsonaro, no entanto, será apenas o primeiro passo, pois os efeitos do processo consolidado por seu governo o transcendem, posto que estão amparados pela disseminação de valores antidemocráticos na sociedade. Por esse motivo, a vitória de um candidato progressista precisará ser sucedida por um esforço de reconstrução das instituições políticas e, sobretudo, educacionais, para que elas sejam fortalecidas nas suas capacidades de promover o diálogo e a reflexão sobre valores efetivamente compatíveis com a democracia liberal.
A universidade pública exercerá um papel primordial nessa reconstrução. Por um lado, pelo seu trabalho de base, na medida em que os alunos que por ela passam atuam como formadores de opinião, caixas de ressonância destes valores. Não apenas os professores da educação básica que atuarão na linha de frente junto às crianças e adolescentes, mas também dos demais profissionais e jovens capazes de se comprometer com uma mensagem humanística de solidariedade, empatia e sensibilidade para com as clivagens sociais e econômicas. Por outro, pela sua atuação na criação, comprovação, demonstração e aplicação desses valores através do fazer científico, enquanto práxis dialógica e aberta ao dissenso por definição e, por este motivo, incompatíveis com o obscurantismo reacionário que alimenta o autoritarismo da extrema direita atual.
O papel da ADUFRJ é atuar junto às demais forças progressistas na luta para vencer esta ameaça, somando esforços com partidos e movimentos sociais engajados na derrota do bolsonarismo: (i) nas urnas, mediante o apoio ao candidato com viabilidade eleitoral que melhor represente seus ideais; (ii) nas ruas, participando das manifestações e atos contra o atual governo; (iii) nas mídias, mobilizando seus filiados para que se mantenham engajados nessa luta.
Ademais, ao agir em defesa da Universidade e de seus docentes, o sindicato contribui para que ela seja este espaço de reconstrução. Antes disso, todavia, é preciso que a ADUFRJ siga atuando para conter os avanços do bolsonarismo contra os docentes e os demais servidores públicos, tratados pelo governo como “parasitas” a serem combatidos pelos cortes de verbas destinados à manutenção das instituições públicas, ao financiamento da pesquisa e ao pagamento do salário de professores. Nesse sentido, precisamos mobilizar a categoria e a sociedade contra a PEC 32 da Reforma Administrativa através de campanhas que reforcem a importância do serviço público, em geral, e dos docentes, em particular.

 

A ELEIÇÃO DE 2022 DEVE SER GARANTIDA EM 2021 NAS RUAS

WhatsApp Image 2021 09 13 at 12.53.28A Adufrj-SSind deve ter
protagonismo na construção da frente em defesa da
democracia e dos direitos
sociais


A crença de que o atual governo Bolsonaro/Mourão, apesar de extrema direita, segue as regras do jogo republicano, preservando os fundamentos do Estado de Direito Democrático, é um posicionamento perigoso para a democracia no país. A preparação de um “novo tipo de golpe” está em curso; por isso, é temerário e irresponsável aguardarmos uma suave e já dada alternância de governo em 2022. Vale reiterar: nada indica que seguiremos até lá em um ambiente republicano. A construção do 07/09 pelo bolsonarismo é parte do movimento de desestabilização da frágil democracia brasileira. Segmentos das forças militares se constituíram em braços armados desse projeto autocrático, ao qual se somam frações vinculadas às polícias militares, milicianos e adeptos do bolsonarismo armamentista. Por isso, a Chapa 2 ESPERANÇAR não comunga da avaliação de que é possível negociar a cessão de patrimônio e pessoal com o governo Bolsonaro, como tampouco de que em 2022 haverá uma mágica força redentora que nos livrará de todo mal.

A eleição de 2022 terá de
ser garantida em 2021.
Isso significa não apenas a realização do pleito eleitoral, mas a garantia de que nenhum candidato será vetado pela extrema-direita e pelos setores dominantes. Somente alcançaremos esse objetivo com a construção de uma unidade na ação dos trabalhadores, por meio de uma frente democrática e em defesa dos direitos sociais. É a partir desse agir coletivo, como conjunto organizado de trabalhadores, que poderemos compor as frentes amplas em defesa do Estado de Direito Democrático.

A Chapa 2 entende que é um erro diluir a participação das entidades sindicais, dos movimentos sociais e da sociedade civil democrática em geral, convertendo trabalhadores em figurantes. Não é prudente esquecer que os setores dominantes apoiaram, de modo uníssono, o golpe em 2016; do mesmo modo, nada indica que irão abandonar a agenda das contrarreformas – EC 95, EC 109, Administrativa, Previdenciária e Trabalhista –, assim como a venda do patrimônio público – entrega fatiada da Petrobras, Correios, Eletrobrás.
A constituição da frente de esquerda, democrática e cidadã deverá compor o eixo da ação da Adufrj-SSind no próximo biênio. A Frente objetiva o “Esperançar”! Não há universidade pública sem serviço público, sem orçamento, sem sistema de ciência e tecnologia, sem educação básica e saúde públicas, políticas ambientais virtuosas e assim por diante. E muito menos sem liberdade de cátedra e democracia balizada nos princípios do Art. 5 da CF.

Entretanto, a constituição da Frente requer autonomia da Adufrj-SSind frente à reitoria, ao governo (vide negociação Ebserh) e aos partidos. Somente uma Adufrj-SSind que represente o conjunto da categoria preenche os requisitos para tornar a Frente uma realidade pujante!

É, portanto, a partir da defesa da democracia e dos direitos sociais que a Frente ampliada da classe trabalhadora, atuando para que outros setores democráticos estejam inseridos nessas lutas, irá garantir a livre realização do pleito eleitoral de 2022. Somente mobilizados, fortalecendo os fundamentos da democracia e da igualdade social, será possível varrer o neofascismo de nossa história. Reiteramos que somente lutando por outro projeto de nação, capaz de propiciar a todas, todos, todes, o bem-viver, livre de racismo, de políticas de ódio, de irracionalismo, de negacionismos, lograremos fortalecer a universidade pública, a ciência e a cultura, assegurando financiamento justo, carreira digna, assistência estudantil universal e um lugar estratégico para as instituições de fomento à ciência e tecnologia.

Frente ao movimento golpista, é preciso que cada um de nós esteja irmanado nas lutas com os movimentos democráticos e que a Adufrj–SSind tenha real protagonismo na construção dessa Frente em defesa da democracia e dos direitos sociais!

Convidamos todas as professoras e professores a ler o programa e os pronunciamentos da Chapa 2 ESPERANÇAR: UNIVERSIDADE PÚBLICA E SINDICATO AUTÔNOMO, SIM! #EleNão.

É com o melhor esperançar que
contamos com seu voto!

WhatsApp Image 2021 09 03 at 22.39.491João Torres e Cláudia PiccininiO segundo e último debate entre as chapas a que disputam a diretoria da AdUFRJ começou no final da tarde de sexta-feira (10). A dinâmica, idêntica à da semana anterior, permitiu que os docentes conhecessem mais a fundo as diferenças entre os dois grupos. Por quase duas horas, as chapas 1 e 2 discorreram sobre temas como a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), assembleias, greves e críticas ao governo Bolsonaro, entre outros. A maior parte das 12 perguntas sorteadas disse respeito à Ebserh.
Os professores João Torres e Nedir do Espírito Santo, candidatos a presidente e 1ª tesoureira pela chapa 1 “Docentes pela democracia: em defesa da universidade pública”, foram os representantes do grupo de continuidade às últimas três gestões da AdUFRJ. As professoras Cláudia Piccinini e Fernanda Vieira, candidatas a presidente e 1ª vice-presidente da chapa 2 “Esperançar: universidade pública e sindicato autônomo, sim!”, representaram o grupo de oposição às três últimas diretorias da seção sindical.
O debate foi transmitido pela página da AdUFRJ no Facebook e pelo canal da TV AdUFRJ, no Youtube, e está disponível para quem não conseguiu acompanhar o evento ao vivo. Só no Youtube, 360 pessoas já visualizaram o conteúdo, até o fechamento desta edição. Veja, a seguir, uma síntese sobre alguns dos temas debatidos.

EBSERH

Chapa 1
“Nossa posição é clara: somos a favor do debate. A universidade tem que discutir, precisa ouvir a demanda dos hospitais, da Faculdade de Medicina, dos colegas que atuam na linha de frente dos hospitais. Eles sabem os problemas do Complexo Hospitalar. Eles estão pedindo uma discussão sobre o assunto. Achamos que a administração da UFRJ tem legitimidade para discutir uma proposta, que deve ser debatida nos conselhos da universidade. Não é o sindicato que vai decidir se a Ebserh será ou não implantada. Quem vai decidir são os conselhos superiores, que são democraticamente eleitos e têm legitimidade para isso. Nós não vamos fazer nenhum ato violento ou impor uma decisão, como já aconteceu anteriormente. A Ebserh é uma empresa pública. Há uma decisão do STF que considera a Ebserh constitucional em seu caráter público. Nossa chapa não defende a Ebserh, defende o debate amplo. Se ela é constitucional, ela pode ser discutida e a universidade pode ou não optar por ela. A AdUFRJ tem o papel de garantir a discussão.”

Chapa 2
O debate sobre a Ebserh não pode ficar circunscrito à reitoria, à gestão, à Medicina, porque afeta o conjunto social. É necessário debater esse tema, mas não em plena pandemia. É preciso reconhecer que o universo virtual cria o impedimento de uma participação mais ativa nesse debate, que não é só da universidade. Porque, se ela privatiza – e é uma privatização, é um processo paulatino de transferência de gestão –, está modificando a gestão da prestação da saúde. Não podemos discutir sem a participação da sociedade que vai ser impactada. Defendemos o debate, mas que não seja um debate de gabinete. A gente não está conseguindo debater a necessidade da organização sindical para os grandes desafios que vivenciamos: a limitação do papel da universidade, o ataque fundamentalista contra a universidade, o ataque elitista. Estamos num momento de cortes na Saúde, são R$ 40 bilhões a menos. Vamos ter que discutir os nossos hospitais e o financiamento. Queremos concurso para os hospitais, queremos uma gestão da UFRJ, com autonomia, com eleição para diretor dos HUs.  

ASSEMBLEIAS

Chapa 1
“As assembleias, antes de 2015, eram um espetáculo às vezes patético. Tínhamos assembleias que se arrastavam, sem hora para acabar. Outras começavam no tempo regimental e terminavam 15 minutos depois. Esse tipo de artimanha acabou em 2015. Temos agora um processo republicano, que não dá direito à diretoria da AdUFRJ utilizar manobras para impor uma determinada decisão. Se formos eleitos, vamos continuar com voto em urna, que foi uma mudança fundamental, democrática, e com as assembleias multicampi. É uma promessa de campanha que vem desde 2015 e que nós temos certeza de que é sustentada pela maioria da universidade. Achamos que é uma proposta acertada e a universidade se sente bem representada em relação a esta dinâmica.”


Chapa 2
“Apontamos a necessidade de recuperar o papel das assembleias que trazem a base para o debate político, para a formulação. Indicamos o quanto um sindicato que resolve todos os seus temas selecionando assuntos a partir de cédulas pré-programadas, em que você permite ao docente apenas votar sem construir o debate, parece afrontar a perspectiva de uma estrutura sindical combativa, democrática e preocupada em construir o debate pela base. É preciso recuperar essa paixão pelo debate, que não condicione a participação dos filiados apenas ao horário em que a urna está aberta. Vivenciamos em escala nacional processos autoritários e esses processos precisarão ser rebatidos com a participação da nossa categoria.”


GREVES

Chapa 1
“As greves dos anos 80 foram muito diferentes das que ocorreram recentemente. Havia assembleias para decidir a greve com 500 professores, 600 professores. Isso, sim, vemos com muita simpatia: o corpo docente da universidade, bem representado nas suas assembleias, decide fazer uma greve. Isso não estava acontecendo nos últimos anos, antes de 2015. Valorizamos o instrumento greve. É o último recurso à disposição do trabalhador. Mas não pode ser banalizado, como é a práxis da nossa chapa opositora. Nós precisamos discutir a greve no serviço público. Quem é o mais prejudicado com as paralisações? O povo pobre, trabalhador, que mais depende dos serviços públicos. Nas assembleias passadas, antes de 2015, 30 pessoas numa assembleia decretavam greve, o CEG anunciava o calendário suspenso, assim se decretava a greve. As assembleias eram maiores quando as pessoas tentavam sair da greve. Era essa a dinâmica. Se o corpo docente da UFRJ quiser fazer uma greve, com muito impacto na UFRJ, com expressiva votação na assembleia, nós vamos colocar força total.”

Chapa 2
“Nós realizamos uma grande greve que propiciou a construção da nossa associação, que depois se tornou sindicato. Os movimentos grevistas ganharam reajuste e reposições salariais ao longo dos anos 80. Em 87, tivemos o PUCRCE, que unificou as carreiras, construímos tabela salarial com efeitos retroativos. Reconhecimento ao direito de greve, vagas para concurso, percentual de DE, titulação. Tudo isso foi ganho pela luta. A primeira greve unificada dos servidores públicos federais, nos anos 2000, equiparação da GID à GED, manutenção do RJU, aposentadoria integral, paridade, reajuste salarial. Mesmo tendo na mão um projeto de carreira do Andes, viemos sofrendo revezes. Tivemos o acordo de simulacro do Proifes, que infelizmente tem sido defendido pelas últimas gestões da AdUFRJ, que na verdade desmantela a nossa carreira e não supera as perdas. Estamos há 6 anos sem aumento. Reajuste não é aumento. O último movimento grevista lutou para termos aumento - nós perdemos - mas tivemos um ganho: nós existimos até hoje. As universidades públicas estão vivas.”


ANDES

Chapa 1
Um sindicato que não quer negociar não pode ter resultados positivos. Os ‘a prioris’ são mais importantes que a carreira dos docentes. Foi isso que nós vimos. Um sindicato tão ativo nas gestões petistas e que está apagado nos governos Temer e Bolsonaro, que não realizou lutas em defesa da carreira nem de reajuste nos últimos anos.


Chapa 2
As deliberações do Andes são construídas nas seções sindicais. Defendemos essa democratização. É papel da AdUFRJ colocar os grupos de trabalho para funcionar. São eles que constroem a política do sindicato. Nós estivemos nos últimos congressos do Andes construindo a pauta. Pauta essa que vem das universidades, não só da UFRJ.

WhatsApp Image 2021 09 03 at 22.39.49João Torres (chapa 1) e Cláudia Piccinini (chapa 2)O primeiro debate entre as chapas que disputam a diretoria da AdUFRJ aconteceu nesta sexta-feira, dia 3, de modo remoto. Em duas horas, os grupos apresentaram suas visões de universidade, suas prioridades para o próximo período e explicitaram suas divergências sobre a dinâmica das assembleias, a relação com o Andes e a reitoria, a volta às aulas presenciais e a Ebserh. Os professores João Torres, do Instituto de Física, e Nedir do Espirito Santo, do Instituto de Matemática, representaram a chapa 1. Já as professoras Cláudia Piccinini, da Faculdade de Educação, e Fernanda Vieira, do NEPP-DH, representaram a chapa 2.
O evento foi transmitido pela página da AdUFRJ no Facebook e pelo canal da TV AdUFRJ no Youtube. Até o fechamento desta edição, o debate no Youtube já possuía 357 visualizações. O Jornal da AdUFRJ também apresenta, nesta edição, mais duas páginas sobre a eleição com artigos escritos pelas chapas. O próximo debate será dia 10, às 17h. O pleito será virtual, entre os dias 13 e 15.
Por sorteio, a chapa 2 iniciou o debate. A professora Cláudia Piccinini, associada da Faculdade de Educação e candidata a presidente, destacou na primeira fala a conjuntura de intervenções do governo Bolsonaro nas universidades, cortes de recursos para a Educação e Ciência e Tecnologia e os riscos da PEC 32 (reforma administrativa). Também citou os danos causados pela Emenda Constitucional 95 (teto de gastos) e o posicionamento contrário da chapa ao Viva UFRJ (formulado na gestão do professor Roberto Leher) e à Ebserh. Defendeu, ainda, o combate às desigualdades, a luta por uma carreira única, que não diferencie os docentes do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e a paridade salarial entre ativos e aposentados.
Segundo a se apresentar, o professor João Torres, titular do Instituto de Física, candidato a presidente da chapa 1 destacou a mudança de rumos da AdUFRJ desde a gestão da professora Tatiana Roque, do Instituto de Matemática, em 2015. Ele também sublinhou a tarefa de combater o governo Bolsonaro nas ruas e urnas e a urgência de atuar em defesa dos docentes na retomada do ensino presencial na universidade. Outros destaques foram a atual carreira docente que não atrai jovens professores, a autonomia da chapa frente ao Andes e a escuta mais ampla dos docentes da UFRJ. A professora Nedir do Espirito Santo, candidata a 1ª Tesoureira pela chapa 1, complementou a apresentação citando o compromisso do grupo na luta contra o racismo e pela valorização do trabalho docente.WhatsApp Image 2021 09 03 at 22.55.32
Os blocos intermediários foram dedicados a perguntas enviadas pelos professores sindicalizados. Foram inscritas 40 perguntas, das quais 12 foram sorteadas para respostas das chapas. Veja alguns temas. A íntegra está no canal da AdUFRJ no Youtube.

AULAS PRESENCIAIS
Chapa 1
“A AdUFRJ tem que ser um canal de apoio aos professores e de diálogo permanente com as unidades. Além das questões emocionais, problemas psicológicos, há o problema das instalações da UFRJ. Nós temos atuado em espaços com instalações ruins na universidade e que não são adequadas ao tipo de trabalho [pós-pandemia] que teremos. Precisamos pressionar para que haja recursos para este retorno. É preciso uma ação forte do sindicato para garantir os direitos trabalhistas destes profissionais”.
Chapa 2
“O retorno híbrido deve passar pela garantia das condições de trabalho. Tem que ser um retorno responsável, com diálogo ativo com os técnico-administrativos. É preciso discutir os investimentos necessários para este retorno e as condições que a reitoria pode oferecer para essa volta. Na Praia Vermelha há contêineres com salas que não têm praticamente circulação de ar, poucos banheiros em uso, corredores estreitos. Temos as comissões [na UFRJ] que se debruçam sobre o tema e que precisam dialogar com os sindicatos”.


ASSEMBLEIAS
Chapa 1
“O grupo que liderava a AdUFRJ até 2015 usava algumas estratégias muito complicadas. Por exemplo, uma assembleia feita no auditório do CT começou na hora regulamentar e 15 minutos depois foi votado o ponto principal da assembleia. Não houve sequer informes. Outro fato da história sindical da UFRJ é que muitas assembleias começavam às 14h e se estendiam sem hora para acabar. Nós temos que ter uma regra, uma metodologia, para que esse tipo de coisa não aconteça. Em 2015, a chapa liderada pela professora Tatiana Roque propôs uma nova metodologia, com assembleias multicampi, que foi um esforço de ampliar a participação dos professores, e depois voto em urna, também multicampi, com hora marcada. Há uma transparência no processo que não existia antes. Um ponto central do nosso programa é manter essa estrutura para que os professores da UFRJ sejam bem representados”.

Chapa 2
“Precisamos que a estrutura sindical seja autônoma e viva. Quem delibera ou não é a soberania de uma assembleia e essa soberania é construída não só no dia da assembleia, mas no Conselho de Representantes, nas unidades. É fundamental que a gente tenha atuação política nas nossas unidades e que a gente apareça na assembleia para debater. Nós compreendemos que a democracia só se efetiva quando participamos amplamente e discutimos entre nós. A ideia da possibilidade de eu decidir os rumos da nossa estrutura sindical sem precisar comparecer ao debate não reforça o caráter político da nossa instância e, acima de tudo, não reforça nosso papel político de seres sociais que tanto precisamos construir essa estrutura sindical. A decisão política de uma categoria não é o somatório de decisões individuais. Ela é sempre uma unidade coletiva e é isso que a gente defende”.


EBSERH
Chapa 1
“A Ebserh foi uma proposta de um governo democrático. É uma empresa pública, que contrata via CLT. Essa questão da privatização parece um slogan muito raso. É uma empresa pública. Será que estamos falando realmente de privatização? Vamos discutir com profundidade a questão. Nós não temos uma posição fechada nem contra, nem a favor da empresa. Queremos ouvir os professores da UFRJ, em especial as pessoas que estão na linha de frente dos hospitais. O Andes quer impor sua visão à UFRJ e impedir que a base debata o assunto. Se nós ganharmos a eleição, vamos fazer o contrário: vamos abrir o debate, vamos incentivar o debate. Não vai ter aluguel de ônibus para trazer militantes de outros locais para enfrentar nossos professores. Nós todos sabemos o que é o governo Bolsonaro, mas cabe aos dirigentes negociar sempre que for possível. Se nosso corpo social julgar que a proposta é adequada, nós vamos apoiar. Se nossos professores rejeitarem, a AdUFRJ vai rejeitar”.

Chapa 2
“A posição da chapa 2 é de não adesão ao contrato com a Ebserh. Ao contrário dessa gestão da AdUFRJ, nós reiteramos a posição do Andes que é de romper os contratos. Nós não queremos uma solução empresarial para o Complexo Hospitalar porque temos propostas para os hospitais. É preciso que a universidade aprofunde o debate sobre financiamento público. As empresas privadas estão devendo R$ 2,9 bilhões para o SUS. Nós temos depoimentos de enfermeiros, fisioterapeutas, estudantes que explicitam o que têm sido os assédios morais dentro dos hospitais. A gestão central da Ebserh é de um general. Nós vamos apoiar a militarização da saúde, da universidade? A reitoria vai se alinhar à militarização dos HUs? Quem faz esse papel de ‘garoto-propaganda’ da empresa na UFRJ? Todas essas questões só serão aprofundadas no debate. Sabemos dos problemas que os hospitais enfrentam, mas a gente estranha que esse tema ressurja neste contexto extremamente adverso. É preciso ouvir os profissionais que estão sob o domínio dessa empresa privada”.

Conselho de Representantes tem 85 inscritos

Terminou na última quinta-feira, dia 2, o prazo para a inscrição de candidatos ao Conselho de Representantes. Candidataram-se 85 docentes de 27 unidades da UFRJ. A Comissão Eleitoral fará a homologação dos nomes na próxima semana. O mandato de um conselheiro dura dois anos, tal qual o mandato da diretoria do sindicato. A edição do Jornal da AdUFRJ do dia 10 de setembro trará a lista completa dos inscritos para o CR.

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