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professores da ufrj analisam crise dos combustiveisO Boletim da Adufrj ouviu especialistas da universidade para analisar a crise causada pela paralisação dos caminhoneiros. Vários grupos de pesquisa da UFRJ, em especial na Coppe, trabalham com os temas da energia e da mobilidade. Docentes do Instituto de Economia, liderados pelo professor Adilson de Oliveira, integrante do Conselho Curador da UFRJ, lançaram um manifesto com críticas severas aos subsídios da Petrobras ao diesel importado. Todos responsabilizaram a política de alinhamento de preços da Petrobras ao mercado internacional pelo desequilíbrio causado ao conjunto da economia. “Com essa política, a empresa passou a repassar para os consumidores os riscos econômicos da volatilidade dos preços, com o objetivo de aumentar os dividendos de seus acionistas. A crise provocada pela reação dos caminhoneiros a essa política é fruto desse grave equívoco”, ressalta o manifesto.

Já o professor Romulo Orrico, coordenador do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe, argumenta que os transportes integram a cadeia produtiva nacional e cobra mais investimentos na ampliação da malha ferroviária do país, hoje sucateada e focada na exportação: “Não podemos ter uma política de preços para o petróleo que não leve em conta que o transporte é um pedaço da nossa cadeia produtiva. Se ela estiver distorcida, vai distorcer todo o resto da cadeia”, critica.

Mauricio Tolmasquim, professor Titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe, reforça que a política da empresa estatal causou volatilidade nos preços e imprevisibilidade para o trabalho dos caminhoneiros. A solução encontrada pelo governo de subsidiar o diesel foi “tomada contra a parede” – depois da situação caótica dos últimos dias, o governo decidiu subsidiar o combustível, medida que poderia ter sido evitada com ações que garantissem maior previsibilidade aos agentes econômicos, segundo Tolmasquim. “A tendência, com as questões climáticas, é taxar os combustíveis fósseis. Aqui está se fazendo justamente o oposto”, diz. Para o professor, existe uma confusão entre não intervir no mercado, deixar o mercado funcionar, e a ausência de política: “Precisa ter política energética, política de transporte… Precisa ter alguém dando as regras do jogo. Isso está faltando no setor energético”, critica.

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falta politica energetica ao pais diz tolmasquimNão basta ser autossuficiente em petróleo se não há política interna coerente. O alerta é de Maurício Tolmasquim, professor Titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe. “Sem dúvida alguma, o grande problema que tem atingido o setor de transportes não é necessariamente o aumento do preço do diesel. Os grandes problemas são a volatilidade e a imprevisibilidade”, afirma o docente, em referência ao alinhamento de preços da Petrobras aos derivados do mercado internacional.

Tolmasquim explica que o caminhoneiro acerta um contrato e inicia a viagem com o combustível custando um valor. Até chegar ao destino, o que pode demorar dias em um país com as dimensões do Brasil, o preço do insumo varia muito. “Essa volatilidade é muito ruim”.

Uma medida que poderia ser adotada, de acordo com ele, é a utilização de uma média bimestral ou trimestral para reajuste do diesel. “Se você tem uma regra que, a cada dois ou três meses, o preço médio é repassado para as distribuidoras, todos os agentes da economia passam a ter uma previsibilidade”, afirma.

Tolmasquim acrescenta que a atual crise mostrou uma economia muito dependente do transporte rodoviário. “E isso leva a uma grande dependência de derivados do petróleo”, resume.

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para docente da coppe transporte publico e prioridadeA paralisação dos caminhoneiros mostrou a necessidade urgente de investimento em transportes de passageiros e cargas. “É importante ter política de apoio ao transporte público”, afirma o professor Romulo Orrico, coordenador do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe, que defende mudanças nas grandes cidades e fora delas. “Os municípios podem implementar ações como colocar prioridades nas vias, ajustar pontos de ônibus, fazer linhas mais curtas e que não busquem o centro das cidades”, defende. “Não temos condições de manter mobilidade com base em automóvel”. Outro gargalo é a rede ferroviária: “Temos de retomar os trens de passageiros, pois com eles voltam a circular cargas de menor volume”.

A Coppe realizou um estudo que pode ser acessado no site do Ministério dos Transportes, e propõe a criação de centros de integração logística: “São lugares onde é possível passar a carga de caminhão pequeno para caminhão maior, passar de caminhão para trem, caminhão para barco”, observa. “Cabe ao governo fazer um plano de incentivo”, explica. Ele diz que transporte faz parte da cadeia produtiva: “Não posso ter uma política para o petróleo que não leve isso em conta. Se ela estiver distorcida, vai distorcer todo o resto”.

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