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Museu despejado?

Ameaçado de fechar as portas, o Museu da Maré, que é tema do outdoor (foto) da Adufrj-SSind (ao lado do ex-Canecão) tem até o dia 10 de dezembro para desocupar o galpão onde está instalado. O Grupo Libra, dono do imóvel, deu um prazo de 90 dias para a ONG Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré, que administra o local, devolver o galpão.

 A direção do museu, em conjunto com a Secretaria Estadual de Turismo, enviou pedido de prorrogação do prazo por um ano, mas, até o fechamento desta edição do Jornal da Adufrj, a ONG ainda não tinha recebido a resposta. Um abaixo-assinado, com mais de 3.600 assinaturas circula na internet pedindo a permanência do museu.

 

CSP-Conlutas: conjuntura

A Coordenação Nacional da CSP-Conlutas se reuniu na cidade do Rio de Janeiro para debater temas como a conjuntura e o 2º Congresso da entidade, que será realizado entre os dias 4 e 7 de junho de 2015, na cidade de Sumaré (SP).

A elaboração de teses, o formato da atividade, os critérios de participação, as finanças e outros aspectos foram discutidos na plenária sobre o 2º Congresso da CSP-Conlutas. Paulo Rizzo, presidente do Andes-SN, ressaltou a importância da deliberação que, no congresso, serão votadas propostas de resolução e não mais teses, como é comum em espaços como esse.

 

Botas de Fidel

14120872Fidel presenteou o religioso. Foto: InternetPedro Casaldáliga questionado pelo então prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger, sobre as botas que usava, respondeu ao futuro papa Bento XVI: “Elas são práticas. Foi um presente de Fidel”. O episódio do interrogatório no Vaticano está na minissérie Descalço sobre a Terra Vermelha, que será exibida na TV Brasil, a partir do dia 13, contando  a vida do religioso entre 1968-1988, no Araguaia (MT). Aos 85 anos, sofrendo do Mal de Parkinson, o bispo emérito continua a viver na região onde chegou aos 40 anos. “O capitalismo é um pecado social”, costuma afirmar Casaldáliga, que se destacou na luta contra os latifundiários e em defesa dos posseiros e dos indígenas.

 

Garis outra vez

Uma onda de demissões e ameaça de privatização na Comlurb está trazendo os garis de volta à luta política.

Para esta quarta-feira, 10 dezembro, está agendada uma passeata às 16h, da Candelária até o prédio da prefeitura, contra perseguições políticas e pela reversão das demissões.

 

Greve no Ceará

A greve das três universidades estaduais cearenses já se aproxima de três meses de duração, e segue sem perspectiva de negociação com o governo. Os docentes da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Regional do Cariri (Urca) e Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA) estão paralisados para cobrar do governador o cumprimento do acordo que encerrou a greve anterior da categoria, em janeiro de 2014.

 

Aperto no Paraná

As universidades estaduais paranaenses, assim como a UFRJ, passam por uma grave crise financeira. Além de não terem recebido a totalidade do orçamento para o ano, as instituições ainda enfrentam o pacote de ajustes do governo. O resultado concreto é a impossibilidade de pagar contas básicas, como luz, combustível e água, a dispensa de terceirizados e estagiários e, por consequência, a precarização das condições de trabalho e estudo.

 
Feira do MST
Entre os dias 8 e 10 de dezembro, acontece no Largo da Carioca a VI Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes. 
O nome é uma homenagem ao trabalhador rural e militante do MST assassinado por pistoleiros em janeiro de 2013, nas proximidades da Usina Cambahyba, no município de Campos dos Goytacazes (RJ).
 
 
Livro no lugar  de cassino
No dia 15 de dezembro, será inaugurada a Livraria Editora UFRJ. 
A cerimônia está marcada para 18h, na Rua Lauro Müller, 1A, em Botafogo (entre o ex-Canecão e a Casa da Ciência).
Pasmem. No local já fucionou um bingo.

Diego Novaes
01/12/2014

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Funcionários que prestavam serviços à UFRJ reivindicam o pagamento de outubro

Eles “acamparam” na reitoria, dia 3

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

As festas de final de ano estão chegando, mas nem todos da UFRJ têm o que comemorar. Sem o pagamento ainda do mês de outubro, cerca de cinquenta funcionários de portarias diversas ocuparam a entrada da sala dos conselhos superiores na quarta-feira, 3. Os trabalhadores prestavam serviço à universidade por meio da JCL-Empresa de Trabalho Temporário Ltda, que decretou falência. 

Pela quebra de contrato, a administração central segurou os repasses à firma. Mas, apesar de promessas dos dirigentes, ainda não haviam sido pagos ao grupo sequer os salários e auxílios de alimentação e transporte relativos a outubro. “Nos pagar, que é bom, não fazem. Daí, chamam seguranças para intimidar. Até parece que estamos pedindo favores e não direitos”, disse, indignada, Waldineia Nascimento.

Peregrinação

Waldineia, integrante do grupo, narra a saga dos funcionários desde 5 de novembro, quando não receberam o que lhes era devido. No dia 10 do mesmo mês, uma representação foi recebida pela pró-reitoria de Gestão e Governança (PR-6). A pedido do reitor Carlos Levi, teve início um levantamento sobre a situação dos funcionários. No dia 19, uma planilha completa foi apresentada a eles pelo assessor da PR-6, Harley Frambach Junior. A bola foi passada para a pró-reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3). E, finalmente, a assinatura necessária do pró-reitor Carlos Rangel foi feita “na frente” dos trabalhadores, contou Waldineia, em 25 de novembro. 

O próximo passo seria um parecer favorável da Procuradoria da universidade para retorno e pagamento pela PR-3. Foi quando o ciclo novamente emperrou: “Chegamos à Procuradoria no dia 28 e soubemos que o processo não tinha sido tocado”. Segundo Waldineia, na presença de representante da PR-3 e da Prefeitura Universitária, Luiz Carlos (procurador-geral adjunto) se comprometeu a entregar seu parecer no início da semana.

Na quarta-feira 3, o processo não havia retornado à PR-3 para liberação das ordens de pagamento. Os trabalhadores praticamente acamparam ao lado da sala dos conselhos superiores até as 18h, quando enfim o documento foi despachado pelo procurador.

Porém, até o fechamento desta edição (em 5 de dezembro), a reitoria não tinha estipulado prazo para liberação do dinheiro. A assessoria informou apenas “que a decisão final do reitor é pelo pagamento”.  Waldineia, contudo, expressou a indignação da categoria: “O que vemos é o descomprometimento da Procuradoria e da reitoria. É uma vergonha!”.

 

Ceia magra

14120822Catia Guimarães trabalha na UFRJ desde 2009. Foto: Elisa Monteiro - 03/12/2014Os terceirizados, como se sabe, são a ponta mais frágil do subfinanciamento das universidades. Catia Guimarães, 49, trabalha nas portarias da UFRJ pelo menos desde 2009. À época, o contrato da funcionária era pela empresa SCMM Serviços de Limpeza e Conservação, cujos donos são os mesmos da Locanty (empresa investigada por prestar serviços a órgãos públicos, como a Câmara de Vereadores, e financiar campanhas eleitorais, como os R$ 50 mil ao ex-deputado federal Rodrigo Bethlem, do PMDB).

Tempos depois, a empresa faliu. Mas Catia foi “aproveitada” pela nova contratada pela UFRJ, a Facility, posteriormente substituída pela recém-falida JCL. A recepcionista já serviu ao CCJE, IPPMG, HUCFF e, finalmente, à Coppe. Nesses anos todos, só ficou sem pagamento anteriormente quando a SCMM “quebrou”. “Mas, naquela época, a universidade se comprometeu e continuamos a trabalhar. Agora, parece que não vai ser assim. Parece que vamos ficar desse jeito, sem nada”.

Universidade recepciona nove professores recém-empossados, no CCMN. Um terço deles é estrangeiro

Presidente da Adufrj-SSind conversa com novos colegas

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

Ainda antes de terminar o ano, a UFRJ recebeu em seu corpo docente mais nove professores. A recepção organizada pela PR-4, dia 2 de dezembro, aconteceu no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. 

A professora Rosa Cristina Dias Peres, do Instituto de Química, falou pela Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) aos recém-chegados.

O presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro, tentou costurar com os novos colegas os retalhos que as políticas do governo Dilma Rousseff fez da educação pública. Entre os problemas que enfrentarão está, segundo Cláudio, um fomento ao empreendedorismo. “Com essa lei, os professores entram com uma ideia de construção individual da carreira e acabamos virando uma microempresa de produção de papelada, relatório e artigo que ninguém vai ler”, criticou.

Além das complicações trazidas pela Lei da Carreira, Cláudio listou outros ataques que buscam desmontar a universidade pública, como a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) e as brechas abertas para investimento público em instituições privadas pelo Plano Nacional de Educação (PNE). O presidente da Adufrj-SSind apontou que o ritmo acelerado de contratações de novos professores só voltou a acontecer depois das fragilizações da carreira. “Depois de aprovado o Funpresp, eles (governo) começaram a dar vazão aos concursos”, afirmou. 

 

UFRJ global

14120882Andrés Lazzarini e Margarita Olivera. Foto: Marco Fernandes 02/12/2014Apesar dos inúmeros problemas, um ponto positivo. A posse confirmou o forte caráter internacional da UFRJ: três dos nove professores são estrangeiros. Uma, Janine Pimentel, veio de Portugal para dar aulas de inglês no curso da Faculdade de Letras. Os outros dois, da Argentina.

Andrés Lazzarini e Margarita Olivera conheceram-se em Buenos Aires, quando ainda estudavam Economia e lá mesmo se juntaram. A carreira e a vida a dois ainda os levariam à Cidade do México, Nápoles (Itália), Alicante (Espanha), Nova Deli (Índia). Agora, ao Rio de Janeiro. Andrés, que teve que vir ao Brasil por três vezes para resolver os trâmites burocráticos, disse ainda não saber como vai ser a vida no Rio de Janeiro: “Algumas coisas são mais difíceis, mas vamos ver”.

A vantagem da carreira no país, segundo eles, é o caráter menos ortodoxo das escolas de economia na academia brasileira. “O problema das universidades argentinas é serem muito fechadas. Os professores são os mesmos, as linhas de pensamento são as mesmas, e estão sempre ligadas ao pensamento neoliberal”, disse Margarita. Para os novos professores, isso indicaria uma continuidade do modelo econômico dos governos latinos ditos de esquerda que, apesar de alguns avanços no social, seguem à risca o mandamento do capital global neoliberalizante.

Durante Encontro Sul-Sudeste da Comissão da Verdade do Andes-SN, dia 25, palestrantes apontam os resquícios ainda existentes do autoritarismo da ditadura, especialmente nas instituições de ensino superior

Reitorias que não dialogam é um dos sintomas

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Duas décadas de violações de direitos humanos deixaram um legado de autoritarismo que ainda assombra as universidades. Foi o que declarou Francisco Miraglia (professor de Matemática da USP), sobre as dificuldades de diálogo, nos dias atuais, com as reitorias. A palestra ocorreu no dia 25, durante o Encontro Sul-Sudeste da Comissão da Verdade do Andes-SN, no auditório Manoel Maurício de Albuquerque, campus Praia Vermelha da UFRJ (parcialmente noticiado na edição anterior do Jornal da Adufrj).

Naquela instituição, o professor conta, por exemplo, que a comissão eleita em assembleia para conduzir os trabalhos da Comissão da Verdade local foi recusada pelo reitor. “Simplesmente, ele resolveu montar outra porque não queria aquela”, conta. “Apenas por esse início, já se tem uma ideia do que sobrou de autoritarismo nas universidades”.

De acordo com o palestrante, mesmo gestos simbólicos como a revisão da absurda demissão, por faltas, de Ana Rosa Kucinski, professora do Instituto de Química sequestrada em 22 de abril de 1974 pelo regime, junto de seu marido, Wilson Silva, ambos integrantes da Ação Libertadora Nacional (ALN), foi “briga de mais de uma década”.

Para Miraglia, a universidade hoje ainda é marcada pela predominância de “oligarquias com grande volúpia por poder”. E que se recusam a largar o controle da instituição. Na visão do professor, o excesso de publicações e “a competição por migalhas” é a expressão contemporânea do modelo de produção imposto por este setor autoritário. “Eu conheci o César Lattes (físico que dá nome do sistema eletrônico de currículos do CNPq)”, completou. “Ele sequer tinha mestrado; achava uma bobagem a titulação”. 

De Tarso Dutra a Tarso Genro

Enrique Serra Padros (da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), por sua vez, refere-se aos 50 anos do golpe como “50 anos de impunidade”. E, em sua avaliação, “avançamos na luta pela Memória. Mas estamos perdendo a batalha por Justiça”. “Se a questão da Verdade é relativa, em função das interpretações, não podemos perder de vista a questão da Justiça”, disse. O professor observou que “se não fossem os familiares, jornalistas com coragem ou outras pessoas de boa intenção”, a defasagem de informações sobre esse período traumático “seria muito maior”. 

Segundo o historiador, na UFRGS, foi inexpressiva a colaboração da reitoria, “apesar dos 40 professores expurgados”, ao levantamento da Comissão da Verdade. Para ele, as más vontades das administrações centrais corroboram com uma “política de esquecimento induzido”. Nesta modalidade, o professor inclui o apagamento de milhares de ações violentas e assassinatos durante o regime civil-militar de populações “invisíveis”, como indígenas, e demais povos latino-americanos: “Além da ameaça de invasão ao Uruguai, além de ter tornado o Paraguai um país-satélite, temos o apoio ao golpe contra (Salvador) Allende no Chile e ‘exportação’ de tropas”.

Para além do levantamento de documentação para estudo acadêmico, Padros advoga pela construção, no interior da universidade, de ações que “façam a ponte entre gerações”. Na descomemoração dos 50 anos do golpe, o docente fez parte de uma grande atividade pela Memória, com 600 estudantes de sete escolas da rede pública. O ato contou com Clara Charf, viúva do guerrilheiro Carlos Marighella. O auditório da UFRGS, para 1,2 mil pessoas, ficou pequeno e houve quem assistisse ao evento sentado no chão.

O cabresto do financiamento 

Simone Silva, técnica-administrativa e doutoranda da UFRJ, dedica sua tese à investigação sobre o financiamento da pesquisa no Brasil. “Queria entender de onde veio essa política de editais”, contou.  Chegou logo à pós-graduação, origem de 90% da pesquisa brasileira, e ao regime militar. Foi naquele período em que, puxados pelo Plano Nacional de Desenvolvimento, fundos de pesquisas e conselhos, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) tiveram um “boom”.

“Se a universidade foi local de resistências, na ditadura, foi também de colaboração e delações. E muitos desses professores estão à frente desses Conselhos que ditam os rumos da pesquisa no país”, observou ela. A técnica-administrativa avaliou ser imprescindível a disputa no interior da universidade. Como exemplos, citou a renúncia ao título de Doutor Honoris Causa da Unicamp pelo professor aposentado da USP, Boris Vargaftig. A iniciativa foi tomada depois que o Conselho Universitário da instituição campineira não anulou a concessão do mesmo título ao Coronel Jarbas Passarinho, em 1973, concedido durante a ditadura militar. No caso da UFRJ, Simone destacou o movimento pela cassação do mesmo título, concedido ao ditador Ernesto Geisel.

Ainda em relação à universidade, a falta de liberdade é sentida pela via econômica de financiamento direcionado. “Enquanto as ciências sociais disputam, a tapa, as bolsas, nas exatas é comum sobrar vagas. Isso porque os estágios com as empresas são bem mais atrativos. Não por acaso a Petrobrás ocupa fisicamente, no meio do campus do Fundão, o espaço em que está”, sublinha. 

Herança maldita para o país

Para Simone, não faltam exemplos de herança da “militarização do país”. “São nossas Cláudias e Amarildos. De onde vem isso de pegar pessoa em casa e desaparecer com ela, senão da ditadura?”, questionou. Outro caso foi o do morador Rafael Braga, preso por portar um produto de limpeza, durante as manifestações de junho: “Em liberdade condicional, foi colocado na solitária por ter sido fotografado em frente a um muro onde estava escrito ‘enquanto você lê se esquerda para direita, o Estado te oprime de cima para baixo’”. 

Bolsistas para Comissão da Memória e Verdade da UFRJ
Instalada no dia 10 de julho de 2013, a Comissão da Memória e Verdade (CMV) da UFRJ seleciona cinco bolsistas de Iniciação Científica, por um período de oito meses, a partir de janeiro de 2015. As(os) candidatas(os) devem estar regularmente matriculadas(os) na universidade, entre o 6º  e o 8º períodos, com Coeficiente de Rendimento (CR) igual ou superior a sete.
 
As(Os) interessadas(os) devem enviar currículo e cópia do Histórico Escolar, por correio eletrônico, para: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. até o dia 14 de dezembro de 2014. O processo de entrevista será realizado entre os dias 15 e 19 de dezembro de 2014.

Os estudantes vão auxiliar a CMV-UFRJ no trabalho de mapeamento, pesquisa e análise da documentação da Universidade sobre o período da ditadura, bem como daquela existente no Arquivo Nacional (AN) e no Arquivo Público do Rio de Janeiro (APERJ). Para mais informações, o contato é: 2552-1195, ramal 206.

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