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Ao suspender unilateralmente a reunião do Conselho Universitário, o reitor Carlos Levi impediu que fosse construída uma solução autônoma para enfrentar a crise da rede de hospitais da UFRJ. Outra consequência grave dos atropelos na sessão do dia 9 no Consuni foi que a universidade continua dividida e mergulhada no impasse sobre a questão. As comissões permanentes do Conselho Universitário (de Legislação e Normas; de Ensino e Títulos; e de Desenvolvimento) se reuniram em 9 de maio, antes da sessão ser iniciada, para elaborarem uma proposta sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Diferentemente de simplesmente aceitar a Ebserh naquela data, resolveram que queriam mais discussão e informações. Entre as proposições, estava um calendário de debates a ser promovido no próprio Consuni, algo que seria combinado à preparação de um diagnóstico dos hospitais feito por pessoas da própria universidade. Carlos Levi, no entanto, não deixou que o Consuni sequer chegasse ao primeiro ponto da pauta, que era justamente a Ebserh. Além de estender o expediente da sessão por três horas e encerrar a reunião abruptamente (leia mais na página 3), o reitor afirmou que, durante a reunião, as comissões chegaram ao consenso de que o assunto “fosse excluído da pauta e reapresentado na sessão do dia 23 de maio”. Diana Maul, presidente da Comissão de Ensino e Títulos, apresentou ponto de vista diferente: “Na verdade, as comissões não deliberaram sobre retirada ou inclusão de ponto de pauta. Não houve nenhuma questão em relação a isso. As comissões deliberaram sobre a proposta de calendário de discussões como solicitado pelo reitor”. O reitor tentou se justificar: “Foi exatamente nesses termos que nós discutimos. Na verdade, falei sobre excluir do ponto de pauta no sentido de que a discussão plena do tema não seria enfrentada nesta reunião”. Não à Ebserh Já durante o expediente, os conselheiros expuseram suas visões sobre a Ebserh. Marcelo Corrêa e Castro, decano do CFCH, deixou clara sua opinião: “O meu Centro já se posicionou. Nós não queremos Ebserh de jeito nenhum, em hora nenhuma! Um hospital universitário não é simplesmente uma unidade operacional que tem metas do SUS a cumprir. Nossa missão conceitual é outra”. Julio Anselmo, conselheiro discente, lembrou a proposta apresentada pelos movimentos da universidade no Consuni do dia 2 de maio: “Temos uma proposta ousada, de constituir uma comissão autônoma para avaliar a fundo os problemas dos nossos HUs. A comunidade acadêmica diz categoricamente não à Ebserh”. Repúdio à CGU No extenso expediente da sessão, diversos conselheiros manifestaram seu descontentamento com a “blitz” realizada pela Controladoria-Geral da União na universidade. No dia 2 de maio, técnicos da CGU estiveram no oitavo andar da reitoria para verificar se os servidores estavam em seus postos de trabalho: “Temos que nos manifestar. É importante que esse conselho exponha seu repúdio a essa prática, ao menos em forma de moção”, afirmou Mônica Pereira dos Santos (Adjuntos do CFCH). A decana do CCJE, Maria Lucia Werneck, também apresentou sua preocupação com o controle excessivo da CGU sobre a UFRJ, e citou o caso do professor Geraldo Nunes: “O assunto não pode sair da pauta deste conselho. Precisamos saber se a petição do Consuni foi enviada à presidente Dilma”. Sobre a “inspeção” da CGU, a decana alegou que caberia ao ministro-chefe daquele órgão, Jorge Hage, “explicar o por quê desses procedimentos invasivos e até agressivos”.   Alcino Câmara Neto (Titulares do CCJE) chamou a ação da CGU de “policialesca”: “Quero declarar meu mais veemente protesto contra essas ações na universidade. A qualidade não pode ser mensurada pelo número de horas de trabalho”. Participações desequilibradas O diretor da Faculdade de Medicina, Roberto Medronho, com conhecida posição favorável à Ebserh, fez um inflamado discurso – e que durou 15 minutos – sem ser interrompido pelo reitor. Após muitos protestos de conselheiros, que consideraram abusiva sua participação (os próprios integrantes do colegiado dispõem, no máximo, de cinco minutos), Levi pediu que o docente concluísse sua explanação. NOTA DA ADUFRJ-SSIND Reitor rasga regimento do Consuni O reitor Carlos Levi decidiu subverter as regras instituídas e recorrer a um golpe regimental para suspender a reunião do Conselho Universitário da UFRJ. O Consuni fora convocado nesta quinta-feira, 9 de maio, para discutir a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), cuja contratação ameaça a autonomia universitária. Diante desta violação das normas institucionais, a Adufrj-SSind declara:
  1. a) total repúdio às manobras protelatórias adotadas pelo reitor, que não teve dúvidas em rasgar o regimento do Conselho Universitário, desrespeitando o próprio colegiado, a instituição UFRJ e os professores, técnico-administrativos e estudantes que se mobilizaram para acompanhar o debate;
  2. b) a atitude do dirigente obedeceu ao deliberado objetivo de impedir a votação do ponto de pauta para o qual o Conselho fora convocado. O gesto de Carlos Levi põe em questão a sua estatura para conduzir democraticamente a agenda de uma instituição da envergadura da UFRJ;
  3. c) a suspensão arbitrária da sessão do Consuni impediu a construção de uma solução autônoma, pela Comunidade Universitária, para os problemas urgentes pelos quais passam os HUs;
  4. d) a Adufrj-SSind convoca toda a Comunidade Universitária para continuar a luta contra a Ebserh e se mobilizar em defesa da autonomia universitária e da democracia na UFRJ, postas à prova pelo lamentável comportamento do reitor Carlos Levi.
Direção da Adufrj-SSind

Pelo menos um furto, em 7 de janeiro, e a presença ocasional de um flanelinha, no dia 14, causam apreensões aos usuários que utilizam as vagas, agora gratuitas, do entorno do Centro de Tecnologia Comunidade cobra mais vigilância das autoridades universitárias Sérgio Caruzo, funcionário da Coppetec que trabalha no Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia da Coppe (Lamce), teve o veículo furtado do estacionamento do CT, em frente ao bloco D, no dia 7. Esse foi o relato mais preocupante que chegou ao conhecimento da reportagem do Jornal da Adufrj, desde que as vagas do Centro se tornaram gratuitas, nesse início de 2013. A reitoria, vale lembrar, decidiu não renovar o contrato de exploração do espaço com a AutoPark. Só que a notícia do furto, espalhada por e-mail e em conversas, já começa a incomodar os motoristas que utilizam o local. Sérgio afirmou ter deixado o carro por volta das 9h e não o encontrou no final do expediente, pouco depois das 16h: “Até umas 13h, ele ainda estava lá. Eu sei porque fui no carro para pegar uma coisa na hora do almoço”, conta. O primeiro e único carro do assistente de administração foi adquirido em novembro do ano passado. Era um gol 1000, ano 1997, e não possuía seguro. “Sem seguro, se o carro não aparecer, vou ficar no prejuízo mesmo”, afirmou desolado. O funcionário disse que registrou o crime na 37ª DP da Ilha do Governador, mas não comunicou o furto, oficialmente, à universidade. Em uma lista de e-mails da UFRJ, lamentou: “Infelizmente, para mim, não deu tempo de se ter uma solução para o estacionamento”, escreveu aos colegas do grupo virtual “usuários do CT”. “Espero que tenha uma solução para que não aconteça com outras pessoas”, registrou ainda, no grupo. Decania manifesta preocupação A decania do Centro de Tecnologia não está indiferente à situação de insegurança do estacionamento. “Não recebemos relatos diretos de ocorrências, mas percebemos a presença de pessoas estranhas e chegam algumas notícias de terceiros”, disse o superintendente do CT, Waldir Pinto. “Estamos com uma lacuna. Hoje, (o estacionamento) está sem ninguém tomando conta”. O superintendente explica que a decania dispõe de uma equipe de 44 pessoas (se revezando em plantões de domingo a domingo, com 22 postos), exclusivamente para vigilância patrimonial. “Não temos servidores do quadro efetivo, nem legitimidade, para garantir os bens das pessoas”, informou. “Mas estamos muito preocupados com o problema da segurança”, disse Waldir. Ele destaca ainda que o CT conta com a Prefeitura Universitária nesse sentido. De acordo com Waldir, em uma reunião no final do ano passado, o prefeito universitário Ivan Carmo citou um processo de licitação para novo contrato de segurança terceirizada que contemple, além dos edifícios, os estacionamentos. “Seriam vigilantes que fariam as rondas de bicicletas”, completa. Segundo ele, o prefeito não deu previsões sobre quantas pessoas seriam contratadas nem prazos para a implantação da medida. O prefeito teria informado também sobre um acordo com o 17º BPM para aumento do efetivo policial no entorno do Centro de Tecnologia após 19h. Além disso, como medida emergencial, o prefeito afirmou estar em estudo uma alteração do contrato de operadores de trânsito do campus da Praia Vermelha. Funcionários seriam deslocados para organização das vagas do CT: “Ele prometeu dois ‘coletes azuis’, facilitadores, para ordenamento do estacionamento”. Mas, por enquanto, segundo o superintendente, apenas a questão do reforço policial obteve avanços. Waldir disse que, atualmente, o Centro conta com o apoio da Divisão de Segurança (Diseg) para situações de emergência: “Se alguma coisa acontece, a pessoa precisa ser atendida, conduzida à delegacia ou aonde for necessário. Alguém tem que fazer esse trabalho também”, explica. Questionada pela reportagem, a prefeitura da universidade preferiu aguardar o retorno das férias do prefeito Ivan Carmo para responder perguntas relacionadas aos estacionamentos da UFRJ não só na Cidade Universitária, mas também na Praia Vermelha.

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