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Localizado na zona sul da cidade do Rio, ao lado da ex-casa de espetáculos Canecão, o outdoor da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adufrj-SSind) leva a mensagem para a população sobre um dos principais eixos da greve nacional da categoria: a defesa do caráter público da universidade.

 

Foto: Kelvin Melo

Em defesa da autonomia

Roberto Leher e Denise Nascimento reafirmaram na posse os pontos que os fizeram ser eleitos para a reitoria

Novo reitor criticou política educacional do governo

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Com a presença das entidades representativas dos segmentos da UFRJ, ex-reitores, movimentos sociais e políticos do Rio de Janeiro, Roberto Leher e Denise Nascimento tomaram posse nos cargos de reitor e vice-reitora da instituição. A solenidade, que contou com convidados de renomadas universidades do país e da América Latina, ocorreu dia 3 e foi acompanhada por um auditório lotado, no Centro de Tecnologia. No dia anterior, Leher e Denise haviam sido investidos nos cargos em cerimônia realizada em Brasília. 

Roberto Leher reafirmou em seu discurso de posse todos os pontos do programa que fizeram a Chapa 20 ser eleita, na votação de maio. Dentre os principais temas, defendeu a necessidade de realização de congressos universitários, a atualização do Plano Diretor, a retomada do Plano de Desenvolvimento Institucional e de ações que fortaleçam a autonomia plena da UFRJ. “Vamos ter um quadriênio fecundo. A universidade está viva, está pulsando de energia. Devemos ter uma agenda que fortaleça uma forma de governo que esteja pautada em valores éticos e republicanos. Por isso, vamos atualizar o Plano Diretor. A hierarquia de utilização de recursos é pública, nós devemos discutir publicamente. Vamos construir consensos necessários à nossa autonomia”, disse.

Leher reafirmou, ainda, que encaminhará “uma solução autônoma”, “fora da Ebserh”, para os hospitais universitários. “Queremos defender ardorosamente que a pesquisa clínica seja realizada. Algo que hoje não acontece no sistema de avaliação parametrizado. Sistema que é incapaz de perceber a delicadeza e sutileza da produção de conhecimento nas Humanidades, nas Artes, na Clínica”.

2015070681BLeher: “A universidade está viva, está pulsando de energia”. Foto: Macarena Lobos - 03/07/2015

Cortes x transferência de recursos

Leher fez críticas à sistemática transferência de recursos públicos para a iniciativa privada, sobretudo no campo da educação, por meio do Fies. “Grande parte do orçamento do Ministério da Educação, hoje, está direcionada para o custeio dos fundos de investimento que controlam as instituições de educação superior privadas de natureza mercantil”. 

De acordo com o reitor, em 2010, o MEC alocou R$ 1 bi para o Fies. Em 2014, foram R$ 13,8 bi. “Todos devem ter tido acesso à resposta do Ministério da Educação ao Andes-SN, informando que, de 2007 a 2014, alocou como recursos para as melhorias nas universidades federais R$ 9 bilhões. Em um ano, R$ 13,8 bilhões foram repassados às instituições privadas. A previsão orçamentária em 2015 é de R$ 16 bilhões. Em 2017, de R$ 21 bi para o Fies”. Vale lembrar que o corte anunciado pelo governo federal este ano para a educação pública é de R$ 9,3 bilhões.

Assistência estudantil

Leher foi enfático ao defender a necessidade de aprofundar as ações para a assistência estudantil, com alocação de recursos para moradia, restaurantes, mobilidade, bibliotecas e complementação de renda para os que precisarem. “É necessário que as universidades e o MEC desenvolvam uma sensibilidade para escutar o que os estudantes estão falando sobre assistência estudantil”.

Função social

A vice-reitora Denise Nascimento destacou a necessidade de se debruçar sobre a função social da universidade pública: “A universidade só é universidade porque é capaz de interagir com a sociedade e produzir conhecimento”. A professora da Faculdade de Odontologia afirmou que sua gestão não poupará esforços na interlocução com órgãos internos e externos “em prol da manutenção da universidade pública, gratuita e de qualidade”.

Lugar do contraditório

“A universidade é o espaço privilegiado da polêmica, do confronto de opiniões. A transformação se viabiliza pela diferença. Estamos hoje empossando o novo reitor da UFRJ, escolhido de maneira democrática e após intenso confronto de ideias”, disse Carlos Levi, que dirigiu a universidade no quadriênio 2011-2015.

Ele agradeceu à sua equipe e a toda comunidade acadêmica que tornou possível sua gestão. Levi reconheceu que ainda é necessário avançar nas políticas de assistência estudantil na universidade, mas que a UFRJ hoje é mais forte: “Podemos ter falhado, mas foi sempre com generosidade e tolerância que buscamos cumprir esses quatro anos à frente da universidade. A UFRJ hoje está maior, mais forte, mais inclusiva e menos elitizada. Encerramos esta gestão convencidos de que o professor Leher e toda sua equipe perseguirão os avanços necessários”.

 

Palavra dos movimentos

A posse de Roberto Leher e Denise Nascimento foi marcada pela presença dos movimentos sociais. Eles tiveram espaço garantido pelo reitor, forjado na militância de esquerda. Marcelo Durão, do MST, foi convidado a falar pelos movimentos. “Será preciso muita responsabilidade e gestão coletiva neste tempo histórico de ataques à democracia, aos serviços públicos. Hoje é, sem dúvida, um momento muito importante para os movimentos sociais e para a esquerda brasileira. Desejo que nesta gestão consigamos cada vez mais ampliar o acesso da classe trabalhadora à universidade”.

A Adufrj-SSind foi representada pelo presidente Cláudio Ribeiro que, ao comentar o resultado da assembleia da véspera, de manutenção da greve docente, afirmou que a categoria não aceita as respostas apresentadas pelo governo federal. E defendeu a autonomia sindical e também a universitária: “Ontem os professores deram um sonoro não à tentativa de tutela dos ministérios. O colapso que vivenciamos na UFRJ também é alimentado por uma mentalidade que acha que a universidade deve obedecer ao MEC. Temos que resgatar a autonomia desta universidade. Chamamos a nova reitoria a se somar aos movimentos em greve para cobrar do governo o cumprimento de suas responsabilidades frente à educação pública”.

Pelo DCE Mário Prata, Luiza Foltran observou que a UFRJ ainda não é democrática: “Nós, estudantes, que somos milhares nesta universidade, tivemos que nos desdobrar para fazer valer nosso voto (na eleição para reitor). Hoje se coloca diante de nós um desafio de enfrentar e superar não só as barreiras democráticas, quanto de estrutura, dessa universidade. Para pintá-la de povo”, afirmou.

APG e Sintufrj também participaram da cerimônia. A representação sindical entregou ao novo reitor a pauta de reivindicações da greve dos técnicos-administrativos.

 

 

Quem faz parte da equipe

Assumem como pró-reitores e superintendentes da nova equipe: Eduardo Serra (Graduação), Ivan da Costa Marques (Pós-Graduação e Pesquisa), Roberto Gambine (Planejamento e Desenvolvimento), Regina Maria Dantas (Pessoal), Maria Malta (Extensão), Ivan Carmo (Gestão e Governança), Vera Salim (SuperEst), Marcio Ayala (Tecnologia de Informação e Comunicação), Paulo Mario Ripper (Prefeitura Universitária), Márcio Escobar (Escritório Técnico Universitário).

2015070682Sucessão. Carlos Levi passa o cargo ao novo reitor. Foto: Macarena Lobos - 03/07/2015

Mais escolas, menos cadeias

O mais novo outdoor (foto) da Adufrj-SSind, instalado na lateral da ex-casa de espetáculos Canecão, na Zona Sul do Rio de Janeiro, reforça a campanha contra a redução da maioridade penal.

Servidores públicos federais rejeitam proposta, de baixos reajustes parcelados, apresentada pelo governo 

Resposta ao MPOG acontece neste dia 7

Mais de 150 representantes de entidades nacionais dos servidores públicos federais (SPF) reuniram-se no domingo (28) para avaliar a proposta apresentada pelo governo federal de reajuste parcelado, até 2019. A assinatura de um acordo plurianual foi considerada inaceitável e vista como um confisco no salário dos servidores federais. 

A proposta governamental, conforme já anunciada na última edição do Jornal da Adufrj, prevê “aumentos” anuais, sempre nos meses de janeiro, de 2016 a 2019 (5,5%; 5%; 4,8% e 4,5%, na ordem). Ela foi rechaçada por unanimidade pelas entidades presentes à Reunião Ampliada do Fórum dos SPF.

“O que está em curso é uma política para atender aos interesses do Capital, dos bancos, do FMI, dos credores. E o que o governo está querendo, ao firmar um acordo de quatro anos, é que assinemos um acordo de submissão dos servidores públicos federais à política do Capital. Querem que as entidades firmem acordo de confisco salarial para atender aos interesses dos bancos. Com um acordo assim, vamos ser enquadrados como base de apoio à política de ajuste fiscal. E isso é inaceitável”, disse o presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, durante a reunião dos SPF.

A necessidade de fortalecimento das greves em curso e sua extensão para as demais categorias do funcionalismo, na perspectiva de construção de uma greve unitária do serviço público (e, mais à frente, da greve geral), foram apontadas como resposta aos ataques do governo aos trabalhadores. Neste sentido, as entidades decidiram pela instalação do Comando de Mobilização e Greve dos SPF, em Brasília, desde o dia 29 de junho. 

Uma próxima reunião com o MPOG acontece neste dia 7. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)

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