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Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, o professor Renato Janine Ribeiro reagiu à chantagem política do tarifaço de Trump. No discurso de abertura da Reunião Anual da SBPC, em Recife (PE), no último dia 13, o docente manifestou o unânime repúdio de toda a diretoria e conselho da entidade à ameaça do presidente norte-americano à soberania do Brasil.
“Evidentemente nos referimos às últimas notícias de Washington, com o presidente Donald Trump decidindo aplicar a nossas exportações para os Estados Unidos tarifas absurdamente elevadas, numa chantagem raras vezes vista nas últimas décadas e sem precedentes no século XXI – até mesmo exigindo que nossa Justiça absolva e solte autores de um crime detestável: um golpe contra o regime democrático”, disse.
Para Janine, é necessária a unidade de todo o povo e é dever da comunidade científica brasileira abraçar a defesa do país. Com duas prioridades: a proteção dos vulneráveis e a necessidade de aumento da produção de bens e serviços.
Mas nada disso adiantará sem o devido reconhecimento do governo ao papel da ciência, tecnologia e inovação, “assegurando os recursos que financiem os avanços na pesquisa que sejam cruciais para vencermos as ameaças que hoje pairam sobre nós”.
Confira abaixo os principais trechos do discurso do dirigente.
“(...) O equilíbrio dos poderes, invenção da Constituição norte-americana, funcionou melhor nos tempos recentes aqui do que lá. Assim, a defesa da democracia, da soberania, é o primeiro ponto que a SBPC, aqui, afirma, na minha voz”.
“Um segundo ponto a salientar é o do repúdio a uma taxação sobre nossas exportações decretada sob alegações mentirosas. É de todos conhecido um fato simples, elementar, inquestionável: que na balança econômica com os Estados Unidos compramos mais do que vendemos. Trump, aqui, mente.”
(...)
“Não aceitamos imposições que violem nossa dignidade, a vontade livremente expressa por nosso povo em eleições livres, a segurança garantida pelo Estado de Direito”.
(...)
“Um país digno, um povo altivo, quando vê sua soberania nacional ameaçada, se une. As divergências se calam, ante o valor superior da defesa de sua independência”.
(...)
“Somos uma sociedade científica, a maior da América Latina, uma das maiores do planeta, que hoje abre sua Reunião Anual, que é a maior de nossa parte do mundo. Entendemos que, quando nosso país está ameaçado, e com ele a ordem mundial laboriosamente construída após a II Guerra Mundial, é dever da comunidade acadêmica e científica brasileira defender nosso país.”
“(...) é a ciência que hoje mais desenvolve a produção, seja de bens, seja de serviços; é ela também que delineia as melhores estratégias de combate à fome, à miséria, à injustiça. E é por isso que entendemos ser vital o Governo brasileiro reconhecer o papel da ciência, assim como da tecnologia e inovação, para defender nossa soberania enquanto nação e enquanto povo, assegurando os recursos que financiem os avanços na pesquisa que sejam cruciais para vencermos as ameaças que hoje pairam sobre nós”.
(...)
“Alertamos assim o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, assim como os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, para a necessidade de tratar a ciência como o que ela é: hoje em dia, o fator mais poderoso para vencer ameaças à produção e, além dela, à soberania nacional e à soberania popular, que são indissolúveis. E com isso declaro aberta a 77ª Reunião Anual da SBPC, sob o signo da ciência, da democracia, do amor ao Brasil!”
Os ataques do governo Trump aos cientistas produziram mais uma triste estatística, recém-divulgada pela Capes. Segundo a agência, ao menos 96 pesquisadores brasileiros desistiram de fazer parte de seus cursos de doutorado nos Estados Unidos. Eles teriam acesso a bolsas de doutorado sanduíche naquele país, mas optaram pela mudança de destino ou adiaram a pesquisa.
“Há algumas áreas de pesquisa que têm sido impedidas nos Estados Unidos, projetos que têm sido cortados”, diz a presidente da Capes, professora Denise Pires de Carvalho. A dirigente ressaltou que as desistências ocorreram antes mesmo da solicitação do visto americano.
“Com certeza, foi algum motivo relacionado ao desenvolvimento do projeto de pesquisa nos Estados Unidos. O coordenador brasileiro, o americano ou os dois decidiram que, nesse momento, é melhor não ir”, afirma.
Pelo programa de doutorado sanduíche no exterior, a Capes oferece bolsas às pós-graduações brasileiras. Cabe aos próprios programas decidirem os países de destino junto aos pesquisadores. Entre julho e agosto, a Capes começa a fazer os pagamentos para que os estudantes viajem, em setembro, e desenvolvam parte da pesquisa no país escolhido.
SEM RESTRIÇÃO OFICIAL
Segundo Denise, não há, até o momento, restrição oficial aos estudantes brasileiros nem cortes nas bolsas para os EUA por parte dos programas brasileiros. Mas, por conta do contexto internacional, essa oferta tem caído.
No ano passado, foram concedidas 880 bolsas para os Estados Unidos. Neste ano, a intenção era chegar a 1,2 mil, mas estão previstas apenas 350.
Ela faz um alerta: “Eu chamo a atenção aos alunos e orientadores, dos pós-graduandos e orientadores, que a Capes está preparada para trocar o país de destino, para que não haja prejuízo das teses desses estudantes de doutorado e, no caso do pós-doutor, para que não haja nenhum prejuízo no seu projeto de pesquisa. Para que ele possa voltar para o Brasil e implantar essa nova tecnologia no nosso país”. (Fonte: Agência Brasil. Edição: AdUFRJ)
A AdUFRJ é a casa do professor na UFRJ. Aqui, lutamos e acolhemos. Defendemos melhores condições de trabalho na universidade, brigamos por mais orçamento, organizamos atividades culturais e oferecemos convênios. Defendemos uma nova forma de fazer sindicalismo, sintonizada com a identidade docente e com a defesa incansável da universidade e da democracia — missão que nos honra cumprir desde 1979, quando nascemos com a coragem de combater a ditadura.
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Confira AQUI a publicação especial sobre as atividades do sindicato e como se filiar.
Fotos: Alessandro CostaA AdUFRJ participou, na quarta-feira (2), da reunião da Congregação do IFCS, onde apresentou as ações do sindicato em defesa e no acolhimento dos docentes da UFRJ. A presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, destacou os avanços obtidos graças ao trabalho do sindicato em relação às progressões e promoções docentes, assunto que está em debate no Consuni. “Temos atuado de forma constante nesse tema, sobretudo para reduzir a quantidade enorme de documentos comprobatórios exigida para a progressão”, disse a professora.
Mayra ressaltou também a atuação da AdUFRJ e de outros sindicatos da categoria junto ao MGI para a revisão de uma portaria do ministério que regulamenta a concessão de vale-transporte para os servidores federais. A norma, que prejudicava os docentes, em especial os que atuam em regime de dedicação exclusiva, foi revista esta semana pelo MGI (leia mais informações no box abaixo). “Foi uma vitória de nossa mobilização”, disse Mayra.
Na mesma reunião estavam presentes representantes do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), que acompanham as obras de recuperação e restauro do histórico prédio do IFCS. O diretor-geral do órgão, Francisco Brando, confirmou que o Inepac deu um parecer favorável à imediata obra de reforma elétrica da edificação. “Esse parecer pode dar andamento a essa urgente obra no IFCS, sem que tenhamos que depender de uma autorização expressa do Iphan”, comemorou o diretor da unidade, professor Fernando Santoro.
O IFCS vem passando por obras de estabilização, descritas pelos técnicos do Inepac na reunião. São obras para redução de danos e para evitar acidentes como a queda de rebocos e esquadrias. No meio da reunião, outro problema recorrente da unidade veio à tona: a falta d’água.
Mayra Goulart lembrou, em seguida à apresentação do Inepac, que as condições estruturais preocupantes de várias edificações da UFRJ são tema constante em reportagens do Jornal da AdUFRJ e assunto prioritário para o sindicato. “Fizemos várias reportagens sobre isso, inclusive no IFCS. Eu trabalho aqui e sei como esses problemas afetam nosso dia a dia. Acompanhamos de perto essa situação absurda que vivemos aqui. E na luta pelo orçamento da universidade temos tentado, junto com o Observatório do Conhecimento, sensibilizar os parlamentares e os órgãos governamentais em Brasília para a necessidade da recomposição orçamentária”, disse a presidenta da AdUFRJ.
PLANTÃO
Depois da participação na reunião da congregação, a AdUFRJ montou um plantão presencial para atendimento jurídico e administrativo no IFCS. A professora aposentada Beatriz Bissio, que foi vice-diretora do IFCS, foi uma das associadas atendidas pelo advogado Renan Teixeira. “Marquei por e-mail e fui muito bem atendida. O advogado foi atencioso e espero que eu tenha agora o suporte que preciso”, disse a professora, que tratou de questões relacionadas à aposentadoria e pensão.
Já a professora Adriany Mendonça, do Departamento de Filosofia, ficou sabendo do plantão durante a reunião da congregação e aproveitou para se filiar ao sindicato. “Já deveria ter feito isso há mais tempo, mas acabei não conseguindo e esse plantão foi muito oportuno. Temos que enaltecer todo o apoio que a AdUFRJ tem dado à luta pelas nossas causas. Para mim, por exemplo, o tema das progressões é importantíssimo no momento. A gente tem uma rotina superacachapante e nem sempre dá tempo de reunir os documentos. Temos que dar conta de pesquisa, ensino, extensão e mais a burocracia, e as minhas progressões vão sempre ficando para depois”, disse Adriany, que ainda aproveitou o plantão para se informar sobre os convênios do sindicato com a funcionária Meriane Paula.
O professor Antônio Brasil Jr., do Departamento de Sociologia, buscou orientações sobre planos de saúde e saiu satisfeito. “Já sou filiado ao sindicato, mas o plantão me proporcionou tirar dúvidas aqui no meu local de trabalho. Muito bom”, comentou.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos acatou a reivindicação de dez associações docentes (entre elas, a AdUFRJ) e mudou a aplicação das regras para concessão do auxílio-transporte dos servidores. A partir deste mês, o registro deverá reconhecer a complexidade da atuação dos professores, que podem exercer suas funções em múltiplos locais e são isentos do controle de ponto.
O governo agora utilizará dois códigos apenas em seu sistema de gestão de pessoal para recebimento do auxílio-transporte: o código 1004, descrito como efetivo deslocamento, para servidores que não aderiram ao Programa de Gestão de Desempenho (PGD), situação que enquadra os docentes; e o código 1005 para servidoras e servidores que aderiram ao PGD.
“Aquilo que definia que nosso auxílio-transporte tinha que ser declarado como trabalho presencial sem adesão ao PGD mudou. Agora é efetivo deslocamento para o local de trabalho”, afirmou a presidente da Associação dos Docentes da UFRRJ, professora Elisa Guaraná, em vídeo divulgado no portal da entidade. “Isso parece pequeno, mas foi uma grande vitória. Nós não mais confundimos nosso auxílio-transporte com frequência. Isso acabou”.
A ADUR agora pressiona a reitoria para a implementação das mudanças no sistema daquela instituição. A reportagem entrou em contato com a pró-reitoria de Pessoal da UFRJ para buscar esclarecimentos sobre a alteração do registro, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Desde a publicação das instruções normativas do governo em fevereiro, a AdUFRJ combatia a forma de registro que havia sido implementada. “Em virtude da Dedicação Exclusiva, os professores dão palestras, vão a bancas, fazem trabalho de campo, entre outras atividades. Não tem lógica o registro da presença física”, disse a presidenta da associação, professora Mayra Goulart. (Kelvin Melo)
O peso das emendas parlamentares no chamado Orçamento do Conhecimento foi um dos aspectos abordados pela presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, em sua apresentação na audiência pública que debateu a obrigatoriedade de execução de emendas parlamentares individuais e de bancada de caráter impositivo, na sexta-feira passada (27), no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
A audiência foi convocada pelo ministro Flávio Dino, relator de três Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs), de números 7.688, 7.695 e 7.697, que questionam no STF a obrigatoriedade de execução dessas emendas.
Além de representantes do Executivo — como o advogado-geral da União, ministro Jorge Messias — e do Legislativo, o encontro contou com a participação de especialistas da academia e de entidades da sociedade civil. Mayra Goulart foi convidada na condição de pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento e coordenadora do Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada (LAPPCOM) da UFRJ.
“Não falo aqui como especialista no fenômeno das emendas parlamentares, até porque estamos diante de um processo em curso, cujos desdobramentos escapam a qualquer pretensão de domínio técnico ou previsibilidade. Meu lugar é o da universidade e da sala de aula — é a partir dela que me aproximo desse tema”, disse Mayra.
A professora centrou sua apresentação no estudo de caso do Orçamento do Conhecimento, um monitoramento dos recursos destinados às áreas de Educação Superior, Ciência e Tecnologia feito pelo Observatório do Conhecimento, da qual é coordenadora.
A necessidade de transparência e rastreabilidade das emendas parlamentares — cerne da atuação do ministro Flávio Dino em relação ao tema no STF — foi salientada por Mayra em sua fala. “Emendas individuais devem permitir rastreamento preciso — o cidadão precisa saber quem destinou o recurso, quanto, para onde e com qual finalidade. O mesmo deve ser exigido dos gastos do Executivo”, defendeu a professora.
Em relação ao Orçamento do Conhecimento, Mayra destacou que as emendas têm sido “um vetor relevante de financiamento”, especialmente para instituições de ensino superior: em 2025, 42% do total das emendas foram para essa rubrica, segundo análise do Observatório do Conhecimento. “Quando se observa o repasse de recursos, percebemos que nossas preocupações acerca do risco de que as emendas acentuem as desigualdades encontram respaldo nos dados, haja vista o forte viés concentrador do envio das emendas em termos territoriais. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro responderam por quase metade dos recursos em 2023, enquanto regiões como Norte e Centro-Oeste foram marginalizadas”, mostrou a professora.
Mayra abordou ainda dois aspectos relevantes em relação às emendas. O primeiro é que a descentralização promovida pelas emendas é muitas vezes seletiva, “condicionada à força política das bancadas e à capacidade de mobilização local”. O segundo é que o uso intensivo desses recursos “gera tensões com o planejamento dos gestores locais (reitores) e nacionais (MEC e MCTI), pois privilegia ações pontuais e dispersas (como compra de equipamentos e obras locais) sem articulação com metas estruturantes do PNE ou do FNDCT”.
Fotos: Alessandro CostaEm menos de 72 horas, foram esgotados todos os ingressos disponíveis para a visitação ao Museu Nacional até o fim de agosto. A enorme demanda é um reflexo da saudade do público, que não podia entrar no Palácio de São Cristóvão desde o incêndio de 2018, quando grande parte de suas instalações e milhões de itens do acervo foram destruídos
Desde quarta-feira, os felizardos donos dos tíquetes — todos gratuitos, é bom que se diga — podem conhecer três ambientes, sob a orientação de educadores museais.
Logo à entrada, uma memória de infância de praticamente todos os moradores do Rio e redondezas é desbloqueada: o icônico meteorito Bendegó, símbolo da resiliência do Museu, mantém seu posto. No segundo espaço, acima da escadaria monumental, o destaque é uma conquista recente da instituição: o esqueleto de uma baleia cachalote, com 15,7 metros de comprimento, afixada na nova claraboia do edifício. Já em uma sala lateral, figuram peças restauradas após o incêndio e registros da história do Palácio de São Cristóvão.
O esqueleto da baleia e o meteorito de mais de cinco toneladas justificam o nome da exposição temporária “Entre gigantes - uma experiência no Museu Nacional”, inaugurada na segunda-feira (30) pelo ministro da Educação, Camilo Santana. “Este ato de hoje tem um simbolismo muito forte, porque o Museu é um patrimônio do povo brasileiro”, disse o ministro, que garantiu o empenho do governo para a conclusão da obra.
CAPTAÇÃO DE RECURSOS
A entrega da reforma completa do Museu está estimada em R$ 516,8 milhões de reais (sem considerar recomposição do acervo). Deste total, foram captados R$ 347,2 milhões (67% da meta), de diferentes fontes. O BNDES contribuiu com R$ 100 milhões; parlamentares, com R$ 56,4 milhões; MEC, com R$ 44,3 milhões e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com R$ 20 milhões. Empresas do setor privado entraram com mais R$ 122,3 milhões, além das doações de pessoas físicas (R$ 68 mil) e dos rendimentos financeiros (R$ 3,5 milhões).
O reitor Roberto Medronho agradeceu o apoio do MEC e demais financiadores para a reforma. “Para nós, hoje é um marco do início do processo de reabertura do Museu. Esse museu é um ícone nacional, não só histórico-cultural, mas também científico. Nós formamos aqui pesquisadores para o mundo inteiro. É uma instituição de reputação internacional”, disse.
PROCESSO COMPLEXO
A expectativa é que o Museu seja totalmente reaberto entre 2027 e 2028. Vice-diretora da unidade, a professora Andrea Ferreira da Costa explicou as dificuldades para a reforma de um prédio histórico. “Não é só emboçar e pintar e entrar. Existe toda uma arqueologia do edifício, com mais de 12 mil metros quadrados. Vamos fazendo as entregas aos poucos”.
Muitos acervos estão prometidos para o Museu, mas ainda não foram recebido por falta de espaço. “Estamos construindo ainda os espaços de reserva técnica. São várias etapas que dependem uma da outra” (veja no quadro como está a reforma).
“O museu, enquanto instituição de pesquisa e ensino, nunca parou. Os programas nunca deixaram de funcionar. Apesar de tudo. A gente continua cumprindo nossa missão de pesquisa, ensino e extensão e trabalhando para abrir o museu para a sociedade o quanto antes”, concluiu Andrea, que representou a direção no evento.
O diretor, professor Alexander Kellner, em viagem ao exterior, enviou um convite para a sociedade, via assessoria de imprensa. “Esta é uma programação que evidencia a resiliência dos trabalhadores do Museu, a excelência das ações de restauro que estão em andamento e, claro, a relevância científica dos nossos acervos para ampliação do acesso ao conhecimento. É um momento histórico: poder, mesmo que por pouco tempo, abrir uma pequena parte do palácio para visitação! Toda a sociedade está convidada a participar dessa nova fase do Museu!”, afirmou.
BALEIA “CEARENSE” É UMA DAS ATRAÇÕES
A grande novidade da exposição é o esqueleto de uma baleia cachalote, que encalhou e morreu na praia de Curimãs, no Ceará, em janeiro de 2014. O animal, por questões de saúde pública, ficou enterrado no local durante seis anos até ser solicitado para o acervo do Museu Nacional. Em um primeiro momento, de 2021 a 2024, a estrutura ficou em exposição na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, e agora, finalmente, está em sua nova casa.
“Imagina a criança poder ver um animal desta magnitude. É de uma importância que a gente não consegue medir. É despertar no coração dela que o Museu continua vivo e está em processo de reconstrução”, afirma o biólogo Antonio Carlos Amâncio, especialista em osteomontagem — técnica de reconstrução e montagem de esqueletos de animais.
Responsável pelo processo de restauro até a montagem final da baleia, Antonio comemora o resultado. “Em virtude de todos os desafios que fizeram parte dos processos executados com esse exemplar, a sensação de dever cumprido é indescritível”.
STATUS DA REFORMA
CONCLUÍDOS: Fachadas e coberturas dos blocos 1, 2 e 3 restaurados: 80% dos telhados do Paço estão refeitos; 75% das fachadas de todo o palácio restauradas •Claraboia sobre a escadaria monumental de mármore instalada • Esculturas centenárias de mármore de Carrara restauradas. Réplicas já instaladas no coroamento do palácio. • Centenas de réplicas de ornamentos artísticos e históricos produzidas •Projetos técnicos de arquitetura e complementares concluídos. Entre eles: Arquitetura e Restauro do palácio e seu prédio anexo; e recuperação dos jardins históricos.
EM ANDAMENTO: •Reforma e ampliação do prédio Alípio de Miranda Ribeiro (anexo ao palácio) •Reforço estrutural de vãos e consolidação de alvenarias nos blocos 2 e 3 •Execução de lajes nos blocos 2 e 3 •Instalação de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) e captação de águas pluviais.