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WhatsApp Image 2025 05 14 at 18.57.49 15Apuração dos votos na UFRJ - Foto: Kelvin MeloSilvana Sá e Kelvin Melo

A Chapa 1 – Andes pela Base: Diversidade e Lutas venceu, na UFRJ, a eleição para a diretoria do sindicato nacional. O grupo representa o coletivo que dirige o Andes há mais de 20 anos. Foram 269 votos contra 141 da segunda colocada, a Chapa 4 – Oposição para Renovar o Andes. A Chapa 3 – Andes Classista e de Luta conquistou 31 votos. Já a Chapa 2 – Renova Andes obteve 18 votos. Houve, ainda, 3 brancos e 3 nulos.
Foram às urnas apenas 465 docentes, de um total de 3.497 professores aptos a votar. A participação é a menor desde 2016, quando o pleito teve chapa única. O resultado também segue na contramão do que ocorre nas eleições para a AdUFRJ. Os pleitos para a diretoria da seção sindical apresentam desde 2015 participação sempre igual ou superior a 40% do colégio eleitoral. Nas eleições de 2023, por exemplo, 1.499 professores compareceram às urnas, cerca de 45% do total de aptos a votar.
Os números desta eleição também indicam o encolhimento do Coletivo Renova Andes, hoje dividido em duas chapas. A tendência de subida de sua representatividade, confirmada até 2023, foi interrompida no pleito deste ano. Somadas, as chapas 2 e 4 obtiveram 5.964 votos. Em 2023, o grupo conquistou 6.733 votos.WhatsApp Image 2025 05 14 at 18.57.49 14
Na UFRJ, o coletivo também alcançou seu ápice em 2023. Este ano, após o racha, as duas chapas juntas receberam apenas 159 votos, contra 437 da eleição passada.
A Chapa 1 também reduziu seu alcance. Caiu de 7.058 para 6.452 votos, entre 2023 e 2025, em nível nacional. Na UFRJ, houve queda de 275 para 269 votos nos dois últimos pleitos.

ANÁLISES
Ao final da apuração, a reportagem ouviu as duas representantes de chapas que acompanharam todo o processo de contagem dos votos. “A vitória da chapa 1 é um demonstrativo que a nossa categoria deseja, de fato, a manutenção de um projeto político de um sindicato autônomo. Isso é fundamental”, avaliou a professora Fernanda Vieira, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos e candidata a secretária-geral do sindicato nacional pela chapa 1. “Fico muito feliz com este resultado. Agora precisamos discutir como unificar (a categoria) para construir lutas potentes em defesa da nossa carreira e contra a precariedade das nossas condições de trabalho”.
O quórum na UFRJ caiu bastante em relação a 2023, quando 771 professores foram às urnas. Para a representante da chapa 1, o problema é um sintoma de esvaziamento geral dos espaços universitários. “Eu percebo um esvaziamento da universidade, que não é só da nossa categoria. Mas também de estudantes, do corpo técnico e até da sociedade de forma geral. Esse debate das ausências precisa ser construído de uma forma fraterna”, afirmou Fernanda.
Já a professora Eleonora Ziller, da Faculdade de Letras e representante da chapa 4 na UFRJ, parabenizou a chapa 1 pela vitória, mas atribuiu o reduzido quórum às turbulências do processo eleitoral. A chapa 4, de oposição à diretoria nacional, foi excluída do processo eleitoral por supostas irregularidades e precisou garantir na Justiça o direito à participação no pleito. Algo que, de acordo com Eleonora, tomou muito tempo da campanha.
“Tivemos uma vitória extraordinária na Justiça, com comprovação de que cumprimos o regimento e que a exclusão da chapa foi autoritária, mas tivemos dificuldade de fazer campanha, de chegar aos docentes, avaliou Eleonora. “Os professores que não se viram representados na eleição se afastaram. O quórum é uma derrota para todo mundo”, disse. “Até onde estou acompanhando, no quadro nacional, a eleição está seguindo o perfil da UFRJ. O quórum reduzido indica que foi uma eleição de militância, como era no passado”, lamentou.
Representante da Comissão Eleitoral Local, a vice-presidenta da AdUFRJ, professora Nedir do Espirito Santo, agradeceu a todos que participaram do pleito. “Foi uma eleição bem tranquila, sem nenhuma ocorrência. E a apuração correu em um clima bastante cordial”, elogiou.

RESULTADO NACIONAL
Em nível nacional, a eleição do Andes repetiu parcialmente o resultado da UFRJ. A chapa 1 obteve o primeiro lugar na disputa, com 6.452 votos; a chapa 4 ficou em segundo lugar, com 3.574 votos. Houve mudanças de posição em relação às chapas 2 e 3: a chapa 2 ocupou o terceiro lugar, com 2.390 votos; e a chapa 3 foi a quarta colocada, com 2.015 votos.
A participação nacional também mostrou queda. Em 2023, 16.351 docentes foram às urnas. Este ano, 14.431 professores compareceram aos locais de votação. Uma redução de 11,74%. Pelas redes sociais, a chapa 2 saudou os apoiadores. “A Chapa 2 Renova Andes agradece aos 2.390 eleitores. O Fórum Renova Andes prosseguirá sem descanso em sua luta por um Andes-SN de todas e de todos”. A chapa 3 também agradeceu os votos recebidos e afirmou que seguirá em defesa “da democracia sindical e contra o burocratismo e o aparelhamento”.

WhatsApp Image 2025 05 14 at 18.57.49 16

WhatsApp Image 2025 05 14 at 18.57.49 9Fotos: Arquivo PessoalNem as áreas mais isoladas e protegidas do Brasil estão livres dos agrotóxicos. Um estudo conduzido por pesquisadores da UFRJ demonstrou que 17 tipos diferentes de veneno estão presentes em ambientes aquáticos dos parques nacionais do Itatiaia e da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, a mais de dois mil metros de altitude. Alguns dos compostos, como o clorpirifós e o diazinon, foram encontrados em concentrações acima dos padrões considerados seguros para organismos humanos e o meio ambiente.
“As consequências são imprevisíveis. São áreas de alto endemismo, há espécies que só ocorrem no tipo de ambientes que estudamos. O estudo mostra que pode haver sérios danos à biodiversidade nesses locais”, alerta o professor Cláudio Parente, um dos autores do artigo “Ocorrência de agrotóxicos de uso atual em sedimentos de lagos e áreas alagadas em áreas montanhosas intocadas de parques nacionais brasileiros”, publicado em março na revista científica Environmental Pollution (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0269749125003781) e feito em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade Masaryk, da República Tcheca.
Coordenador do Laboratório de Estudos Ambientais Olaf Malm, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ), Cláudio Parente diz que a presença de agrotóxicos em áreas protegidas mostra que o uso intensivo desses compostos pode ter sérias consequências para o país: “Os agrotóxicos não respeitam fronteiras. Temos dois parques nacionais que são áreas de conservação escolhidas pelo país para serem reservas, ambientes intocados, que chamamos de pristinos. E nem mesmo esses ambientes controlados, com gestão do ICM Bio, estão livres dos agrotóxicos”.
As amostras estudadas foram coletadas em 2017 em lagos e áreas inundáveis dos dois parques. Os sedimentos recolhidos nesses locais indicaram a presença de seis herbicidas, sete inseticidas, quatro fungicidas e dois acaricidas. Os que mais chamaram a atenção foram o clorpirifós, o diazinon e o dissulfoton, inseticidas do grupo dos organofosforados. O clorpirifós foi o mais abundante em quatro das seis amostras coletadas, com concentração 14.589 vezes acima do nível considerado seguro para organismos aquáticos, como microcrustáceos, algas e peixes. Largamente utilizado em lavouras, ele é altamente tóxico e relacionado a abortos espontâneos e problemas neurológicos em fetos e crianças.

PROPAGAÇÃO
O diazinon apresentou níveis até 778 vezes superiores ao limite aceitável, e o dissulfoton apareceu em concentrações até 347 vezes acima do que é considerado seguro para o meio ambiente. Esses dois compostos estão proibidos no Brasil desde 2020. O acetochlor, outro composto encontrado nas montanhas, é altamente tóxico para peixes. Estudos anteriores citados no artigo sustentam que o agrotóxico “é associado a deformidades, disrupções hormonais, malformações neurológicas e mortalidade, e tem potencial para perturbar interações ecológicas e redes tróficas em ecossistemas de água doce”.WhatsApp Image 2025 05 14 at 18.57.49 13COLETA As amostras de sedimento analisadas foram recolhidas pelas equipes em 2017 e mostraram alta concentração de compostos
Na conclusão do artigo, os pesquisadores fazem outro alerta: “As descobertas ressaltam a necessidade de ação urgente para mitigar o impacto da contaminação por pesticidas, particularmente em regiões de alta biodiversidade. Medidas regulatórias aprimoradas, juntamente com práticas agrícolas sustentáveis, são cruciais para proteger esses ecossistemas inestimáveis ​​de maior degradação”.
De acordo com o professor Cláudio Parente, a propagação dos agrotóxicos se dá pelo ar e de três formas distintas. “Podem viajar pelo ar em estado gasoso, ou se associarem a partículas de poeira, ou ainda em aerossóis, pequenas partículas líquidas”, explica. Não é possível saber de onde vieram os compostos. “Pode ser de áreas distantes ou mesmo do cinturão verde da Região Serrana. O fato é que foram detectados em áreas protegidas a mais de dois mil metros de altitude. Isso pode estar ocorrendo, até em maior escala, em áreas como o Pantanal, de forte monocultura. E nas casas de pessoas que vivem em áreas agrícolas, famílias que têm seus filhos, mulheres grávidas, pessoas idosas”, avalia.

DESEQUILÍBRIO
Autora da tese de doutorado que dá base ao artigo, a pesquisadora Patrícia Genázio Pereira, também do IBCCF, destaca o perigo da contaminação das nascentes. “O clorpirifós, por exemplo, tem permanência prolongada em ambientes de água doce e a baixas temperaturas, como as encontradas nos dois parques nacionais. São áreas de nascentes, e a deposição dos agrotóxicos ali pode causar sérios riscos. A água vai servir ao consumo humano nas bacias que se formam a partir dessas nascentes. Nós todos estamos expostos, mesmo que de forma indireta”, diz Patrícia.
A pesquisadora se disse impressionada com a quantidade de compostos encontrada. “É um mix muito grande, e isso nos deixou alarmados. Nós vamos para essas reservas naturais e protegidas achando que estamos em um lugar imaculado, que vamos beber água da fonte sem problema nenhum. E na realidade não é isso que acontece. Esses agrotóxicos são aplicados em áreas muito distantes e viajam pelo ar até chegar ali, contaminando tudo, a água, o solo, os animais”, observa ela.
Patrícia avalia que todo o ecossistema pode ser afetado: “Fizemos uma análise de coeficiente de risco e oito agrotóxicos apresentam risco muito grave para a biota local. Alguns compostos atingem mais as algas, outros os microcrustáceos, outros os peixes. Mas tudo isso faz parte de um ecossistema que está equilibrado. Se você compromete as algas, os microscrustáceos se alimentam delas, e eles servem de alimento aos peixes. Isso gera um desequilíbrio grande”.
WhatsApp Image 2025 05 14 at 18.57.49 12SEDIMENTOS. O material foi coletado no fundo de lagos e áreas inundáveis dos dois parques nacionais administrados pelo ICMBioDe acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), com base no ano-safra de 2021, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. São, em média, 10,9 kg de venenos em cada hectare. Os Estados Unidos usam 2,85 kg/hectare, e a China, 1,9 kg/hectare. Desde 2008, o Brasil lidera o ranking no uso de venenos no campo. “É um modelo que o país escolheu, extremamente atrelado a um viés capitalista, e a gente não quantifica o preço disso para o país. Qual o impacto disso no SUS, nas doenças causadas pelo uso intensivo de agrotóxicos? É preciso tornar isso público para além da academia. Se foram capazes de chegar tão longe, quão perto podem estar?”, indaga o professor Cláudio Parente.

Santuários ameaçados

As duas áreas escolhidas para o estudo estão entre as mais antigas unidades de conservação do Brasil. O Parque Nacional do Itatiaia foi o pioneiro. Criado em junho de 1937, ele está situado no alto da Serra da Mantiqueira e inclui áreas dos municípios de Itatiaia e Resende, no Rio de Janeiro, e de Bocaina de Minas e Itamonte, em Minas Gerais. As altitudes variam de 600 a 2.791 metros, em seu ponto culminante, o Pico das Agulhas Negras.
A parte mais alta do parque, conhecida como Planalto do Itatiaia, abriga campos de altitude e vales suspensos onde estão nascentes de 12 bacias hidrográficas regionais, que formam duas bacias principais: a do Rio Grande, afluente do Rio Paraná, e a do Rio Paraíba do Sul, o mais importante do Rio de Janeiro.
Já o Parque Nacional da Serra dos Órgãos foi criado em novembro de 1939 e é o terceiro mais antigo do país — o segundo é o do Iguaçu, de janeiro de 1939. Está situado na Serra do Mar e abrange áreas dos municípios fluminenses de Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim. De acordo com o ICMBio, o parque abriga mais de 2.800 espécies de plantas, 462 espécies de aves, 105 de mamíferos, 103 de anfíbios e 83 de répteis, incluindo 130 animais ameaçados de extinção.

A chapa 1 venceu, na UFRJ, a eleição para a diretoria do Sindicato Nacional. Foram 269 votos contra 141 da segunda colocada, a chapa 4. A chapa 3 conquistou 31 votos. Já a chapa 2, 18. Houve, ainda, 3 brancos e 3 nulos.  A apuração nacional começa ainda hoje, a partir dos envios dos resultados locais pelas seções sindicais.

"A vitória da chapa 1 é um demonstrativo que a nossa categoria deseja, de fato, um projeto político de um sindicato autônomo. Isso é fundamental", avaliou a professora Fernanda Vieira, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos e candidata a secretária-geral do Sindicato Nacional pela chapa 1. "Fico muito feliz com este resultado".

O quórum do pleito na UFRJ caiu bastante em relação a 2023, quando 771 professores foram às urnas. "Eu percebo um esvaziamento da universidade, que não é só da nossa categoria. Mas também de estudantes, do corpo técnico e até da sociedade de uma forma geral. Esse debate das ausências precisa ser construído de uma forma fraterna", afirmou Fernanda.

Já a professora Eleonora Ziller, da Faculdade de Letras e representante da chapa 4 na UFRJ, atribuiu o reduzido quórum às turbulências do processo eleitoral. A chapa 4, de oposição à diretoria nacional, foi excluída do processo eleitoral por supostas irregularidades e precisou garantir na Justiça o direito à participação no pleito.  Mas isso tomou muito tempo da campanha.

"A chapa teve dificuldade de fazer campanha, de chegar aos docentes. Os docentes que não se viram representados na eleição se afastaram. O quórum é uma derrota para todo mundo", disse. " Até onde estou acompanhando, no quadro nacional, a eleição está seguindo o perfil da UFRJ, com um quórum baixíssimo. E o quórum reduzido indica que foi uma eleição de militância, como era no passado", lamentou.

Representante da Comissão Eleitoral Local, a diretora da AdUFRJ Nedir do Espirito Santo agradeceu a todos que participaram do pleito. "Foi uma eleição bem tranquila, sem nenhuma ocorrência. E a apuração correu em um clima bastante cordial", elogiou.

Confira abaixo o mapa da votação na UFRJ

mapa andes

Entre os dias 7 e 9, o “Conhecendo a UFRJ 2025” tomou conta do campus da Cidade Universitária. O evento apresentou a universidade para os estudantes do ensino médio. 
Na cerimônia de abertura no auditório do Centro de Tecnologia, o reitor Roberto Medronho contou a história de criação da UFRJ e destacou algumas contribuições da instituição para a sociedade brasileira. “O pré-sal surgiu de pesquisas desta universidade. O pesquisador que descobriu a doença de Chagas, Carlos Chagas, foi aluno e professor desta casa”, disse.
A programação do “Conhecendo” previa uma série de palestras sobre os 175 cursos de graduação. A pró-reitora de Graduação, Maria Fernanda Quintela, afirmou que o objetivo é inspirar sonhos. “Estamos muito vibrantes em receber vocês e mostrar o que estamos construindo na universidade. Ao entrarem na UFRJ, vocês vão ajudar a construir o futuro”.
Pró-reitora de Extensão, a professora Ivana Bentes abordou o impacto da universidade na trajetória dos jovens. “A UFRJ é um multiverso. Essa universidade muda a vida da gente e abre vários campos de possibilidades. É uma experiência transformadora”.

Foto: Fernando Souza
 
Nesta segunda (5), houve o debate entre as quatro chapas que disputam as eleições do Andes. A atividade aconteceu no Auditório Samira Mesquita, no térreo do edifício Jorge Machado Moreira, no Fundão.
Por ordem de sorteio, a representante da Chapa 4, professora Maria Carlotto, iniciou o debate. Participaram ainda representantes da Chapa 1, professora Fernanda Vieira; da Chapa 2, professor Eudes Baima; e da Chapa 3, professor Gean Santana.
O debate — transmitido ao vivo — está disponível no canal da AdUFRJ no YouTube. 
 
Foto: Silvana Sá
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