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c4db4975 8f0c 42ac a590 829ae71933a1Contar a história inspiradora de mulheres na Ciência para outras mulheres que inspiram com a sua atuação acadêmica, sindical e política. Assim foi o lançamento, em Brasília, do filme “Ciência: luta de mulher”, produzido pelo Observatório do Conhecimento. Cientistas, professoras da educação básica, representantes sindicais e do Congresso estavam na plateia. No Rio, o lançamento do filme aconteceu na sexta-feira (29), no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

Vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório, a professora Mayra Goulart abriu o evento falando sobre o propósito do filme. “Queremos inspirar as jovens, a partir da história de quatro cientistas bem-sucedidas, a acreditar que elas podem ser cientistas também”, disse Mayra, que espera que o filme promova um amplo debate. “Nossa intenção é que em todo lugar que o filme for exibido haja um aprofundamento da discussão do aumento da presença das mulheres em lugares de poder”, explicou.

Para a professora, é importante que o filme seja exibido em escolas e universidades. “Enquanto idealizadora, acredito que o documentário seja útil para mostrar que mulheres com diferentes origens, perfis e saberes podem ser cientistas. Eu defendo que a Ciência deva ser um espaço de diversidade, tanto nas trajetórias de seus ocupantes como em seus fazeres”.

Esse anseio foi compartilhado por algumas convidadas. “O filme é inspirador, é a materialização do ‘esperançar’ de Paulo Freire”, elogiou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que fez um paralelo entre a luta por espaço das mulheres na Ciência e na política. “O sexismo é estruturante, se expressa em vários segmentos da sociedade. A Ciência e a política são atividades de ressignificação e de transformação, espaços que precisam ser ocupados por mulheres”, defendeu a parlamentar.

A intenção do Observatório do Conhecimento é levar o filme às escolas de educação básica. Presente ao lançamento, a professora Vilmara do Carmo, coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), apoiou a ideia. “Fazendo o circuito do documentário, nós vamos ajudar a desconstruir barreiras, para que as nossas alunas possam de fato ter a liberdade de escolher que área da Ciência querem abraçar como carreira”, disse.

Para Vilmara, o filme passa a sua mensagem com muita tranquilidade. “Adorei. Me emocionei várias vezes. Acho que nossas alunas e alunos vão gostar muito”. Ela ainda fez um paralelo entre a Ciência e o sindicalismo como espaços de luta. “O movimento sindical também é um espaço difícil para nós [mulheres] ocuparmos. Mas hoje, graças à luta das mulheres que me antecederam, é mais fácil. Tenho que reconhecer a luta delas. É uma luta permanente, ela não se encerra”, explicou a professora.

O evento abriu espaço para outras mulheres falarem sobre seus trabalhos. Foi o caso das professoras Roseany de Vasconcelos Vieira Lopes e Mônica Cristina França, responsáveis pelo projeto “Elas na Engenharia”, que realiza palestras e atividades para alunas do ensino médio, incentivando o acesso das estudantes às carreiras de Ciências exatas. O projeto foi desenvolvido a partir de um estudo que detectou o alto índice de abandono de mulheres dos cursos de Engenharia do campus do Gama da UnB, onde Roseany leciona. Mônica é professora do ensino médio em uma escola da rede pública do Gama.

Rio tem depoimentos emocionantes

O lançamento no Rio aconteceu na noite de 29 de maio. As professoras Tatiana Roque e Tatiana Sampaio falaram de suas experiências enquanto mulheres cientistas. A mesa de abertura foi conduzida pela professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ. Houve, ainda, a participação das estudantes Natália Trindade e Júlia Vilhena, do DCE. Após a exibição do documentário "Ciência: Luta de Mulher", a noite ficou ainda mais completa com o depoimento de uma das personagens do filme, Nina da Hora. Cintia, filha de outra protagonista do filme, a professora Ísis Abel, também fez um relato emocionado. Veja algumas fotos de Alessandro Costa.

 

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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

Esta é uma alvissareira edição do Jornal da AdUFRJ. Em quatro páginas, mostramos os bastidores de Ciência: Luta de Mulher, documentário produzido pelo Observatório do Conhecimento. O filme tem 17 minutos e será lançado no dia 26, em Brasília, e no dia 29, às 18h, no Rio, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. Todos, todas e todes serão bem-vindos.
O documentário começou a ser idealizado em fevereiro e as filmagens duraram dez dias. A produção atravessou o Brasil atrás de personagens que retratassem a pluralidade e a diversidade da produção da Ciência feita pelas mulheres no país. O resultado é virtuoso e pode inspirar meninas e jovens a se aventurarem pelo caminho acadêmico.
Quatro protagonistas contam suas próprias histórias: Helena Padilha, Isis Abel, Maria da Glória Teixeira e Nina da Hora. Todas mulheres, duas brancas, duas pretas, idades diversas, vozes de Pernambuco, Pará, Bahia e Rio de Janeiro, três delas professoras de universidades federais e uma cientista da Computação e pesquisadora de temas ligados à segurança digital.
“Queríamos que o filme refletisse diferentes perfis de trajetórias e diferentes fazeres que podem ser entendidos como Ciência”, explica a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ e idealizadora do documentário. “Em vez de ser concebido para ressaltar mulheres que são grandes cientistas, nosso enfoque é outro: encorajar jovens mulheres que não se veem representadas, necessariamente, nesses grandes exemplos já consolidados”.
As trajetórias das quatro pesquisadoras se entrelaçam no decorrer do filme e carregam o espectador para uma multiplicidade de Brasis, todos unidos pela universidade pública. “Fazer o filme fortaleceu a minha vontade de defender o que é público. As universidades públicas têm um papel fundamental no desenvolvimento humano e do país. E nós temos visto o que elas têm passado aqui no Brasil”, conta Rithyele Dantas, diretora do filme.
Para nós, da diretoria da AdUFRJ, é uma honra ter o sindicato envolvido nesse projeto inspirador e comprometido com o futuro de uma Ciência inclusiva, feminista, corajosa e diversa. Que venham mais inciativas desse tipo, que liguem Arte e Ciência, e que carreguem a aventura da universidade para o mundo mágico das telonas e telinhas. A plateia agradece.
Boa leitura! E vejam o filme!

WhatsApp Image 2022 04 26 at 17.28.04Como uma mulher enfrenta a estrutura machista da sociedade brasileira para desenvolver com sucesso uma carreira de pesquisadora científica? O filme “Ciência: luta de mulher”, produzido pelo Observatório do Conhecimento, tenta responder a essa pergunta contando as vivências de quatro pesquisadoras. O documentário, lançado em Brasília no dia 26, será exibido no Rio de Janeiro na sexta (29), no Fórum de Ciência e Cultura, e vai percorrer todas as associações docentes que integram o Observatório. Depois ficará disponível no YouTube.
A produção dá voz a quatro personagens: Helena Padilha, professora aposentada da UFPE, Maria da Glória Teixeira, professora de Medicina da UFBA, Isis Abel, professora da UFPA, e Nina da Hora, cientista da Computação e pesquisadora de temas ligados à segurança digital e hackativista. As quatro são de diferentes gerações, mas têm em comum uma carreira bem-sucedida desenvolvendo conhecimento.WhatsApp Image 2022 04 20 at 16.04.48
As personagens foram escolhidas no intuito de que suas histórias servissem de espelho e incentivo para outras mulheres. O que explica também a presença de duas mulheres pretas, Isis e Nina, entre as protagonistas. A professora Nedir do Espirito Santo, diretora da AdUFRJ, concorda que o perfil das personagens retratadas pode aumentar nas jovens o desejo de ingressar na carreira acadêmica, graças a uma forte identificação. “Existem diversas iniciativas contando a história de grandes cientistas, mas às vezes o sucesso da pessoa é tão grande que uma trajetória parecida parece utópica para quem assiste. Se você conta uma história real, atingível, a jovem vê ali uma oportunidade mais clara, uma perspectiva real de carreira, de sucesso”, ponderou a professora.
O documentário levou dois meses e meio de produção, com dez dias de filmagens na Bahia, Pernambuco, Pará e Rio de Janeiro. E estar na presença daquelas quatro mulheres e ouvir as suas histórias foi um processo enriquecedor para a diretora do filme, Rithyele Dantas. Ver que na Ciência as mulheres passam por desafios semelhantes aos impostos a elas em toda a sociedade provocou na diretora uma profunda reflexão. “Observei como existe de fato uma sensibilidade, uma garra na mulher que está na Ciência. Sem romantizar isso. Ela enfrenta os desafios particulares daquele espaço e da sociedade”, contou.
Jornalista de formação, Rithyele trabalha com Comunicação e Política. Para ela, ouvir aquelas histórias foi a oportunidade de registrar as memórias daquelas mulheres, e ainda transformou sua percepção sobre outros temas. “Fortaleceu a minha vontade de defender o que é público. As universidades públicas têm um papel fundamental no desenvolvimento humano, do país e do mundo. E nós temos visto o que elas têm passado aqui no Brasil”, explicou.
WhatsApp Image 2022 04 20 at 16.06.15Contar a própria história fez a professora Isis Abel refletir sobre a sua vida e sobre as dificuldades que ela enfrentou na trajetória acadêmica. Formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ela fez o mestrado na USP e voltou a sua alma mater para o doutorado. Há dez anos é professora da UFPA, onde coordena o Laboratório de Epidemiologia e Geoprocessamento do Instituto de Medicina Veterinária, no campus de Castanhal, a 70 quilômetros de Belém. “As entrevistas me fizeram revisitar a minha história, me fizeram refletir e me enxergar nesse processo, como se estivesse vendo de fora tudo que aconteceu”, contou. Essa perspectiva a fez perceber dificuldades que ela não tinha percebido até então, e a ausência de mulheres em cargos de referência nos espaços que frequentava.
Sua expectativa é de que sua história possa servir de inspiração e motivação para outras mulheres, especialmente as jovens. “Eu fico imaginando que outras mulheres podem olhar para a minha história e acreditar que podem”, contou. “Espero que as meninas que estão no processo de conhecer, ou que estejam se sentindo impotentes ou incapazes, vejam que é possível, porque as mulheres negras precisam dessa inspiração”.

 

WhatsApp Image 2022 04 20 at 15.45.20Ciência: Luta de Mulher enfrenta o desafio de mostrar a diversidade brasileira na produção científica. Para isso, as idealizadoras do projeto atravessaram o país e encontraram personagens que retratam essa virtuosa pluralidade. “Queríamos que o filme refletisse diferentes perfis de trajetórias pregressas”, conta Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ e uma das participantes de todas as etapas da produção. A seguir, a professora de Ciência Política da UFRJ detalha a história do documentário que será lançado dia 26, em Brasília, e dia 29, no Rio, às 18h, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

Jornal da AdUFRJ - Como surgiu a ideia do documentário “Ciência: luta de mulher”?
Mayra Goulart - Esta temática já estava no planejamento do Observatório quando eu ingressei na diretoria da AdUFRJ. A proposta já estava presente no calendário das atividades para o mês das mulheres. O calendário foi definido em diálogo com outras entidades que trouxeram propostas para destacar o papel das mulheres na Ciência. Daí surgiu a ideia do documentário.

Na sua avaliação, qual é a importância de jogar luz sobre a presença das mulheres na Ciência?
Eu estudo representação política de mulheres na Câmara dos Deputados, acompanhando as deputadas eleitas em 2018, e mapeando as suas trajetórias prévias e performances atuais no Parlamento. Tenho interesse particular nessa área de representação de mulheres, e a Ciência, assim como a Política, é um campo de histórica sub-representação de mulheres. Outro ponto importante, que conecta minha trajetória pessoal com a concepção do documentário, é a ênfase na ideia de interseccionalidade, uma vez que vem a corroborar uma série de leituras acerca do tema, além das vivências dentro do campo. Faço essa associação a partir de leituras sobre feminismos que reforçam a ideia de que as opressões são interseccionais, ou seja, elas se acumulam, se multiplicam e têm interseções.

E como essa interseccionalidade influenciou a concepção do filme?
Achamos interessante mudar um pouco o enfoque do documentário, porque seria um documentário clássico abordando as carreiras de mulheres cientistas que têm contribuições mais renomadas. Eu quis mudar um pouco esse enfoque para não ser sobre a perspectiva de quem já chegou, mas de quem quer chegar ou de quem pode chegar.

Como assim?
Em vez de ser concebido para premiar ou ressaltar mulheres que são grandes cientistas, mostrando que o sucesso na carreira foi possível para algumas mulheres, o enfoque passa a ser outro: encorajar jovens mulheres que não se veem representadas, necessariamente, nesses grandes exemplos. Daí a ideia de escolher personagens que conseguiram furar as barreiras, transcender os diferentes obstáculos que permeiam esse campo da Ciência, ou seja, a ideia foi mostrar, a partir de trajetórias que refletem esse campo da interseccionalidade das opressões, que os obstáculos são possíveis de serem transpostos. E uma outra questão, paralela a essa, foi mostrar a diversidade de fazeres de mulheres na Ciência, a diversidade de perfis, de fazeres. Ou seja, mulheres diferentes, com perfis diferentes, fazendo coisas diferentes.

E isso estabeleceu os critérios para buscar as personagens para o documentário? Como vocês escolheram as personagens?
Foi a partir do critério da diversidade. Queríamos exatamente isso que eu acabei de te falar: que o filme refletisse diferentes perfis de trajetórias pregressas e diferentes fazeres que podem ser entendidos como Ciência. Foi a partir do critério da diversidade que escolhemos essas quatro mulheres.
E veio daí a ideia de não falar de mulheres cientistas que atuam nas maiores universidades do Brasil, como, por exemplo, a UFRJ, a USP ou a Unicamp?
Exatamente. Foi fazer uma coisa que fugisse desse esquema mais tradicional. Por acreditar que isso já existe. É importantíssimo, não vou tirar o mérito desse discurso, ele é muito importante. Mas já tem bastante. Já tem filme na Netflix sobre Marie Curie, já existe uma série excepcional da Fiocruz sobre o tema. Por isso a proposta de contribuir de modo diferente, encorajando aquelas mulheres que não veem nessas trajetórias consolidadas um lugar de reconhecimento.

E quando você fala que já existe bastante material contando a história de mulheres nessas que são as maiores universidades, significa que a discussão sobre a presença feminina já está mais avançada em lugares como a UFRJ, a USP ou a Unicamp?
De modo algum. É que já existem alguns documentários sobre as mulheres na Ciência que apresentam a proposta de um trabalho muito bom nesse sentido. De falar de grandes mulheres cientistas. Nós sabemos que mulheres podem ser grandes cientistas, então não precisávamos provar isso no filme. Nossa intenção é dialogar com as diversidades. O documentário vem como um incentivo para que as mulheres, em toda a sua diversidade, continuem nessa luta. Queremos atingir um público jovem, esperando que o filme funcione como um incentivo para eles, reconhecendo esses obstáculos e não fazendo vista grossa, e mostrar que é possível ter estratégias de superação. Queremos falar com mulheres que já estão no processo, mas que estão se sentindo desestimuladas a atravessar os obstáculos da vida acadêmica. Por isso o nome “Ciência: luta de mulher”.

Estamos em um cenário de ataque à Ciência e ao seu financiamento. Como este momento político aparece no filme?
Nós procuramos abordar o contexto político de maneira colateral. Ele aparece, mas não é o mote do nosso documentário, exatamente porque a gente acha que esse é um contexto que pode ser superado, e vai ser superado. E nem por isso a vida das mulheres vai se tornar mais fácil, já que os obstáculos que elas encontram para serem reconhecidas como cientistas transcendem o bolsonarismo, o que não significa negar seu caráter intrinsecamente misógino. Não é tanto falar de rupturas, mas da importância da continuidade, de continuar a nossa luta pela Ciência.

E essa é uma das lutas que devem ser travadas por cientistas no Brasil hoje?
Exatamente. É uma das lutas. Vamos ter que disputar dentro do campo com os homens, e vamos ter que disputar fora do campo junto com os homens. São lutas que se sobrepõem.

WhatsApp Image 2022 04 15 at 10.22.51“Aquele tempo todo que passamos distanciados acabou, retomamos aquela vida que ficou parada, adormecida, em suspenso. Eu fiquei eufórica! Para mim, o mais emocionante foi reencontrar alunos para quem dei uma disciplina do primeiro período antes da pandemia. Cheguei em sala e encontrei meus alunos, eu fiquei emocionada em poder ver aqueles rostos de novo. A vida voltou com toda força. Foi um êxtase estar de volta”

NEDIR DO ESPIRITO SANTO
Professora do Instituto de Matemática e diretora da AdUFRJ

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