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Filme “Privatizações: a distopia do capital”

Foi lançado no dia 9 de outubro, no Museu da República do Rio, o último filme do cineasta Silvio Tendler: “Privatizações: a distopia do capital”. É uma produção, patrocinada pelo Sindicato dos Engenheiros/RJ, que trata do processo de privatização e das artimanhas do capital internacional em aliança com capitalistas brasileiros contra a economia nacional.

Com duração de 56 minutos, o documentário apresenta depoimentos, dados e análises fundamentais para um debate de projeto para o Brasil. Ele pode ser visto em http://migre.me/mjysC.

Transporte interno em fase de mudança

Prefeitura Universitária: nova empresa vai operar sistema a partir de 3 de novembro

Terminal do BRT ainda passa por ajustes

Samantha Su. Estagiária e Redação

14102062Faixa de pedestre só uma semana após inauguração. Foto: Samantha Su - 16/10/2014Uma nova empresa vai assumir o transporte interno da UFRJ em 3 de novembro. E a expectativa da Prefeitura Universitária é que a “RosaMares” deverá suprir as demandas por conforto e menor tempo de espera nos pontos do Fundão. Também será coberto um pequeno aumento do trajeto, agora com a chegada do BRT ao terminal Aroldo Melodia. Segundo o prefeito Ivan Carmo, a nova frota, além de ampliar a quilometragem contratada, terá 16 veículos (em vez dos atuais 12).   

Enquanto isso, a empresa ainda em operação, já multada duas vezes pela UFRJ, vai cumprir com algumas mudanças determinadas pela prefeitura: a linha rápida “Coppead”, durante a manhã, terá mais circulação que a linha para a Vila Residencial, devido à demanda. O objetivo é diminuir o intervalo entre os ônibus e resolver parcialmente os problemas de lotação até a troca das empresas. Os veículos internos autorizados a circular até o BRT são as linhas “Coppead” e “Alojamento”.

Para fiscalizar não só o cumprimento do novo trajeto dos coletivos internos, mas também dos convencionais, a prefeitura pretende redistribuir o turno de alguns fiscais a serviço da universidade: “Estamos tentando com a PR-4 reorganizar esses servidores em turnos para cobrir esses horários. Um de 7h às 16h e outro que vá até 23h. Entramos em contato com o Rio Ônibus (sindicato que representa os consórcios que operam no sistema de transporte do município) e com as empresas, pedindo o cumprimento do itinerário à noite, mas isso não evita que os próprios motoristas burlem. Precisamos ter gente nossa nesse monitoramento”. Segundo o prefeito, a medida não vai provocar aumento no orçamento. 

Ônibus intermunicipais não podem entrar no BRT

Sobre o BRT, Ivan informou que ainda faltam duas plataformas a serem construídas —  sem previsão de entrega — e algumas adequações: “Aquele terminal não é para linhas de ônibus intermunicipais e eles estão passando por lá. Podem entrar os ônibus que vêm da Ilha para o Centro e continuam indo até a passarela. Falaram que haveria o ajuste até segunda-feira (13), mas ainda não foi resolvido”. De fato, a reportagem do Jornal da Adufrj registrou uma linha intermunicipal dentro do espaço do BRT no dia 16.

Faixa de pedestres foi pintada

A faixa de pedestres, entre o IPPMG/Escola de Educação Infantil e o BRT, foi pintada no local apenas uma semana depois da inauguração do terminal. Uma rampa para acessibilidade ainda estava sendo construída até o dia do fechamento desta matéria (em 16/10). 

 

Trajeto entre os campi sob estudo

Os ônibus intercampi (Fundão-Praia Vermelha) também vão sofrer alterações. Haverá um sistema de identificação dos passageiros da universidade para tentar evitar a superlotação desses coletivos e foi solicitado aos cursos da UFRJ um mapeamento das aulas que necessitam da conexão. A frota e a readequação dos horários de saída também serão modificadas a partir desse balanço.

Dia dos professores na luta

Manifestação em 15 de outubro, na Cinelândia, cobrou uma política verdadeiramente pública para a Educação

PNE do governo foi duramente criticado no evento

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

Pelo menos 300 educadores e militantes ocuparam a Praça Cinelândia no centro do Rio de Janeiro no Dia dos Professor, exigindo uma política verdadeiramente pública para a educação. O ato marcou o primeiro Dia Nacional de Luta em defesa do setor, evento proposto no Encontro Nacional de Educação (ENE), realizado em agosto deste ano.

14102021O ato marcou o primeiro Dia Nacional de Luta em defesa do setor, evento proposto no Encontro Nacional de Educação (ENE). Foto: Samuel Tosta - 15/10/2014

A origem dos docentes era a mais variada possível. Estavam presentes representantes do ensino fundamental ao superior, das redes municipais às federais, das escolas campesinas às escolas prisionais. “Nossa intenção era não deixar esse dia passar em branco. O Andes-SN, através da sua Regional do Rio e seções sindicais, convidou várias unidades para participar do ato”, afirmou Elza Dely Macedo, 2ª Secretária da Regional Rio de Janeiro do Andes.

O papel do educador é central no fortalecimento das lutas pela educação. A 1ª vice-presidente da Adufrj-SSind, Luciana Boiteux, observou que a atual conjuntura demanda um resgate da função social dos professores. “É importante pensarmos qual o nosso papel neste momento. Nós precisamos não só trazer informações para nossos alunos, mas criar espaços de diálogo e intervir diante do discurso de ódio para que os alunos não o aceitem facilmente e que reajam a ele”, disse.

Dentre os desafios do momento, os professores destacaram o Plano Nacional de Educação. No projeto aprovado pela Câmara Federal em 2014, verbas destinadas ao ensino público poderão ser aplicadas em instituições privadas: “O PNE desvirtua a própria ideia de educação pública”, acrescentou Luciana.

Ataques virão logo no início do próximo governo

Diretora do Sepe-RJ, Dayse Oliveira fez um alerta: “A tarefa dos educadores é se unificar com os demais trabalhadores para poder preparar a luta. O FMI já deu orientação para fazer a reforma trabalhista. Logo, no início do próximo governo, os ataques virão”, completou.

O parlamentar eleito, Flávio Serafini, também esteve na praça. Ele, que é professor, criticou o problema estrutural da educação. “Esse é um país onde boa parte das crianças ainda está fora da escola e a escola pública ainda não tem a qualidade para, de fato, socializar o conhecimento produzido e garantir que os trabalhadores tenham suas vidas transformadas pela educação. Hoje, os profissionais de educação estão entre os que recebem os salários mais baixos, e isso, obviamente, não é por acaso. A luta é necessária”, lembrou Serafini, que assumirá o cargo de deputado estadual em 2015.

 

‘Realizadores de sonhos’

Meu filho de 13 anos chegou em casa outro dia contando um caso. 

14102022Professora Vanessa Berner. Foto: Marco Fernandes - 29/04/2014Ele disse que, na escola, conversavam sobre profissões e sua manifestação foi: “História, gosto de História” E os amigos não entenderam: “História? Como assim?! Tá maluco? Estamos falando de profissão.” E ele: “Então!” Os amigos: “Tipo... ser professor?” Ele: “Por que não? Pesquisar, escrever, dar aula... Não são coisas que pode fazer um historiador?” Segundo ele, os colegas ficaram horrorizados, espantados mesmo com sua proposta um tanto... exótica. E ele concluiu: “Minha sorte é que minha colega Luisa também quer ser professora de Matemática. Então não tive que explicar minha escolha sozinho.”

Pois ficam aqui meus sinceros parabéns a todos os meus colegas que fizeram essa escolha “exótica”! Porque, infelizmente, é preciso coragem para explicar esta opção. O que não deixa de ser estranho, até pelo fato de que, sem professores, nenhuma outra escolha seria possível. Felicitações aos bravos companheiros que todos os dias perseveram em uma profissão tão difícil, a única em que se é avaliado todos os dias, a profissão de que todos necessitam tanto, mas que é tão pouco valorizada... A profissão “primária”, aquela que dá aos outros profissionais a possibilidade de serem o que desejam ser. Porque, ao se escolher ser professor, é disto que se trata: de trabalhar para um mundo em que as realizações sejam viáveis, de lutar todos os dias para transformar a realidade social, de ajudar as pessoas a alcançarem o “bem viver”.

É o que somos, os professores: realizadores de sonhos...

Vanessa Berner - professora da FND

 

Atividade terminou em samba

O Dia Nacional em Defesa da Educação Pública foi engrossado pelos coletivos que organizaram o ato “Nós Não Esqueceremos”, também na Cinelândia. O objetivo era fazer uma referência a 15 de Outubro de 2013: naquela data, manifestantes favoráveis aos professores em greve (das redes estadual e municipal) foram agredidos e arbitrariamente presos. Além disso, um enorme aparato policial foi usado para destruir o movimento “Ocupa Câmara Rio”, montado na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

A história de uma professora do presídio de Gericinó, Mônica Brandão, dialoga com as duas manifestações que ocuparam a praça. Reconhecida pelas forças de repressão, ela foi afastada pela Diretoria Especial de Unidades Escolares Prisionais depois de participar ativamente das lutas em defesa da Aldeia Maracanã e das Jornadas de Junho. “Mas eu não me envergarei. É uma honra incomodar”, afirmou.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também construiu a atividade junto dos professores: “Os sem terra participam do Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública por acreditar que a educação é um dever do Estado e um direito de toda a população. No caso do campesinato brasileiro, nós tivemos mais de 30 mil escolas fechadas no meio rural, milhares de crianças perderam o direito de ir às aulas em sua comunidade. O professorado precisa ser valorizado, tanto na cidade quanto no campo”, defendeu Marina dos Santos, coordenadora nacional do MST.

Depois das falas dos docentes, o carro de som espalhou pela praça o samba da Comuna que Pariu, bloco de carnaval que homenageia a Comuna de Paris (em 1871), espécie de marco inaugural de toda militância de rua. O samba foi uma ode à resistência e às Jornadas de Junho. Antes, com o microfone aberto, dois moradores de rua que participavam do ato pediram palmas aos professores: “Hoje é o dia daquele que educa a gente, daquele que escolheu ganhar mal pra caramba”, brincou, ganhando aplausos. 

14102031Comuna que Pariu. Bloco de carnaval animou ato da Educação. Foto: Samuel Tosta - 15/10/2014

 
Professor do Museu Nacional critica governos
Antropólogo e professor do Museu Nacional da UFRJ, Eduardo Viveiros de Castro, presente à manifestação, chegou a questionar se o projeto clássico de Universidade não estaria chegando ao fim diante das seguidas investidas do capital. “Nós temos um dos piores sistemas educacionais do planeta e isso não é por acaso, não é por acidente. Existe uma falta de vontade de educar a população. Nós estamos todos unidos nessa função que é cada vez mais desprestigiada por um governo que entende a educação como um treinamento de força de trabalho, como domesticação do povo para que ele possa produzir, comprar e fazer a economia rodar bonitinha. Mas a função do educador não é essa, é fazer as pessoas pensarem. E pensar é ter autonomia para escolher, ter autonomia para julgar, ter a autonomia de decidir, ter a autonomia para poder se organizar”, analisou. 
 
 
‘Ele queria mudar o mundo’
Da Redação
Em março deste ano, um câncer ósseo pôs fim à vida de Washington Costa. Ele tinha 57 anos e exercia a presidência da Adcefet-RJ, seção sindical do Andes-SN, em mandato que se estenderia até 2015. Na quarta-feira 15, Dia do Professor, Washington foi homenageado na própria unidade do Cefet, no Maracanã. 

“Washington nos ensinou muito e nos ajudou a construir uma entidade sindical combativa e classista”, disse o professor Alberto Silva, que o sucedeu na direção da Adcefet, um dos organizadores da homenagem. Uma placa, que a partir de agora ficará fixada na sala da diretoria, com o nome do sindicalista, foi descerrada.  

Foi uma reunião para celebrar a vida intensa de Washington Costa. Estavam lá professores do Cefet, alunos, familiares e contemporâneos de luta. O movimento docente foi representado por Luis Acosta (Andes-SN), Sônia Lúcio (Aduff-SSind) e Luciano Coutinho (Adufrj-SSind).
Washington tornou-se professor de Mecânica Automotiva da unidade de Maria da Graça, do Cefet, depois de cursar o mestrado em Engenharia Mecânica na Uerj. O último capítulo de sua trajetória foi vivido nas salas de aula e nas lides do movimento docente. Teve participação atuante na organização da greve de 2012. Levou para o movimento toda a sua experiência, que não era pouca.

Operário eletricista, Washington Costa descobriu o socialismo nas lutas dos trabalhadores em estaleiros no Rio de Janeiro. Foi protagonista da ascensão do movimento sindical na década de 1980. Conquistou a presidência do então poderoso Sindicato dos Metalúrgicos do Rio, tirando a entidade de mãos pelegas. Integrou a executiva nacional e presidiu a CUT-RJ, quando esta central era sinônimo de independência e organização da classe trabalhadora. 

Curiosamente, voltou-se para a carreira acadêmica desencantado com os rumos do PT, que ajudou a criar, e da CUT, da qual também era fundador. 

Ao falar de Washington, Cyro Garcia, dirigente do PSTU, lembrou a época em que ele, Cyro, presidia o Sindicato dos Bancários do Rio, e Washington era líder dos metalúrgicos. Cyro Garcia se emocionou e interrompeu o discurso para conter o choro.

Outros depoimentos marcaram o encontro. Um  dos filhos (ele teve três), o caçula José Luiz, leu uma poesia escrita pelo pai. Ele revelou que uma das preocupações de Washington era que seus filhos não viessem a se orgulhar do que ele fazia. “Pai, eu me orgulho de tudo o que você fez”, disse. Muito emocionada, Naiara, a sobrinha de Washington, resumiu a trajetória do tio: “Ele queria mudar o mundo”.

14102033Homenagem. Imagens de Washington no telão na celebração à sua memória. Foto: Marco Fernandes - 15/10/20104

Andes-SN divulga vídeo sobre desenvolvimento da carreira docente

O Andes-SN divulgou, no último dia 13, um vídeo sobre o desenvolvimento da carreira docente nas Instituições Federais de Ensino (IFE). O pequeno filme, primeiro de uma série que está sendo desenvolvida pelo Sindicato Nacional, faz parte dos materiais de divulgação da Agenda Temática do Setor das Ifes, aprovada no 59º Conselho do Sindicato, realizado em Aracaju (SE). No mês de setembro, foi destacada a luta em defesa dos direitos na aposentadoria. Já em outubro, a temática é o Desenvolvimento da Carreira.

A animação problematiza a falta de democracia nas IFE no decorrer da elaboração dos critérios internos, muitas vezes de caráter produtivista, criados para instrumentalizar e regulamentar o desenvolvimento da carreira.

Na UFRJ, as regras gerais foram aprovadas pelo Consuni (e publicadas no Boletim da universidade em 18 de setembro), mas o detalhamento da regulamentação da carreira continua em debate nos Centros e Unidades.

No mês de novembro, o tema da agenda será Autonomia, Democracia e Estatuinte. Para dar base ao debate, as seções sindicais e secretarias regionais devem enviar, até 24 de outubro, informações acerca dos processos estatuintes que estão acontecendo nas instituições. As informações devem ser enviadas para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O Setor das Ifes se reúne novamente nos dias 24 e 25 de outubro na sede do Andes-SN, em Brasília.

Confira o vídeo em: http://youtu.be/gHX5kCBlhUM.

Geraldo Cidade diz que Reuni não deu certo na UFRJ, mas atribui seu afastamento a outros fatores

Ele admite, porém, o “problema acentuado de falta de pessoal”

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

14102051Para Geraldo Cidade, a administração central nunca deixou de apoiá-lo em suas reivindicações. Foto: Silvana Sá - 06/10/2014O professor Geraldo Cidade, ex-diretor do polo Xerém, anunciou seu afastamento do cargo em uma assembleia comunitária local, realizada em 26 de setembro. Alguns dias depois, em entrevista ao Jornal da Adufrj, Geraldo alegou que os motivos, internos, não guardam relação com o Reuni (programa de reestruturação e expansão das universidades federais): “Eu tive que renunciar não por causa do Reuni, mas por todo um clima que foi criado. Os professores que são coordenadores e de direções adjuntas se sentiram também pressionados por não virem os problemas do polo serem solucionados. Eles então acharam melhor que eu fosse substituído”. 

O docente chegou a dizer que sofreu um “golpe”: “Inclusive, um dos funcionários, durante a assembleia (do dia 26), tomou a palavra e afirmou que houve um golpe. Uma reunião sem ata pede a minha saída... Eu me vi numa situação extremamente delicada. Xerém é um projeto bonito, é um projeto grandioso. Eu fico muito orgulhoso de ter feito parte, durante seis anos, dessa construção. Infelizmente, fui impedido de continuar”, disse.

Geraldo relatou que esse grupo de professores organizou uma reunião fechada, “muito pouco democrática”. “Os funcionários quiseram participar e foram retirados desse ambiente. Uma aluna também foi retirada. Não se criou um clima democrático, conforme a gente costuma operar aqui na universidade”. 

A falta de consulta ao corpo social criou, para o ex-diretor, uma situação irreversível: “Eu não tenho mais como, enquanto dirigente de uma instituição, comandar um grupo que não me ouve, ou mesmo, que não me traga propostas. Depositaram em mim o tempo todo essa missão de conseguir tudo”. 

“Não foi falta de apoio”

Geraldo Cidade observou que a administração central nunca deixou de apoiá-lo em suas reivindicações para melhorias no polo Xerém, mas reconheceu que o excesso de projetos e a falta de pessoal no quadro efetivo da universidade fez com que a UFRJ não desse conta das demandas. “Eu já não conseguia mais o retorno de antes, no atendimento de nossas reivindicações em Xerém. Há um problema acentuado de falta de pessoal. Eu não estou desamparado pela administração central. O que existe é uma quantidade enorme de coisas a serem feitas. Falta corpo técnico, falta gente para tocar os projetos”, destacou o ex-diretor.

Ele destacou que as críticas feitas ao Reuni dizem respeito à postura da UFRJ na época da implantação do programa: “A universidade não tinha como dar conta da quantidade de projetos envolvidos no Reuni. A gente amarga uma série de obras paradas, ainda não concluídas. E em Xerém estamos na ponta desse processo”. 

UFRJ não estava preparada

Geraldo ponderou que, no caso de Xerém, o problema foi acentuado por uma conjuntura desfavorável: “Quando o MEC lançou o Reuni, deveria ter havido uma reunião com todos os reitores para as universidades dizerem se tinham condições ou não de abraçar esse projeto. Na nossa universidade, o Reuni não deu muito certo. Está havendo um atraso muito grande na entrega dessas obras. No caso de Xerém, havia um acordo de que a infraestrutura (do polo) seria da Prefeitura de Duque de Caxias. Era uma época de transição de prefeitos da cidade e amargamos a morosidade dos processos”.

Apesar de ter pedido afastamento, o docente se coloca ainda à disposição para ajudar no projeto de adequação de alguns prédios da Petrobras às margens da rodovia Rio-Petrópolis (conforme noticiado no Jornal da Adufrj em abril deste ano, a UFRJ receberia estas instalações por meio de uma negociação com a prefeitura de Caxias). A mudança possibilitará que o polo se transforme em campus, com a instalação de dois novos cursos (Engenharia Física e Biofármacos). Embora, para o MEC, Xerém já seja considerado campus, mesmo com apenas três cursos (Biotecnologia, Nanotecnologia e Biofísica). “Eu não posso criar novos cursos sem autorização do CEG (Conselho de Ensino de Graduação). E o CEG condicionou os novos cursos à infraestrutura. Nós achamos que eles têm razão. Não é possível que recebamos turmas novas da forma que estamos organizados hoje”.

 

Coordenadora da Biofísica conta sua versão

A denúncia de uma suposta articulação golpista feita pelo ex-diretor Geraldo Cidade não condiz com o relato da professora Leandra Baptista, coordenadora do curso de Biofísica. Segundo ela, o que aconteceu foi uma série de encontros entre professores, sem caráter deliberativo: “Essas reuniões existiam porque nós queríamos conversar sobre os problemas do polo. Desde o ano passado, nós tentamos fazer com que a direção fosse mais presente e se posicionasse quanto aos problemas internos e de estrutura, mas nada era resolvido”, conta. 

Segundo a coordenadora, um mal-estar entre alunos e funcionários surgiu a partir de um convite feito por Geraldo ao Diretor da Divisão Acadêmica da Superintendência de Atividades Fora da Sede (SuperAFS), Paulo Vaccari Cavaco, para participar de uma dessas reuniões. “A partir daí, a reunião ganhou um caráter oficial, mas, na nossa cabeça, era só uma conversa. Nós pedimos que os alunos saíssem porque não estava se decidindo nada ali. Nossas decisões são todas tomadas em conselho deliberativo, o que não era o caso”, diz. A Assembleia que definiu a saída de Geraldo foi organizada pelos representantes da docência e pelos representantes dos alunos, “uma demanda da própria comunidade”, explica Leandra.

Apesar de estar com uma diretora em exercício (a vice, Raquel Moraes Soares, assumiu a função), a gestão atual, segundo Leandra, seria de caráter coletivo. “Os coordenadores dos cursos têm trabalhado junto à direção para atender às demandas do polo”, afirma. 

Os professores de Xerém esperam conversar com a reitoria nos próximos dias para resolver os procedimentos que conduzirão a nova eleição. (Filipe Galvão)

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