Junho longe das urnas
Acredite: o ímpeto de Junho de 2013 ficou distante destas eleições. Segundo o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), o Congresso Nacional que emergiu das urnas em 5 de outubro – e que tomará posse em janeiro de 2015 – consegue ter um corte ainda mais conservador do que esse que encerra a atual legislatura. No novo quadro, a existência de um Jair Bolsonaro campeão de votos no Rio de Janeiro não é patologia isolada, mas um dado da expansão do ultradireitismo e do fundamentalismo no parlamento.
Pela contagem feita pelo instituto – que monitora a vida do Congresso há mais de 30 anos – o estrago é bem maior. Além do corporativismo empresarial e latifundiário, está fortalecido o discurso contra os direitos humanos e a diversidade. O Diap informa o aumento das bancadas ruralista e religiosa e a presença de militares no plenário para reforçar a bancada da bala. O fôlego conservador, como é óbvio, é majoritário no Congresso. A ampliação da base reacionária é um dado a mais nos mecanismos da classe dominante para manter privilégios e defender, como intocáveis, a renda e o patrimônio neste Brasil desigual. Questões relacionadas a raça, gênero, orientação sexual e o aborto tendem a ser tratadas com mais obscurantismo.
A maior presença de parlamentares de direita no Congresso reduz, como se sabe, as possibilidades de bandeiras progressistas prosperarem nesse espaço de decisão que atende aos interesses das elites. O cenário desenhado pelos números catalogados pelo Diap traz outra informação significativa: a bancada de sindicalistas foi reduzida quase à metade (de 83 para 46).
Bancada sindical
O número de parlamentares da chamada bancada sindical sofreu um acentuado revés, de acordo com os números do Diap.
Caiu dos atuais 83 representantes para 46. Desses, foram reeleitos 32, e novos são apenas 14.
O Diap também revela oscilações da bancada sindical.
Em 1988, foram eleitos 44 sindicalistas.
Em 2002, com a eleição de Lula, o crescimento foi exponencial, 74.
Em 2006, caiu para 54 representantes.
O fato de o parlamentar ter origem no movimento sindical não quer dizer que ele vote sempre a favor dos interesses dos trabalhadores. Depende da sua orientação partidária.
Mas o Diap (com mais de 30 anos monitorando o Congresso Nacional) observa que não deixa de ser preocupante a redução do bloco de sindicalistas em Brasília, “especialmente num ambiente de forte investida patronal sobre os direitos trabalhistas, sindicais e previdenciários no Congresso”.
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por Diego Novaes
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